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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    sábado, março 18, 2023

    My Poor Daughter - M. Ross Perkins


    My daughter bought a
    Drop of blotter
    During the term of President Carter
    Made herself a martyr
    At her old alma mater
    So she sought to plot a
    Little coup d'etat to
    Deprive the kids of fodder
    For the cafeteria slaughter
    When they found out the cops had caught her
    My poor daughter

    Igrejas que montaram caravanas golpistas ficam em polos do agronegócio

     



    LEONARDO SAKAMOTO

     organizar caravanas para evangélicos bolsonaristas irem a Brasília vandalizar e roubar o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF, lideranças religiosas acabaram reescrevendo o Evangelho de Mateus, capítulo 22, versículo 21, que trata da relação entre o cristianismo e a autoridade secular. Saiu o "Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus" trocado por "Dai a Bolsonaro o que é de Lula, e a democracia que vá para o inferno".

    Aguirre Talento, do UOL, analisou cerca de mil depoimentos sigilosos prestados à Polícia Federal por golpistas presos no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército. Descobriu que evangélicos bolsonaristas relataram que igrejas bancaram ônibus e organizaram viagens para os atos de 8 de janeiro.

    Muita liderança religiosa picareta ganhou horrores com suas empresas, opa, igrejas, ao longo do governo Bolsonaro. Seja com imunidade tributária, seja com favores, seja até abrindo o Ministério da Educação para cobrar propina em barras de ouro, abundam os casos de promiscuidade entre mercadores da fé e o ex-presidente. O que me interessa aqui, contudo, é entender o contexto dessas caravanas.

    A reportagem de Aguirre Talento traz como exemplo igrejas e pastores de Sinop (MT), Uberlândia (MG), Xinguara (PA) e Maceió (AL) como citados dos depoimentos. Nos quatro municípios, Bolsonaro teve mais votos que Lula. Com exceção da capital alagoana (a única do Nordeste a dar maioria ao, hoje, ex-presidente), os outros são polos importantes da expansão do agronegócio. O que não é coincidência.

    Os municípios fazem parte do que o pesquisador Mathias Alencastro chamou de "Mega-Centro-Oeste", região que vai do interior de São Paulo até a fronteira agrícola amazônica. Ela cresceu mais que o restante do país, sendo cantada pelo sertanejo e tendo a fé organizada por evangélicos, principalmente neopentecostais.

    É um espaço mais conservador em costumes e comportamentos, que Bolsonaro soube cultivar diligentemente com ações simbólicas e apoio econômico ao longo do seu mandato. Não à toa, as diferentes camadas desse contexto agiram em sua defesa na campanha eleitoral do ano passado. E, após a sua derrota, muitos de lá cerraram fileiras, trancando rodovias federais e acampando na porta de instalações militares. No limite, encheram ônibus para tentar um golpe de Estado.

    A hiperpolitização dos púlpitos, que se intensificou entre abril e maio deste ano, e transformou algumas igrejas em comitês eleitorais, teve grande força nesses locais. Quem discordava desse alinhamento foi ameaçado, expulso ou pior.

    Em Goiânia, após um pastor associar o diabo ao PT no culto, um fiel reclamou do envolvimento da igreja nesse debate e foi chamado de demônio. Segundo o fiel, sua família parou de ser cumprimentada na igreja e começou a ser ameaçada. Até que, no dia 31 de agosto, após uma discussão dentro do templo, seu irmão foi baleado com um tiro que atravessou as duas pernas por um policial. O culto continuou mesmo assim.

    Mas isso também trouxe efeitos colaterais. Após lideranças de igrejas que se aliaram ao presidente passarem a substituir tempo de pregação da palavra de Deus pela defesa veemente de que Bolsonaro representa Jeová e Lula, Lúcifer, muitos eleitores evangélicos se empapuçaram com a hiperpolitização. E o número de reclamações subiu frente a pastores que ignoravam exatamente o "Dai a César o que é de César".

    Lula reagiu tentando mostrar que se importava com eles, uma antiga reclamação do segmento, com a esperança de que isso estancasse sangria de votos. Ironicamente, Jair orava e abraçava a Bíblia, mas não tinha atitudes defendidas por cristãos. Por exemplo, disse que "pintou um clima" entre ele e meninas refugiadas venezuelanas de 14 anos. E tentou surrupiar R$ 16,5 milhões em joias que pertenciam ao Estado brasileiro.

    Apesar da insistência dos mercadores da fé e de seus representantes políticos em verem luz nas trevas do 8 de janeiro, a maioria das igrejas vem despolitizando os púlpitos após a mudança de governo, com lideranças aceitando Lula como presidente.

    E a participação de denominações e lideranças evangélicas nos atos golpistas precisam ser analisada com mais profundidade. E os responsáveis devem ser punidos pela força da lei, com tempo de xilindró.

    Mas esse salto entre a crítica ao Estado laico e o abraço a um Estado golpista, principalmente na região do Mega-Centro-Oeste precisa ser compreendido como um fenômeno que vai além da religião. Há um outro Brasil ali, que se não for entendido pela atual administração, irá mais cedo ou mais tarde devorá-la.

    UOL 

    disco do dia

     

    disco do dia

    MARTINHO DA VILA
    MISTURA HOMOGENEA 
     
     

    PAQUETÁ






     

    A quebradeira



    CAU GOMEZ

     

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    Woodrow Wilson, America's most racist president

     

    Jeffrey St. Clair

    + The Nobel Peace prize has been rotten since the beginning. Woodrow Wilson won the award in 1919, after breaking his anti-war pledge and sending the US in for the final year of slaughter. On the day of the Armistice, US commanders ordered their forces to continue attacking for four hours after the ceasefire had been signed, resulting in thousands of needless deaths and maimings. Then Wilson went limp at Versailles, going along with Clemenceau and Lloyd George’s punitive terms against Germany that set the stage for the even greater carnage of WW II.

    + It’s probably a toss-up between about 20 of them, but Woodrow Wilson, who fancied himself a progressive, gets my vote as America’s most racist president. In one of his most famous speeches, a speech that is said to’ve brought tears to the eyes of journalists, Wilson, in making a final plea for Congress to approve his League of Nations plan, couldn’t suppress the rancid nature of his xenophobia. He frothed about the grave threat posed by non-Anglo immigrants, who he believed were the animating force behind the radical labor movement. In his 1919 Pueblo speech, Wilson roused himself one last time to the cause of the preserving the US as an Anglo-Saxon country: “Any man who carries a hyphen about with him carries a dagger that he is ready to plunge into the vitals of this Republic whenever he gets ready.” A few weeks later the Palmer Raids were unleashed. Using lists compiled by the young J. Edgar Hoover federal agents raided union offices and homes (as well as a couple of Tolstoy reading clubs) across the country, arresting and deporting more than 1,300 foreign-born union members.

    + It’s useful to remember that Mitchell Palmer, the man behind the infamous Palmer Raids, the largest mass arrest and deportation operation in US history (all without warrants by the way) was a Quaker. Not a Nixon Quaker. But a real, practicing, “thee and thou” speaking Quaker…

    Oscars 2023: 'A slap in the face for Hollywood'




    "The absence of so many of Hollywood's biggest names, Tom Cruise and James Cameron among them, hinted that the US film industry's certainties are crumbling. The major, historic studios had to content themselves with a sound design award for Top Gun: Maverick, a visual effects award for Avatar: The Way of Water, and a costume design award for Black Panther: Wakanda Forever. It was an independent studio, A24, that was behind Everything Everywhere All at Once, a heady science-fiction martial-arts comedy that wouldn't even have been nominated for an Oscar a decade ago. A24 was also behind The Whale. The evening's other big winner, All Quiet on the Western Front, was a German production that was funded by Netflix, and that same streaming service bankrolled the winner of the animated feature Oscar, Guillermo del Toro's Pinocchio. The whole evening could be read as Hollywood's confession that it doesn't make the best films any more – or, at least, the kind of films that win Oscars. So maybe Kimmel was wrong to joke that the telecast had passed without incident. It was a smooth, happy affair, but it was a slap in the face for Hollywood."

    read more>>
    Oscars 2023: 'A slap in the face for Hollywood' - BBC Culture

    sexta-feira, março 17, 2023

    Shine on You Crazy Diamond (Parts 1-5)



    SHINE oN YOU CRAZY DIAMOND 1 -5 (Pink Floyd)
    Geoff tate, Steve Hackett, Billy Sheehan, Mel Collins, Goeoff Downes, Ian Paice,  David Gilmour · Richard Wright · Roger Waters

    Elis Regina-Menino das laranjas (Theo de Barros)



    Compra laranja, laranja, laranja, doutor
    Ainda dou uma de quebra pro senhor!

    IN MEMORIAM THEO DE BARROS

    disco do dia

    disco do dia

    THEO DE BARROS & RENATO BRAZ
    TATANAGUE

    c/ Alice Passos e Monica Salmaso
    letras de Paulo César Pinheiro 
     

     

    Face cultural do bolsonarismo explica destruição de obras de arte

     

     "Quinhentos anos depois, depois de Gregório de Matos, do lundu, da língua portuguesa desossada pelos africanos, da gramatiquinha de Mário de Andrade, de Pixinguinha, dos orixás na Bahia, das lutas de guaranis-kaiowás, krenaks, yanomamis, depois do reino da elipse no futebol, depois da bossa nova, depois dos Racionais, depois de tudo o que constitui o Brasil como um país singular, a proposta de Araújo é a "recuperação da alma do Ocidente a partir do sentimento nacional".

    Nada de axé, Dodô e Curuzu. O verdadeiro Brasil está na alma cristã que cimenta uma suposta comunidade ocidental. Tudo vazado em um tom altissonante, grandiloquente, que o torna merecedor do "complexo de épico" de que falava Tom Zé."

    LEIA ENSAIO DE FRANCISCO BOSCO

     

     

     

    De olho na (má) foto.

     

     

     de LILIA SCHWARCZ

    De olho na (má) foto. Tiranos, ditadores e líderes autoritários sempre se valeram de fotos; todas cuidadosamente construídas, mas cuja aparência passa ideia de naturalidade. É como se não existisse fotógrafo e fôssemos nós as testemunhas.

    O casal Bolsonaro não está mais no poder. Mas não perde uma oportunidade para aparecer. O ex-presidente continua no exterior; já a ex-primeira-dama chegou a Orlando, na terça-feira,
    acompanhada do amigo e maquiador uruguaio Agustin Fernandez. O objetivo é comemorar seu aniversário e o do marido. Bolsonaro comemora 68 anos em 21 de março; Michelle 41 no dia seguinte.
    Se essa é a intenção oficial, a não oficial é passar a imagem de que não há crise! Não sabemos quem é o fotógrafo, mas no centro está o “casal amoroso”, pretensamente flagrado no momento do reencontro.

    Michelle, eternamente “princesa”, oferece seu melhor ângulo. Jair traz a face tensa, denotando artificialidade que é completada pelo celular mantido na mão esquerda. Nem nessa hora larga o aparelho?

    De pé, o fiel escudeiro Augustin Fernandez. Ele finge olhar o celular, mas, na verdade quer evidenciar a capa do seu IPhone que traz uma vela. Pura mensagem cifrada, pois, em postagem para Instagram, ele disse não querer segurar vela”.

    Agora o boné vermelho — cor dos republicanos, partido conservador de Trump —, que traz a frase: “make America great again”.

    O dito antigo foi retomado pelos políticos de ultradireita e seus simpatizantes, para afirmar que a América seria Wasp (White Anglo-Saxon Protestants) — apenas dos primeiros colonizadores protestantes, brancos e ingleses. O objetivo é supremacista e racista, pretendendo expulsar negros, indígenas, asiáticos, caribenhos da “grande nação norte-americana”.

    A foto é óbvia na tentativa de comover e passar a impressão que tudo anda bem no vida desse casal que na realidade sofre vários processos. O último envolvendo “um presente das arábias”.
    Aliás, se tudo está tão normal, porque Jair não vem pra cá, ao invés de Michelle ir pra lá. “Há algo de podre” no conto de fadas fake do casal Bolsonaro. Que cafona!!!! (Obrigada @veramagalhaesjornalista)

    O novo bandeirante

    FERNANDES

     

     

    GILMAR

     

     


    MARINGONI

     

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    quinta-feira, março 16, 2023

    E.S.P. - The Miles Davis Quintet (1965)



    Miles Davis (with Wayne Shorter, Herbie Hancock, Ron Carter, Tony Williams )

    O aardvark e o babaca




    "Cerebus é um marco histórico nos quadrinhos. Combinou a ousadia de ser independente e fazer o que o mercado não fazia – mudando o mercado – com texto e desenhos de uma complexidade que deixou admiradores. Neil Gaiman dizia que tinha inveja, Jeff Smith disse que foi uma inspiração, Alan Moore derramou elogios. E Cerebus foi a principal criação de Dave Sim.

    Nestes mais de vinte anos, Cerebus ganhou admiradores – Alan Moore disse que “Cerebus é para os quadrinhos o que o Hidrogênio é para a Tabela Periódica”, Chris Claremont citava Sim em X-Men –, fez o quadrinho independente ganhar confiança – não existiria nem Tartarugas Ninjas nem Bone nem Estranhos no Paraíso nem a Image Comics sem Cerebus –, estimulou o mercado tradicional a fazer coletâneas – as de 500 páginas, chamadas de “listas telefônicas”, venderam na faixa das centenas de milhares e deixaram Sim rico – e era comum ver Cerebus nas listas de melhores quadrinhos de todos os tempos, com Sandman, com Watchmen, com Cavaleiro das Trevas.

    Só que Dave Sim é um babaca."

    mais na coluna de Érico Assis​

    Enquanto Isso... nos Quadrinhos | Coluna de Érico Assis #108

    Descaso homicida

     

     
    A ditadura matou 8 mil indígenas sem disparar um tiro. Bastaram as obras de ‘integração’ da Amazônia em nome do ‘progresso’

    Por Maria Rita Kehl
    Os indígenas estão de volta ao no-
    ticiário. Desta vez, como vítimas
    de atividades criminosas do ga-
    rimpo. Todos viram as fotos de adultos
    e crianças raquíticos, assolados pela fo-
    me, porque a mineração ilegal matou os
    peixes e envenenou os rios, elementos es-
    senciais para a sua subsistência.
     
    Quando fui convocada pela presiden-
    ta Dilma Rousseff a integrar a Comissão
    Nacional da Verdade, soube que a indica-
    ção de meu nome provinha do MST. Por
    isso escolhi investigar as violações come-
    tidas contra camponeses, a exemplo dos
    agricultores torturados para revelar o pa-
    radeiro dos guerrilheiros do Araguaia – e
    nada revelaram – ou do grande líder ma-
    ranhense Manoel da Conceição, que per-
    deu uma perna na tortura. Foram entre-
    vistas marcantes, mas não é desses perso-
    nagens que vou tratar aqui.
     
    Acontece que a investigação sobre as
    graves violações contra grupos indíge-
    nas veio nesse mesmo “pacote”, talvez
    por uma inadvertida leviandade de quem
    aprovou a lei: indígenas e camponeses só
    têm em comum o fato de viverem longe das
    regiões não urbanas do País.
     
    Nesta coluna, quero recuperar um pou-
    co da história dos indígenas na ditadura
    em razão da extrema atualidade do so-
    frimento do povo Yanomâmi, assolado,
    agora, não pela invasão de suas terras a
    mando dos governos militares – as gran-
    des obras de “integração” da Amazônia –,
    mas pela destruição de seus meios de sub-
    sistência pelo garimpo ilegal.
     
    Segundo a estimativa de pesquisado-
    res do nosso grupo de trabalho na CNV –
    Inimá Simões e Vincent Carelli, além da
    valiosa contribuição do Instituto Socio-
    ambiental –, ao menos 8 mil indígenas
    foram mortos na ditadura. “Mas como?”,
    nos perguntavam. “Os índios lutaram con-
    tra os militares”? Não, eles nem sequer
    sabiam que viviam em um país chamado
    Brasil, com um governo muito diferen-
    te daquele composto por suas lideranças.
     
    Como, então, morriam os índios cujas
    terras foram invadidas na ditadura? De
    causas corriqueiras. Morriam de gripe, de
    sarampo, de catapora, de varíola. Viven-
    do isolados, eles não dispunham das mes-
    mas defesas imunológicas que os brancos.
    Nesses casos, doenças banais podem ser
    fatais. Os líderes das frentes de aproxima-
    ção pediam ao governo para enviar remé-
    dios e vacinas, mas o descaso com os po-
    vos originários era completo
     
    Um descaso semelhante, por sinal, ao
    manifestado pelo ex-presidente (ufa!) Jair
    Bolsonaro em relação às 600 mil vítimas
    da Covid-19. Seu desprezo pelos povos ori-
    ginários lembra uma antiga declaração do
    ministro do Interior Rangel Reis, em 1976:
    “Os índios não podem impedir a passagem
    do progresso. (...) Dentro de dez a 20 anos
    não haverá mais índios no Brasil”.
     
    Na CNV, entrevistamos um sertanis-
    ta chamado Antônio Cotrim, que à época
    da ditadura se demitiu da Funai, um em-
    prego com estabilidade garantida e bem
    remunerado, para denunciar a negligên-
    cia do regime à revista Veja. “Não quero
    ser coveiro de índios”, justificou na oca-
    sião. Acrescento, aqui, o depoimento de
    Davi Yanomâmi, válido tanto em relação
    às violações sofridas pelo seu povo hoje
    quanto no tempo da ditadura:
     
    Eu não sabia que existia governo.
    Veio chegando de longe até a nossa ter-
    ra, são pensamentos diferentes de nós.
    Pensamentos de tirar mercadoria da terra:
    ouro, diamantes, cassiterita, madeira,
    pedras preciosas. Matam árvores, destroem
    a terra mãe, como o povo indígena fala. Ela
    é que cuida de nós. Ela nasceu, a natureza
    grande, para a gente usar. Eu não sabia que
    o governo ia fazer estradas aqui. Autoridade
    não avisou antes de destruir nosso meio
    ambiente, de matar nosso povo. Não só os
    Yanomâmi, o povo do Brasil. A estrada é um
    caminho de invasores, de garimpo, de agri-
    cultores, de pescadores. Estradas que o go-
    verno construiu começaram lá em Belém,
    depois Amapá, Manaus, Boa Vista. Mata-
    ram nossos parentes Waimiri-Atroari. É
    trabalho ilegal. O branco usa palavra ilegal.
     
    A Funai, que era pra nos proteger, não
    nos ajudou nem avisou dos perigos. Hoje
    estamos reclamando. Só agora está acon-
    tecendo, em 2013, que vocês vieram aqui
    pedir pra gente contar a história. Quero di-
    zer: eu não quero mais morrer outra vez. O
    governo local e nacional, deputados, sena-
    dores, governadores, todos têm que pensar
    como o governo vai nos proteger, e não dei-
    xar mais destruir matas e rios e fazer sofrer
    os Yanomâmi e outros parentes, junto com
    a floresta. O meio ambiente sofre também.
     
    Minha ideia: ando no meu país, o Brasil.
    Sou filho da Amazônia, conto para quem
    não sabe o sofrimento do meu povo. Não que-
    remos que a autoridade deixe estragar outra
    vez. Se o governo quer estrada na terra
    Yanomâmi, tem que conversar com nós, jun-
    to com o Ibama. O governo Dilma está apron-
    tando para estragar outra vez. Nosso povo
    não quer. A autoridade tem que respeitar a
    Constituinte que o governo passado criou.
    CARTA CAPITAL

    yma


     

    Sueli Costa - Cordilheira (Sueli Costa - Paulo César Pinheiro)

     

    Eu quero ter a sensação das cordilheiras Desabando sobre as flores inocentes e rasteiras Eu quero ver a procissão dos suicidas Caminhando para a morte pelo bem de nossas vidas



    Está mais do que na hora


    AROEIRA

     

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    PAULO CARUSO


     

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    Théo de Barros | Disparada (Theo de Barros/Geraldo Vandré) |

    in memoriam theo de barros 

    A arte está no detalhe

     

     "A primeira crítica que se faz é, inevitavelmente: “Pra que usar um instrumento tão raro e correr esse risco? Por que não fizeram simplesmente uma imitação bem feita, ou mais de uma, e devolveram logo o original?”.
     
    E mais uma vez volta a possível explicação: porque quando o elenco e a equipe sabem que estão lidando com material raro e verdadeiro, aquilo impõe um pouco de respeito no espírito desses profissionais que precisam lidar diariamente, na sua profissão, com a encenação, a rua “cenográfica”, o figurino fake.
     
    Conta-se que um diretor de Hollywood, antes de filmar a cena da atriz principal descendo uma escadaria para um baile, exigiu um colar de diamantes verdadeiros, coisa para mais de 100 mil dólares. O assistente propôs uma imitação de 200 dólares. O diretor disse: “Uma mulher tem outra postura quado ela sabe que está trazendo cem mil dólares ao pescoço.”


    mais no texto de Braulio Tavares​ 

    Mundo Fantasmo: 4920) A arte está no detalhe (9.3.2023)

    The aftereffects of prolongued war

     

    Jeffrey St. Clair:

    + We rarely consider the after-effects of prolonged war, the misery and death that continue to plague ravaged countries long after the cruise missiles have stopped shattering buildings. Let’s return to Iraq for a moment. In a much overlooked (if not ignored) study (‘Cancer, Infant Mortality and Birth Sex-Ratio in Fallujah, Iraq 2005–2009’) of 4,800 individuals in the heavily bombed city of Fallujah published in the International Journal of Environmental Research and Public Health, medical investigators documented a four-fold increase in all cancers and a 12-fold increase in childhood cancers in kids under the age of 14. The survey also detected a 10-fold increase in female breast cancer and large increases in both lymphoma and brain tumors in adults. Researchers found a 38-fold increase in leukemia. By comparison, survivors of the Hiroshima atomic blast experienced a 17-fold increase in leukemia.

    ‘The Last of Us’ Finale: First-Person Shooter

     

     A closeup shot of a man staring off camera in a scene from “The Last of Us.”

     In its stunning first-season finale, “The Last of Us” became a video game — and, in the process, morally potent TV.

     "The “Last of Us” finale puts the controller, figuratively, in the viewer’s hand. You share Joel’s perspective. You have the gun. You have come to know Ellie, to laugh and grieve with her, to love her. You want her to live, and you have the charge of protecting her. So everyone standing in the way needs to die. Humanity will need to find some other way to save itself.

     
    What complicates the scene is that no one is entirely the good guy here. The Fireflies didn’t give Ellie the chance to choose her fate. But the scene also doesn’t offer the easy comfort of framing Joel as the underdog beating the bad guys. There are only people making lousy choices, trying to survive."
     
    read review by James Poniewozik

    ‘The Last of Us’ Finale: First-Person Shooter – DNyuz

    quarta-feira, março 15, 2023


     

    filme da noite

    filme da noite

    HISTORIAS IMPOSSIVEIS : A MANCHA
    dir Thereza Médicis, Everlane Moraes, Graciela Guarani e Fábio Rodrigo
    rot Grace Passô, Renata Martins, jacqueline Souza
    Brasil, 2023
    (globoplay)

    A relação patroa-empregada, desta vez com a variante da patroa que se julga diferente

    super recomendo 
     

     

    PAULO CARUSO



    PAULO CARUSO

     

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    Marielle>: 5 anos


     

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    O crime compensa

     

     

     "Valena Jacob, pesquisadora e coorde-
    nadora da Clínica de Combate ao Traba-
    lho Escravo da UFPA, observa que a le-
    gislação brasileira contra o trabalho es-
    cravo é robusta e reconhecida mundial-
    mente, mas os magistrados relutam em
    punir os escravocratas. “Quem é o juiz
    que está no Justiça do Trabalho e na Jus-
    tiça Federal? Tem algum homem preto
    ou mulher preta por ali? A esmagadora
    maioria é composta de brancos, de classe
    média alta. Vemos um Judiciário muito
    distante da realidade brasileira”, lamen-
    ta. A advogada destaca ainda que muitas
    das sentenças são favoráveis aos infrato-
    res porque os juízes nem sempre enten-
    dem que o trabalho degradante pode ser
    classificado como análogo ao de escravo.

     
    “O trabalhador está num barracão de
    lona, no meio da mata, sujeito a todas as
    intempéries e a animais peçonhentos.
    Ele está bebendo água imunda do córre-
    go, fazendo alimentação com essa água
    sem nenhuma higiene, faz suas neces-
    sidades no mato, é tratado como bicho.
    Não está em condição análoga à escravi-
    dão?”, indaga Jacob. “Por incrível que pa-
    reça, alguns juízes acham que não, por-
    que eles já viviam em situação de misé-
    ria antes, sem banheiro em casa, bebendo
    água do córrego. Logo, os empregadores,
    os fazendeiros e os grandes proprietários
    não poderiam ser responsabilizados.”

     

    Um terço dos indiciados pelo artigo
    149 nem sequer vai a julgamento e so-
    mente 6,3% dos réus são condenados
    definitivamente, revela uma pesqui-
    sa da Clínica de Trabalho Escravo da
    UFMG. Pior, apenas 1% dos acusados
    é sentenciado a mais de quatro anos de
    prisão e cumpre pena em regime fecha-
    do. Quando a pena é inferior a esse pe-
    ríodo, o condenado migra para o regi-
    me semiaberto e pode pleitear a pres-
    tação de serviços comunitários."

     

    leia reportagem de FABIOLA MENDONÇA  

     

     

    Nana Caymmi : Segue o Teu Destino (Sueli Costa - Fernando Pessoa)



    IN MEMORIAM SUELI COSTA

    Segue o teu destino,
    Rega as tuas plantas,
    Ama as tuas rosas.
    O resto é a sombra
    De árvores alheias.


    Marielle & Anderson: Justiça ]



     

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    Jackson Browne & David Lindley - Late for the sky (in memoriam)



    All the words had all been spokenAnd somehow the feeling still wasn't rightAnd still we continued on through the nightTracing our steps from the beginningUntil they vanished into the airTrying to understand how our lives had led us there

    terça-feira, março 14, 2023

    Mais do que a corrupção, o que impressiona é a chinelagem

     



    João Luis Jr

    Uma coisa que ficou estabelecida bem cedo durante o governo Bolsonaro é que estávamos diante de uma espécie de Polishop da corrupção, em que todo e qualquer escândalo seria seguido de um “e não é só isso!” com diversas outras pilantragens de brinde.

    Sejam as rachadinhas e os funcionários fantasmas, seja o Queiroz, seja a Wal do Açaí, sejam os pastores que recebiam barras de ouro, que como o Sílvio Santos sempre reforçava, valem mais do que dinheiro, tivemos quatro intensos anos em que não apenas tudo que poderia ser feito em termos de picaretagem foi realizado, como descobrimos várias outras modalidades criminosas que colocam a gestão do capitão da reserva como uma espécie de NASA da ilegalidade, levando a tecnologia da corrupção além dos limites imaginados pelo homem.

    Mas tão impressionante quanto o escopo desses golpes - quase 4 bilhões de orçamento secreto, 700 milhões em superfaturamento de ônibus, 51 imóveis comprados com dinheiro vivo – é o nível de absoluta, total e completa chinelagem, amadorismo e descaramento de grande parte dessas ações, realizadas com níveis elevadíssimos de descaso e uma falta de qualquer esforço para acobertar ou disfarçar as próprias más intenções, que faz os milicianos que batizaram a própria organização de “Escritório do crime” parecerem discretíssimos.

    Um bom exemplo disso é a mais recente denúncia de que Bolsonaro teria tentado entrar no país com mais de 16 milhões em jóias, supostamente presenteadas pelo governo da Arábia Saudita, usando a tática de colocar tudo na mochila de um assessor e mandar ele dizer pra Receita Federal que não tinha nada a declarar. Plano colegialmente brilhante – quem nunca colocou uma pedra dentro da mochila do colega? – que só não deu certo porque, bem, o pessoal da Receita Federal não necessariamente acredita na palavra da gente na hora de liberar nossa entrada no país e um raio-x acusou a presença das jóias na bagagem.

    Mas não bastasse o constrangimento de ser o primeiro presidente flagrado tentando contrabandear mercadorias pra dentro do Brasil, Bolsonaro fez questão de mobilizar 3 diferentes ministérios - Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores - além do Itamaraty, para tentar liberar as jóias sem pagamento de impostos, só sendo impedido porque os fiscais da receita, que tem estabilidade e não podem ser demitidos, não se intimidaram diante da pressão, mesmo quando ela veio de instâncias superiores

    Ou seja, não basta tentar cometer um crime e ser flagrado, é preciso mobilizar o máximo de poder público possível em novas tentativas de concretizar a pataquada, gerando o máximo de trilha de papel que você conseguir, pra ninguém ter dúvida de que sim, você tentou entrar com coisas ilegalmente no país, não, você não quer pagar os impostos e claro, você continuou insistindo na ideia.

    Quando você soma isso a outros fatos mais ou menos recentes, como as carpas do planalto que morreram porque alguém esvaziou o espelho d’água pra pegar as moedinhas que jogavam lá ou as emas que faleceram porque não estavam recebendo a alimentação adequada e sim restos de comida como se fossem cachorros de sítio, além de situações estranhamente específicas como sigilo de 100 anos em conversas com Ronaldinho Gaúcho, e você tem um cenário em que a desfaçatez e o descaramento foram tais que daqui a muitos anos ainda vamos estar descobrindo coisas absurdas que esse governo fez.

    Porque ainda que os danos causados tenham sido imensos, ainda que as táticas usadas mereçam ser estudadas, ainda que representem um perigo que ainda vai nos rondar por bastante tempo, é preciso ter a perspectiva histórica de lembrar dos homens que comandaram o Brasil nos últimos 4 anos como eles realmente são: bandidinhos pequenos e patéticos, que mesmo com acesso aos recursos de um país imenso, jamais deixaram de ter o “mindset” de quem rouba carne da marmita alheia na copa da firma e tenta aplicar golpe do pix em idoso pelo celular. Quase perdemos pra essa galera duas vezes? Sim, claro. Mas aí também pode ter sido mais vacilo nosso que qualidade deles, vamos refletir.

    CONFORME SOLICITADO

     
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