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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    sábado, maio 06, 2017

    O jogo da baleia azul


    (Belém, PA) 
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    Os cartuns de Belmonte, com Juca Pato na dianteira, cutucavam um Brasil visceralmente medíocre.


     Coronelismo


    "Careca, de óculos de aros redondos, gravata-borboleta, fraque e polainas, a caricatura acabada de um janota da Primeira República, Juca Pato virou sucesso instantâneo. A rigor, ficaria mais conhecido que o próprio criador. O carimbo definitivo da popularidade veio já no Carnaval seguinte, quando virou ao mesmo tempo tango e maxixe. O deboche de Juca Pato e o do Carnaval – tudo a ver.

    “Por meio do inconformado e contestador Juca Pato”, escreve Gonçalo Junior, “Belmonte interpelava presidentes, governadores e prefeitos sobre suas responsabilidades públicas, ridicularizava os interesses políticos mesquinhos, reclamava do desdém com que as autoridades tratavam a população e a cidade, expunha os esforços que o cidadão comum fazia para melhorar de vida, revelava as contradições da modernização apressada de São Paulo, satirizava os novos hábitos de seus contemporâneos"

    mais no artigo de Nirlando Beirão


    Um Pato muito diferente dos de hoje, fantoches de sanguessugas do poder — CartaCapital:



    Tentou Gilmar?




    (Belo Horizonte, MG)
      
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    pela cochlea>> Almir Guineto - Caxambú | IN MEMORIAM



    Dona Celestina me da água pra beber
    Se você não me der água
    Vou falar mal de você
    Deu meia noite. o galo já cantou
    Na igreja bate o sino
    é na dança do jongo que eu vou

    BOA reforça equipe







    (Rio de Janeiro, RJ)
      
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    Sobre o vandalismo


     Manifestantes enfrentam a polícia no Rio.

    "deveríamos reservar os termos "vândalos" e "vandalismo" para descrever as hordas que atacam os cofres públicos e saqueiam cidades, estados e até populações inteiras. Os vândalos originais permaneceram 14 dias em Roma, e carregaram o que puderam, de ouro e pedras preciosas até cidadãos tornados escravos. Os vândalos brasileiros subsistem por anos, às vezes por décadas, no poder, drenando as riquezas produzidas pela população, tornando privado o que é público. E contra eles não há gás lacrimogêneo, spray de pimenta, cassetetes, bombas de efeito moral, jatos de água, balas de borracha – há o silêncio conivente da Justiça, há a apatia desencantada da sociedade."

    leia coluna de Luiz Ruffato​





    foto Marcelo Sayao

    sexta-feira, maio 05, 2017

    Exonerado, ex-chefe da Funai ataca governo e fala em 'ditadura'

    Antônio Fernandes Toninho Costa ficou quatro meses no cargo | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP


    " Incompetência é a desse governo, que quebrou o País, que faz cortes de 44% no orçamento porque não teve competência de arrecadar recursos. Incompetência é a desse governo, que é incapaz de convocar os 220 concursados. Incompetência é a desse governo, que faz corte de funcionários e servidores da instituição", afirmou Toninho Costa.

    "O governo nega tudo, nega até que está passando por crise. O governo está na ilha da fantasia e não reconhece o sentimento do povo brasileiro. E isso é muito ruim para as políticas brasileiras, e principalmente para as minorias. O povo brasileiro precisa acordar, o povo brasileiro está anestesiado. Estamos prestes a se instalar neste País uma ditadura que a Funai já está vivendo, uma ditadura que não permite ao presidente da Funai executar as políticas constitucionais. Isso é muito grave", finalizou. "
    leia mais>>

    Darth Mendes


    (Porto Alegre, RS)
     
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    pela cochlea:: Sonâmbula - Iara Rennó

    quinta-feira, maio 04, 2017

    Cercear Lava-Jato





    (São Paulo - SP)
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    pela cochlea>> Belchior & Raimundo Fagner - Hora do almoço (Ao Vivo) IN MEMORIAM



    No centro da sala, diante da mesa
    No fundo do prato, comida e tristeza
    A gente se olha, se toca e se cala
    E se desentende no instante em que fala

    Medo, medo, medo, medo, medo, medo


    LUIZ GÊ
    (São Paulo, SP)

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    Com 61 assassinatos, violência no campo registra recorde em 2016




    "A violência no campo foi recorde em 2016, de acordo com relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgado no último dia 17. Foram 1.079 ocorrências de conflito por terra, o número mais elevado desde que a Pastoral iniciou o levantamento, em 1985. Houve um aumento de 40% em relação a 2015, ano com 771 ocorrências. Entre os registros de 2016 estão 61 assassinatos, crescimento de 22% no comparativo com o ano anterior. Nos últimos 25 anos, o número de assassinatos só foi maior em 2003, quando 73 homicídios foram registrados.

    — Uma coisa é certa para aqueles que cometem violência no campo: raramente eles vão ser punidos. Três exemplos dessa impunidade são o massacre de Corumbiara, o de Eldorado do Carajás e a morte que chocou o mundo da freira Dorothy Stang — alerta Mitidiero Júnior."

    leia reportagem de FERNANDA KRAKOVICS 

    Cantar contra o medo será, sempre, uma luta política

    quarta-feira, maio 03, 2017

    De volta à labuta





    (Santo André, SP)
     
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    PELA COCHLEA>> Belchior - Nao Leve Flores - IN MEMORIAM

    >>

    Tudo poderia ter mudado, sim,
    pelo trabalho que fizemos - tu e eu.
    Mas o dinheiro é cruel
    e um vento forte levou os amigos
    para longe das conversas, dos cafés e dos abrigos,
    e nossa esperança de jovens não aconteceu, não, não.

    Palavra e som são meus caminhos pra ser livre,
    e eu sigo, sim.
    Faço o destino com o suor de minha mão.
    Bebi, conversei com os amigos ao redor de minha mesa
    e não deixei meu cigarro se apagar pela tristeza.
    - Sempre é dia de ironia no meu coração.

    PELA COCHLEA>> Belchior - Nao Leve Flores - IN MEMORIAM

    >>

    Tudo poderia ter mudado, sim,
    pelo trabalho que fizemos - tu e eu.
    Mas o dinheiro é cruel
    e um vento forte levou os amigos
    para longe das conversas, dos cafés e dos abrigos,
    e nossa esperança de jovens não aconteceu, não, não.

    Palavra e som são meus caminhos pra ser livre,
    e eu sigo, sim.
    Faço o destino com o suor de minha mão.
    Bebi, conversei com os amigos ao redor de minha mesa
    e não deixei meu cigarro se apagar pela tristeza.
    - Sempre é dia de ironia no meu coração.

    RIO




    CHICO CARUSO
    (Rio de Janeiro, RJ)

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    Um partido vira “dono da Funai”. E mãos de indígena são cortadas no MA


     

    "Seria bom poder cobrar uma atitude firme das autoridades e entender que se trata de um ponto fora da curva, de uma barbárie excepcional, resquício de antigas práticas violentas, hoje inaceitáveis. Nada disso: excetuando-se, talvez, o detalhe macabro da amputação das mãos, o episódio é só mais um alerta sobre a tensão que se acumula em muitas partes do Brasil, hoje, em função de diversas opções do atual governo.

    Para agradar à base ruralista e evangélica, o governo está criando o caos na já precária assistência aos povos indígenas, via Funai e serviços de saúde da Sesai. Descria e cria cargos, muda diretores, contingencia orçamentos já minguados, submete cargos de extrema delicadeza política ao crivo de parlamentares no Congresso, vários deles associados a grupos ávidos por usar a estrutura do Estado para apoiar interesses, como os do proselitismo religioso. Mal um novo nomeado começa a tomar pé da situação e assumir compromissos, como era o caso de Antonio Costa, na Funai, já recebe a notícia de que será demitido. Obviamente, não há como tirar outra conclusão: a intenção é paralisar totalmente os trabalhos na área."

    leia artigo de SPENSY PIMENTEL 

    Um partido vira “dono da Funai”. E mãos de indígena são cortadas no MA - Cotidiano - Cotidiano

    Reforma Trabalhista: A reforma da Espanha que inspirou Temer: mais empregos (precários) e com menores salários


     Michel Temer e Mariano Rajoy, nesta segunda.


    "O aumento do número de postos de trabalho tem relação direta com a redução dos custos de mão de obra nas empresas. Isso ajuda a explicar por que quase todo o crescimento econômico tenha ocasionado a criação de emprego. Esse é o argumento do qual o Governo se orgulha, mas que contém uma grande contradição: a produtividade quase não aumenta, porque não foi possível dar conta da temporalidade. Para abordá-la, facilitaram-se os incumprimentos dos convênios coletivos e foi reduzido o custo da demissão dos trabalhadores com contrato indefinido (facilitando o procedimento ou diminuindo as indenizações). O emprego temporário caiu vertiginosamente com a chegada da recessão, mas ressurgiu com força com a volta do crescimento: os trabalhadores que possuem contrato com validade definida perfazem 26,5% do total, porcentagem só superada na Europa pela Polônia. Além disso, outros indicadores de precariedade também pioraram: a duração dos contratos temporários ficou menor, e aumentou o emprego de tempo parcial, especialmente o não desejado pelo trabalhador.

    O outro objetivo que a reforma cumpriu foi a desvalorização salarial. "


    leia análise de Manuel V. Goméz
    Reforma Trabalhista: A reforma da Espanha que inspirou Temer: mais empregos (precários) e com menores salários | Internacional | EL PAÍS Brasil

    terça-feira, maio 02, 2017

    pela cochlea>> Gorillaz & Vince Staples - Ascension



    Pull up to the pad, wipe my ass with the flag
    I'm just playing, baby, this the land of the free
    Where you can get a Glock and a gram for the cheap

    Where you can live your dreams long as you don't look like me
    Be a puppet on a string, hanging from a fucking tree

    Jornadas



    (São Paulo - SP)
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    Black Mirror, Doria e Bolsonaro


     Doria e Bolsonaro

    "Não sei se todos os leitores assistiram à série Black Mirror. Àqueles que não, recomendo, pelo que diz sobre as formas de dominação política na era das redes sociais. Há nela um episódio especialmente ilustrativo, chamado Momento Waldo.

    Waldo foi uma criação virtual, feita para um programa de humor, que atacava os políticos num misto de agressividade e ironia. Levava seu público ao delírio com pegadinhas que encurralavam os “convidados”, destruindo qualquer margem para uma resposta racional.

    Pesquisas mostraram a força do “fenômeno Waldo”. Tornou-se candidato – ele mesmo uma criatura virtual – com um discurso fácil de desmoralização da política e do debate. O fenômeno ganhou o mundo, passando por cima de seu criador e de qualquer escrúpulo.

    Nunca a política esteve em simbiose tão profunda com o marketing"

    mais na coluna de Guilherme Boulos​

    lack Mirror, Doria e Bolsonaro — CartaCapital

    E, após 101 dias de Trump, o muro se abriu


     Jeanette Lorenzo abraça sua mãe na fronteira, vista pelo lado mexicano.

    "No 101º. dia de mandato de Donald Trump, a construção do muro não começou, como havia prometido o presidente. Ao invés disso, ele se abriu um pouquinho – apenas uma pequena porta, fechada com uma cancela cheia de ferrugem, que fica bem no extremo ocidental da fronteira entre os Estados Unidos e o México, poucos metros antes de a cerca metálica mergulhar no oceano Pacífico, separando San Diego de Tijuana. Famílias divididas pela fronteira fizeram algo impensável: se deram um abraço.

    Lá, Jeanette Lorenzo, de 31 anos, envolveu sua mãe em seus braços, justamente em cima da linha fronteiriça. Era a primeira vez que se abraçavam em sete anos. Agentes da polícia de imigração vigiavam a cena, para que os pés mexicanos não entrassem no lado dos Estados Unidos, e vice-versa. Uma nuvem de câmeras de televisão as observava a pouca distância. Não falaram muito, apenas se amavam. Choraram. Tudo durou três minutos. Um abraço de três minutos depois de sete anos."


    leia reportagem de Pablo Ximénez de Sandoval​

    E, após 101 dias de Trump, o muro se abriu | Internacional | EL PAÍS Brasil

    segunda-feira, maio 01, 2017

    O QUE VIVI NA CINELÂNDIA, CENTRO DO RJ:


    de MARIA ELISA RAMOS SEMEGHINI





    Fui para a Cinelândia ontem, fotografar a manifestação da greve geral contra as reformas trabalhista e da previdência que esse desgoverno golpista quer implantar.

    Fotografo manifestações e passeatas desde 1980, quando fui para S. Bernardo do Campo fotografar a greve dos metalúrgicos e lá, vi e fotografei o Lula pela primeira vez.

    Depois fotografei as passeatas pela anistia e tantas outras,
    inclusive a grande manifestação pelas Diretas Já.

    Considero que o povo nas ruas é a arma mais poderosa que temos contra os sucessivos governos ditatoriais que assolam o Brasil e atrasam o desenvolvimento do nosso país. O povo tem o direito sagrado de se manifestar, de lutar por seus direitos e minhas fotos são minha maneira de contribuir com essas lutas.

    Ontem, na Cinelândia, comentei com minha amiga Mariza Almeida , outra fotógrafa, que estamos passando a maior parte de nossas vidas registrando todas essas lutas populares. Nós registramos a história.

    Já fotografei muitas lutas do povo com a polícia e no meu trabalho diário, também já tive que fotografar obras em favelas onde convivi com traficantes armados, como nas obras do PAC no Complexo do Alemão.

    Não sou heroína nem valentona, longe disso. Sou uma mulher pequena e até recentemente, bem magra. Mas sempre soube me desviar de perigos, sempre coloquei meu trabalho acima de tudo e sempre soube, de alguma maneira, me fazer respeitar.

    Ontem, 28 de Abril de 2017, foi diferente. Minha intuição me dizia que as coisas seriam estranhas. Saí de casa levando uma máquina pequena, não levei meu equipamento profissional, que é pesado. Calcei tênis, fui pra Cinelândia com o coração apreensivo.

    Na Cinelândia encontrei um ambiente tranquilo, as pessoas iam chegando carregando faixas com mensagens de protesto, haviam vendedores de cachorro quente, água, pipoqueiros, a Feira do Livro estava funcionando normalmente, as pessoas trouxeram seus filhos, nem parecia uma manifestação política.
    Fui fotografando os manifestantes, suas faixas, encontrei alguns amigos, tudo pacífico. De repente chega um batalhão da Tropa de Choque da PM marchando rápido em frente ao Teatro Municipal. Achei estranho, porque nas últimas manifestações eles ficavam perto dos trilhos do VLT, parados, sem incomodar ninguém, só nos observando.

    Aí dois caveirões descem a Avenida Rio Branco e entraram na Rua Araújo Porto Alegre, contornando o Museu Nacional de Belas Artes.

    O locutor em cima do palco começou a pedir que a PM não jogasse bombas nos manifestantes, começamos a ouvir o barulho de bombas e senti o cheiro acre do gás lacrimogêneo. Vi que algumas pessoas protegiam o rosto com camisetas, alguns colegas fotógrafos se protegiam com máscaras contra gases e com capacetes - o clima ficou pesado.

    As bombas se intensificaram, eram jogadas diretamente contra as pessoas que estavam ali, pacificamente, desarmadas, haviam crianças, bebezinhos, idosos e muitos jovens. Meu instinto me alertou: corre, que isso aqui vai virar um terror.

    Ainda pensei em fotografar a PM e as bombas, mas a bateria da minha máquina estava acabando e senti que era melhor não tentar bancar a heroína, a coisa ia engrossar de um jeito que eu não sabia explicar, senti que uma coisa muito ruim ia acontecer ali.

    Eu e muitas outras pessoas começamos a correr, tentamos entrar no metrô e encontramos a entrada do metrô fechada, com dois guardas do metrô parados na escada, debochando de quem perguntava como poderiam entrar. Eles disseram que a entrada do outro lado da Av. Rio Branco estava aberta, corremos para lá, era mentira. TODAS AS ENTRADAS do metrô tinham sido fechadas, todas.

    Ficou obvio que o metrô do Rio havia combinado com a PM um modo de encurralar a multidão. E foi exatamente o que aconteceu. Rapidamente percebi que estávamos encurralados. As pessoas corriam desesperadas, bombas eram lançadas diretamente sobre o povo, o cheiro do gás era insuportável.
    Gás lacrimogêneo é uma arma química que seca as vias respiratórias e se inalado em grande quantidade, além de afetar os pulmões, afeta os rins.

    Corri pela Rua Pedro Lessa (ao lado do Centro Cultural da Justiça Federal), sai na Avenida Calógeras mas percebi que ali eu não ia conseguir sair do centro, então voltei pela Rua Santa Luzia, sempre correndo junto com muita gente. Fomos em direção ao começo da Rua Mem de Sá, perto da Escola Nacional de Música da UFRJ. Fiz sinal para um ônibus que ia pra Tijuca, ele não parou. Foi sorte minha porque depois eu soube que os PMs perseguiram as pessoas até a Lapa, por onde esse ônibus ia passar.

    Atravessei a rua e eu e um grupo de pessoas conseguimos pegar um ônibus que ia para Copacabana - o motorista, vendo nossa aflição, abriu a porta, graças a Deus. Já dentro do ônibus nós ouvíamos as bombas explodindo e víamos as pessoas correndo desesperadas, indo em direção ao Aterro, sendo perseguidas pela PM na maior covardia.
     
    O trânsito deu um nó, haviam ônibus e carros vindo de todas as direções tentando sair daquela praça de guerra. Nosso motorista conseguiu passar e fomos para a Zona Sul pela Praia do Flamengo.
    Dentro do ônibus as pessoas estavam indignadas, não só com a truculência e a covardia da PM mas também com a reforma trabalhista e da previdência que esse desgoverno Temer quer impor ao povo brasileiro. Muitos falavam alto contra tudo isso, alguns poucos se mantiveram calados.

    Desci em Botafogo, na Voluntários e peguei o metrô para voltar para a Tijuca. O metrô estava lotado, minha garganta estava seca por causa do gás que eu havia inalado. Nas estações do centro do Rio ouvíamos as pessoas na plataforma do metrô gritarem: Fora Temer! Era um clima de guerra.

    Minha amiga Mariza Almeida me mandou uma mensagem dizendo que ela e um grupo de pessoas estavam dentro de um pé sujo na Cinelândia, que tinha abaixado as portas com todo mundo dentro, fugindo da PM e das bombas. Me deu uma aflição no peito, como é que eu ia ajuda-la a sair daquele horror? Mais tarde ela me passou outra mensagem dizendo que tinha conseguido sair, mas que tinha enfrentado muitas bombas até chegar em casa, em Santa Teresa.

    Outro amigo, o Ricardo Lima também me passou mensagem dizendo que ainda estava na Cinelândia, com bombas explodindo em volta dele. Meu Deus...

    Eu estava tão nervosa que nem sentia cansaço, estava tensa demais, fui para a casa de uns amigos para desabafar com eles, relaxar um pouco. Bebi muita água, é uma maneira de limpar o efeito do gás no corpo da gente.

    Aí nós vimos o Jornal da Record. Pra quê. Fiquei furiosa, os jornalistas e os editores daquela merda de jornal deturparam os fatos, mentiram descaradamente dizendo que o povo tinha começado toda a violência quebrando vidraças de bancos e tacando fogo em ônibus! MENTIRA!

    Foi exatamente o contrário, a PM é que foi instruída para jogar bombas no povo desarmado, que estava pacificamente exercendo o direito de se manifestar. Depois das bombas e da truculência da polícia é que um grupo começou a quebrar vidros e a botar fogo nos ônibus.

    E vamos combinar: fica sempre a suspeita de que os que praticam o quebra-quebra e põe fogo em ônibus são agentes infiltrados da própria polícia, para que essa imprensa vendida tenha material para chamar o povo de vândalo, de vagabundos, de bagunceiros.

    Estamos vivendo novamente numa ditadura, desta vez uma ditadura tão perversa quanto todas as outras, mas não é uma ditadura política - é uma ditadura promovida por corporações de grande poderio econômico.

    Infelizmente uma parte da população brasileira, que carrega na mente vestígios do colonialismo e da escravatura, apoia essa ditadura, como apoiaram todas as outras ditaduras no nosso país. Uns agem assim porque são ricos, se julgam de elite. Outros, pobres ou remediados, apoiam o ditador atual por burrice mesmo.

    Estou bem, apesar de sentir dores no corpo e dor de cabeça. Vai passar. Mas a tristeza que sinto por viver de novo uma ditadura no meu país, essa não vai passar jamais.
     
    Vamos continuar lutando porque eu e os quase quarenta milhões de brasileiros que foram às ruas ontem protestar contra Temer e seus asseclas, sabemos que o Brasil merece um presente melhor e um futuro democrático e grandioso para TODOS.


    GREVE GERAL: A VOLTA DA CENTRALIDADE DO TRABALHO


    de MARINGONI

    1. A greve geral desta sexta (28) se constitui, em seu conjunto, em uma das mais expressivas manifestações populares da História do Brasil. A lembrança mais recorrente tem sido compará-la aos movimentos paredistas de 1983 e 1986.

    2. É preciso ajustar a régua. Há uma grande diferença qualitativa. Em 1985, a economia brasileira vivia o ápice da participação da indústria na composição do PIB: 27,5%, porcentagem de país altamente industrializado. Hoje esse número está em torno de 10%.

    3. Isso ensejou, ao longo dessas três décadas, o advento de inúmeras teorias dando conta da perda da centralidade do trabalho na sociedade e, logo, na organização social, em favor de outras pautas relevantes.

    4. Essa é a primeira lição a se tirar do vulcão desatado a partir das ameaças da perda dos direitos trabalhistas e previdenciários: o que toca a vida concreta das pessoas, sua sobrevivência e o mundo da produção é o trabalho. Embora tenhamos importantes agendas laterais, como corrupção e direitos de setores específicos, o que unifica os de baixo e faz tremer os de cima é o trabalho. A classe dominante interveio nessa questão e provocou um curto-circuito que não esperava.

    5. Assim, a efervescência social desatada a partir dos protestos de 15 de março e potencializados dia 31 só tendem a crescer. Mas essa tendência se dá de uma maneira também distinta às chamadas jornadas de junho de 2013. Agora há foco, direção, tática e estratégia. Sua base são os setores organizados e em processo de organização. Não há espontaneísmo.

    6. A marca mais auspiciosa é a inédita unidade de ação entre todas as centrais sindicais e praticamente todos os movimentos sociais. Ao avançar sobre os direitos do trabalho, o governo Temer conseguiu fazer convergir contra si forças que há décadas não se juntavam.

    7. O sentimento de vitória e de que a conjuntura mudou contagia ativistas, lideranças e rompe a bolha da militância de esquerda, fortemente minoritária no país. Mais que a conjuntura, a agenda nacional foi virada de ponta-cabeça: os de baixo podem definir os rumos do país.

    8. O golpe faz água. A aprovação, nesta semana, da reforma trabalhista na Câmara foi um espasmo, apesar dos 296 votos que obteve. Com toda a pressão, chantagem e compra de apoio, a administração federal não tem nenhuma segurança de que aprovará a mãe de todas as reformas, a das aposentadorias, para a qual necessita de quórum qualificado.

    9. Mais do que isso: não há segurança de que mesmo a trabalhista - que pede maioria simples - seja aprovada no Senado. Renan Calheiros abriu clara dissidência, premido por sua necessidade de sobrevivência política e pessoal. Caso não se reeleja em 2018, seu mais provável destino é a cadeia, nas águas da Lava-jato. Sabedor da baixíssima popularidade - 4%! - do governo, o prócer das Alagoas não quer afundar junto com o barco avariado no qual é tripulante.

    10. Nas disputas entre a direita para 2018, um personagem tenta ocupar o centro da cena na base da cotovelada. Trata-se do saltitante João Dória Jr., prefeito de São Paulo. Ele se tornou figura de destaque da greve geral ao buscar matar no peito e desafiar o movimento social. Anunciou a proibição da realização do ato de 1o. de Maio na avenida Paulista, cartão de visitas da cidade. As centrais bancaram o jogo e disseram não arredar o pé de lá.

    11. Para lograr seu objetivo, Dória terá de se armar com um aparato repressivo de proporções exageradas. Embora tudo seja possível e o equilíbrio - como tem ficado claro - não seja o seu forte, é pouco provável que, após o dia 28, obtenha unanimidade entre a direita paulista para bancar a brincadeira. Se recuar, fica desmoralizado. Tem um problema a resolver nas próximas 48 horas. Problema sério.

    12. Assim, o Dia do Trabalhador será o novo desafio do movimento popular. O sabor de vitória parece indicar um inédito patamar de lutas.

    (A partir de conversas com Edson Carneiro Índio e Artur Araújo)

    domingo, abril 30, 2017

    Riotur quer recolocar Paquetá no roteiro do turismo carioca

    Pacata. Ilha tem atraído cariocas interessados em abrir negócios no local Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo

    "Quem visita hoje Paquetá percebe que muitos cariocas estão redescobrindo seu potencial turístico. Nos últimos dois anos, hostels, hospedarias, espaços com roda de samba e pequenos restaurantes com decoração moderninha abriram as portas em antigas casas do bairro, atraindo principalmente turistas de classe média. Endereços que vieram se juntar a um roteiro mais popular, que, segundo o presidente da Associação de Moradores de Paquetá, Alfredo Braga, faz com que a ilha tenha atrações para todos os bolsos."

    leia reportagem de SIMONE CÃNDIDA

    foto GUILHERME PINTO 

    pela cochlea>> Elis Regina - "Como nossos pais" (1976) IN MEMORIAM BELCHIOR




    E hoje eu sei, eu sei que quem me deu a idéia
    De uma nova consciência e juventude
    Está em casa guardado por Deus
    Contando seus metais

    Minha dor é perceber
    Que apesar de termos feito
    Tudo, tudo, tudo, tudo o que fizemos
    Ainda somos os mesmos e vivemos
    Ainda somos os mesmos e vivemos
    Ainda somos os mesmos e vivemos

    Como nossos pais!

    Belchior


    Belchior comprou para mim o meu primeiro aparelho de videocassete.

    Fui uma das primeiras pessoas no Brasil a ter um VCR. Lá fora ainda era uma novidade recém-lançada. Belchior estava em Miami e me trouxe o caixotão, enorme, que abriria universos de imagens, de sons, de histórias. 

    Belchior coordenava comigo o projeto da série de discos Musica Independente a ser lançado pelo Pasquim, com o Jaguar. Tinha sido dele inclusive a idéia de dar continuidade, de maneira atualizada, aos celébres Discos de Bolso do Pasquim anos 70.

    Muitos encontros e muitos papos escutando músicas, discutindo nomes, desenterrando fitas de talentos novos, etc. (Mais sobre este projeto em outro post).

    As pessoas se juntavam na minha casa para assistirmos às poucas fitas que eu conseguia importar. Poder parar o filme e voltar cenas era um barato. Analisar gesto por gesto e dar zoom em detalhes, também. 

    Finalmente abriu uma locadora de videos no Rio: a VCN (Video Clube Nacional) alguém se lembra? Eu morava no Alto da Boa Vista e despencava até o final de Ipanema, constantemente, para trocar os filmes. Tinha um catálogo impresso com o acervo e os amigos se revezavam fazendo suas escolhas.

    Com o tempo, surgiram outras poucas locadoras, o mercado nacional não estava regularizado e tudo funcionava de uma forma meio clandestina. De vez em quando cismavam de fechar ou multar os estabelecimentos. Principalmente quando se começou a produzir videos no Brasil, cujas opções eram poucas e comerciais. No verão a VCN ficou fechada por dois meses. O filme que eu tinha retirado era Dumbo. Ficamos dois meses vendo elefantes cor de rosa em desfile.

    PELA COCHLEA>> Belchior - À palo seco - IN MEMORIAM



    Se você vier me perguntar por onde andei
    No tempo em que você sonhava
    De olhos abertos, lhe direi:
    Amigo, eu me desesperava
    Sei que assim falando pensas
    Que esse desespero é moda em 76
    Mas ando mesmo descontente
    Desesperadamente eu grito em português

    Tenho vinte e cinco anos
    De sonho e de sangue
    E de América do Sul
    Por força deste destino
    Um tango argentino
    Me vai bem melhor que um blues
    Sei que assim falando pensas
    Que esse desespero é moda em 76
    E eu quero é que esse canto torto
    Feito faca, corte a carne de vocês

    Avaliação da greve (1)





    (Belém, PA) 
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    pela cochlea>> Iara Rennó "Sonâmbula"

    Temer diz que greve fracassou





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