A violencia é o objetivo do bolsonarismo
"Bolsonaro manifesta seu desdém pela vida humana nas
chacinas promovidas por po-
liciais (inclusive, agora, com
o concurso da PRF), elogia a
matança e desfaz dos mortos. Dessa for-
ma, dá à execução sumária de suspeitos
(ou de quem estiver no caminho) a chan-
cela de uma política de governo. Durante
a pandemia da Covid-19 se tornaram cé-
lebres as declarações ultrajantes dadas
por ele acerca dos mortos (“e daí”, “não
sou coveiro”, “todo mundo morre um
dia”). Não foi diferente sua postura dian-
te de desastres naturais, como as inunda-
ções que vitimaram centenas de morado-
res na Bahia e em Minas Gerais no início
de 2022, enquanto o presidente despre-
ocupadamente se divertia à beira-mar.
Se tal desprezo se dá em relação à vi-
da de cidadãos comuns, o que não dizer
de adversários – isto é, de inimigos – po-
líticos? Nuns casos, o presidente não se
importa, noutros, o presidente estimula.
A violência não é só um instrumento
de que se serve o bolsonarismo, ela é tam-
bém seu objetivo. Mais do que isso, a vio-
lência, ritualizada e prática, define o que
o bolsonarismo é: um movimento tanatocrático."