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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    sábado, julho 01, 2023

    Betsy Legg "Betsy" 1971 *Reason To Believe* (Tim Hardin)

    If I listened long enough to you,
    I'd find a way to believe that it's all true.
    Knowing that you lied, straight-faced, while I cried,
    Still I'd look to find a reason to believe

     

    Alan Arkin soube se reinventar ao escolher papéis estratégicos

      Morre Alan Arkin: Relembre papéis marcantes do ator morto aos 89

     

    ]Alan Arkin soube se reinventar ao escolher papéis estratégicos

    Of Songs and Stories: What Bruce Springsteen Learned From Flannery O’Connor

     

     "O’Connor’s stories didn’t hinge on redemption. Among her most lasting images is that of the traveling salesman’s Bible in the story “Good Country People,” a book hollowed out and containing a bottle of booze, some condoms, and a deck of cards with naked women on them. Just when you think it’s one thing, the Good Book, it becomes another. The grandmother in “A Good Man Is Hard to Find” comes into her moment of grace, a word O’Connor liked, only as the killer on the loose, the Misfit, holds a gun in her face. In that instant, late in the story, she sees his humanity as it’s bound up with her own… and then she’s dead. “‘She would of been a good woman,’ The Misfit said, ‘if it had been somebody there to shoot her every minute of her life.’” In Flannery O’Connor’s words, she was after those moments when she could reveal “the action of grace in territory held largely by the devil.”"

    read article by Warren Zanes

    Of Songs and Stories: What Bruce Springsteen Learned From Flannery O’Connor ‹ Literary Hub

    Jadsa - Raio de Sol (feat. Ana Frango Elétrico e Kiko Dinucci)



    De baixo do raio de solJogada na areia
    Sua pele vestia marromBrilhante sereia
    De baixo do raio de luzLuz ultrasalítrica
    Banhada de refri' e de salA Coca bronzeia

    Mãozinha na porta do hospital | The Hand in front of hospital


     

    A implosão do bolsonarismo


    JOTA CAMELO

     

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    Grande Dia!

     
     
     


    BRUM
     

     

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    Rosa Pasos Quartet - Samba Sem Você (Maziotti)



    Tanto azul no céu de abrilTantas flores no jardimE eu sofrendo desse frioDe você longe de mimDe uma cerca no quintalVem um cheiro de jasmimEu detesto esse perfumeSem você perto de mim

    Perry Mason, o melhor advogado do mundo

     

    "Perry Mason, criação de Erle Sanley Gardner (1889-1970), é o advogado-detetive. Certamente não é o primeiro desse tipo, mas é o que de forma mais consistente transformou o tribunal do júri, com sua platéia, no palco-de-teatro que ele sempre tendeu a ser. Ali a verdade é revelada: sempre de forma melodramática e cheia de suspense, de surpresas, de reviravoltas.

    Se o palco de Hercule Poirot e Ellery Queen era a clássica cena final da “reunião dos suspeitos”, Gardner transpôs esse ritual revelatório para o tribunal do júri. E com o ingrediente adicional do conflito, porque Perry Mason não precisa apenas desmascarar o criminoso, mas impor sua narrativa, diante de uma platéia tensa e indecisa, sobre a narrativa de um promotor hostil (o eternamente desafortunado Hamilton Burger).
    "

    leia artigo de Braulio Tavares

    O escorpião desnaturado

     


    Cormac McCarthy shaped a generation of writers like me — even when we didn’t admit it

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    "But something even more powerful was at work as I read, something harder to make sense of, let alone characterize: At the time I thought of it — always in italics — as the sound. Intuitively, on the margins of my consciousness, I came to understand: The sound was the thing. It set the mood, it lit the world, it kept everything in motion. This second lesson was, if possible, even more pivotal than the first: Never mind your plot outline, your carefully thought-out themes, your take on human nature. Forget your own name if you have to. It may take years, it may be agony — but find the sound. That’s all you need. The rest of it will follow."

     READ THE ARTICLE BY JOHN WRAY

    sexta-feira, junho 30, 2023

    Abrir só em 2030

     

     DASSILVA

     

     

     
     
    IOTTI



    MOA

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    Paralamas do Sucesso - Fui Eu

     

    Há algo errado no paraíso
    É muito mais que contradição
    Sou eu caindo num precipício
    Você passando num avião
    Você olhou, fez que não me viu
    Foi como se eu não estivesse ali
    Desligou a luz, deitou, dormiu
    Nem pensou em se divertir

    How Europe’s far right is marching steadily into the mainstream

     

     Giorgia Meloni.

    "Almost 25 years ago, when Jörg Haider’s far-right populist Freedom party (FPÖ) won just under 27% of the vote and entered government in Austria, the shock waves reverberated around Europe. Diplomatic visits were cancelled and punitive measures imposed.

    Not long after, when Jean-Marie Le Pen of France’s National Front (now National Rally or RN) reached the presidential runoff, the eventual winner, Jacques Chirac, refused even to debate with the far-right leader, so abhorrent – and abnormal – were his views.

    But now across western Europe, far-right parties are advancing: climbing steadily up the polls, shaping the policies of the mainstream right to reflect nativist and populist platforms, and occupying select ministerial roles in coalition governments."


    read report by JON HENLEY

    How Europe’s far right is marching steadily into the mainstream | The far right | The Guardian:

    5 coisas pra gente pensar diante dessa situação toda dos bilionários que ficaram presos no fundo do mar após usar um tubo metálico gigante como submarino


    JOAO LUIS JR

    Acima de uma certa faixa de renda o cérebro humano começa a funcionar de maneiras esquisitas: Imagine que você tenha acesso, neste momento, a um milhão e meio de reais. Sim, um milhão e meio de reais, limpo, líquido, ali de bobeira na sua mão, pra tu usar como quiser, sem julgamento algum, sem se preocupar com as leis dos homens – só valem pra quem tem baixa renda – e nem com as leis de deus – isso aí tu resolve depois. O que você faria?

    Baixíssimas são as chances de que a sua resposta seja “gastaria tudo numa viagem submarina dentro de um veículo improvisado para ver os restos do Titanic”, e isso provavelmente se deve ao fato de que a mente de um ser humano normal, com contas pra pagar, trabalho por fazer e banheiro pra lavar durante mês frio, opera de maneira totalmente diferente da cabeça de um bilionário, que no geral não trabalha, tem acesso a absolutamente qualquer coisa que deseja e praticamente não tem mais nenhuma referência de como o mundo real funciona.

    E isso explica, em grande parte, o sentimento de invulnerabilidade necessário para se enfiar dentro de uma manilha de metal feita com partes reaproveitadas e controlada por um joystick de videogame e pensar “vai dar nada” e a segurança financeira necessária para estar disposto a pagar por isso.

    Bilionários realmente não são mais espertos que a gente: Nós já falamos aqui, o Elon Musk vem provando toda semana no Twitter e um bilionário britânico foi até o fundo do mar para nos lembrar que a grande diferença intelectual entre um bilionário e um não-bilionário quase sempre é apenas os bilhões.

    A empresa do bilionário não precisa ser mais bem administrada do que a pastelaria do Seu Neca, já que o bilionário pode sonegar impostos e mudar leis, coisa que o Seu Neca não consegue. O bilionário não precisa ser especialmente criativo, já que ele pode apenas comprar ou roubar ideias de pessoas que são. O bilionário não precisa nem mesmo fazer investimentos exatamente inteligentes, já que muitas vezes o dinheiro dele é tão importante que o próprio governo oferece ajuda se ele quebrar.

    Isso porque o simples fato de ter bilhões, tenham eles sido obtidos da maneira que for, cria uma verdadeira redoma de proteção em torno da pessoa, fazendo com que pra que algo realmente ruim aconteça com ela seja necessário um esforço praticamente sobre-humano, envolvendo alguma atitude tão extrema como, sei lá, se enfiar dentro de uma manilha de metal feita com partes reaproveitadas e controlada por um joystick de videogame.

    Liberalismo pode sim colocar vidas em risco: Ninguém aqui vai negar que é gostoso demais reclamar do governo. Você paga aquela DARF e fala que imposto é roubo, você vê aquele lance de quanto custaria a gasolina sem as taxas e por 15 minutos vira anarquista, você tenta quebrar um côco no play do seu prédio, as pessoas acham que é tiro, você quase é detido e cada vez mais defende o fim da polícia como ela existe hoje em dia.

    Mas ainda assim existem diversas coisas em que algum nível de autoridade central se mostra essencial, e uma delas é o controle de qualidade dos diversos produtos. Por mais que pareça inofensiva a ideia de cada um poder fabricar seu próprio chocolate, colocar pra vender e foda-se, ou fabricar seu próprio submarino, meter na água e foda-se, é um mínimo de controle e fiscalização que impede que, por exemplo, seu chocolate seja 70% cacau mas 20% cal e 10% inseto moído ou que o submarino em que você pagou pra passear não seja refém de absolutamente nenhuma norma técnica e atinja 3 mil metros de profundidade mesmo tendo rejunte feito de maisena, lataria de Chevette Junior e só abrindo pelo lado de fora.

    Evite viagens em veículos controlados por um joystick Logitech que você conseguiria comprar na Uruguaiana: Imagine que você esperou 40 minutos no ponto de ônibus, chegou o 470C, Taquara x Central, abriu a porta, você subiu, o motorista estava controlando o ônibus usando um joystick que você reconheceu como sendo daquele Polystation que tu recebeu em 2003 quando tinha pedido um Playstation 2 de aniversário e aí ele falou “confia que o pai tá chave nessa”. Tu desceria, não é? Agora imagine se fosse um ponto de submarino. 

    CONFORME SOLICITADO

    https://conformesolicitado.substack.com/i/129975388/coisas-pra-gente-pensar-diante-dessa-situacao-toda-dos-bilionarios-que-ficaram-presos-no-fundo-do-mar-apos-usar-um-tubo-metalico-gigante-como-submarino

     


     

    Henry Thomas - Going Up The Country (1928)

    Nino Rota: I Clowns - Suite

    quinta-feira, junho 29, 2023


     

    Crosby, Stills, Nash & Young - Carry On (by EarpJohn)

     

    One morning I woke upAnd I knew (that you were gone)A new day, a new wayI knew I (should see it along)

    Go your wayI'll go mineAnd carry on

    quarta-feira, junho 28, 2023

    Drepredado

    AROEIRA




    JORGE O MAU
     

    GALVÃO



     

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    The Prigozhin Mutiny Is a Lesson in the Folly of War

     

     

    "A senior NATO official likewise told the outlet that the country’s massive nuclear stockpile means that “we don’t want a Russia that is too weak” or “a failed state.” At G7 talks, while members discussed the possible disastrous scenarios ahead, officials stated that “we are not in the business of regime change,” that “the message to those getting carried away is that nobody wins from civil war in Russia,” and that someone more hardline than Putin could take power in Russia, with one concluding that “we are not in agreement on the outcomes of what will happen if Ukraine wins this war and what that will do to Russia.” Since the weekend, US intelligence analysts, officials, and commentators all registered alarm at the Russian nuclear arsenal falling under the control of rogue actors or extremists, including some who had just days earlier appeared to cheer the coup on."
     
    read more

     The Prigozhin Mutiny Is a Lesson in the Folly of War

    Yuval Noah Harari argues that AI has hacked the operating system of human civilisation

     

     

    Storytelling computers will change the course of human history, says the historian and philosopher

     

    "Through its mastery of language, AI could even form intimate relationships with people, and use the power of intimacy to change our opinions and worldviews. Although there is no indication that AI has any consciousness or feelings of its own, to foster fake intimacy with humans it is enough if the AI can make them feel emotionally attached to it. In June 2022 Blake Lemoine, a Google engineer, publicly claimed that the AI chatbot LaMDA, on which he was working, had become sentient. The controversial claim cost him his job. The most interesting thing about this episode was not Mr Lemoine’s claim, which was probably false. Rather, it was his willingness to risk his lucrative job for the sake of the AI chatbot. If AI can influence people to risk their jobs for it, what else could it induce them to do?

    In a political battle for minds and hearts, intimacy is the most efficient weapon, and AI has just gained the ability to mass-produce intimate relationships with millions of people. We all know that over the past decade social media has become a battleground for controlling human attention. With the new generation of AI, the battlefront is shifting from attention to intimacy. What will happen to human society and human psychology as AI fights AI in a battle to fake intimate relationships with us, which can then be used to convince us to vote for particular politicians or buy particular products?"

     READ STATEMENT BY YUVAL NOAH HARIRI

     

    Afinal, o que querem do governo Lula?

     

     

    Gabriel Trigueiro

    Assisto à Thaís Oyama, colunista do UOL, em vídeo sobre uma fala recente do Lula, na qual o presidente argumenta que “tem lado”, e que governa “para os pobres”. O vídeo da colunista é uma sucessão de equívocos, mas vou me ater aqui somente aos dois erros principais. 

    Em primeiro lugar, há uma forçação de barra tremenda, para não dizer má-fé explícita, em caracterizar a fala do presidente como uma demonstração de polarização ou de radicalização do discurso público. 

    Veja, quando você assiste ao discurso, fica claro que não é que Lula tenha dito que vai governar apenas para a militância do PT, apenas para a esquerda ou apenas para quem tem uma tatuagem com a cara do Karl Marx, em estilo old school, do lado esquerdo da bunda. Não, o sujeito só pontua que, embora seu governo seja para todos, a ênfase é na assistência aos mais vulneráveis.

    Mas, por algum motivo que me escapa, para Thaís Oyama isso soa como uma declaração quase stalinista de que o governo deseja coletivizar os meios de produção e enviar os inimigos políticos para um gulag em Osasco, sei lá eu.

    Em segundo lugar, há aquela velha ideia equivocada, mas que de tanto que é repetida à exaustão a essa altura já ganhou ares de verdade, de que Lula ganhou “por uma margem apertada” do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

    Assim, de fato Lula ganhou com uma margem de apenas 1,8% dos votos válidos. Mas esse, é claro, é um número que não tem valor absoluto, mas apenas relativo. O contexto geral importa, caraio.

    Esse 1,8% tem que ser interpretado levando-se em consideração que, por um lado, não apenas Lula, mas também o PT, foram submetidos a uma máquina de assassinato de reputações como jamais se viu, e desproporcional à cobertura midiática que outros partidos e agentes políticos muito mais corruptos e envolvidos em terrenos moralmente muito mais pantanosos jamais tiveram. 

    Por outro lado, não pode ser tratado como um dado irrelevante, ou secundário, o fato de que Jair Bolsonaro tenha sido o primeiro presidente da república, desde que foi instituído o mecanismo da reeleição, a não conseguir se reeleger — a despeito da quantidade obscena de crimes eleitorais e de responsabilidade cometidos, sobretudo durante a reta final da campanha.

    O fato de que Jair tenha sido incompetente nesse nível, o fato de que, mesmo com a máquina na mão e diante de um antagonista sem a simpatia do empresariado e da grande imprensa, tenha perdido uma eleição, bicho, essa é a notícia. Esse é o sujeito mordendo o cachorro. 

    A verdade é a de que a diferença de 1,8%, considerando, é claro, a assimetria da correlação de forças dos agentes políticos, foi um baita resultado para Lula e um péssimo resultado para Bolsonaro

    O papo de “margem estreita” só faz sentido se você for 1) da ala derrotista da esquerda (cada vez mais em expansão, infelizmente); 2) de direita ou 3) bom de matemática, mas ruim de interpretação.

     CONFORME SOLICITADO
    https://conformesolicitado.substack.com/i/128011049/afinal-o-que-querem-do-governo-lula


     

    Althea & Donna--Upton Top Ranking



    See me 'pon de road, I 'earin' you call out to meTrue you see me in m'pants and tingSee me in me 'alter backSey me gi' you 'eart attackGimme little bass, make m'wine up m'waistUptown top ranking

    terça-feira, junho 27, 2023

     


    Fiona Apple - Relay



    Evil is a relay sportWhen the one who's burntTurns to pass the torch

    segunda-feira, junho 26, 2023

    Suzanne Vega - Luka (Close-Up Vol.2)



    They only hit until you cry
    After that, you don't ask why
    You just don't argue anymore
    You just don't argue anymore

    Quem são e como são treinados os terapeutas psicodélicos no Brasil

     

     

     "

     Até há pouco tempo, não se
    ouvia falar em psicodéli-
    cos fora de determinados
    círculos ou contextos, ha-
    via uma capa de silêncio e
    tabu que envolvia o tema. Esse tempo fi-
    cou para trás e o assunto se tornou
    mainstream no mundo. A velocidade com
    que os psicodélicos invadiram da mídia
    às rodas de conversa, por meio de livros,
    séries e estudos nas universidades, faz
    com que um número enorme e inédito de
    cidadãos esteja interessado em tratar pa-
    tologias mentais com essas ferramentas.
    Nem todas, infelizmente, conseguem de
    fato ser tratadas.

     
    Um dos motivos é a legislação, ainda
    muito restrita no Brasil, e o outro, o enor-
    me gargalo na oferta de profissionais trei-
    nados e preparados para atender a uma
    demanda tão nova quanto avalassadora."

    LEIA REPORTAGEM DE ANITA KREPP

     

    Fontaines D.C. cover The Jesus And Mary Chain's Darklands



    Go to the placeWhere the darklands areAnd I awake from dreamsTo a scary world of screamsAnd heaven I thinkIs too close to hell

    Americanas, eufemismo à fraude


     

    O Pix de Deltan, o Moisés de Curitiba

    Deputado Daltan Dallagnol diz que perdeu o mandato por combater a corrupção, em pronunciamento acompanhado de deputados da oposição pronunciamento no Salão Verde da Câmara; TSE foi unânime ao cassar o mandato por entender que Dallagnol se demitiu do Ministério Público para evitar punição em processo interno

     KAKAY

    Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.
    –Mateus 6:24

    Ao longo da vida, vivenciei muitos casos do que chamo de “vergonha alheia” –quando você presencia uma cena na qual determinada pessoa faz algo muito ridículo. O constrangimento é tanto que a gente tende a sentir profunda pena e vergonha. Nesta semana, o ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) gravou uma das mensagens mais embaraçosas que eu já vi: uma conversa com Deus em que responde a ele mesmo em nome do Senhor Deus. Ele tem essa mania de conversar com ele mesmo de uma maneira, em regra, ininteligível. Mas, dessa vez, ele, despudoradamente, incorporou o próprio Deus para travar bisonhos diálogos. E Deus, sim, ele próprio, o Criador, dirige-se a Deltan e diz: “Oh, Deltan, siga avante. Eu estou cuidando de você… Há muito tempo eu dei a Moisés a direção para ele sair do Egito”. Pasmem, é isso mesmo: ele incorpora Deus para responder às perguntas que ele faz! Jogando, claro, para seus seguidores.

    No início, surpreso, imaginei que fosse a confirmação de algo que suspeito desde os tempos em que ele era apontado como o suposto chefe da força-tarefa de Curitiba: ele sofre com profundas e sérias dificuldades de cognição e, talvez, até de alguma questão médica ao arrotar tanta arrogância e prepotência. As posturas de dono da verdade e de certa infantilidade, que sempre o caracterizaram, dão sinais de um distanciamento da realidade. E convenhamos que isso em um procurador da República significa algo absolutamente perigoso, dado o poder que o Ministério Público angariou depois da Constituição de 1988. Uma prova eloquente do que falo é o famoso PowerPoint, no qual o ex-deputado fez uma viagem quase alucinógena. Uma vergonha apresentada com uma empáfia e um orgulho que desnudaram o caráter de quem detinha tanto poder midiático. Ele foi, inclusive, condenado por esse abuso.

    Dei-me ao trabalho de ver uma 2ª vez o vídeo e pude constatar que não cabe falar em vergonha alheia no caso concreto. É tudo meticulosamente planejado. Esse cidadão visa àquilo que demonstrou mais amar na vida: ganhar dinheiro com os incautos! Depois de uma mensagem extremamente bizarra, em que ele conversa com Deus e Deus o responde, sobrevoando os céus de Brasília, ele revela seu verdadeiro objetivo: pedir contribuição financeira! É o Deus Pix!

    A propósito de ganhar dinheiro, ele mostra, na tela do celular, as centenas de mensagens que já recebeu com transferências que o auxiliam a pagar uma punição por ter desviado dinheiro público. E seu semblante muda completamente quando ele mostra os valores caindo na conta dele. É exatamente isso: um ex-procurador assume seu lado de “pastor” e conclama os fiéis a pagarem em seu nome o que desviou dos cofres públicos, conforme reconheceu o TCU. Seria cômico, se não fosse trágico. O uso ostensivo da malandragem e da boa-fé das ovelhas que o seguem, ao que parece, sem nenhum critério ético. Ele está condenado por mau uso do dinheiro do povo. E, certamente, vai arrecadar muito mais do que desviou do erário. Ainda vai lucrar com seu crime. É frustrante. Remeto-me a Mia Couto, em seu poema “Versos do prisioneiro“:

    Deixei de rezar

    Nas paredes

    rabiscadas de obscenidades

    nenhum santo me escuta.

    Deus vive só

    e eu sou o único

    que toca a sua infinita lágrima.

    Deixei de rezar.

    Deus está numa outra prisão.”

    E, como se não bastasse, ele se compara a Moisés! Na mensagem, percebendo que até o ridículo deve ter certo limite, e que, afinal, ele estaria falando com o próprio Deus, ele, depois de citar Moisés, faz uma postura de falsa humildade e tenta parecer humano. Parece que já temos uma definição clara do que fará o ex-procurador enquanto espera a sua inexorável condenação criminal: dirá que é um enviado dos céus e seguirá pregando para os seus fiéis.

    É interessante notar que a sua condenação unânime pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que o levou a perder o mandato e os direitos políticos, deu-se pela sua postura de burlar as normas. De tentar fugir de uma série de procedimentos investigativos dando um drible na lei. Essa parece ser, lamentavelmente a postura de vida do futuro “pastor”. Ajudou a fundar a República de Curitiba, em coautoria com o futuro ex-senador, e coordenou, com forte apoio midiático, a maior fraude ao sistema de Justiça já vista.

    Para quem fraudou a lei, no entendimento do Poder Judiciário, visando a fugir de suas responsabilidades, ludibriar agora os incautos seguidores, será uma barbada. Mas, no fundo, esse episódio revela aquilo que desde o início nós alertávamos: o fim último da turma de Curitiba é mesmo a ganância e o deslumbramento pelo poder e pelo dinheiro. A cena desse “pastor” mostrando os inúmeros comprovantes de depósito na sua conta dá engulhos. Dá nojo. Só não causa pena e vergonha alheia porque ele não merece. Mas nos leva à frase do grande Nelson Rodrigues: “Por trás de todo paladino da moral, vive um canalha“.

    PODER 360

     

    Infancia em Paquetá


     

    TIGANÁ SANTANA = Disu Ye Mvula

    domingo, junho 25, 2023


     

    The criminal legacy of Harvard

     

    Jeffrey St Clair 

    For some reason, I’d always thought of Enrico Fermi as one of the more humane of the mad scientists working on the military application of splitting atoms. Then I read Fermi proposed that instead of building a bomb, the Manhattan project physicists should concentrate on amassing as much radioactive material as possible and using it to poison the food supply of Nazi Germany. This, like so many other mad schemes, appealed to Edward Teller who promptly worked out a plan to separate piles of Strontium-90. In the end, Oppenheimer rejected the scheme–not because it might end up irradiating half of Europe for the next 1000 years but because wouldn’t kill enough German soldiers. Oppenheimer wrote to Fermi: “I think we should not attempt a plan unless we can poison food enough to kill a half a million men.” May, 1943.

    + When we think about the criminal legacy of Harvard, high on the list should be the fact that the first person to recommend targeting civilians with atomic weapons was Harvard’s president James B. Conant, who during a May 1945 meeting of Truman’s Interim Committee, rejected pleas from scientists like Leo Szilard that representatives from the Japanese government, who were looking for ways to end the war, be invited to see a test shot of the A bomb. Instead Conant insisted that the bomb should be dropped without warning on an industrial target, which “employed a large number of workers and [was] closely surrounded by workers’ houses.” It was Conant’s argument that persuaded Defense Secretary Henry Stimson to put Hiroshima and Nagasaki on the target list.

    The Strokes - Why Are Sundays So Depressing



    I sing a song, I paint a picture
    My baby's gone, but I don't miss her
    Like a swan, I don't miss swimming
    All my friends left, and they don't miss me

    FRONTEIRAS

     

    Dorrit Harazim -

    Mais uma semana de emoções compartilhadas. Desta vez, beirando as fronteiras da razão e da inovação. Mundo afora, quem desconhecia a diferença entre submarino e submersível, explosão e implosão, turismo extremo e risco calculado aprendeu o essencial com o sumiço da cápsula Titan nas profundezas do Atlântico. Nada a acrescentar aqui. Imaginar a agonia dos cinco tripulantes encapsulados até a morte é o bastante.

    Foi na busca de obras de referência on-line sobre turismo extremo que acabei pousando, sem querer, em tema completamente alheio a arrojos marítimos. Coisas da internet — você nunca sabe onde vai parar. Valeu a pena — a Exposição Mundial sediada pela Bélgica quase 130 anos atrás tem mais a ver com o Brasil de hoje do que a malfadada expedição da empresa OceanGate. (Exceção feita à agência do ex-ministro bolsonarista de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, atual senador pelo PL, que anunciava pacotes aos destroços do Titanic até ocorrer a tragédia desta semana.)

    Bruxelas, a capital belga, se engalanara para receber os 27 países participantes da Feira Internacional de 1897. O anfitrião à época, rei Leopoldo II, tinha um propósito específico ao hospedar o evento: atrair investidores e convencer a população belga da importância de manter a imensidão e a riqueza do Congo sob seus domínios. Para isso, um antigo pavilhão art nouveau do príncipe de Orange situado em Tervuren, a 10 km da capital, foi transformado em Palácio Colonial e abrigou artefatos geológicos, animais da fauna africana, produtos e o objetos trazidos do Congo. Modernidades não faltaram, inclusive um monotrilho capaz de atingir 150 km de velocidade!

    Nada, porém, arrebatava tanto os visitantes quanto as três “aldeias nativas” montadas em Tervuren. Dentro desses espaços cercados, de terra batida e choupanas típicas das etnias bangala e mayombe, 267 homens, mulheres e crianças trazidos à força do Congo tinham por tarefa reproduzir seus hábitos e costumes perante uma plateia que chegou a 40 mil curiosos por dia. Numa quarta “aldeia”— esta não cercada —, um abade de Flandres demonstrava como “educar” e “civilizar” jovens africanos.

    A feira permaneceu aberta por seis meses, o que incluiu o início do inverno europeu. Dos seis congoleses que morreram em Tervuren como atração turística, nem se sabem os nomes completos. Tampouco puderam ser retornados às raízes — acabaram enterrados naquela terra estrangeira em local reservado a adúlteras e suicidas. Foi somente em meados do século passado que tiveram direito a lápides.

    A Bélgica, como se sabe, não foi exceção entre os países europeus da época a cultuar o “exótico”, o “outro”. Da França à Suíça, da Espanha à Alemanha, Reino Unido, Holanda ou Itália, zoológicos humanos foram atrações consagradas desde o início do século XIX. Mas poucos países colonialistas mantiveram a prática por tanto tempo quanto a Bélgica. Ainda em 1958, com as guerras de independência na África já assoprando seu cangote, o então rei Balduíno também inaugurou uma “aldeia congolesa”, com mais de 600 “nativos” trazidos d’além-mar. À noite eram transferidos para um centro de acolhimento. A bebê de 8 meses que morrera de causa desconhecida durante a feira desta vez teve direito a enterro no cemitério de Tervuren, com nome completo e uma placa de mármore: “Juste Bonaventure Langa, Exposition Universelle 1958/Congo pense à toi”.

    De lá para cá, o Congo da bebê Juste se esfacelou várias vezes, o Palácio Colonial do inglório Leopoldo II virou museu permanente do Congo e hoje está rebatizado de AfricaMuseum. Ali se encontra a narrativa detalhada desse passado. Passado? Em evento organizado em 2002 na comuna francófona de Yvoir, um grupo de pigmeus de Camarões foi convidado a se apresentar na Praça da Floresta, onde animais costumam ser expostos e examinados pelos moradores da região.

    Animalização e desumanização da pele negra — disso o Brasil entende. Aqui o espetáculo é diário, mal chama a atenção. Vez por outra sai dos trilhos, como na oferta de um Simulador da Escravidão até recentemente disponível na PlayStore, do Google. Ou na cena que expôs o “homem amarrado” pelos pés e pelas mãos, apesar de já algemado pela PM de São Paulo. A imagem evocava um animal para abate. Mesmo assim, a juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli não viu “elementos que permitam concluir ter havido tortura ou maus-tratos, ou ainda descumprimento dos direitos constitucionais assegurados ao preso”.

    Ou ainda na exposição do deputado negro Renato Freitas (PT-PR), escolhido a dedo — “de forma aleatória”, segundo a Polícia Federal — para ser escoltado perante os demais passageiros de um voo Foz do Iguaçu-Londrina. A revista a que foi submetido nada encontrou. Ou ainda na horrenda constatação de uma mãe, militante negra: sua menina de 5 anos ganhara uma banana de um coleguinha pré-escolar. Ou ainda....

    Essas, sim, são fronteiras de animalização e desumanização que o Brasil precisa conquistar para formar uma sociedade. Deixemos as profundezas do mar aos aventureiros individuais.

     O GLOBO 


    ilustração de MARCELO

     

     

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