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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    sexta-feira, junho 24, 2022

    Hoje | Today


     

    "Lava Jato foi uma grande encenação", diz cineasta

     Sergio Moro em cena do documentário "Amigo Secreto"

     "O filme tenta levar o público a refletir sobre as consequências da Lava Jato no presente, as consequências que a gente está vivendo nos últimos quatro anos a partir desse instrumento que foi usado na Lava Jato. É importante olhar a questão das violações, das arbitrariedades, e o prejuízo que representou não só para a classe política, mas para a economia. O prejuízo foi infinitamente maior para a economia brasileira, em termos de desemprego, de empresas fechando, sendo destruídas e tendo que pagar multas bilionárias no exterior, como a Odebrecht e a Petrobras. Tudo isso é uma consequência da Lava Jato, que atingiu o país, a Petrobras e a sociedade brasileira no coração. Essa destruição certamente serviu a interesses que não os nossos.

    leia entrevista de MARIA AUGUSTA RAMOS
    para JOÃO PEDRO SOARES

    "Lava Jato foi uma grande encenação", diz cineasta – DW – 15/06/2022:

    estupro gravidez aborto



    GILMAR
     

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    Fechei a porta - Jamelão


     
    Eu não quero mais amar
    Pra não sofrer ingratidão
    Depois do que eu passei
    Fechei a porta do meu coração

    Curls - Golden Gate

    I Believe in Ewe

     


    By Ben Passmore



    quinta-feira, junho 23, 2022

     

    Untitled

    Quem é o autor da bandeira 'Criança não é Mãe'

     

    Quem é o autor da bandeira 'Criança não é Mãe' que viralizou nas redes em apoio à menina que teve aborto negado


    Por Ruan de Sousa Gabriel 

    Na manhã desta quarta-feira (22), enquanto tomava seu café, o ilustrador paulista Cristiano Siqueira leu sobre a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por suspeitas de corrupção e tráfico de influência. Àquela hora, já começavam os pedidos para que ele fizesse arte com a notícia. E ele fez. Compartilhou em suas redes sociais uma charge que mostra o presidente Jair Bolsonaro com os dentes cerrados de raiva e o rosto em chamas. Em março, quando apareceram as primeiras suspeitas contra o ex-ministro, Bolsonaro o defendera: “Eu boto a minha cara no fogo pelo Milton, a minha cara toda”. Até o início da tarde, a charge já acumulava mais de três mil curtidas no Instagram.

    O trabalho de Siqueira tem viralizado cada vez mais. Nesta terça (21), duas bandeiras do Brasil desenhadas por ele em protesto contra o caso da menina de 10 anos, vítima de um estupro, impedida de abortar por uma juíza catarinense, tomaram a internet. Uma delas trocava o verde pelo cor-de-rosa e substituía o lema “Ordem e progresso” por “Criança não é mãe”. A outra era azul e dizia: “Estuprador não é pai”. As bandeiras recuperavam hashtags usadas nas redes sociais e foram compartilhadas por famosos como Taís Araújo, Daniela Mercury e Angélica. Siqueira contou ao GLOBO que mal conseguiu ler a reportagem dos portais Catarinas e The Intercept Brasil que denuncia a situação da menina. O caso, no entanto, não lhe saía da cabeça. Decidiu, então, desenhar as bandeiras.

    Charge do presidente Jair Bolsonaro com o rosto em chamas. Ele disse que colocaria "a cara no fogo" por ministro preso por suspeita de corrupção — Foto: Cristiano Siqueira

    Siqueira quer que seu trabalho ajude mobilizar as redes em defesa de determinadas causas. Quando vê que nenhuma hashtag foi capaz de fazer barulho suficiente, ele arrisca uma ilustração. Na semana passada, compartilhou um card que pedia “Justiça por Dom e Bruno” após a confirmação do assassinato do jornalista e do indigenista na Amazônia. Viralizou. — Sempre fico de olho nas notícias e aparecem algumas pautas nas quais não consigo parar de pensar. Então, uso meu trabalho, que é a ilustração, para me manifestar — explica. — Às vezes, as pessoas me pedem para desenhar alguma coisa que ajude a engajar mais gente.

    Siqueira tem 107 mil seguidores no Instagram e 53 mil no Twitter. Ele trabalha com ilustração desde 2005. Começou a usar seus desenhos para se manifestar politicamente durante as eleições de 2018. Fez uma caricatura de Bolsonaro com a hashtag #EleNão e distribuiu cópias em manifestações. A caricatura saiu até na imprensa e ele foi convidado a colaborar com o grupo Design Ativista. Siqueira já desenhou bandeiras nacionais com lemas como “Defenda o SUS” e “Estupro culposo não existe”

    — Comecei a desenhar as bandeiras em 2020. É um símbolo nacional muito forte, com o qual as pessoas se identificam. Mudar o lema de acordo com a urgência de cada situação é uma maneira de protestar — afirma.

    Card que viralizou nas redes pede justiça para o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, assassinados na Amazônia — Foto: Cristiano Siqueira

    Siqueira é especialista em ilustração vetorial, na qual as imagens são criadas, por um programa de computador, a partir de formas geométricas básicas. Segundo seu site, ele já prestou serviços para empresas como Gillete e Nike e veículos noticiosos como o jornal americano Washington Post. A militância política nunca lhe causou problemas profissionais.

     — Vários clientes me conhecem pelo Instagram e sabem do meu ativismo. Alguns até me pedem trabalhos por causa disso. Mas, no geral, meu posicionamento político não entra na pauta. Nunca soube de nenhum cliente que deixou de trabalhar comigo por causa disso — diz ele.


    GLOBO

    Cara no Fogo



    LAERTE

     

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    Um presidente em chamas

     Malu Gaspar

    Não faz nem três meses que um indignado Jair Bolsonaro chamou de “covardia” a pressão para que seu então ministro da Educação deixasse o cargo. "O Milton, coisa rara de eu falar aqui, eu boto a minha cara no fogo pelo Milton, a minha cara toda no fogo pelo Milton", disse o presidente da República, numa live.

    Na manhã de ontem, com a prisão de Milton Ribeiro e dos pastores que intermediavam a liberação de verbas no MEC, o governo entrou em autocombustão. “Desastre” era a palavra mais usada por diferentes aliados do presidente para definir a situação, entre transtornados com as prisões e apavorados com os estragos potenciais sobre a campanha para a reeleição.

    Ribeiro saiu do governo dizendo que só acolhera os pastores no ministério por ordem de Bolsonaro. Logo depois das prisões, porém, o presidente já disse a uma rádio que “ele responda pelos atos dele”, acrescentando que, “se tem algum problema, a PF está agindo, está investigando”.

    A estratégia de se descolar de Ribeiro pode até fazer algum efeito imediato, mas ninguém que conhece bem as engrenagens de Brasília aposta que durará muito. Basta revisitar a história de como o ministro chegou ao governo.

    Pastor presbiteriano, ele foi indicado para o cargo pelo então ministro da Justiça e agora ministro do Supremo, André Mendonça, e pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, ambos evangélicos como ele.

    Quando surgiu o escândalo envolvendo a formação de um gabinete paralelo de liberação de recursos formado por pastores no MEC, Michelle disse que “Deus sabe de todas as coisas e vai provar que ele é uma pessoa honesta, justa e leal”.

    Além disso, no MEC ainda estão figuras-chave ligadas ao Centrão. Alojadas no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, elas dispõem de mais de R$ 64 bilhões para aplicar em programas educacionais e equipamentos como ônibus, escolas e quadras esportivas.

    Desde a prisão dos pastores, submergiram o ministro Ciro Nogueira, que até outro dia fustigava Lula nas redes, defendendo a pauta da “família e dos valores”, e Arthur Lira, que surfava na crise dos combustíveis, colocando a diretoria da Petrobras contra a parede.

    É evidente que essa crise está apenas começando e não dá para ter ideia ainda de como ela avançará. Pior do que a bomba, porém, é o terreno onde ela explode.

    O caso pegou o governo em completa desorientação com a crise dos combustíveis — e o presidente da República, isolado. Bolsonaro há meses só ouve o mesmo círculo de acólitos que riem das suas piadas e insuflam suas teorias conspiratórias. Não quer saber de governar e nem ao menos de buscar soluções para o problema dos combustíveis.

    Quer, isso sim, botar a culpa nos outros. Como não sabe arbitrar a disputa entre o time de Lira, que trabalha para tomar a Petrobras de assalto e produzir “sinergias” para seu grupo político, e o de Guedes, agarrado à ilusão de que encaminhará a privatização em poucos meses, ele empurra a responsabilidade da crise para a empresa.

    Como não consegue esboçar propostas para combater o aumento da fome, aproveita as ocasiões em que fala em público para atacar as urnas eletrônicas.

    Não adianta seus aliados explicarem que a dona Maria e o seu Zé não estão nem aí para a urna eletrônica, e que para o eleitor comum toda essa gritaria já soa como choro de perdedor.

    Bolsonaro parece decidido a perder a eleição do seu jeito no lugar de tentar ganhar ouvindo alguns conselhos. Anda paranoico com a possibilidade de impeachment, cassação ou prisão e vê traidores por toda parte. Pode até ter razão, mas são essas as relações políticas que ele construiu e é com elas que ele tem de marchar.

    Não deixa de ser uma baita ironia do destino que um escândalo tão danoso quanto o do MEC tenha sido criado em torno de um aliado que ele considerava fiel e por quem colocava a cara no fogo. E é algo que diz muito não sobre o aliado, mas sobre o próprio Bolsonaro.

    O presidente da República disputa a reeleição perdido num labirinto de sombras e passa o tempo todo querendo fabricar um golpe para esconder suas próprias fragilidades. Só que, em vez de sair na foto como herói ou um mártir, como pretende, ele parece apenas cada dia mais próximo de perder as eleições.

    Se isso acontecer, será inútil dizer que foi derrotado por inimigos externos ou ocultos. A culpa não terá sido de ninguém a não ser ele mesmo. Periga não restar nem mesmo quem queira colocar a cara no fogo em seu nome

    GLOBO

    JACK


     

    Nossa bandeira nunca será verde e amarela




    GALVÃO



     

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    Imagem do Amor por Metá Metá



    Quatro bacias de barro
    Cercavam o quarto onde iria nascer
    A criatura de asas
    Menina tardia dos guias de luz
     
    O bisturi, a toalha
    O canto perdido na voz incomum
    A escultura quebrada
    O falo partido
    Presságio infeliz

    Chico 78



    FRAGA

     

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    Memórias do Pasquim: DANUZA


     

    Paquetá

     

    Paquetá

    A narrativa precisa e eloquente de Amigo Secreto

     

     Imagens a quente. A diretora Maria Augusta Ramos escancara as arbitrariedades cometidas pelos procuradores da Lava Jato e pelo ex-juiz Sergio Moro - Imagem: Ana Paula Amorim e Vitrine Filmes

    " “Temos eleições que vão definir os rumos do País, estamos em um momento perigoso de ataque à democracia e o tema do filme tem de ser tratado, tem de ser visto”, diz. “As pessoas que vão votar devem conhecer os reais fatos por trás da narrativa que a Lava Jato criou. Não consigo fazer filmes com final feliz, mas o nosso final feliz pode ser o resultado das eleições.”"

    LEIA  reportagem por Ana Paula Sousa e Cássio Starling Carlos

    O crime org nizado domina a floresta

     Segundo Saraiva, o PCC não tem força para deter investigações. Os poderosos estão infiltrados no Estado - Imagem: Reprodução TV e Felipe Werneck/Ibama  

    Afastado da Superintendência da Polícia Federal do Amazonas depois de comandar as operações An-
    droanthus e Akuanduba, responsáveis por apreender o maior volume de madeira ilegal da história
    e que culminaram na queda do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, o delegado Alexandre Saraiva relata nesta entrevista à repórter Ana Flávia Gussen os bastidores de outra ação policial, a Korubo, em parceria com o indigenista Bruno Pereira, desaparecido na floresta há mais de uma semana. A Korubo foi um dos motivos que levaram à exoneração de Pereira da coordenação dos índios isolados da Funai pelo então ministro Sergio Moro. “As organizações criminosas têm boa parte da administração pública no bolso”, afirma o delegado.

    leia reportagem Por Ana Flávia Gussen.

     

    Motoqueiro Fantasma



    JBOSCO

     

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    The Last Time - The Andrew Oldham Orchestra

    Pulverized by bullets


    Jeffrey St. Clair

    + America’s shooters–sports and mass–can thank the Mad Bomber himself General Curtis LeMay for the current popularity of the AR-15. In the early 1960s, when the US was scrambling to develop a combat weapon to counter the lethality and reliability of the Soviet-made AK-47, LeMay began talking up a rifle manufactured by his buddies at Colt: the AR-15. The Pentagon brass weren’t convinced, but LeMay plunged forward on his own, ordering 8,5000 guns for the Air Force to use in Vietnam. The purchase increased the press on the US Army to make a decision. Ballistic testing was ordered. The US Army  wanted to find out how fast the gun fired and how much damage a bullet fired from the gun would do. First they used the gun to shoot 176 live goats tethered to a cart on a moving track, from distances of 25 to 500 meters. They measured the entrance and exit wounds. The bullets punched gaping holes in the thick-pelted animals. But the testers really wanted to find out what the gun would do to human heads. Thinking it would be impolitic to use American skulls for target practice, they secured 27 human heads from India and filled the desiccated brainpans with gelatin. Heads were shot from multiple distances by both weapons. The testers compared the explosive power of the AR-15 to that of the Soviet-designed AK-47. After mapping the blood splatter patterns, the Pentagon determined that the AR-15 was the more powerful weapon, since it shattered the heads into more fragments than the AK-47.  Later the Pentagon also did “field testing” of the destructive power of the weapons in Vietnam. A survey of enemy Killed in Action reports showed that many PLAF fighters were decapitated when hit in the head by bullets fired from M16s (AR-15). (See C.J. Chivers’ book on the development and rivalry between the AK-47 and the M-16, The Gun).

    + Though the exploding head tests were enough to convince Defense Secretary Robert McNamara to rush the rifle into mass production, the results were almost certainly cooked. The AR-15/M-16 was never a match for the AK-47. In the humid and wet conditions of Vietnam, the M-16 tended to corrode and rust. It routinely jammed and misfired. Many grunts in that war started using AK-47 taken from captured or killed Vietnamese soldiers.  “We called it the Mattel 16 because it was made of plastic. At that time it was a piece of garbage,” according to former Marine Jim Wodecki.  (See: Misfire: the Tragic Failure of the M16 in Vietnam by Bob Orkund and Lymon Dureya.)

    + Dr. Roy Guerrero, a pediatrician who treated the victims at the emergency room of Uvalde’s hospital, testifying before Congress on what he saw: “Two children, whose bodies had been so pulverized by the bullets fired at them, over and over again, decapitated, whose flesh had been so ripped apart, that the only clue to their  identities was their blood-spattered cartoon clothes still clinging to them, clinging for life and finding none.” 

    quarta-feira, junho 22, 2022

    Rabo Preso



    NANDO MOTTA

     

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    O país é meu, posso destruir como quiser

     

    colagem de três bocas abertas em um fundo verde. as três bocas mostram os dentes e estão mordendo a bandeira brasileira fragmentada
    André Stefanini

    Marcelo Coelho

    conteceu em Salvador, mas poderia ter sido em qualquer outra cidade do país —em São Paulo, mais do que nas outras, acho eu.

    Um sujeito foi abordado pela polícia de trânsito; não tinha carteira de motorista. Primeiro, nega que estava dirigindo o carro. Depois, pega um caixote de metal, ou coisa parecida, e começa a destruir o próprio carro. Sobe na capota, arrebenta o que consegue, e, segundo diz a notícia, foge do local.

    Disse que não ia deixar “o Estado” apreender sua propriedade; preferia inutilizá-la a permitir sua retirada para um depósito.

    Não sei nada mais sobre o caso ou sobre o histórico pessoal do seu protagonista. Não especulo, portanto, sobre as preferências eleitorais desse bravo cidadão.

    Mas é claro que a cena é um retrato do Brasil bolsonarista, como tantas outras em que regras mínimas de respeito cotidiano são vandalizadas por quem se acha dotado de mais direitos que os demais.

    É a socialite que queria entrar sem máscara numa festa e ataca com xingamentos racistas o segurança da boate; é o “homem de bem” que insulta e bate no entregador de pizza; é a horda que se reúne para apedrejar a casa onde mora um menino trans.

    Nada disso começou no governo Bolsonaro, como sabemos. Mas o presidente e seus comparsas oficializaram esse tipo de arrogância. O procedimento habitual da brutalidade brasileira era fazer tudo de modo mais envergonhado.

    Os generais da ditadura, torturando a valer, diziam que não existia tortura no Brasil. Hoje, os apoiadores do sistema se orgulham do que foi feito.

    O grande grito de independência, a validação triunfal da estupidez, ocorreu quando Bolsonaro, ainda deputado, declarou seu voto pelo impeachment de Dilma Rousseff homenageando a memória de Brilhante Ustra.

    Acho que foi esse o momento em que sua candidatura se tornou real e “ganhou sentido” para a maioria fascista que o sustentou e ainda sustenta. “É isso mesmo o que queremos, chega de disfarçar.”

    Tratava-se de “ser verdadeiro”, isto é, rejeitar como hipocrisia qualquer cuidado com negros, sem-teto, homossexuais, indígenas, pessoas que dependiam do Bolsa Família, perseguidos políticos, artistas, jornalistas, familiares de quem foi morto pela pandemia. “E daí?”, perguntou Bolsonaro.

    O engraçado é que essa forma de ser “verdadeiro” coexistiu e coexiste com a prática recorrente das fake news. É a lição de Trump, negando até hoje ter perdido as eleições e também o método do nosso motorista em Salvador, que não admitiu estar guiando o carro quando foi parado pela blitz.

    Soma-se a isso a rejeição ao Estado. Dito assim, parece “bonito”, isto é, “libertário”, “moderno” ou “liberal”. Mas o que esses radicais desejam não é apenas uma menor intervenção do Estado na economia (o que, pensando no Brasil, já é besteira de bom tamanho).

    Esse ramerrão liberal é apenas o disfarce, num plano mais amplo, para a rejeição da lei; num plano menor, o que se oculta é a rejeição das normas de boa educação.

    Não é à toa que liberais “do mercado”, dotados de maneiras impecáveis, não viram nenhum problema em se aliar a milicianos, estelionatários religiosos, invasores de terras indígenas e torturadores. Não é só que não gostam do Estado: não gostam de obedecer à lei.

    Ah, mas eles defendiam a luta contra a corrupção. Acho que essa bandeira nunca passou de disfarce para uma raiva maior. Claro que corrupção é um crime, é um roubo, é um ataque ao Estado e ao interesse público. Mas, para eles, qualquer imposto é roubo também.

    Na cabeça desses liberais, o direito à propriedade é um direito absoluto. Se o Ibama se mete na minha fazenda, se a Receita Federal exige minha declaração de renda, se eu tenho de pagar uma taxa pela importação do meu Audi e do meu vinho francês, isso é roubo também.

    “Ninguém manda em mim”: esse suposto grito de liberdade significa que poderei contaminar quem eu quiser com o vírus que escolherei, que posso matar quem eu achar necessário com a arma que comprei com meu dinheiro, e que nenhum guardinha de trânsito irá me impedir de circular com meu carro sem ter carteira de motorista.

    Estão querendo estragar a minha festa? Destruo o meu carro, destruo o STF, destruo o sistema eleitoral, destruo a Amazônia, destruo o meu país. Ele é meu —faço com ele o que quiser.

    FOLHA

    Smell Me


     

    Renato Freitas



    charges, benett
     

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    Danko Jones - My Little RnR



    You look so good when you get out of bed
    You're always ready to go
    I caught you looking like a million bucks
    When you walk out the door
    You've got something they call attitude
    Dripping all over the floor
    Nobody says nothing, they just make their assumptions
    And now you got them on all fours

    PF prende só ex-ministro e pastores porque (ainda) não alcança Bolsonaro

     



    Leonardo Sakamoto

    A prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e do pastor Gilmar Santos, um dos religiosos acusados de cobrar pedágio em dinheiro, ouro e bíblias para liberar recursos do Ministério da Educação a prefeitos, não resolve o escândalo, da mesma forma que a demissão do ministro também não resolveu. Afinal, como Ribeiro revelou, o atendimento do desejo dos pastores ocorreu a pedido do próprio Bolsonaro. E os pastores tinham livre acesso ao Palácio do Planalto.

    "Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim", disse ele em gravação divulgada pela Folha de S.Paulo que circulou mais do que single da Anitta. Jair, contudo, ainda é presidente da República e tem as prerrogativas do cargo. Isso ajuda a explicar o medo que ele tem do momento em que passar a ser ex.

    A operação "Acesso Pago", da Polícia Federal, que está investigando "o tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos", cumpre 13 mandados de busca e apreensão e cinco de prisões em Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal.

    Campeão de Arremesso de Responsabilidade à Distância, Bolsonaro não tardou a tentar se afastar do caso. Logo após as prisões, nesta quarta (20), ele correu para dizer que "se a PF prendeu, tem um motivo", em entrevista à rádio Itatiaia. E abandonou Ribeiro, como é seu costume com antigos aliados que perdem a utilidade, afirmando que "ele que responda pelos atos deles."

    Bolsonaro entregou o Ministério da Educação, responsável por construir o futuro do país, às necessidades alimentares do guloso centrão. Consequentemente, tivemos a revelação de escândalos - do superfaturamento de kits de robótica para cidades com escolas sem água encanada e internet, envolvendo pessoas próximas ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), como revelou a Folha, até licitação bichada para a compra de quatro mil ônibus rurais, revista após ser tornada pública pelo jornal O Estado de S.Paulo.

    Desde que Ciro Nogueira (PP) assumiu como ministro, a Casa Civil se tornou o único destino no Palácio do Planalto das visitas dos pastores acusados de cobrar pedágio em ouro para dar acesso a prefeitos ao multibilionário Fundo para o Desenvolvimento da Educação. Um ex-assessor de Nogueira, Marcelo Ponte, aliás, é o presidente do fundo.

    Entre 2019 e 2020, os pastores visitaram também a Secretaria de Governo, o Gabinete de Segurança Institucional, a Vice-Presidência, entre outros órgãos do Planalto, de acordo com dados divulgados pelo governo, via Lei de Acesso à Informação, a pedido do jornal O Globo. Mas depois que o líder do centrão assumiu a função de primeiro-ministro de Jair Bolsonaro, em agosto de 2021, as seis visitas do pastor Arilton Moura e as três do pastor Gilmar Santos foram para a Casa Civil. Ou seja, encontraram um canal único de interlocução.

    Isso não impedia que eles tivessem, a partir da autorização de entrada pela Casa Civil, ido também em outro gabinete do Palácio do Planalto.

    Até porque a relação do pastor Gilmar Santos com a família Bolsonaro é anterior à chegada de Milton Ribeiro ao Ministério da Educação, em julho de 2020, como pode ser constatado pelas declarações de afeto ao religioso.

    Em 2019, Gilmar afirmou que Bolsonaro tinha "um apreço muito grande" com ele e com o pastor Arilton Moura, outro investigado pela PF. Em setembro de 2020, o pastor ganhou um vídeo de aniversário em que o senador Flávio Bolsonaro afirmava que "A gente não faz nada sozinho, mas se não fossem pessoas como o senhor, certamente, a nossa batalha diária, a nossa guerra aqui na disputa do poder em Brasília, seria, sem dúvida alguma, muito mais complicada".

    Abraham Weintraub, que chefiou o MEC, afirmou que Bolsonaro mandou que ele entregasse o FNDE à sua base aliada no Congresso Nacional. "Quem vai me dar uma ordem dessas? O meu chefe. Ele falou: 'você vai ter que entregar o FNDE pro centrão' e eu falei: 'presidente, não faça isso'. 'Mas eu preciso'. Daí eu fiquei adiando o máximo que eu podia. Por quê? Isso também dá pra checar. Eu subi toda a governança do processo decisório do FNDE", disse em entrevista à CNN.

    A instalação de um gabinete paralelo no Ministério da Educação, com pastores cobrando pedágio para liberar recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, não aconteceria sem o conhecimento e a anuência do presidente, da mesma forma que o gabinete paralelo do Ministério da Saúde, montado para fomentar o uso de tratamentos ineficazes contra a covid-19, funcionou com a benção de Jair.

    O fato de Jair ser blindado pelo centrão na Câmara dos Deputados e pelo procurador-geral da República, tornando praticamente impossível sua cassação, não exclui a importância de ele ser responsabilizado politicamente por seus atos.

    "Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim." Nesse contexto, a frase dita por Ribeiro e que deu estopim à sua queda poderia, ironicamente, ser usada para explicar o último favor que ele fez a Bolsonaro, o seu próprio sacrifício.

    Em uma live, Jair chegou a dizer "eu boto a minha cara no fogo pelo Milton". Como está a cara do presidente agora?

    UOL

    CHANTAGEM EXPLÍCITA – CPI de Lira contra Petrobras ultrapassa atual mandato presidencial

     

     Por Maria Cristina Fernandes, Valor 

    O presidente da Câmara dos Deputados gastou 652 palavras para fazer com a Petrobras o que cabe numa só: chantagem. É nisso que se traduz seu artigo na edição da “Folha de S.Paulo” que já circulava nas redes sociais desde o domingo. “Quanto gastam seus diretores em suas viagens? Quanto custam suas hospedagens? No exterior ficam onde? Em que carro andam? Quem paga seus almoços e jantares? Alugam carros? Aviões? Helicópteros? Há excessos? De onde vieram? Como constituíram seus patrimônios? Seus parentes: investem onde e são ligados a quem? Depois, temos de entender os critérios de formulação de políticas da empresa.

    Temos de entender com quem os diretores e os conselheiros conversam. E esses interlocutores: são ligados a que interesses?”, escreveu o deputado Arthur Lira (PP-AL).Se o ocupante do segundo cargo na linha sucessória da Presidência da República se presta a esse papel não é apenas porque o reajuste de combustíveis feito pela Petrobras na semana passada neutraliza seu intrépido embate pela redução do ICMS. Até os funcionários fantasmas da Assembleia Legislativa de Alagoas sabiam que isso estava marcado para acontecer.

    A chantagem guarda relação com outro projeto do deputado, este de mais longo prazo, que é o de destruir a governança que foi engendrada na empresa desde que seu partido liderou o butim. O PP já se deu conta de que o orçamento é secreto mas tem fundo. E o único jeito de avançar sobre os investimentos da União é retomando a joia da coroa. Vem daí a obsessão pela CPI da Petrobras. E não importa que seus trabalhos ultrapassem a eleição presidencial, desde que estejam concluídos até a posse do novo governo. Seja quais forem os planos do próximo presidente da República para a estatal, lá estarão fincadas, novamente, as estacas do Centrão.

    Por isso, surpreende o apoio da oposição, que lidera a disputa sucessória, à CPI. É bem verdade que a comissão pode ser fonte de desgaste para o presidente da República. Todas o são. Mas não faltam flancos de desgaste neste governo. Aliar-se a Lira nesse momento é lhe deixar em condições de dar as cartas na estatal num eventual governo petista. A não ser que o PT pretenda reeditar a aliança com o PP que tanto prejudicou a empresa. Depois do tom do achaque, o mais surpreendente do artigo de Lira é sua admiração por Theodore Roosevelt (1858-1919). O presidente da Câmara junta-se, em sua admiração, a um adversário de longa data, o ex-juiz Sergio Moro que, em sua autobiografia, cita o ex-presidente americano para concordar com a frase de que “não existe crime mais sério do que a corrupção”

    Só depois da eleição

     
    CLAUDIO

     

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    Bronski Beat - Smalltown Boy



    Pushed around and kicked around, always a lonely boy
    You were the one that they'd talk about around town as they put you down
    And as hard as they would try they'd hurt to make you cry
    But you never cried to them, just to your soul

    terça-feira, junho 21, 2022

    : As teias que infestam a Amazônia

     Janio de Freitas


    fim trágico de Bruno Araujo Pereira e Dom Phillips é um êxito para Jair Bolsonaro. Com a morte de dois inimigos, um êxito a mais no colar dos êxitos de destruição, peça a peça, da pequena estrutura de proteção humana e segurança territorial havida na Amazônia.

    O êxito não é só de Bolsonaro. A pressa com que a Polícia Federal comunicou não haver mandante nem organização criminosa nos dois assassinatos —menos de 48 horas depois de levada aos restos mortais— sinaliza necessidade de fazê-lo.

    E faz parte, com pretensões a ponto final, da conjugação de anormalidades que começa na demora e segue na busca tergiversante. Condutas próprias, no entanto, da nova realidade.

    Amazônia está sob uma construção extensa e minuciosa. É uma teia de criminalidades diferentes que tomou o domínio de grandes áreas e é subsidiária de outra teia. Esta penetra nas instituições do Estado e de governo, em especial no sistema de segurança.

    O acintoso assassinato de Chico Mendes já denunciava perda de controle sobre a criminalidade contra a preservação natural. Era o 1988 da Constituinte democratizante, quando o general Leônidas Pires Gonçalves levou aos constituintes a exigência dos militares —de fato, exigência do Exército— de que fosse acrescentada, na "segurança externa" atribuída às Forças Armadas, a expressão "e interna".

    O adendo era político, mas aumentou a responsabilidade da parte militar na proteção legal ao controle territorial. Em vão, mostram os fatos crescentes na Amazônia e alhures.

    Sucederam-se denúncias de crimes patrimoniais, de apropriação de áreas imensas para gado, de roubo e contrabando. E mortes de oponentes, muitos deles indígenas, a esse ataque à vida humana, à natureza e ao patrimônio nacional. Nas fronteiras a oeste nada mudou. Na Amazônia, a presença militar limitou-se ao simbólico, orientada pela concepção de más intenções na vizinhança.

    Polícia Federal fez presenças rápidas em estouros de violência, jamais com planos extensivos de contenção e prevenção do assalto à floresta e às terras indígenas. As polícias estaduais e o Judiciário preferiram servir à impunidade, em incentivo ao crime ou à aliança com criminosos.

    Essa omissão encontrou em Bolsonaro a oportunidade e sobretudo os motivos para ser como um plano oficial, comum a várias instâncias do poder político e da administração pública.

    Nada é ocasional nessa meta. É uma conjugação de condutas e fatores que os assassinatos de Dom Bruno vieram desnudar como nunca.

    Dois meses antes do desaparecimento dos dois, no domingo 5 de junho, a emergência da situação conflituosa no Vale do Javari foi informada, por relatórios de procedências sérias, ao Ministério da Justiça/Polícia Federal, ao Ministério Público federal e estadual, às polícias estaduais, ao Ibama e à Funai.

    Daí, não cabe dúvida, de que as informações logo chegaram às secretarias da Presidência da República com atribuições de segurança. Também não é admissível que o Exército, se não as três forças, tenha recebido as informações. Em vão, ainda.

    Nem um só desses setores da responsabilidade nacional e estadual moveu-se para sustar os desdobramentos previstos da situação e tratar de solucioná-la em tempo. A omissão não foi por coincidência recordista. Foi por utilidade.

    Foi e é uma prova de que essa enorme parte de governo e representações do Estado segue, por suas direções, uma orientação que as conjuga no mesmo objetivo e na mesma conduta.

    É a teia superior. Resultado da infiltração de dirigentes e influentes selecionados e nomeados por Bolsonaro, em substituição aos alheios às diretrizes desligadas do interesse público. Bruno foi um dos milhares de afastados, ele por destruir balsas do garimpo ilegal.

    Vive-se uma alucinação coletiva. Quem comunicou a "localização de remanescentes humanos", de Dom e Bruno, foi o ministro da Justiça, delegado Anderson Torres. E o fez por uma rede social na quarta (15), não por meios oficiais.

    Além disso, o aviso lúgubre veio por um dos que precisam responder por sua conduta de policial e de ministro que não providenciou, ou reteve, ações para a situação informada sobre o Javari.

    presidente da Funai, Marcelo Xavier da Silva, delegado da PF depois de nela reprovado em exame psicotécnico, sujeito de boletim de ocorrência por um soco no rosto do pai de 71 anos, foi o segundo a mentir sobre o ocorrido com Bruno e Dom: acusou-os, seguindo o chefe Bolsonaro, do crime de estarem em reserva indígena em autorização, portanto, invasores.

    Não estavam nem estiveram na reserva. Mas a mentira, além de ser a própria Funai culpando seu indigenista, foi significativa insinuação do desaparecimento como reação indígena a invasores.

    Superintendente Regional da PF, o delegado Alexandre Fontes é o segundo sucessor do delegado Alexandre Saraiva, destituído por acusar Ricardo Salles, então ministro do Meio Ambiente, de favorecer a retirada ilegal e o contrabando de madeira da Amazônia.

    Fontes deveria ser o primeiro a agir quando relatada a urgência no Vale do Javari. Ficou nos últimos. Sua explicação dos fatos foi um rol fraudulento de louvações aos infiéis às próprias funções. Fontes tem muito a explicar, de antes, durante e depois do crime recente.

    A dívida de explicações ao país, e em particular à Justiça, abrange toda a teia dos gabinetes e dos comandos, a serviço —com ou sem proveito direto— do tráfico de drogas e de armas, garimpo de ouro e vários minerais preciosos, da fauna, da extração de madeira e do contrabando de tudo isso. Por isso a PF não nega mandante ou organização criminosa na tragédia.

    Dom Bruno foram localizados em seu fim. Não pela busca oficial. Por indígenas, em busca voluntária. Mas não convinha localizá-los. Desaparecidos, permitiriam acusar os indígenas pelo desaparecimento vingativo.

    As primeiras palavras de Bolsonaro pareceram abrir a versão, definindo as duas presenças no Vale do Javari como "aventura perigosa" de "detestados pelos indígenas", ambos "sem autorização para entrar na reserva". As teias agiram seguindo Bolsonaro.


    FOLHA

    A farra aérea de Nunes Marques

     


    Cristina Serra

    O jornalista Rodrigo Rangel revelou em sua coluna no portal Metrópoles que o ministro do STF Kassio Nunes Marques viajou para a Europa, em maio, num jatinho de luxo que tem como um de seus donos o advogado Vinicius Peixoto Gonçalves. O advogado atua em processos na corte.

    O giro ostentação de Sua Excelência foi uma maratona esportiva de gala: as finais da Champions League e de Roland Garros, em Paris, e o GP de Mônaco da Fórmula 1. O bate-e-volta intercontinental teria custado R$ 250 mil e incluído dois dias de expediente.

    Depois do futebol, do tênis e do automobilismo, o diligente comissário do bolsonarismo valeu-se do contorcionismo semântico na nota em que tenta (e não consegue) explicar a excursão. Em linguagem matreira, a nota enrola, mas não nega e tampouco esclarece o essencial: por que viajou no avião particular de um advogado que tem causas no STF?

    Quem pagou as despesas? Se não foi o advogado, foi o ministro? De que forma? Que interesses o advogado defende? O que prevê o regimento do STF nesse caso? O olímpico passeio internacional de Sua Excelência vai ficar por isso mesmo? A sociedade não merece uma explicação clara, objetiva e sem delongas? Com a palavra, o Supremo.

    Já é gravíssimo um magistrado viajar em jatinho de luxo de advogado, tendo ou não causas no tribunal em questão. Se tem, piora muito. Se as despesas foram pagas pelo advogado, tudo se agrava exponencialmente. É caso para investigação e, se confirmada a denúncia, proposição de impeachment por quebra de decoro ou coisa pior. As regras estão estabelecidas na Constituição Federal combinada com a lei 1.079/1950.

    O Brasil rebaixou-se a um grau de derretimento ético tão profundo que a publicação da farra de Sua Excelência reverberou quase nada entre autoridades, instituições, imprensa. Como interpretar tamanho silêncio? Permissividade com a transgressão? Lassidão moral? Cumplicidade? Corporativismo? Medo? Tudo junto?


    FOLHA 


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