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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    sábado, outubro 09, 2004

    Confiram o estado de George W. Bush após o debate em St. Louis nesta sexta-feira:




    DEBATE-BOCA AMERICANO - 1

    Voces viram como é o formato dos debates nos EUA?
    É tempo corrido.
    O cara entra ali e tem que segurar a onda por 90 ou mais minutos.
    Um bom teste para avaliar o desempenho de uma pessoa.
    Se o cara fraquejar vai se desgastando ao correr do tempo.
    Se tiver traquejo há um periodo para converter mesmo um nervosismo inicial em melhorias.
    E ele tá ali por conta dele, tendo que se virar
    (apesar dos boatos conspiratorios na internet sobre o ponto do Bush).

    Aqui tem pausas para os comerciais!!
    Aí o batalhão de assessores corre pra cima do candidato soprando as táticas, como tem que fazer, por onde seguir, tipo um técnico entre os rounds de uma luta de boxe. Massageiam os músculos, trocam o protetor bucal, etc.

    Outra coisa: nada dessa mania daqui de candidato-pergunta-para-candidato.
    Que resulta em pegadinhas, conchavos, e perguntas de interesse pessoal.
    Quem faz as perguntas são jornalistas (que é quem deve perguntar mesmo).
    Ou entao, como no caso de ontem, eleitores (que aliás fizeram ótimas perguntas), filtradas por um jornalista.



    DEBATE-BOCA AMERICANO - 2

    Kerry mostrou finalmente diferenças entre seu pensar & fazer e o que vem sendo implementado pelo Bush. Na política externa, com a necessidade de se mostrar forte & firme, Kerry tem sido reacionário, embora tingido de leve com suas propostas de alianças, cooperação mundial, etc.
    Mas mandando ainda tropas perturbar o resto do mundo.

    Como gracejou o Bush: Eu acredito que Kerry tenha mesmo um plano para o Iraque. É o Plano Bush .

    No debate de ontem, entrando-se em questões economicas e principalmente sociais, Kerry chegou-se mais ao centro. Mostrou sua posição em favor do povão e contra as oligarquias economicas que Bush tanto protege. E arriscou-se ao defender direitos ao aborto, ao colocar a Ciência acima da Fé, ao criticar o abusivo Patriot Act.

    Os pontos pelos quais ele até cresce no meu conceito são os mesmos que podem lhe custas votos preciosos, porém, devido à tacanheza dos americanos.
    Vamos ver.

    Bush melhorou sua performance, já que podia andar, ficar mais solto, e estando solto, soltar suas piadinhas. Mas mostrou-se visivelmente nervoso - e gritou demais, atropelando até o mediador.

    E a pergunta que ninguem respondeu até agora:
    qual é a empresa madeireira do Bush?



    DEBATE-BOCA AMERICANO - 3

    A melhor piada a sair do segundo debate presidencial americano só funciona mesmo em ingles.
    Tem o Bush reclamando (com a cara de quem não está entendendo nada):

    I don´t know why they asked me about my McSteaks !
    I never worked at McDonalds...


    Esse é o mesmo Bush que durante todo o debate (na vida real) chamou o estado de Missouri de Mazuri...





    Você que está aí triste por não ter podido acompanhar o Festival do Rio 2004 pode sentir um gostinho da coisa, ao menos pelo lado brasileiro:
    todos os curtas em exibição estão disponíveis no excelente site Porta Curtas.

    O Porta Curtas inclusive promoveu um concurso on-line e anunciou hoje seus vencedores.



    VOTAR PRA MUDAR
    (LÁ, MAS ACABA SENDO CÁ)


    E a turnê Vote for Change continua atravessando os Estados Unidos.
    Congregando uma série de músicos contrários à re-eleição do Imperador Bush II, é um dos movimentos recentes de ativismo com maior efeito para mobilizar a rapaziada.
    Se vai fazer diferença, nem se sabe.
    Se ao votarem pra mudar haverá realmente mudanças, também não.

    Mas há um espírito de anos-60 redivivo nessa aliança roqueira-política, um amplo arco de estilos englobando Bruce Springsteen, Pearl Jam, R.E.M, Dave Matthews. Tracy Chapman, Jackson Browne, Ben Harper, Keb Mo, Babyface, John Fogerty (ex-Creedence) e o onipresente-nessas-coisas James Taylor.
    E muitos outros.

    (A turnê está sendo sacaneada por reunir ídolos já um tanto passados
    mas são ídolos - muitos deles de um passado ativista notório - e estão atraindo atenções por onde passam.
    Nunca houve uma turnê pelos EUA com tantos grandes nomes envolvidos.)

    Pois bem, a grande apresentação final desta turnê será na capital Washington, nesta segunda-feira. A previsão é de um mega-concerto de tres horas. Será transmitido ao vivo pelo canal a cabo Sundance e - de maneira acessível para nós brasileiros - através da Internet pela Real Networks.

    Programa imperdível - inclusive pelo momento histórico.
    Os numeros musicais serão intercalados com imagens da turnê registrados pelos feras do documentário Albert Maysles e D. A. Pennebaker.
    O horário é às 15:30 da tarde (começando às 16:30 por aqui).

    site do Vote4Change

    MoveOn (ONG patrocinadora da turnê)

    Act for Victory - outra ONG mobilizante




    SENHORITA, SENHORITA

    A imprensa não fez a matéria que eu queria ver com o candidato lanterníssimo Mido, que conseguiu ter zero votos na eleição para vereador
    mas o Globo (leia-se a ótima Daniela Name)
    fez uma reportagem com Senhorita Suely.

    Snrta. Suely foi eleita vereadora no Rio pelo PRONA (partido do Enéas).
    O texto começa assim:
    Quando o horário eleitoral gratuito entrou no ar, Senhorita Suely (Prona) parecia um personagem inventado, daqueles que não se encaixam no enredo da política. Eleita para a Câmara dos Vereadores do Rio com cerca de seis mil votos — mais os 30 mil da legenda — ela agora parece confirmar que é mesmo um personagem. Seria parte da obra do Dr. Enéas Carneiro, deputado federal e presidente do Prona. E, também, uma estrangeira interpretando o papel de carioca, já que ninguém consegue encontrá-la no Rio.

    Ela declarou residencia no Rio mas no endereço ninguem a conhece. Até há pouco tempo, todas suas atividades foram em São Paulo. Aliás, nem os outros candidatos cariocas do Prona a conhecem.
    Candidatos que nem apareciam nas propagandas eleitorais do Prona, que só davam Eneas, ladeado por um lado pelo Senhor Sepúlveda e pelo outro pela Senhorita Suely.

    Que agora será vereadora pelo Rio (graças aos votos na legenda do Prona).
    Tem toda pinta é de ser caso do famigerado Enéas.



    PALAVRAS

    Ouviu eles falando sobre isso no rádio?
    Tentou ler o que estava escrito no muro?
    A voz dentro de voce disse que já tinha ouvido isso antes?
    Parece Deja Vu todo outra vez.

    Dia após dia eu ouço as vozes se erguendo
    Começaram com um sussurro que nem antes
    Dia após dia contamos os mortos e os moribundos
    Mandam os corpos para casa enquanto as redes de TV atualizam o placar.

    Um por um vejo os velhos fantasmas se erguendo
    Tropegos atravessam o Rio de Lama
    Onde a luz esvanesce
    Dia após dia ouço uma mãe chorando
    Perdeu seu fillho precioso
    Para uma guerra que não tem fim

    Ouviu eles falando sobre isso no rádio?
    Parou para ler o que estava escrito no muro?
    A voz dentro de voce disse
    Já vi tudo isso antes?
    Parece Deja Vu todo outra vez
    Parece Deja Vu todo outra vez


    - John Fogerty
    "Deja Vu All Over Again"

    sexta-feira, outubro 08, 2004



    Será que mais uma vez Caixa D´Água vai vazar ?



    Será que mais uma vez Caixa D´Água vai vazar ?



    PALAVRAS

    É preciso apenas consertar o que falta ser consertado para que as coisas entrem nos eixos.

    - Lula



    KERRY TENTA DAR UMA VIRADA






    1. Gente, voces nao acharam o cartaz do festival este ano meio... pé-de-chinelo ?!!


    2. O Festival do Rio teve este ano uma unanimidade: a vinheta que passa antes dos filmes. Unanimidade contra! (com vaias em algumas sessões).

    O anuncio do festival este ano é totalmente equivocado. nao tem nada ali que remeta a cinema (nem o ator, apesar de sua brilhante atuacao nos filmes do ainda mais brilhante moacyr goes) a mensagem que passa é que é melhor ir ä praia do que ao cinema, né náo ??

    Sem falar num incômodo que poderia ser apenas um detalhe se o país homenageado não fosse justamente a África do Sul, se esta edição não tivesse mostras discutindo a convivência entre as raças, se é cinema mas também tem vergonha na cara:
    os brancos estão refestelados na praia, ao sol, à toa
    o único negro passa na praia trabalhando.
    (De certa forma isto se reflete tambem no anuncio da petrobras deste festival, onde os negros passam carregando um carro, na posição de carregadores de liteira)

    Uma comitiva da África do Sul, ao assistir a uma sessão, ficou puta com as imagens.


    3. Mas o ponto alto (ou baixo) do festival pra mim é o menino que mia!!!
    Quem for na repescagem: prest'enção no anuncio da Petrobrás!

    quinta-feira, outubro 07, 2004

    DICKCHENEY.OPS

    Em termos de debate o encontro entre os candidatos a vice-imperadores foi bem melhor. Cheney - o verdadeiro governante dos EUA - deu umas boas estocadas (enquanto Bush desfilou caretas e patetices). Edwards falou bem (embora tudo que diga soa como demagogia) de maneira direta ao bolso (onde fica o coração) do americano médio.

    Claro que ao desfilar fatos, factoídes e mentiras deslavadas, debatedores escorregam em fatos & numeros, mas houve um erro de Cheney interessante. Ao ser acusado de falcatruas através da Halliburton, recomendou que os espectadores consultassem um site com detalhes que tiravam o seu da reta.

    O site era o FactCheck.org
    Só que trocou os sufixos e recomendou o FactCheck.com
    um desses sites picaretas de anuncios (baseado nas Ilhas Cayman!)

    Quando começaram a receber centenas de acessos por segundo o pessoal desse site, apavorados com a conta do seu provedor (pago pelo numero de hits), ficou puto e resolveu retaliar: redirecionaram seu endereço para que os acessantes caissem direto no site de George Soros
    que vem a ser ferrenho opositor a Bush.

    Pessoas iam ver a defesa do Cheney e viam de cara um banner gritando NÃO DEVEMOS RE-ELEGER O PRESIDENTE BUSH




    PAULISTAS TRIPUDIAM!!

    Ricky, Cesar Maia?
    Será que os malufistas de SP, para felicidade geral da nação paulistana, disseram ao povo: "não ficaremos, vamos ao Rio de Janeiro"?




    É, Nice, mas vocês ainda vão ter que ir votar tudo de novo!
    e pra eleger o Serra, talvez:???
    Nos ja resolvemos a parada e enquanto os paulistas estiverem num puta engarrafamento indo às urnas
    estaremos na praia
    (ou meio a um tiroteio?)


    Pela COCHLEA:
    Carla Bruni
    - Quelqu'un M'a Dit



    Sentei na poltrona e me preparei para uma viagem de cinco horas.
    Felizmente, com algumas paradas para esticar as pernas.
    A rota seguiria de uma ponta a outra de Israel,
    sul-norte, de Gaza à fronteira com o Líbano.
    O trajeto: acompanhar a fronteira com a Palestina delimitada pela ONU em 1948
    (áreas agora totalmente tomadas pelos israelenses).

    Nessa viagem fui conhecendo os lugares e ouvindo as pessoas
    tanto israelenses quanto palestinos
    e acompanhando um pouco de seus problemas e de suas historias.

    E essa viagem foi feita a bordo do fantástico filme Rota 181: Fragmentos de uma Viagem na Palestina-Israel.



    Rota 181: Fragmentos de uma Viagem na Palestina-Israel - de Silvan & Khleif(2002)

    A mostra de documentarios Limites & Fronteiras foi um dos pontos altos do Festival do Rio este ano. Este filme foi uma experiencia inesquecível -como escrevi, cinco horas dentro do cinema mergulhando fundo na questão daquelas terras.
    É um lugar onde a Justiça de Salomão foi aplicada ao contrário - decidiram partir a terra e matar o bebê da convivência.

    Um cineasta israelense e um cineasta palestino se juntaram para este projeto. O longo tempo de duração permite mostrarem com vagar as beiras de estradas e detalhar os depoimentos.

    Mini-cam na mão, saem filmando, o que vai surgindo e acontecendo, sem pre-fixar ou combinar nada, às vezes ostensivamente, às vezes escondidos (tem várias cenas de soldados proibindo-os de filmar). O som sempre é som-ambiente. É como estar realmente viajando com eles.

    Muro - de Simone Bitton (França, 2004)

    À noite voltei pra completar a experiencia com outra viagem ao longo do Muro, com sua construção, seu planejamento e como está afetando a vida dos intra e extra-murados.
    Bem, pra identificar o Muro, este novo muro da vergonha, é algo que os israelenses estão erguendo em volta de seu perímetro para isolar os palestinos, aproveitando também pra avançar um pouco mais sobre suas terras (e águas).

    Dados sobre a Rota 181

    entrevista com Simone Bitton



    terça-feira, outubro 05, 2004

    SERRA COMEMORA LIDERANÇA EM SP
    PROMOVENDO CONCURSO DE IMITAÇÕES


    O resultado do primeiro turno em São Paulo, com seu candidato em vários pontos de vantagem sobre a atual prefeita Marta Suplicy, deixou eufóricos os dirigentes do PSDB, que logo promoveram uma festa para comemorar o resultado.

    A grande atração da noite foi um concurso de imitações, vencida, como sempre, pelo candidato José Serra com sua personificação do Cérebro, personagem de desenho animado.




    GOING TO THE CANDIDATE'S DEBATE
    LAUGH ABOUT, SHOUT ABOUT IT
    WHEN YOU'VE GOT TO CHOSE


    Em termos de debate na campanha presidencial americana
    o de hoje ä noite,
    embora possa ser menos determinante
    será muito mais interessante.

    John Edwards é um político bastante articulado.
    Cheney... bem, náo é preciso muito para ser mais articulado que o Bush.
    Mas Cheney, para muitos, é o verdadeiro poder por trás da Presidëncia.
    É o líder dos neo-conservadores, o formulador da política do Império.



    O TOQUE DE MIDO

    Bem, estao saindo aí os listóes dos vereadores eleitos, com destaque, claro, para os mais votados em cada cidade. Aqui no Rio a imprensa tem matérias com Rosa Fernandes, Indio da Costa, Edson Santos, os vereadores mais votados.

    Mas eu queria conhecer mesmo era o Mido.
    Mido é o candidato a vereador que conseguiu ter zero votos!!
    Quer dizer, nem ele votou nele mesmo!!!

    Quem é Mido e qual foi sua estratégia para conseguir votacao tao significativa ????



    REVEJA

    A Veja realmente é impressionante
    nao contente em distorcer para a direita no cenario nacional
    distorce para a direita os acontecimentos internacionais.

    As analises diversas sobre o debate Bush x Kerry indicaram que o segundo saiu-se melhor, tendo como resultado uma alteração significativa nas pesquisas, onde, em média a vantagem de oito pontos de Bush transformou-se em empate técnico.

    A análise de Veja indica que o debate foi ineficaz e em nada teria alterado o panorama das eleicoes presidenciais americanas. Segundo a Veja, Bush nao só foi melhor no debate como continua liderando folgadamente essa corrida.



    OS INOCENTES DO LEBLON
    NEM VÁO QUERER SABER


    uma analise muito interessante
    sobre o video do arrastao no Leblon





    Conforme escrevi, alagado pelas programações, fui a tudo mantendo a cabeça fora dágua mas nao deu tempo para simultaneamente ver/ouvir e escrever sobre as programaçoes (festival de cinema, festival de world music, etc etc - + um trabalho de tradução urgente).

    Mas relembrando os últimos dias eis alguns dos filmes vividos no Rio 2004.
    Quem nao curte cinema pode pular este longo post inteiro.
    Quem quiser comparar impressoes ou se informar do que passou...

    Head-On - de Fatih Akin (Alemanha, 2003) ***

    Pensei que Contra a Parede - vencedor do Festival de Berlim este ano - fosse ser quase um documental sobre a barra dos turcos vivendo na Alemanha. De certa forma, sim, mas num ritmo moderno, rock & drogas, centrando numa historia de amor louco sobrevivendo nao so aos preconceitos das tradições ou entre os povos mas ao desespero das pessoas alucinadas. Bom filme - com uma atriz bela e expressiva - mas que tenta abranger um escopo maior talvez do que conseguiria contar.

    Baboussia - de Lidia Bobrova (Russia, 2003) *

    Tinha que acontecer em algum momento. Estávamos animados porque este ano em vãrios dias só tinhamos visto filmes bons mas chegamos nessa historia desengonçada. Não se soube mesmo narrar o que tentava acontecer. Tenta ser engraçadinho com cenas absolutamente sem graça. Tenta ser dramãtico e consegue mas exageradamente. O filme depende de se ter empatia com uma avõ que é removida para uma aldeia do interior mas se colocassem um toco no lugar da velhinha que faz a baboussia funcionaria melhor.

    Olga Benário - de Galip Iyitanir (Alemanha, 2003) ***

    O contraponto realista que todos aguardavam à versão brasileira do Monjardim. Mesmo em tom documental consegue ser extremamente comovente. A historia de Olga Benãrio é fantástica e este filme correspondeu à ela.

    Sud Pralat - de Apichatpong Weerasaethakul (Tailändia, 2004) *

    Muito ruim, embora a fotografia e a maneira de contar a historia na segunda parte seja interessante. Um demonio que toma forma de gente para seduzir soldados é contada de duas formas totalmente distintas, a primeira realista e a segunda onírica. Na hora da cena crucial, que faria a amarração entre os dois gomos, a edição finge que "arrebenta" a fita e entramos em outro mundo.
    Mas acaba sendo algo metido a pretensão.
    Dessas coisas que Cannes premia por ser de uma país distante e tentar linguagens diferentes. Mal dos Trópicos foi premio do juri em 2004 - em detrimento de Diarios de Motocicleta, por exemplo!

    Suite Habana - de Fernando Perez (Cuba, 2003) ****

    O melhor do Festival até agora - talvez entre na repescagem - náo percam. Sem diálogos (as unicas falas sao incidentais). Com sons-ambiente e trilha sonora narra cerca de 24 horas nas vidas de dez habitantes de Havana. Aqui, uma cidade sordida, acabada, bela, e desesperançosa. Quando chega a noite, algumas dessas vidas nos traráo surpresas. Outras, sáo estáticas e imóveis. Um petardo emocionante. O fecho é sensacional.
    site do filme


    Hari Om - de Bharatbala (India, 2004) **

    Qume viveu nos anos 60 talvez se lembre de um filme chamado O Candelabro Italiano. Uma patricinha estrangeira vem à Itália, conhece latin lover, e saem por aí numa vespinha ao som de musicas romanticas. Cartáo postal de Roma.
    Bem, este aqui é O Candelabro Indiano, só ao invés da vespa é um riquixá motorizado. O filme é patrocinado pelo Dep. de Turismo da India e logo se ve porque. As locações sáo deslumbrantes.
    Mas a historia é bobinha. A atriz francesa nao convence. Poderia ser uma película de vingança amorosa contra os colonizadores mas tá mais para sessáo da tarde.

    Kako Ubik Svetak - de Teona Mitevska (Macedonia, 2003) ***

    Como Matei um Santo - Tenso drama sobre a guerra dos Balcãs. Uma dona macedona volta dos EUA para sua cidade em meio ao conflito deflagrado e sob a ocupação das tropas da Otan. Seu irmáo se inicia como terrorista. Destaque para os momentos de uma viagem de onibus que se perde por uma terra de ninguem devastada. Para além da historia impressionante, conta algo sobre o lugar o fato da diretora ter levado dez anos para conseguir fazer este filme.

    Na Cidade Vazia - de Maria Joao Ganga (Angola, 2004) ****

    Por coincidencia, no mesmo dia, um filme que levou ainda mais do que dez anos para ver a luz das telas. Um menino angolano do mato ve os pais sendo mortos por guerrilheiros e é levado por freiras para Luanda. Depois de perder os pais ele se perde na cidade grande e vira menino de rua (e de praia, e de bordel). N'daga perambula pela cidade em cenas documentais.
    A cinematografia primária é compensada pela sinceridade da história e sua carga de emoção. O menino-ator é excelente e nos encanta ouvir portugues com a musicalidade angolana.

    No fim de semana, pausa para trabalhos e para eleicoes.
    Vamos ver o que a segunda semana do festival nos trará.

    segunda-feira, outubro 04, 2004



    lembrando que
    mesmo quando não tenho tempo para escrever, como agora,
    estou sempre trocando as imagens das galerias na coluna da direita.,
    passeiem por lá.

    amanhã tô devolta.

    domingo, outubro 03, 2004



    ALDEIA GLOBAL

    À maratona de filmes do Festival do Rio juntou-se a programacao musical do Philips World Festival e aí danou-se de vez o tempo!
    Em alguns momentos de intervalo eu ainda tinha que trabalhar, e, se possível, dormir.
    Os dias e as noites confundem-se em sons e imagens diversos num kaleidoscópio de culturas.

    Percorrendo apenas um trecho para terem idéia da interessante salada:
    vimos um filme alemao feito por um turco sobre uma personagem brasileira (Olga) e em seguida apresentacao de um grupo da Guiné-Bissau e aí um casal de saxofonistas canadenses tocando com velhos cubanos. Depois filme de tailandeses, filme mostrando a vida em Havana, filme que viaja pela Índia. E apresentaçao de musicos de Gambia e guitarrista do Vietnam e depois filme sobre a Macedonia e filme sobre Angola. E por aí vai.

    No meio disso tudo, debate na TV com os candidatos a prefeito de minha cidade ao mesmo tempo que debate na TV com os candidatos a imperador de um país no hemisferio norte. 34 crianças mortas na inauguracao de uma praça num oásis do Oriente Médio. É o mundo picotado e distribuído sobre minhas retinas cansadas porém ávidas.


    e o blog0news continua…
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    Mas uso mesmo é o

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