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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)


  • terça-feira, outubro 05, 2004





    Conforme escrevi, alagado pelas programações, fui a tudo mantendo a cabeça fora dágua mas nao deu tempo para simultaneamente ver/ouvir e escrever sobre as programaçoes (festival de cinema, festival de world music, etc etc - + um trabalho de tradução urgente).

    Mas relembrando os últimos dias eis alguns dos filmes vividos no Rio 2004.
    Quem nao curte cinema pode pular este longo post inteiro.
    Quem quiser comparar impressoes ou se informar do que passou...

    Head-On - de Fatih Akin (Alemanha, 2003) ***

    Pensei que Contra a Parede - vencedor do Festival de Berlim este ano - fosse ser quase um documental sobre a barra dos turcos vivendo na Alemanha. De certa forma, sim, mas num ritmo moderno, rock & drogas, centrando numa historia de amor louco sobrevivendo nao so aos preconceitos das tradições ou entre os povos mas ao desespero das pessoas alucinadas. Bom filme - com uma atriz bela e expressiva - mas que tenta abranger um escopo maior talvez do que conseguiria contar.

    Baboussia - de Lidia Bobrova (Russia, 2003) *

    Tinha que acontecer em algum momento. Estávamos animados porque este ano em vãrios dias só tinhamos visto filmes bons mas chegamos nessa historia desengonçada. Não se soube mesmo narrar o que tentava acontecer. Tenta ser engraçadinho com cenas absolutamente sem graça. Tenta ser dramãtico e consegue mas exageradamente. O filme depende de se ter empatia com uma avõ que é removida para uma aldeia do interior mas se colocassem um toco no lugar da velhinha que faz a baboussia funcionaria melhor.

    Olga Benário - de Galip Iyitanir (Alemanha, 2003) ***

    O contraponto realista que todos aguardavam à versão brasileira do Monjardim. Mesmo em tom documental consegue ser extremamente comovente. A historia de Olga Benãrio é fantástica e este filme correspondeu à ela.

    Sud Pralat - de Apichatpong Weerasaethakul (Tailändia, 2004) *

    Muito ruim, embora a fotografia e a maneira de contar a historia na segunda parte seja interessante. Um demonio que toma forma de gente para seduzir soldados é contada de duas formas totalmente distintas, a primeira realista e a segunda onírica. Na hora da cena crucial, que faria a amarração entre os dois gomos, a edição finge que "arrebenta" a fita e entramos em outro mundo.
    Mas acaba sendo algo metido a pretensão.
    Dessas coisas que Cannes premia por ser de uma país distante e tentar linguagens diferentes. Mal dos Trópicos foi premio do juri em 2004 - em detrimento de Diarios de Motocicleta, por exemplo!

    Suite Habana - de Fernando Perez (Cuba, 2003) ****

    O melhor do Festival até agora - talvez entre na repescagem - náo percam. Sem diálogos (as unicas falas sao incidentais). Com sons-ambiente e trilha sonora narra cerca de 24 horas nas vidas de dez habitantes de Havana. Aqui, uma cidade sordida, acabada, bela, e desesperançosa. Quando chega a noite, algumas dessas vidas nos traráo surpresas. Outras, sáo estáticas e imóveis. Um petardo emocionante. O fecho é sensacional.
    site do filme


    Hari Om - de Bharatbala (India, 2004) **

    Qume viveu nos anos 60 talvez se lembre de um filme chamado O Candelabro Italiano. Uma patricinha estrangeira vem à Itália, conhece latin lover, e saem por aí numa vespinha ao som de musicas romanticas. Cartáo postal de Roma.
    Bem, este aqui é O Candelabro Indiano, só ao invés da vespa é um riquixá motorizado. O filme é patrocinado pelo Dep. de Turismo da India e logo se ve porque. As locações sáo deslumbrantes.
    Mas a historia é bobinha. A atriz francesa nao convence. Poderia ser uma película de vingança amorosa contra os colonizadores mas tá mais para sessáo da tarde.

    Kako Ubik Svetak - de Teona Mitevska (Macedonia, 2003) ***

    Como Matei um Santo - Tenso drama sobre a guerra dos Balcãs. Uma dona macedona volta dos EUA para sua cidade em meio ao conflito deflagrado e sob a ocupação das tropas da Otan. Seu irmáo se inicia como terrorista. Destaque para os momentos de uma viagem de onibus que se perde por uma terra de ninguem devastada. Para além da historia impressionante, conta algo sobre o lugar o fato da diretora ter levado dez anos para conseguir fazer este filme.

    Na Cidade Vazia - de Maria Joao Ganga (Angola, 2004) ****

    Por coincidencia, no mesmo dia, um filme que levou ainda mais do que dez anos para ver a luz das telas. Um menino angolano do mato ve os pais sendo mortos por guerrilheiros e é levado por freiras para Luanda. Depois de perder os pais ele se perde na cidade grande e vira menino de rua (e de praia, e de bordel). N'daga perambula pela cidade em cenas documentais.
    A cinematografia primária é compensada pela sinceridade da história e sua carga de emoção. O menino-ator é excelente e nos encanta ouvir portugues com a musicalidade angolana.

    No fim de semana, pausa para trabalhos e para eleicoes.
    Vamos ver o que a segunda semana do festival nos trará.

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