
"Em seus dois mandatos, a vereadora Rogéria Bolsonaro teve 66
assessores e, assim como Bolsonaro e os filhos, também empregou diversas
pessoas com algum grau de parentesco entre si. Ao longo dos oito anos
no Palácio Pedro Ernesto, oito pessoas de quatro famílias diferentes
chegaram a ser nomeadas entre os funcionários de seu gabinete. Ela ainda
empregou outras três pessoas que depois conseguiram cargos para
parentes nos gabinetes de Jair, Carlos e Flávio, que só entrou para a
política em 2003. É o mesmo padrão mostrado por ÉPOCA e pelo jornal
O Globo em agosto do ano passado, em reportagem sobre os 102 assessores da família Bolsonaro que tinham laços familiares entre si.
A equipe de Rogéria incluiu, entre outras, a família Santana. Nomeada
em janeiro de 1998, Marcia Helena de Santana se tornou chefe seis meses
depois. Em agosto de 1999, sua filha, Aline Pacheco de Santana, passou a
ocupar o posto de auxiliar da então vereadora. Naquela altura, o pai de
Aline, Jorge Celso Nascimento de Santana, também já havia sido nomeado
oficial no gabinete. Os três trabalharam simultaneamente para a
ex-mulher de Bolsonaro durante um ano e cinco meses, até o fim do
mandato de Rogéria, em janeiro de 2001.
Um dos antecessores de Marcia Helena como chefe de gabinete, Nelson
Marcos Coutinho também empregou a mesma prática. Funcionário de Rogéria
de 1993 a 1998, nomeou o filho, Paulo Roberto Coutinho, para um cargo de
auxiliar entre 1996 e 1998, quando comandava o gabinete.
Também passaram pelo gabinete de Rogéria funcionários que depois
seguiram em outros cargos ligados à família Bolsonaro. Trabalhou com
ela, por exemplo, Jorge Luiz Fernandes, que agora é responsável por
chefiar o time do filho Carlos no Legislativo carioca. Jorge foi nomeado
auxiliar de gabinete em janeiro de 1998 e lá ficou por um ano. Depois
de ser exonerado, passou pelo gabinete de Jair Bolsonaro em Brasília,
entre 1999 e 2000, até chegar ao comando do gabinete de Carlos, em
janeiro de 2001.
Familiares de Jorge também ganharam vagas junto à família Bolsonaro. A
mulher dele, Regina Célia Sobral Fernandes, consta como assessora de
Carlos Bolsonaro, e seu irmão Carlos Alberto Sobral Franco integrou o
gabinete do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados entre 1995
e 1997.
Rogéria também empregou parentes de outro antigo assessor da família:
Waldir Luiz Ferraz, ex-assessor de imprensa de Jair Bolsonaro. Mãe de
Bárbara de Oliveira Ferraz, filha de Waldir, Maristela de Oliveira
Ferraz foi nomeada chefe de gabinete de Rogéria em 1993 e ficou na
função até 1995. Já Bárbara ganhou cargo no gabinete de Jair na Câmara
dos Deputados entre 2005 e 2016. No gabinete de Rogéria também foram
nomeados por vários anos o sogro e a sogra de uma prima de Ferraz,
Mirian Melo Lessa Glycério de Castro."
mais na reportagem de JULIANA DAL PIVA, JOÃO PAULO SACONI E MARLEN COUTO