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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    sábado, março 11, 2023

    filme da noite

    filme da noite

    JADDEH KHAHI (Hit the Road)
    dir & rot Panah Panahi
    Iran, 2021

    típica viagem de familia
    todos enfiados num carro, cantorias, brigas, tem um cachorro
    e aí vamos percebendo o real intuito desse deslocamento
    levam o filho mais velho para cruzar a fronteira, fugir do pais, e escapar da prisão politica

    panah panahi é filho do cekebre cineas iraniano jafar panahi,
    perseguido e censurado em seu país

    recomendo


     

    Greyhound Moon River 1971

    Jackson Browne Stay



    I bet promotors don't mindAnd the roadies don't mindIf we take a little timeAnd we leave this all behindSinging one more song

    in memoriam DAVID LINDLEY

    disco do dia

     

    disco do dia

    BEYONCE
    RENNAISSANCE
     
     

    PAULO CARUSO


     

    Muambeiros fardados

     
     
    "Bolsonaro guardou consigo o conteúdo do segundo pacote (relógio de ouro, abotoadura, caneta, anel), conforme admitiu publicamente na quarta-feira 8. Mas ele tinha direito a isso? E o primeiro pacote, o de 16,5 milhões, por que Soeiro não o declarou ao Fisco em outubro de 2021?
    Era presente mesmo para Michelle? Ou seria propina disfarçada, e para quem?"

     

    LEIA REPORTAGEM DE ANDRÉ BARROCAL
     

    XUXA 60

    FRAGA
     
     
     
     

     

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    Elis Regina - "20 Anos Blues" - Ensaio - MPB Especial



    Ontem de manhã quando acordei
    Olhei a vida e me espantei
    Eu tenho mais de 20 anos
    E eu tenho mais de mil perguntas sem respostas
    Estou ligada num futuro blue

    (Sueli Costa - Vitor Martins)

    Art Blakey and the Jazz Messengers (with Wayne Shorter and Freddie Hubbard),

    In the Hothouse

     

     

    "Mark Zuckerberg once called Twitter a clown car that fell into a gold mine. Now there is a new clown behind the wheel, and the gold’s all gone. Twitter has long been bad at making money, clownishly bad. But it continued to attract investment, thanks to the low interest rates engineered by the Federal Reserve to ease the pain of the 2008 global financial crisis and its long aftermath. Gorged with capital, investors spent many years pouring money into tech firms that don’t make money in the belief that someday they would.

    A mine with nothing left to mine is just a hole in the ground. And this is where Elon Musk now finds himself: deep in a hole. The precise depth of the hole was determined by a gag. Back in April, when he made his first bid, he proposed to take Twitter private at $54.20 a share, a weed reference, and that is ultimately what he paid. This stupid number is more meaningful than it may seem. It reveals a wider truth, one that does not displace so much as subsume the various interpretations about why Musk is behaving the way he is: it’s all a joke.

    A joke is a terribly serious thing. It makes matters more complicated rather than less. Freud said that jokes are like dreams: they come from the unconscious, he believed, and are thus glutted with meanings in excess of those intended by the teller. Musk’s relationship to Twitter is, to use a Freudian word, overdetermined. It is a bundle of psychic attachments so densely knotted that it would take a century on the couch to unravel."

    READ ARTICLE BY BEN TARNOFF

     

    sexta-feira, março 10, 2023

    Capim cortando canelas



    ALVES

     

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    Wish you were here

     


      





    TOM TOMORROW











    The Whale is not a masterpiece – it’s a joyless, harmful fantasy of fat squalor

     The Whale

     "I have been writing about being fat, begging for my humanity to be seen, for a long time. I might tell you, with reservations, that we’ve made some progress in my time. Smaller fat people have a few more clothing options. Weight Watchers has rebranded to pretend it isn’t a diet programme. High-fashion designers will sometimes send a token fat model down the runway, even if they don’t sell garments in her size, while mid-market brands feature a slightly more realistic range of models. It is now trendy, on Instagram, to suck the fat out of your waist and tummy and spray it inside of your butt and thighs to make them a little fatter (although I hear heroin chic is also coming back – as if it ever left). I personally was allowed to make three seasons of a television show in which a fat woman leaves the house and has many friends and lovers and is not particularly depressed. That’s something, isn’t it?

    The structural oppression of fat people (substandard medical care, lower salaries, exclusion from public life) remains unchanged but, hey, at least it’s fashionable to have a huge ass now, and the thin people are a little nicer to our faces. But how do they talk about us when we’re not around? The Whale, I fear, holds the answer."

     READ REVIEW BY LINDY WEST >  

    The Whale is not a masterpiece – it’s a joyless, harmful fantasy of fat squalor | Film criticism | The Guardian:

    CLAUDIO JORGE & GUINGA = Minha Alma Suburbana




    Basta um gole de pinga
    Uns raios de lua
    E um violão pra pensar
    Naqueles papos de esquina
    E nos piqueniques lá em Paquetá



    Dia da Mulher: sem razoes para celebrar

     

     "A socióloga Suelen Aires Gonçalves,
    que pesquisa violência de gênero há mais
    de dez anos, observa que o feminicídio, ao
    contrário do homicídio comum, pode ser
    prevenido. “Trata-se de um crime preme-
    ditado, anunciado, que deixa rastros. É
    um ponto final na vida da mulher, mas an-
    tes dele há muitas vírgulas”, afirma. “Os
    familiares e amigos percebem que a víti-
    ma corre risco. Por isso, é um crime que
    pode ser evitado.” A melhor forma de bar-
    rar a violência antes que ela seja irrever-
    sível, explica a pesquisadora, seria a exis-
    tência de políticas públicas efetivas, capa-
    zes de promover uma rede de apoio e aco-
    lhimento às vítimas. “Se o Estado tives-
    se compromisso com a vida das mulheres
    e fizesse investimentos públicos pesados
    para combater o feminicídio, a realidade,
    com certeza, seria outra.”"

    leia reportagem de MARIANA SERAFINI  

    A muamba de Bolsonaro


     

    Tudo jóias (versão milico)



    AROEIRA


       

    QUINHO

     

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    David Lindley - Mercury Blues



    If I had money, I tell you what I'd do
    I'd go downtown and buy a Mercury or two
    I'm crazy 'bout a Mercury
    I'm crazy 'bout a Mercury
    I'm gonna buy me a Mercury and cruise it up and down the road

    A falsa promessa do ChatGPT

     

     Noam Chomsky: The False Promise of ChatGPT (Ruru Kuo/The New York Times)

     "A mente humana não é, como o ChatGPT e seus semelhantes, uma pesada máquina estatística para encontrar padrões semelhantes, devorando centenas de terabytes de dados e extrapolando a resposta mais provável numa conversa ou a resposta mais plausível para uma pergunta científica. Pelo contrário, a mente humana é um sistema surpreendentemente eficiente e até elegante que opera com pequenas quantidades de informação; procura não inferir correlações brutas entre pontos de dados, mas criar explicações."

    "De fato, tais programas estão presos numa fase pré-humana ou não-humana da evolução cognitiva. Sua falha mais profunda é a ausência da capacidade mais crítica de qualquer inteligência: dizer não somente o que é o caso, o que foi o caso e o que será o caso –isso é descrição e previsão–, mas também o que não é o caso e o que poderia e não poderia ser o caso. Esses são os ingredientes da explicação, a marca da verdadeira inteligência."

     

    LEIA ARTIGO DE NOAH CHOMSKY, IAN ROBERTS & JEFFREY WATUMULL

     

     

    disco do dia

    disco do dia

    PAULO & CHICO CARUSO
    c/ CONJUNTO NACIONAL
    PRA SEU GOVERNO
     

     

    ‘Nossa família enfrenta o Google. As plataformas viraram monstros’

     



    Após perder a filha num ataque terrorista do Estado Islâmico em Paris, em 2015, Beatriz Gonzalez chegou à Suprema Corte dos EUA com demanda histórica contra 'big tech' por disseminar discursos de ódio

    "Familiares da estudante acusam o Google — pois a empresa da Alphabet é a controladora da plataforma de vídeos YouTube — de ter não apenas hospedado, mas também impulsionando vídeos de conteúdo terrorista. O argumento é que, ao recomendar conteúdo com base em preferência dos usuários, o YouTube teve influência na radicalização de quem viu esses vídeos."

    leia entrevista de Beatriz Gonzalez
    para Janaina Figueiredo

    Vivi para contar: ‘Nossa família enfrenta o Google. As plataformas viraram monstros’ - Tudo Menos Política - Site de Notícias Mato Grosso:

    quinta-feira, março 09, 2023

    Miles Davis (with Wayne Shorter and Herbie Hancock), “Footprints,” (1966) in memoriam WAYNE SHORTER

    filme da noite

    filme da noite

    WOMEN TALKING
    dir & rot Sarah Polley
    EUA, 2022

    Fazer nada. Ficar e lutar, Partir.
    Mulheres de uma colônia ligada a uma seita consideram suas opções diante das violências dos homens.

    (Amazon Prime) 
     

     

    DIA DA MULHER



    DALCIO MACHADO

     

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    O trofeu de bem-sucedido



    GILMAR

     

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    Dia da Mulher



    BENETT

     

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    Banquinha do Lira



    FRAGA

     

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    NANA CAYMMI VOZ E SUOR (Sueli Costa - Abel Silva)



    Mas nunca a minha garganta
    Dirá meu amor
    Nunca mais

    IN MEMORIAM SUELI COSTA 


    disco do dia

    disco do dia

    WAYNE SHORTER
    THE CLASSIC BLUE NOTE RECORDINGS
     
     

     

    Look Out, Wayne Newton! Las Vegas Gets a Punk Rock Museum

     Look Out, Wayne Newton! Las Vegas Gets a Punk Rock Museum | Frommer's

     "Another development that could send a safety pin straight to the heart of any erstwhile anarchist from the class of 1976: Punk rock is getting its own museum—a word fairly dripping with establishment credibility"

    READ MORE: 

    Look Out, Wayne Newton! Las Vegas Gets a Punk Rock Museum | Frommer's

    Transfobia de mini Bolsonaro testa os limites da extrema direita na Câmara

     

     

    LEONARDO SAKAMOTO

    Caso a Câmara dos Deputados não casse o mandato de Nikolas Ferreira (PL-MG) ou imponha a ele uma severa punição por transformar a tribuna parlamentar em um show bizarro de transfobia no Dia Internacional da Mulher, vai acabar se tornando refém de uma extrema direita preconceituosa e violenta. E, desta vez, refém de graça.

    O centrão, que controla a Câmara, tem como uma de suas características o fisiologismo, não o ultraconservadorismo. Essa é uma das razões pelas quais as pautas em costumes e comportamentos do então presidente Jair "Joias" Bolsonaro, como a redução da idade mínima para trabalhar ou a proibição do aborto em caso de estupro, não terem tramitado facilmente.

    O centrão enxerga ganhos econômicos em passar a boiada sobre direitos ambientais, indígenas e trabalhistas. Mas não quer ser visto como o responsável por tentar impedir uma menina de dez anos, grávida após ser estuprada pelo próprio tio desde os seis no Espírito Santo, de interromper a gestação para preservar a própria vida. Sim, os assessores da então ministra e hoje senadora Damares Alves fizeram isso.

    Durante o mandato de Joias Bolsonaro, algumas concessões à pauta de costumes e comportamento do capitão foram feitas em meio aos bilhões pagos em emendas e aos cargos concedidos. Mas após a derrota do Patriarca dos Diamantes e das Rachadinhas, e com o Brasil sob nova administração de Lula, a extrema direita foi para a oposição, como minoria.

    Não haveria razão de o establishment da Câmara aceitar agora que um deputado ultraconservador, mesmo que tenha sido o mais votado do país, transforme o púlpito da casa em penico. Isso passa a impressão de que a cúpula do parlamento se dobra às necessidades de produzir memes e agredir pessoas de alguém que se porta como um mini Bolsonaro.

    Arthur Lira se manifestou, claro. "O Plenário da Câmara dos Deputados não é palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos. Não admitirei o desrespeito contra ninguém. O deputado Nikolas Ferreira merece minha reprimenda pública por sua atitude no dia de hoje", afirmou o presidente da casa.

    O pito, contudo, é pouco eficaz. Pois ele foi eleito com essa plataforma e com objetivo de fomentar o caos, e acredita que os votos que recebeu lhe darão proteção para rasgar a Constituição quantas vezes desejar.

    Tabata Amaral (PSB-SP) e Érika Hilton (PSOL-SP) disseram que vão entrar com pedido de cassação do mandato. Hoje, se o caso for para o Conselho de Ética, o mais provável é que receba uma moção de repúdio ou, no máximo, um gancho por suas declarações criminosas, seguindo o padrão de impunidade baseado na imunidade. Afinal, há deputados com receio de ver limitada a sua liberdade de vomitar tranqueiras na tribuna que vão passar um pano para o comportamento do colega.

    Assim como foi com Joias Bolsonaro que, como deputado federal, chegou a dizer que não estupraria a deputada federal Maria do Rosário porque achava que ela era feia, segundo suas próprias palavras. E ficou por isso mesmo.

    O crime cometido contra as pessoas trans e a dignidade humana foi um teste. Hoje, foram Hilton e Duda Salabert (PDT-MG), as primeiras deputadas federais trans da história do Brasil. Se a Câmara não reagir, da próxima vez o ataque da extrema direita atingirá outros grupos. E, mais cedo ou mais tarde, vai chegar ao próprio centrão.

    A menos que a cúpula da Câmara decida começar essa legislatura botando ordem na casa, punindo o deputado com a perda de seu mandato ou um gancho bem longo, a leniência passará a imagem de que a extrema direita pode atacar colegas e cometer crimes, atropelando os ritos, as regras e, principalmente, os líderes.

    Em outras palavras, que o parlamento não é a Casa de Lira, nem mesmo da Mãe Joana, mas de Nikolas.

    GLOBO

     

    Roaming Charges

     

    JEFFREY ST. CLAIR

    + According to Berkeley Earth’s  calculations, 2022 was the 5th warmest year on record, at 1.24 °C (2.24 °F) warmer the 1850-1900 baseline. The year was slightly warmer than 2021, but still cooled by the persistence of La Niña conditions in the Pacific. Based on the recent rate of warming, the Earth will reach the 1.5 °C (2.7 °F) warming threshold around 2034 and 2.0 °C (3.6 °F) around 2060.

    + The eight warmest years on record have now occurred since 2014, the scientists from the European Union’s Copernicus Climate Change Service, reported and 2016 remains the hottest year ever.

    + Even as the La Niña weather event helped to cool the oceans for the third year in a row, global temperatures were still about 0.3C higher in 2022 than the 1991-2020 reference period.

    + The extent of sea ice in the Southern Ocean is about 270,000 square miles less than the previous low, set in 2018.

    + US carbon emissions climbed by 1.3 percent last year.

    + Svalbard is nearly ice-free in January. The temperature in Longyearbyen, the main town, is -1 C now. Salt water freezes at -1.8 C. Once a refuge for polar bears (as any reader of Philip Pullman’s His Dark Materials series knows), Svalbard almost no polar bear habitat this winter. It’s an increasingly dire situation for bears and other sea ice dependent species.

    quarta-feira, março 08, 2023

    The Smile - The Smoke (16mm Film)



    It's easyDon't mess with meDon't mess with meAs I die in the flamesAs I set myself on fire

    PAULO CARUSO


     

    Dia de Luta


     

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    Ser aquilo que a gente é



    ALVES

     

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    New Order - Blue Monday



    I thought I told you to leave meWhile I walk down to the beachTell me how does it feelWhen your heart grows cold, grows cold..

    Paz na Ucrânia - Um armistício nunca está fora do alcance

     

     


    PAULO NOGUEIRA BATISTA JR.
    Confirmando o que previ mais de
    uma vez nos dois últimos anos,
    Lula começou a se posicionar co-
    mo possível mediador para a solução da
    guerra na Ucrânia. O vira-latismo nacio-
    nal está uivando em grande estilo e não
    falta quem considere descabida e até ri-
    dícula a intenção do nosso presidente
    da República. É verdade, claro, que me-
    diação só haverá se e quando os envolvi-
    dos na guerra, direta ou indiretamente,
    estiverem interessados nisso. Mas Lu-
    la prepara o terreno e já explicou, em li-
    nhas gerais, que pretende ajudar a criar
    um grupo de países amigos ou neutros
    que possam estabelecer uma ponte en-
    tre as partes em conflito. Ele não men-
    cionou, até onde eu sei, mas imagino que
    esse grupo poderia incluir, além do Bra-
    sil, a Turquia, Israel, China, Índia, Indo-
    nésia e África do Sul, por exemplo.
    Bem sei que não há perspectivas de so-
    lução a curto prazo. Como subestimar a
    gravidade da situação? A Rússia consi-
    dera que vive uma ameaça existencial.
    O Ocidente, principalmente os Estados
    Unidos, considera que a sua hegemonia
    e sua autoridade mundial foram postas
    em xeque pela invasão da Ucrânia.

     
    No entanto, a paz nunca está fora do
    alcance. Como lembrou a ex-presiden-
    ta Dilma Rousseff, em entrevista a Léo
    Attuch do 247, no ano passado, uma guerra
    que não pode ser resolvida no campo de ba-
    talha, tem de ser resolvida pela via diplomá-
    tica. E a chave para uma solução, disse ela
    com razão, é encontrar uma fórmula que
    possa ser apresentada por todos ou qua-
    se todos os lados em guerra como vitória.
    Difícil? Sempre. Não impossível, porém.
    Arrisco esboçar alguns elementos
    do que seria, no meu modesto entender,
    uma possível solução diplomática, que
    contentaria em alguma medida todos
    ou quase todos os envolvidos. Conside-
    re, leitor, o que segue apenas como um
    exemplo do que poderia ser construído.

     
    A Rússia retiraria todas as suas tro-
    pas das regiões da Ucrânia, Donbas e ou-
    tras, invadidas desde 2021. Abandonaria,
    ipso facto, o seu reconhecimento das re-
    públicas separatistas no Leste da Ucrâ-
    nia. Antes, porém, a Ucrânia aprovaria,
    refletindo a diversidade do país, uma re-
    forma constitucional que a converteria
    de república unitária em república fe-
    derativa, em linha com as promessas fei-
    tas nos acordos de Minsk, de 2014 e 2015.
    Todas as províncias da Ucrânia, em espe-
    cial as preponderantemente russófonas,
    Lugansk e Donetsk, teriam autonomia re-
    lativa e o direito de eleger seus governa-
    dores (até hoje sempre foram indicados
    por Kiev) e suas assembleias estaduais.

     
    A língua russa seria estabelecida ou
    restabelecida como língua nacional, jun-
    tamente com o ucraniano e talvez outras
    faladas no país, assegurando-se total li-
    berdade de publicação, ensino e comu-
    nicação em russo. Ficaria com a Rússia,
    a Crimeia, de maioria esmagadoramen-
    te russa, e que foi incorporada ao país em
    2014, depois de referendo em que mais de
    93% votaram pela incorporação. A Ucrâ-
    nia e o Ocidente assumiriam o compro-
    misso de não admitir a Ucrânia na Otan,
    mas ela poderia, cumpridos os exigentes
    requisitos europeus, entrar para a União
    Europeia em algum momento futuro. Se-
    ria talvez necessário incluir, também, um
    compromisso de desnazificação da Ucrâ-
    nia, há bastante tempo infestada por gru-
    pos violentos de extrema-direita muito
    envolvidos na escalada que levou à guer-
    ra. Os ocidentais suspenderiam as san-
    ções contra a Rússia à medida que os acor-
    dos fossem cumpridos e descongelariam
    as reservas internacionais russas que fo-
    ram bloqueadas em represália à invasão
    da Ucrânia. A Rússia se comprometeria,
    por sua vez, a ajudar na reconstrução da
    Ucrânia, que é, afinal, uma nação irmã, do
    mesmo espaço histórico e cultural, e que
    só por uma sucessão de equívocos e ma-
    quinações foi levada a esta guerra.

     
    Viável? Talvez. O Ocidente se declara-
    ria vitorioso: a Rússia, forçada a abando-
    nar seu suposto projeto expansionista,
    teria sido obrigada a retirar todas as suas
    tropas, a aceitar um eventual ingresso da
    Ucrânia na União Europeia e, ainda, a
    ajudar na reconstrução do país. A Rússia
    se declararia vitoriosa também: obteria
    o reconhecimento da Crimeia como rus-
    sa, a autonomia das populações russófo-
    nas no leste da Ucrânia, a não entrada da
    Ucrânia na Otan e o compromisso de des-
    nazificação do vizinho.

     
    Não sei de nada do que está sendo cogi-
    tado em Brasília a esse respeito. Mas acre-
    dito que Lula, juntamente com outros lí-
    deres de países mediadores, poderá, sim,
    ter um papel importante no encerramen-
    to da guerra, aproveitando, inclusive, a
    circunstância feliz de que o Brasil presi-
    dirá o G-20 em 2024, foro de líderes que,
    como se sabe, inclui todas as principais
    nações desenvolvidas e emergentes. Lu-
    la, inclusive, já transmitiu a Emmanuel
    Macron o seu desejo de que o G-20 volte a
    ser um grupo político, em que os líderes se
    reúnam para discutir face a face, em con-
    junto, os desafios do planeta, deixando de
    ser o que tem sido, há muitos anos – um
    grupo meio esvaziado, em que as respon-
    sabilidades e discussões foram terceiriza-
    das a burocratas dos países membros.

    CARTA CAPITAL

     

    Indecent

     Jeffrey St. Clair >> 

     
    + A performing arts school in Duval County Florida cancelled a production of Paula Vogel’s play Indecent, saying that the play’s same-sex romance and dialogue, where inappropriate for the age group. They replaced Vogel’s Incident with Anton Chekhov’s The Seagull, a play about romantic obsession among four straight people that ends with one of them shooting himself in the head.

    + In the same Duvall County school system, a third-grade book about Hank Aaron (Henry Aaron’s Dream) is under review, because it talks about the racism Aaron faced in the Jim Crow South. I wouldn’t be surprised if Florida’s Great Patriotic textbooks start claiming that MLB started after the Negro Leagues refused to let whites play…

    + An Ohio teacher, who was reading Dr. Seuss’s The Sneetches to her Grade 3 class as part of NPR’s Planet Money podcast on how economics gets discussed and taught in children’s books., was abruptly cut off by a school administrator when a student observed that: “It’s almost like what happened back then, how people were treated. Like, disrespected. Like, white people disrespected Black people.” The administrator said the reading was halted because the parents hadn’t been “pre-warned” that the topic of racism might be discussed.

    terça-feira, março 07, 2023

    filme da noite

    filme da noite
    BREAKING THE WAVES
    dir Lars von Triers
    rot Lars von triers, Peter Asmussen & David Pine
    Dinamarca, 1996
    (no mubi)
    O filme mais "mainstream" de Triers - se é que isso é possível.
    Homem fica paralizado e nao tem mais como trepar.
    Para que sua esposa nao seja privada deste prazer,
    insiste em que ela (mulher ultra devota) vá a navios fazer sexo com marujos.
    Premio do Juri em Cannes
    recomendo
     



     

    Puro Suco do Brasil



    GILMAR

     

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    Eu nem queria mesmo

     

    Arnaldo Branco (Instagram: @arnaldobranco)


    A essa altura todo mundo já trombou com o vídeo do coach de masculinidade que se sentiu ameaçado quando uma mulher tentou oferecer cerveja numa ocasião em que estava tomando sua bebida predileta, Campari — depoimento que me lembrou aquele meme “isso foi muito específico, tá tudo bem?”. No entender do cara o gesto foi uma tentativa da fêmea ardilosa em manipular a vontade do macho, embora eu acredite que se tratava apenas de uma sugestão para dispensar uma bebida que tem gosto de Limpol maçã.


    O coach, que se chama Thiago Schoba (sobrenome com uma sonoridade cômica e que parece uma gíria obscura para descrever alguém com dissonância cognitiva), escolheu usar outro que acha mais respeitável, Schutz, e é exatamente por isso que só vou chamar o cara pelo nome verdadeiro — afinal também sou contra manipularem a minha vontade. Schoba, que emplacou vários outros vídeos defendendo ilogismos da mesma linha, é um rico manancial de vergonha alheia que provavelmente vai se eleger deputado pelo MBL apesar dos corriqueiros apelos da esquerda para não dar palco pra quem já tem bastante.


    Em outro trecho, Schoba confessa ter medo de abordar uma mulher e ser acusado de assédio, sem reparar que, se uma abordagem soa como assédio, provavelmente é mesmo. O que é curioso porque qualquer sujeito normal consegue entender o conceito de assédio, é só perguntar o que ele acha de atender chamada de telemarketing no sábado. O maior problema do cara parece ser um medo paralisante de lidar com situações em que não tem controle total, que é mais ou menos como funciona a vida de todas as pessoas que não são psicopatas.


    Em vários outros podcasts — onde faz papel de misógino residente — Schoba enumera os tipos de mulher que se deve evitar: não pode ser mais alta, mais velha, mãe solteira, divorciada, sensual, boêmia, assertiva, independente; seu modelo é algo como a Damares Alves com a idade da MC Pipokinha. É tanta restrição que lembra aquelas vezes em que a gente faz exigências fora da realidade porque na prática não quer pegar o emprego. O ano é 2023 galera, não estamos mais na época em que era socialmente obrigatório fingir que gosta de mulher.


    Mas a verdade é que essa lista de empecilhos é uma manifestação do subconsciente. Como naquela cena de Kill Bill onde o David Carradine diz que o alter ego do Super-Homem — um homem fraco, inseguro, impotente — é uma crítica velada à humanidade, essa mulher ideal — insossa, submissa, reprimida — é uma confissão latente de como o sujeito realmente se enxerga. No fundo Schoba acredita que só uma mulher com essas características é capaz de se sujeitar a um cara medíocre como ele.


    Apesar de se apresentar como coach, o que Schoba prega é o contrário de aprimoramento pessoal; é acreditar que você se basta e que as pessoas devem aceitar essa sua versão defeituosa como se fosse invejável, ideal até. É nisso que dá levar muito a sério os elogios da própria mãe ou acreditar em premissa de filme pornô — que as mulheres vão sair tirando a roupa mesmo que você só tenha ido na casa delas pra consertar o encanamento.


    Muito se fala no poder de autoestima do homem hétero, mas existe uma subcategoria ainda mais empoderada: a do homem hétero rejeitado fingindo que ele nem queria mesmo.


    CONFORME SOLICITADO 
    https://conformesolicitado.substack.com/

    Fagner - Jura Secreta 1978 (Sueli Costa / Abel Silva)



    Só uma coisa me entristece
    O beijo de amor que eu não roubei
    A jura secreta que eu não fiz
    A briga de amor que eu não causei

    IN MEMORIAM SUELI COSTA

    Paulo Caruso

     
    PAULO CARUSO foi o grande vencedor do IX Salão Carioca de Humor,
    organizado por mim e Ana Pinta, em 1997 





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