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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    sábado, março 06, 2021

    Linda sua mansão, Flavinho



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    Miséria volta à rotina do brasileiro após o fim do auxílio emergencial

     

     

    Domingas Maria Alves Corrêa, de 23 anos, chegou a receber parcelas de R$ 1.200 no ano passado por ser chefe de família. Agora, voltou a viver com os R$ 120 do Bolsa Família. Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
    Domingas Maria Alves Corrêa, de 23 anos, chegou a receber parcelas de R$ 1.200 no ano passado por ser chefe de família. Agora, voltou a viver com os R$ 120 do Bolsa Família. Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

    "O sol do meio-dia brilhava inclemente quando a trabalhadora rural Percileide de Souza, de 32 anos, caminhava de volta para sua casa, no município de Caracol, na divisa do Piauí com a Bahia, carregando na cabeça cerca de 40 quilos de pedaços de madeira, amarrados numa corda. Ela havia saído de casa antes de o dia clarear. Com os galhos coletados, acenderia o fogo para cozinhar arroz, feijão e ovos para as duas filhas, de 7 e 10 anos, e para o marido, também agricultor. No ano passado, Percileide havia deixado de cumprir essa rotina extenuante. Com a primeira parcela do auxílio emergencial de R$ 600 recebida em julho, aprovada pelo Congresso e paga pelo governo de Jair Bolsonaro, a família comprou um fogão a gás de segunda mão por R$ 120. O mesmo benefício foi usado para comprar um botijão no valor de R$ 85, que durou quatro meses. A família da agricultora também havia voltado a comer carne de bode depois de quatro anos. Com o fim do benefício, o ovo retomou o posto de principal item da única refeição diária, novamente preparada no fogão a lenha. Zurilda Mathias Maia, de 50 anos, viu o auxílio desaparecer no pior momento de sua vida, quando caiu da moto que a transportava e quebrou um braço, ficando impedida de continuar trabalhando na lavoura, onde recebia R$ 15 por dia. Domingas Alves Correa, de 23 anos, mãe de um menino de 5, recebia parcelas de R$ 1.200 pelo fato de não ter ajuda para sustentar a criança. No ano passado, comprou comida farta e uma cama para a mãe, Antonia Alves Rocha, de 60 anos. Agora, recebe apenas os R$ 120 do Bolsa Família, insuficientes para comprar o básico para seu sustento e para custear o farelo que alimenta seus porcos no casebre onde vive em Guaribas, no Piauí, mesma cidade de Zurilda.

    Uma das ruas de Guaribas, no sertão do Piauí, em que quase toda a população adulta vive do Bolsa Família e recebeu, no ano passado, o auxílio emergencial. Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
    Uma das ruas de Guaribas, no sertão do Piauí, em que quase toda a população adulta vive do Bolsa Família e recebeu, no ano passado, o auxílio emergencial. Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
    Em julho do ano passado, ÉPOCA esteve no sertão do Piauí, nas divisas com a Bahia e Pernambuco, para verificar o impacto do auxílio emergencial na vida de uma das populações mais carentes do Nordeste e que também é inteiramente dependente dos programas sociais do governo federal. Naquele período, quando se iniciaram os pagamentos dos auxílios de R$ 600 e R$ 1.200 mensais, o cinturão de pobreza formado pelos municípios de São Raimundo Nonato, São Braz do Piauí, Anísio de Abreu, Jurema, Caracol e Guaribas havia se transformado. Comércio lotado, consumo de alimentos antes inacessíveis, como carne bovina, além da compra de eletrodomésticos e ferramentas agrícolas. De volta ao local no final de janeiro, período em que se completaram 30 dias do pagamento da última parcela do benefício, a reportagem refez o caminho entre as cidades durante quatro dias e encontrou um cenário muito diferente. Miséria, fome e comércio parado, além de uma grande insatisfação com o governo Bolsonaro, no lugar do sentimento de gratidão encontrado meses antes. “O presidente cortou como se não precisássemos mais. Ele deveria vir aqui em Guaribas ver como a vida é desgraçada. Muita gente passa fome. Nossos vizinhos não têm dinheiro nem para comprar água”, reclamou Domingas, que em julho tinha uma boa avaliação de Jair Bolsonaro, apesar de ter votado em Fernando Haddad em 2018 — mas disse já ter mudado de ideia.
    Percileide de Souza, de 32 anos, é mãe de dois filhos. Comprou um fogão usado com o dinheiro do auxílio, mas agora, sem receber a parcela, não consegue mais comprar o gás. Por isso, voltou a recolher galhos para o fogão a lenha. Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
    Percileide de Souza, de 32 anos, é mãe de dois filhos. Comprou um fogão usado com o dinheiro do auxílio, mas agora, sem receber a parcela, não consegue mais comprar o gás. Por isso, voltou a recolher galhos para o fogão a lenha. Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
    Guaribas é o emblema de um Brasil cuja sobrevivência está atrelada aos programas sociais do governo — e que hoje responsabiliza Jair Bolsonaro pelo fim de uma bonança momentânea.

    leia reportagem de

    Miséria volta à rotina do brasileiro após o fim do auxílio emergencial - Época

    Vidas em risco

        

    "As escolas fecharam há quase um ano. Nesse intervalo, São Paulo, o esta-do mais rico da federação, pouco fez pa-ra adequá-las ao “novo normal”. Nenhu-ma das propostas do Manual do IAB foi acolhida. Nenhum planejamento sobre a redução do número de alunos por sala de aula – medida pedagogicamente importante e viável no momento em que a ta-xa de natalidade cai no Brasil – foi feito. São Paulo entende, de forma equivocada que eliminará o risco de contágio apenas com a distribuição de álcool em gel e máscaras a professores e alunos."

     leia o artigo de PROFESSORA BEBEL 



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