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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    quarta-feira, julho 10, 2024

    Banda Del Rey - Negro Gato



    Eu sou um negro gato de arrepiarE essa minha vida é mesmo de amargarSó mesmo de um telhado aos outros desacatoEu sou um Negro Gato! Eu sou um Negro Gato!

    terça-feira, julho 09, 2024

    Procissão de São Pedro


     

    Bussunda



    MARIO BAGG

     

    Fim de Festa - Naná Vasconcelos e Itamar Assumpção



    Meu amor por você chegou ao fimÉ tudo que tenho a dizerTambém não precisa sair assimEspere o dia amanhecer

    Esquerda unida mostra que é possível barrar a extrema-direita

     

     

     

    LEONARDO SAKAMOTO

    Mais uma vez a democracia francesa deu um chega-pra-lá na extrema direita, repetindo o que já fez em outras eleições. Uma coisa é divergir sobre a condução da economia de um país, outra é discordar da essência e dos princípios que mantém esse país unido.

    Adotando uma estratégia de desistência em distritos onde o adversário democrata teria mais chance contra o candidato do extremista Reunião Nacional, a Nova Frente Popular, coalizão de esquerda, e a aliança do presidente Emmanuel Macron devem ficar em primeiro e segundo lugares na Assembleia Nacional.

    A maioria dos macronistas não iria votar na extrema direita. Os fascistas ampliaram seu teto na França, mas não arrancaram o teto.
    Ver a xenófoba e excludente extrema direita de Marine Le Pen cantar vitória antes da hora e dar de cara com as urnas deveria animar qualquer espírito democrata.

    Ao mesmo tempo, o resultado indica a possibilidade real que as esquerdas têm caso superem suas diferenças e resolvam se unir. Foi impressionante e inédita a união das agremiações desse campo ideológico em tempo recorde, tanto para formar a coalizão menos de dois dias após o anúncio surpresa de nova eleição feita por Macron, quanto para planejar taticamente as desistências entre o primeiro turno e o segundo junto com a direita democrática.

    Ressalte-se que a esquerda conseguiu chegar na frente, mas não teve maioria absoluta, portanto ainda resta ver que tipo de governo emergirá dos diálogos e negociações sobre composição na Assembleia.

    As urnas também mostram o descontentamento com as políticas da direita liberal de Macron, em um país que sempre prezou pela força do Estado de bem estar social. O receituário neoliberal global se esgotou, e o crescimento da extrema direita, reunindo e vocalizando a insatisfação daqueles excluídos pela globalização, é a prova disso. Contudo, não são apenas xenófobos, racistas e fascistas da extrema direita que podem propor uma alternativa. Eleições como a da França criam uma oportunidade para as esquerdas refletirem, reinventarem-se e proporem novas políticas que resolvam a insatisfação através da inclusão, não do ódio e do medo.

    UOL
     


    Noticiário Barra Pesada


    VASQS 

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    Nem Milei acreditou que Bolsonaro era incomível e imbrochável

     

     

    LILIA SCHWARCZ 

     
    Tudo tem seu preço. Foi motivo de vexame o evento conservado que reuniu o presidente da Argentina Javier Milei (que chegou tarde e saiu cedo), Jair Bolsonaro, governadores, parlamentares e influenciadores da direita no dia 8 de julho com o ingresso custando R$ 249.
     
    Na verdade, a “Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC)”, localizada em Balneário Camboriú (SC), chegou a cobrar R$ 5 mil em ingressos que davam direito a um jantar com a presença do ex-presidente e dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de Santa Catarina, Jorginho Mello, e parlamentares como Eduardo Bolsonaro e Ricardo Salles. A nata do nada.
     
    Aqueles que não puderam pagar, mas queriam uma visão mais privilegiada contavam com uma “área VIP” para membros: um membro ouro, que doa R$ 50 por mês ou R$ 500 por ano, garantia assento próximo ao palco. Já membros diamante que desembolsam R$ 500 por mês ou R$ 5 mil por ano tinham acesso ao jantar e à parte superior junto aos palestrantes. O evento ainda cobrou R$ 21,90 de quem quisesse assistir ao evento pela transmissão ao vivo nos — mas o link não funcionou. Nem por isso o dinheiro não foi devolvido
     
    Quiosques vendiam de camisetas a calendários com o rosto de Bolsonaro, livros conservadores e tiaras de flores inspiradas no acessório usado pela deputada federal Júlia Zanatta que custavam R$ 100. Os vinhos da família Bolsonaro (nas opções branco e tinto com o nome de Jair, e na opção rosé com o nome de Michelle) custavam R$ 149.
     
    A promessa de jantar com Milei não foi cumprida pois ele só chegou ao evento às 23 e não circulou muito. Foi filmado ao lado dos “metralhas” Bolsonaro que lhe entregaram uma medalha com o rosto de Jair. Eduardo suou para explicar os dizeres “incomível e imbrochável” que constam na medalha que traz o ex-presidente mais jovem com o dedo iapontando para o futuro. Um futuro misógino, de quem teme perder a virilidade e anuncia sua eternidade. Nem Milei acreditou! (E olha que ele acredita em muita coisa estranha …)

     

    DALVA DE OLIVEIRA - Pela Décima Vez (Noel Rosa)



    Jurei não mais amar pela décima vez
    Jurei não perdoar o que ela me fez
    O costume é a força que fala mais forte
    Do que a natureza
    E que nos faz dar provas de fraqueza

    o brilho da extrema-direita em SC

     



    FRAGA

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    Thriller em Camboriu



    AROEIRA

     

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    Colleen - Captain of None



    ]Do not let me go blind for I
    Still want to learn how to see What's in front of my eyes What's inside of me What's inside what's inside what's inside what's inside

    segunda-feira, julho 08, 2024

    O capitalismo acabou com o futebol brasileiro

     

    "O menino Ney, apesar de sua figura socialmente execrável, ainda pode ostentar qualidade técnica. Os demais, não. São apenas bons jogadores, quando muito, superestimados pelo poder do capital que compra os seus passes por valores absurdos e os transformam em robôs táticos a serviço dos clubes que passam a defender. Precisamos falar sobre a colonização do futebol brasileiro, onde os nossos jogadores são desconstruídos de sua essência técnica na Europa, e não conseguem jogar pela seleção o que se espera deles. Essa história de que o futebol mudou e de que não tem mais bobo no futebol é o bicho-papão do comunismo que come criancinha e o cérebro de adultos alienados. Ainda existem bobos no futebol sim, e o Brasil está se tornando um deles quando visa apenas o lucro na venda de jovens jogadores, fortalecendo o futebol europeu, enfraquecendo a sua tradição e destruindo a sua história de melhor futebol do mundo."

    mais no artigo de Ricardo Nêggo Tom

    O capitalismo acabou com o futebol brasileiro | Brasil 247

    Billie Eilish - Getting Older in the Live Lounge



    I'm getting older, I think I'm aging wellI wish someone had told me I'd be doing this by myselfThere's reasons that I'm thankful, there's a lot I'm grateful forBut it's different when a stranger's always waiting at your doorWhich is ironic 'cause the strangers seem to want me moreThan anyone before (anyone before)Too bad they're usually deranged

    Campos Neto, é voce?

    JOTA CAMELO
     
     
     
     
    CELLUS
     

     
     
     
    KLEBER
     

     

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    Procissão de São Pedro





     

    O que Lula fala... e como o mercado reage



    CELLUS

     

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    Onde mais voce vai ler Guerra e Paz ?



    MARIO BAGG

     

    Nara Leão canta "VOU POR AÍ" - Baden Powell e Aloysio de Oliveira



    Vou por aí
    Esquecendo que você passou
    Me lembrando coisas que perdi
    Sem saber sequer aonde estou
    Por isso eu ando, paro
    Sem saber sequer aonde vou

    Mentalidade predatoria

     

     

    "Várias incompreensões e inúmeros
    equívocos atrapalham o conhecimento
    necessário ao enfrentamento da emer-

     gência climática. Muitos acreditam que
    a insuficiência crescente de água para
    a agricultura, devido à alteração no re-
    gime de chuvas, em si um resultado das
    mudanças climáticas, poderá ser resol-
    vida com irrigação, o que é um enorme
    engano. Apenas 7 milhões de hectares,
    dentre os 80 milhões de hectares de ter-
    ras agricultáveis no País, são irrigáveis,
    ao custo de 2 mil dólares por hectare.
    O cultivo da soja, carro-chefe da eco-
    nomia brasileira, utiliza 50% da terra
    agricultável e depende visceralmente
    do clima, alerta Assad. Haverá um pro-
    blema sério de perda de produtividade
    na agricultura, acrescenta.

     Ensaios feitos no Instituto de Pesqui-
    sas Ambientais de São Paulo, em câmaras
    que simulam o clima das próximas déca

    as, com mais gás carbônico na atmosfera
    e menos água no solo, em comparação com
    os teores atuais, apontam a tendência de
    o café produzido no Brasil ser mais amar-
    go, ácido e adstringente dentro de dez a 20
    anos, divulgou a revista Pesquisa Fapesp.

     
    Simulações de pesquisadores da Universi-
    dade Federal de Itajubá, em Minas Gerais,
    indicam a possibilidade de entre 35% e
    75% das terras hoje ocupadas por cafezais
    se tornarem impróprias, em consequên-
    cia das alterações no clima, até o fim do
    século. Estudos da Unicamp mostram
    que as áreas dos cafezais no País podem
    ficar restritas às mais altas do Sudeste."

    LEIA REPORTAGEM DE CARLOS DRUMMOND

     

    Aquele mesmo cartum, desde 2014...


     

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    PALAVRAS

     

    Precisamos ter a coragem de atribuir à motivação ‘dinheiro’ o seu verdadeiro valor. O amor ao dinheiro como posse, e distinto do amor ao dinheiro como meio para desfrutar os prazeres da vida, será reconhecido por aquilo que é: uma paixão mórbida, um pouco repulsiva, uma daquelas tendências meio criminais e meio patológicas que geralmente são transmitidas com um calafrio ao especialista de doenças mentais.

    - John Maynard Keynes

    Folhetim - Nara Leão ( (Chico Buarque)


    Mas na manhã seguinte Não conta até vinte Te afasta de mim Pois já não vales nada És página virada Descartada do meu folhetim

    ‘Baby Reindeer’: What to Know About the True-ish Netflix Hit

     

    The mini-series, based on the star’s experiences, has viewers wondering how much of it is real. Here’s the back story.

    A male bartender talks to a female patron who is sitting at the bar of a pub. They are smiling, and she is playfully pointing a finger at him.

    Some spoilers follow.

    “Baby Reindeer,” Netflix’s absorbing, claustrophobic seven-episode thriller, has been an unexpected global hit — a success made even more surprising given its intense themes. It is far and away the most-watched show on Netflix, according to the streamer’s publicly released numbers, dwarfing every other show on the platform.

    The mini-series follows the character of Donny Dunn, a bartender and floundering comedian trying to navigate the fog of trauma and cobble together a sense of self while being mercilessly stalked and tormented by a woman named Martha, with whom he maintains a codependent connection, despite the harassment. The title refers to one of Martha’s many nicknames for Donny.

    Here’s what’s real about “Baby Reindeer,” and what viewers seem most curious about.

    “Baby Reindeer” is the work of Richard Gadd, 34, who plays Donny, a slightly fictionalized version of himself. And if you were wondering how a regular guy could be such a confident, complex actor, it’s because he is a seasoned, award-winning performer who parlayed his autobiographical one-man show, titled “Baby Reindeer,” into the series, for which he wrote every episode.

    But once upon a time, he was the self-loathing performer we see depicted. “Baby Reindeer” takes meta storytelling to new levels.

    Early in the first episode, a message across the screen reads, “This is a true story.” And it is.

    “It’s all emotionally 100 percent true,” Gadd, who was the real-life victim of the stalking, said in a recent interview with Variety. “It’s all borrowed from instances that happened to me and real people that I met.” True with the caveat that “for both legal and artistic reasons,” as he put it, details had to be changed. “You can’t just copy somebody else’s life and name and put it onto television,” he said. “We were very aware that some characters in it are vulnerable people,” he added, “so you don’t want to make their lives more difficult.”

    The series is largely punctuated by language from real messages sent by his stalker (played by Jessica Gunning), which we see typed out onscreen. In his one-man show, a 70-minute monologue that premiered at Edinburgh Festival Fringe and would go on to win an Olivier Award (Britain’s equivalent of the Tonys), Gadd played her voice mail messages to the audience, and projections of her emails scrolled across the venue’s ceiling.

    According to Gadd, she sent him over 41,000 emails, tweeted at him hundreds of times and left him 350 hours of voice mail over the course of a few years.

    For the series, certain timelines were moved around “to make them pay off a little better,” he said. Nonetheless, “it’s a very true story.”


    While the saga, at first glance, is one of stalking and obsession, it is equally about the life-shattering effects of sexual assault. In the fourth episode, Gadd’s character is repeatedly drugged, assaulted and raped by a powerful television writer named Darrien O’Connor (played by Tom Goodman-Hill) who’d made false promises to help catapult the comedian’s career. (The sexual assaults were explored in Gadd’s earlier solo show “Monkey See Monkey Do.”)

    “Abuse leaves an imprint,” Gadd recently told GQ magazine. “Especially abuse like this where it’s repeated with promises.”

    The depiction of the abuse is graphic and disturbing, and knowing that the characters were based on real people prompted great interest in the identities behind them. But Gadd was quick to urge viewers to stop investigating. “Please don’t speculate on who any of the real-life people could be,” he wrote on Instagram. “That’s not the point of our show.”

    As more and more people binge the show, social media platforms have become amateur detective rings, with viewers trying to suss out the identities of the characters. The British writer and director Sean Foley was the subject of online threats when some thought that he was the real-life Darrien character.

    “Police have been informed and are investigating all defamatory abusive and threatening posts against me,” Foley said in a post on X (formerly Twitter) in late April.

    On Instagram, Gadd defended Foley specifically, writing, “People I love, have worked with, and admire (including Sean Foley) are unfairly getting caught up in speculation.”

    In the first episode, Gadd’s character searches Martha’s name online and uncovers a trove of articles about her past stalking — “Serial Stalker Sentenced to Four and Half Years,” reads one headline — which led some online sleuths to try to find the actual versions of those same articles.

    The show has become such a phenomenon that The Daily Mail published an interview with a woman purporting to be the “real” Martha, lodging her complaints about the show, though her name was not disclosed.

    When GQ asked Gadd what the stalker might make of the show, he said, “I honestly couldn’t speak as to whether she would watch it,” calling her “an idiosyncratic person.”

    “We’ve gone to such great lengths to disguise her to the point that I don’t think she would recognize herself,” he said. “What’s been borrowed is an emotional truth, not a fact-by-fact profile of someone.”

    THENEW YORK TIMES

    Dia Internacional do Beijo



    QUINHO




     

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    domingo, julho 07, 2024

    IF HE WINS

     

     

     
     "Donald Trump thinks he’s identified a crucial mistake of his first term: He was too nice."

    read a deep interview with TRUMP

     

     

     

     

    Procissão de São Pedro





     

    CHICO 80

    KLEBER

     

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    Café com Fascistas



    TONI D'AGOSTINHO

     

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    Dos Malles, o Menor



    MARIO BAGG

     

    Juana Molina - Un dia



    ]]

    Un día voy a ser otra distinta Voy a hacer cosas que no hice jamás No va a importarme lo que otros me digan Ni va a importarme si resultará Voy a viajar, voy a bailar, bailar, bailar, ¡quiero bailar! Voy a vivir en el medio del campo y a las mañanas me voy a levantar Para ordenar, me va a costar Me gustará ¿Cuándo será?


    Racismo que não tira férias no Rio

     


    DORRIT HARAZIM
     

    Pano rápido #1. Quarta-feira, início de noite, bairro de Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro. Cinco meninos entre 13 e 14 anos — três negros e dois brancos — voltam de uma pelada. Estão de férias, mãos abanando. Nem mochila levam. Vestem o clássico traje conforto (camiseta/bermuda/chinelo de dedo). Uma câmera de segurança mostra o grupo atravessando a rua. Param na portaria do prédio em que reside um deles. Ele entra. Dez segundos depois (sim, 10 segundos), uma viatura policial irrompe na cena. Zunindo, com as portas já escancaradas, o carro atravessa a pista, e dele saem dois policiais de armas apontadas para os meninos na calçada. Três deles, negros, são abordados com truculência, obrigados a ficar de costas com mãos na parede. O quarto adolescente recebe tratamento diferente — ele é branco. O porteiro de prédio a tudo assiste. Não interrompe seus afazeres. Motoristas e pedestres também não. Vida que segue.

    A história terminaria aqui. Ou melhor, talvez terminasse alhures e muito mal para os “suspeitos”. Por sorte, o amiguinho branco consegue falar: os três meninos negros são filhos de diplomatas estrangeiros, vieram de Brasília a passeio. Dois são filhos dos embaixadores do Gabão e de Burkina Faso, o terceiro é filho de uma assistente do embaixador do Canadá. Forma-se uma encrenca diplomática, o Itamaraty pede desculpas formais aos pais dos jovens e cobra uma “apuração rigorosa” do governo do Rio de Janeiro. Que “fundada suspeita”, além da conhecida filtragem racial, teria levado os PMs à truculência tão gratuita? A Ouvidoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro informa “aos que se sentiram ofendidos” que devem “formalizar suas denúncias”.

    Pano rápido #2. Quinta-feira, 21h30, Praça Charles Miller, São Paulo, capital. Autores, público e promotores da estupenda Feira do Livro capitaneada por Paulo Werneck encerram mais uma jornada de trabalhos. A escritora Eliana Alves Cruz (“Água de barrela”, “Solitária”, “O crime do Cais do Valongo”) havia mediado duas concorridas mesas para o programa Trilha das Letras, que apresenta na TV Brasil. Fazia frio, ela estava de sobretudo e puxara o capuz para perto do rosto. Mal colocara a mão na maçaneta do Uber Black, o motorista fugiu em disparada errática. Por pouco não a feriu seriamente. Quem estava a seu lado ficou atônito, nada entendeu. Eliane entendeu tudo na hora. “Ele deve ter pensado que eu estava armada. É a terceira vez que motoristas de Uber não me aceitam em São Paulo”, diz a escritora. Eliana é negra. Já encostaram uma arma na sua cabeça quando retornava de uma festa com um amigo branco. Também já apontaram uma arma à cabeça de seu filho a caminho de um futebol matinal.

    Pano rápido #3. Dia recente no nono andar do Hospital Sírio-Libanês, São Paulo. Final do plantão noturno. A técnica de enfermagem, com sete anos de casa, não demonstra cansaço. É jovial, apesar da meia-idade castigada, tem três filhos e assumiu cuidados na casa da vizinha adoentada. Indagada sobre o tratamento que recebe de pacientes no andar nobre do hospital, conta o que quer esquecer. Estava no quarto de uma internada idosa, que a chamou para perto da cama:

    — Ei, você aí, vem cá e estende a mão — ordenou a acamada.

    Ela estendeu. A paciente então cuspiu-lhe o chiclete que mascava na palma da mão negra. 

    Em novembro de 2020, por ocasião do assassinato de um cidadão negro espancado por seguranças bestiais na garagem de um supermercado Carrefour, perguntava-se neste espaço se o Brasil tem caráter. Como sociedade, não temos. E vergonha de sua estrutura social racista, o Brasil tem? Também não, pois, se tivesse, a população brasileira negra (pretos e pardos) sentiria alguma satisfação em ser maioria, teria cidadania plena. Estamos há 500 anos desse dia. “Quando crimes se empilham, eles se tornam invisíveis”, escreveu Bertolt Brecht às vésperas da Segunda Guerra. A extensão do horror só ficou explicitada quando os campos de concentração foram escancarados. A frase de Brecht poderia servir para resumir os crimes cotidianos cometidos pelos donos do Brasil branco (Justiça, instituições, elites, governos, sociedade) contra sua gente preta.

    O episódio dos meninos em Ipanema traz ecos da “Operação Verão 23/24”. Instituída em setembro passado pelo governo estadual do Rio, a ação praticamente impedia o acesso à orla da Zona Sul carioca a jovens negros de bairros periféricos. Alegando fazer um pente-fino de “suspeitos em potencial” e prevenir “possíveis infratores”, a ação da Secretaria de Ordem Pública (Seop) apreendia a garotada já no transporte público, sem flagrante, ao arrepio de qualquer lei. O clamor contra o absurdo foi grande, percorreu várias instâncias até chegar ao Supremo Tribunal Federal em dezembro, onde atolou até depois do carnaval, nas mãos do presidente Luís Roberto Barroso. Todo um verão roubado à garotada pobre e preta. Em fevereiro, o ministro Cristiano Zanin retomou o caso e proibiu as retenções sem flagrante. Também deu prazo de 60 dias prorrogáveis por mais 30 para o estado e o município do Rio de Janeiro criarem um protocolo de abordagem policial para menores na orla.

    Surpresa: segundo Rodrigo Azambuja, coordenador de Defesa da Infância e Juventude, a redação final do protocolo está concluída, aguardando a publicação dos instrumentos. “É um avanço muito grande, embora seja restrito a Operações Verão”, avalia a jornalista Flávia Oliveira, soberana no tema.

    Ainda estamos no inverno. Os três meninos de Brasília e as crianças e adolescentes negros do Rio pobre precisarão esperar mais cinco meses para poder ir à praia despreocupados.

     

    Em novembro de 2020, por ocasião do assassinato de um cidadão negro espancado por seguranças bestiais na garagem de um supermercado Carrefour, perguntava-se neste espaço se o Brasil tem caráter. Como sociedade, não temos. E vergonha de sua estrutura social racista, o Brasil tem? Também não, pois, se tivesse, a população brasileira negra (pretos e pardos) sentiria alguma satisfação em ser maioria, teria cidadania plena. Estamos há 500 anos desse dia. “Quando crimes se empilham, eles se tornam invisíveis”, escreveu Bertolt Brecht às vésperas da Segunda Guerra. A extensão do horror só ficou explicitada quando os campos de concentração foram escancarados. A frase de Brecht poderia servir para resumir os crimes cotidianos cometidos pelos donos do Brasil branco (Justiça, instituições, elites, governos, sociedade) contra sua gente preta.

    O episódio dos meninos em Ipanema traz ecos da “Operação Verão 23/24”. Instituída em setembro passado pelo governo estadual do Rio, a ação praticamente impedia o acesso à orla da Zona Sul carioca a jovens negros de bairros periféricos. Alegando fazer um pente-fino de “suspeitos em potencial” e prevenir “possíveis infratores”, a ação da Secretaria de Ordem Pública (Seop) apreendia a garotada já no transporte público, sem flagrante, ao arrepio de qualquer lei. O clamor contra o absurdo foi grande, percorreu várias instâncias até chegar ao Supremo Tribunal Federal em dezembro, onde atolou até depois do carnaval, nas mãos do presidente Luís Roberto Barroso. Todo um verão roubado à garotada pobre e preta. Em fevereiro, o ministro Cristiano Zanin retomou o caso e proibiu as retenções sem flagrante. Também deu prazo de 60 dias prorrogáveis por mais 30 para o estado e o município do Rio de Janeiro criarem um protocolo de abordagem policial para menores na orla.

    Surpresa: segundo Rodrigo Azambuja, coordenador de Defesa da Infância e Juventude, a redação final do protocolo está concluída, aguardando a publicação dos instrumentos. “É um avanço muito grande, embora seja restrito a Operações Verão”, avalia a jornalista Flávia Oliveira, soberana no tema.

    Ainda estamos no inverno. Os três meninos de Brasília e as crianças e adolescentes negros do Rio pobre precisarão esperar mais cinco meses para poder ir à praia despreocupados.

     O GLOBO
     
    ILUSTRAÇÃO MARCELO

     

    Votando na Sereia



    THIAGO LUCAS

     

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    Eleitor britânico puniu aposta furada no Brexit

     

     Painel luminoso projeta vitória do Partido Trabalhista no Reino Unido


    BERNARDO MELLO FRANCO 

     Foi uma avalanche, como dizem os britânicos. Depois de 14 anos na oposição, o Partido Trabalhista festejou uma vitória histórica no Reino Unido. A centro-esquerda voltou ao poder com uma supermaioria. Conquistou 412 cadeiras, quase dois terços da Câmara dos Comuns.

    As manchetes parecem sugerir que a ilha se pintou de vermelho. Não foi bem assim. Apesar do triunfo, os trabalhistas receberam 500 mil votos a menos que na última eleição. O que definiu o resultado foi a derrocada do Partido Conservador, de direita. Sua votação despencou de 44% para 24% em cinco anos.

    A bancada conservadora encolheu de 372 para 121 cadeiras — pior desempenho em quase dois séculos. Ao admitir a derrota, o primeiro-ministro Rishi Sunak reconheceu que os britânicos estavam com raiva de seu partido. “Sinto muito”, desculpou-se, no discurso de despedida.

    A saída melancólica de Downing Street encerrou um ciclo iniciado em 2010, com a ascensão de David Cameron. Em 14 anos, os tories venceram quatro eleições, indicaram cinco primeiros-ministros e protagonizaram crises em série. O período pode ser resumido em duas apostas: no Brexit e na austeridade econômica. Ambas fracassaram, produzindo estagnação e impopularidade.

    Em 2016, os britânicos decidiram deixar a União Europeia. A escolha se baseou numa fantasia populista: ao romper com o bloco, o país reviveria os tempos de glória do Império Britânico. O saldo foi desastroso. A inflação subiu, a libra derreteu, e o Reino Unido perdeu força e influência no cenário internacional.

    No front doméstico, os conservadores adotaram um programa econômico ultraliberal, baseado em cortes de impostos e enxugamento do Estado. O déficit fiscal caiu, mas os serviços públicos ficaram em frangalhos. O efeito mais visível foi sobre o sistema de saúde, que sempre foi um orgulho nacional. A fila de espera por atendimento triplicou, e os hospitais começaram a sofrer com a falta de investimentos e mão de obra.

    Quando Cameron chegou ao poder, 70% dos britânicos se diziam satisfeitos com o sistema, conhecido pela sigla NHS. No ano passado, a aprovação havia minguado para 24%. O sucateamento castigou a classe média e os mais pobres, que já penavam com a alta do custo de vida.

    Parte desse eleitorado migrou para a extrema direita, liderada pelo histriônico Nigel Farage. Com discurso xenófobo, seu Partido Reformista abocanhou 14% dos votos na quinta-feira. Pelas regras do sistema eleitoral britânico, isso só resultou em cinco cadeiras no Parlamento. Mas foi determinante para a ruína dos conservadores.

    Diante da derrota iminente, Sunak ainda ensaiou uma guinada nacionalista. Filho de indianos, anunciou um plano para capturar e despachar imigrantes para Ruanda. A ideia não saiu do papel. Só serviu para expor o desespero do premiê.

    A vitória trabalhista consagrou Keir Starmer, um político de pouco carisma que costuma ser descrito como “pragmático” e “centrista”. Depois de assumir a liderança do partido, ele promoveu um expurgo em sua ala mais à esquerda, tachada de radical. Na campanha, evitou temas polêmicos e administrou o favoritismo com promessas genéricas.

    Na véspera da eleição, Starmer aceitou falar sobre o Brexit. Descartou uma volta ao bloco europeu, na contramão do que defendia até pouco tempo atrás. A ver se os britânicos votaram na mudança para que tudo permaneça como está.

    O GLOBO

     

    lembrando das enchentes....

     

    NANDO MOTTA
     

     
     
    RAFAELCORREA
    FRAGA
     

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    Junio Barreto - Vida Vida Vida

    José James - Fine and Mellow



    Love is just like a faucet It turns off and on Said love is just like a faucet It turns off and on Sometimes when you think it's on, baby It has turned off and gone

    ‘Everybody screamed when they saw it!’ The sudden rise in penises on TV

     Everybody screamed when they saw it!' The sudden rise in penises on TV |  Television | The Guardian

    House of the Dragon just made eyes pop with an erect penis – but it’s not the only show going to great lengths to challenge television’s nudity equality problem

     ‘Everybody screamed when they saw it!’ The sudden rise in penises on TV | Television | The Guardian

    Rüdiger’s treatment a damning representation of modern Germany

     

     "Defender should be able to count on a nation behind him but far-right nationalism reflects society’s ingrained racism

    And of course this is all part of a broader strategy, a concerted effort to position football as a frontline in the struggle for the soul of the nation. On social media, disinformation and flat-out untruths have been propagated by far-right accounts and allowed to flourish largely unchallenged. One viral video shows a prayer room in the fan zone in Berlin, with the (false) suggestion that it has been installed for Muslims alone. Another widely shared post rages at the ban on German flags in fan parks, a ban that does not and has never existed.

    While it’s easy to dismiss this kind of stuff as the kind of desperate nonsense barely worth dignifying with comment – and you know, when has fringe far-right German nationalism ever really hurt anyone? – there is a subtext here, and by identifying it now we can all spare ourselves a lot of performative shock later. “This team is not a national team, but a politically correct mercenary troupe,” the MEP Maximilian Krah declared before the start of the Euros."

    read article by Jonathan Liew

    Rüdiger’s treatment a damning representation of modern Germany | Germany | The Guardian


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