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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    sábado, abril 08, 2023

    Os fatos estão contra Bolsonaro


     

    Eles sabem o que fazem

    CAU GOMEZ

    JOTA CAMELO



    DANIEL LAFAYETTE

     

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    Riachão - Camisinha




    Arranjei uma namorada na banda do norteA menina era de morte, era bonitinhaMe disse: se quiser fazer amor com elaVocê tem que arranjar também a camisinha

    disco do dia

     

    disco do dia

    RYUICHI SAKAMOTO
    JACQUES MORELENBAUM
    PAULA MORELENBAUM
    CASA
     



     

     

     

    O coronel do capital

     

     

     "Quando Lula e Lira tiveram o quarto
    tête-à-tête, em 24 de março, no Palácio
    da Alvorada, a residência oficial da Pre-
    sidência, havia fogo no lugar do gelo. E
    não exatamente por causa de um entre-
    vero específico entre os dois. A chama
    espalhava-se por Brasília graças a uma
    crise criada pelos pendores imperiais do
    deputado. Pendores apontados publica-
    mente por Lula em maio do ano passado,
    ocasião em que Lira, do PP, reagira as-
    sim: “Ele não me conhece, nunca conver-
    sou comigo, nunca tomou um café, nunca
    bateu um papo, nunca tive o prazer ou o
    desprazer de estar com ele”. Com Bolso-
    naro, afirma o senador Rogério Carva-
    lho, do PT de Sergipe, “não havia gover-
    no, e Lira mandava. Agora tem governo,
    e ele quer continuar mandando. Não vai”.
    Vontade de mandar que tem a “chanta-
    gem” como método, segundo outro sena-
    dor, o emedebista Renan Calheiros, de-
    safeto de Lira em Alagoas.

     
    Em uma espantosa entrevista coleti-
    va em 23 de março, Lira deixou claro que
    não quer seguir a Constituição e que o go-
    verno pagará o pato, se sua vontade não
    for feita. “A Constituição lá de 2002 não
    atende as práticas de evolução do siste-
    ma de votação”, disse"

    LEIA REPORTAGEM DE ANDRÉ BARROCA
    L

     

     

    Itamaraty


     

    Dia do Jornalista



    QUINHO

     

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    – Prêmio Grampo 2023 de Grandes HQs – O resultado final: as 20 HQs mais votadas

     

     

     

    – Prêmio Grampo 2023 de Grandes HQs – O resultado final: as 20 HQs mais votadas | Vitralizado

    Juca Chaves - Paris Tropical



    Alô Brasil, alô SimonalMoro e namoro em Paris tropical

    Nemanja Radulović & Double Sens play Hommage à Aleksandar Šišić (Medley)

    Blumenau, 5/4

    AFONSO ALLISON 


     

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    sexta-feira, abril 07, 2023

    BALLAD OF THE OSCAR STREAKER

     

    What happened to the man who ran across the screen naked in 1974?

    "The streaker was taken not to the
    authorities but to the pressroom, where
    he appeared in a blue jumpsuit un-
    zipped to the waist and posed along-
    side a jumbo Oscar. He identified him-
    self as Robert Opel, an advertising man.
    What he didn’t say was that he actu-
    ally worked for the Los Angeles school
    system, and that he was gay. “It just oc-
    curred to me that it might be an edu-
    cative thing to do,” he said. “You know,
    people shouldn’t be ashamed of being
    nude in public. Besides, it’s a hell of a
    way to launch a career.”

     
    Nearly half a century later, the “Oscar
    streak” is remembered as a blip of
    seventies counterculture amid the Holly-
    wood glitz. But who was Robert Opel,
    and why did he do what he did? Con-
    spiracy theories surfaced immediately.
    Had Opel been a plant to get ratings?
    How had he circumvented the “security
    operation of truly royal proportions”?
    And how did Niven have such a well-
    crafted zinger ready?"

     

    READ STORY BY MICHAEL SCHULMAN

     

    filme da noite

     

    filme da noite

    AS MIL E UMA NOITES
    VOL. 1 - O INQUIETO
    dir Miguel Gomes
    rot Miguel Gomes, Telmo Churro & Mariana Ricardo
    Portugal, 2015
    (no mubi)

    O que tem em comum um estaleiro que está fechando
    e uma nova técnica para eliminar marimbondos?
    E um diretor que foge das filmagens de seu documentário?

    Gomes usa recursos de Xerazade para falar dos resultados
     da política de austeridade sobre o interior dos portugueses 
     

    In My Own Dream: Karen Dalton



    To satisfy
    That's what I thought I'd be
    I kept on living in my own dream
    In my own dream

    A Suprema Ceia


     
       
     
     
     
     
     
    DASSILVA
     

     


     

     

     

     

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    Ryuichi Sakamoto - "Life, Life" (from "async")



    And this I dreamt, and this I dream
    And some time this I will dream again
    And all will be repeated, all be re-embodied
    You will dream everything I have seen in dream

    Mais uma tentativa de silenciar o deputado Renato Freitas

     

     

     

     "Freitas é vítima do racismo e do pre-
    conceito de classe social”, avalia Andréa
    Pires da Rocha, professora do Departa-
    mento de Serviço Social da Universidade
    Estadual de Londrina. As estruturas so-
    ciais no Brasil são enrijecidas e alimenta-
    das por opressões que compõem as nos-
    sas relações há mais de 500 anos, expli-
    ca. “O lugar reservado ao negro era a sen-
    zala. Depois, a rua, o trabalho precário, a
    miséria, a prisão, os hospitais psiquiátri-
    cos e as covas dos cemitérios. A presen-
    ça de Freitas no Legislativo paranaense
    subverte ‘a ordem das coisas’.”"

    leia reportagem de RENE RUSCHEL

    Seja bem-vindo, Bolsonaro !

     
     
        ARTEVILLAR
     
     



    AMORIM
     
     


     

    NANDO MOTTA

    História de 50 anos da HBO traduz triunfo da liberdade criativa

     


    Mauricio Stycer

    Lançada em novembro de 1972, com 375 assinantes, numa pequena cidade da Pensilvânia, a HBO gramou alguns anos até se tornar um negócio viável. Investindo em transmissões ao vivo de lutas de boxe, sucessos de Hollywood e documentários originais, foi aos poucos encontrando a sua cara e se diferenciando dos concorrentes.

    Cinquenta anos depois, é possível dizer que a HBO é uma instituição cultural, com um impacto global sem precedentes no mercado de comunicação. A história do canal ajuda a compreender boa parte das transformações ocorridas na televisão nos últimos 50 anos.

    Em 1996, já identificado como um canal sem concorrentes na TV paga, mas buscando convencer o espectador de que a sua programação era melhor também do que a exibida pelas grandes redes de TV, a HBO lançou um novo slogan, que resumia com presunção a sua originalidade: "It's not TV" ("Não é TV").

    É justamente esse o título do livro que celebra o cinquentenário do canal, escrito pelos jornalistas Felix Gillette, da Bloomberg, e John Koblin, do The New York Times. Ainda que lançado num momento de muitas incertezas sobre o próprio futuro da HBO, é um presente para quem se interessa pela história da televisão.


    Navegando o tempo todo entre negócios e entretenimento, "It's Not TV" mostra que a HBO não é resultado da visão de um executivo genial, como a Netflix, por exemplo, mas fruto da construção coletiva de uma cultura interna, que sobreviveu a diferentes executivos.

    O ponto central é que a HBO sempre apostou em liberdade criativa. Os produtores que procuravam o canal querendo saber que tipo de programa a HBO queria fazer ouviam, em resposta, que aquela era uma pergunta considerada errada. O canal preferia ouvir o que os criadores desejavam fazer e valorizava as ideias com potencial de produzir "ruído de qualidade"

    De "Sopranos" a "White Lotus", passando por "The Wire" e até mesmo "Game of Thrones", entre outras dezenas de criações muito acima da média, as vitórias da HBO seguem um mesmo padrão: ignorar o que o público poderá pensar a respeito de determinado projeto, ou o que dizem as pesquisas, e ouvir os criadores ligados ao canal.

     Nas primeiras três décadas, a cultura interna do canal foi também excessivamente masculina e tóxica, mostra o livro. Um caso de assédio cometido por um executivo foi abafado por anos. As mulheres tinham dificuldades de se fazer ouvir internamente. O sucesso de "Sex and the City", em 1998, marca o início de uma virada com impacto na programação e nas relações internas da empresa.

    O cardápio recente da HBO mostra que há espaço não apenas para anti-heróis imprevisíveis ("Succession") como também para heroínas imperfeitas ("I May Destroy You", "Sharp Objects", "Euphoria", "Mare of Easttown", entre muitas outras).

    A história da HBO também inclui de erros de avaliação (o canal recusou o projeto de "Mad Men") e, sobretudo, de falta de visão em momentos cruciais do negócio. O canal subestimou a Netflix e demorou tempo demais para traçar uma estratégia competitiva no mercado de streaming.

    Não à toa, em 2013, o executivo Ted Sarandos disse que o objetivo da Netflix era se tornar a HBO mais rapidamente do que a HBO se tornasse uma Netflix. E o fundador Reed Hastings disse que não estava tentando copiar a HBO, "mas tentando fazer melhor do que eles".

    Ainda assim, a HBO sobreviveu. No quarto trimestre de 2022, a empresa contava com 96 milhões de assinantes globalmente, somando os da TV a cabo e os do streaming. É muito menos que a Netflix, mas esse número a mantém como um dos grandes "players" do mercado.

    E, como mostrou a estreia da quarta temporada de "Succession", segue produzindo conteúdo original e gerando "ruído de qualidade".

    FOLHA

     

    Na Aldeia - Bando da Lua (1941)



    Quero te ver bem faceira na porta da capelinha
    Escrevendo o nosso nome com a ponta da sombrinha
    Quero que a vida nos seja de venturas sempre cheia
    Com seu vestido de renda arrastando-se na areia.

    ‘People will find out’: May Pang on her time with John Lennon and Yoko Ono

     John Lennon and May Pang

     "The new couple’s time in LA resurrected Lennon’s lighter side, she said, both personally and creatively. He cut the Rock’n’Roll album, which featured cover versions of rock songs that had influenced him, in the process bringing him a nostalgic joy and relieving the pressure of having to write new material. Free from both the demands of Beatlemania and his tensions with Ono, Pang said that Lennon “got to do normal things. I took him on bus rides. I took him to parks.”

    quinta-feira, abril 06, 2023

    filme da noite

    filme da noite

    DER LEONE HAVE SEPT CABEÇAS
    dir Glauber Rocha
    rot Glauber & Gianni Amico
    França/Italia/Brasil 1970
    (no mubi)

    Um libelo caótico contra o colonialismo

    Visto atualmente, o protagonismo de atores brancos é esquisito, com os negros fazendo figuração....

    As musicas e as danças são interessantes. 
     
     

     

    A violencia creche



    QUINHO


     
    AMORIM
     
     
     
     
    NANDO MOTTA

     

    in my garden | no meu quintal

     


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    disco do dia

     disco do dia

    RUICHI SAKAMOTO, DAVID BYRNE & GONG SU
    THE LAST EMPEROR



     

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    Em 'Memória Sufocada', Ustra e seus comparsas voltam a caçoar de nós

     

     

     

     Em 'Memória Sufocada', Ustra e seus comparsas voltam a caçoar de nós

     

    CAMILO VANUCCHI

    m cartaz nos cinemas desde o dia 30 de março, véspera do aniversário do golpe de 1964, o documentário "Memória Sufocada", de Gabriel Di Giacomo, reúne cenas que são uma estocada tão perversa quanto pedagógica em quem tem compromisso com a democracia. Se não chegam a torturar quem as assiste, algumas falas são dolorosas e podem funcionar como gatilho para muitas e muitos sobreviventes.

    Numa das cenas, vemos o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI-Codi de São Paulo na primeira metade dos anos 1970, negar que oposicionistas foram mortos no mais desumano centro de tortura daqueles anos.

    Na versão propalada por Ustra, a quem se atribui o apelido de "sucursal do inferno" dado ao órgão da repressão, apenas duas pessoas morreram nas dependências do órgão, ambas por suicídio: o jornalista Vladimir Herzog, em 1975, e o operário Manoel Fiel Filho, em 1976. As demais vítimas, segundo ele, foram alvejadas em confronto com as tropas do Exército ou da polícia, na rua, inimigos numa hipotética guerra patrocinada pelo Estado, e não executadas com descargas elétricas, afogamentos e golpes de cacetete, como de fato foram.

    Herói de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão, autor de um libelo protofascista intitulado "A Verdade Sufocada", citado diversas vezes como livro de cabeceira pelo ex-presidente genocida (quem lhe conferiu tal alcunha não fui eu, mas o Tribunal Permanente dos Povos no ano passado), Ustra é, até hoje, o único torturador condenado pelo Judiciário brasileiro, numa ação declaratória, de caráter civil, à qual não coube exigir prisão, tornozeleira eletrônica, multa, serviços comunitários ou qualquer outra pena além da simples declaração, agora oficial, de que se trata, sim, de um torturador. Por extensão, tal exclusividade faz dele o único torturador que podemos chamar de torturador sem correr risco de processo por calúnia, injúria ou difamação.

    Triste o país que não se envergonha por condenar por difamação aqueles que denunciam a violência de Estado, os crimes imprescritíveis e contra a humanidade praticados sistematicamente por essa gente, enquanto passa pano há mais de 50 anos para o arbítrio e a barbárie.

    Mas, voltando à vaca fria do documentário, em outra cena um segundo depoente que frequentava as sessões de tortura no DOI-Codi, notório torturador e estuprador de presas políticas, repete calmamente ao microfone que nunca sequer entrou numa sala de tortura. Se não calmamente, ao menos com a tranquilidade de quem se habituou aos tapinhas nas costas, aos sorrisos cúmplices e à certeza da impunidade. Como Ustra faz questão de citar, jamais houve qualquer punição, retaliação ou advertência ao longo dos anos em que cumpriu com a missão que lhe foi conferida pelo Estado sanguinário.

    O que não faltaram — e ainda não faltam, até hoje, na caserna e em diversos setores das Forças Armadas — foram elogios e condecorações. É o suficiente para Ustra, o torturador, esmurrar a mesa, levantar a voz e indicar com orgulho a própria lapela, onde repousa a comenda do pacificador, a maior honraria concedida pelo Exército.

    Todas essas declarações foram feitas nas oitivas realizadas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) entre 2012 e 2014. E chegam agora à tela grande, nove anos depois da entrega do relatório final da CNV, 59 anos depois do golpe, pelas mãos de Gabriel Di Giacomo.

    No documentário, os relatos feitos por Ustra e outros próceres do terror são acompanhados do testemunho de ex-presos políticos como Amelinha Teles, Adriano Diogo, Gilberto Natalini e Darci Miyaki, dona de um dos relatos mais emocionantes e contundentes do filme, também colhidos nas oitivas e audiências da CNV.

    Como estrutura narrativa, o diretor optou por palmilhar um caminho pouco usual. A cada novo conceito apresentado, a cada nome citado, a cada momento histórico demarcado, surge na tela a imagem de um navegador de internet e um campo de busca do Google. A palavra ou expressão é digitada, uma nova página é aberta, um vídeo é localizado.

    Na prática, o que os criadores do filme nos dizem é que está quase tudo disponível para quem quiser procurar, tanto as verdades factuais quanto as mentiras de Ustra e seus comparsas, tanto os registros de um tempo que jamais deveria ter acontecido quanto a desinformação, as fake news, a lenda de que não havia corrupção ou inflação nos anos de chumbo, a tese ridícula de que Jango estava para implementar um governo comunista no Brasil ou a cantilena abjeta de que a repressão só perseguiu terroristas — 8 mil e tantos indígenas mortos, 1.800 camponeses, mais de 10 mil brasileiros exilados e 20 mil torturados em duas décadas.

    O jornalista Matheus Pichonelli, aqui mesmo no UOL, conversou com o diretor Gabriel Di Giacomo e analisou mais demoradamente o documentário em reportagem publicada na semana passada. O que mais surpreende ali é a repercussão da matéria, os comentários perpetrados na página ou nas redes sociais, assim como a repercussão do filme ou a repercussão que este meu texto possa vir a ter. A quantidade de bobagens que surgem é sempre aviltante e assustadora. Efeito, indubitavelmente, da forma como o tema foi escamoteado desde a redemocratização.

    Sob o argumento da conciliação nacional, do "virar a página", a mesma lorota que é dita há mais de um século sobre a mestiçagem e o mito da democracia racial para sufocar a memória do holocausto escravagista ao qual fomos submetidos por séculos com o beneplácito das igrejas, do sistema de Justiça, da elite e dos homens de bem, perdemos, até agora, as muitas oportunidades de tratar com a devida vênia os crimes cometidos pela ditadura e condenar quem precisa ser condenado — e que nunca foi nem sequer citado em inquérito.

    A maior das sequelas herdadas da impunidade é o salvo conduto para que a tortura continue comendo solta nas delegacias de polícia, para que estudantes continuem sendo fuzilados por agentes do Estado, para que Amarildos continuem desaparecendo, para que CPFs como o de Marielle Franco continuem cancelados e para que golpistas com porte de armas e camiseta da CBF sintam-se seguros para bloquear estradas, acampar em frente a quartéis, promover terrorismo e vandalizar o patrimônio público e a própria Constituição.

    Como diz o jurista espanhol Baltasar Garzón, juiz que emitiu uma ordem de prisão contra o ex-ditador chileno Augusto Pinochet e conseguiu que fosse preso em 1998, antes de virar a página é preciso ler o que está escrito na página. E aprender com ela.

    UOL

     

     

    Como noticiar massacres


     


    100 dias de civilidade

     

     

     

    Conrado Hübner Mendes

     

    A erosão democrática precisa da nossa preguiça. Precisa de nossos juízos apressados, nossas comparações do incomparável, nossos vícios de perspectiva, nossos erros de categoria e de análise. Precisa de memória atrofiada, de curto e de longo prazo.

    O programa de autocratização do governo Bolsonaro pediu que confiássemos no "risco-zero" da democracia e na promessa de que esse regime "modera" sociopatas. Pediu que os poderes "dialogassem" dentro das "quatro linhas" sob "moderação" das Forças Armadas.

    Jornais hesitaram em usar as palavras certas para reportar o que viam. Extremistas eram "manifestantes", mentir equivalia a "declarar", delinquência se parecia com "polêmica", violação passava por "excesso", crime por "controvérsia jurídica".

    Tentaram assegurar voz ao "outro lado", mesmo que esse lado fosse imune à experiência sensorial da Terra redonda e do vírus, ou à experiência moral da violência e da indignidade radical. Tudo em nome de um pluralismo às cegas que vai corroendo as condições de possibilidade do próprio pluralismo. De uma tolerância sem critério que vai exaurindo a sustentabilidade da tolerância.

    Cientistas políticos e juristas observavam a paisagem de instituições mal funcionando e davam baforadas antialarmistas de seus gabinetes. Depois que Bolsonaro perdeu a eleição, um prêmio que a fortuna nos reservou, celebraram o acerto do prognóstico. Contudo, não foram essas pílulas tranquilizadoras que nos salvaram, por enquanto, do pior.

    Os três meses de governo Lula já nos deram amostras do que a análise política brasileira pode fazer. Lula faz críticas ao Banco Central. Aparece o economista e contrasta com as ameaças feitas por Bolsonaro ao STF. Lula especula, de modo pouco responsável, armação do juiz que o condenou ilegalmente à cadeia. Aparece o texto para gritar que "se iguala ao pior do bolsonarismo e suas teorias da conspiração". Governo Lula patina no trato com o Congresso. Está "sem rumo, sem agenda".

    Nesses três meses, o governo federal voltou a cumprir decisões judiciais que vinham sendo ignoradas por Bolsonaro (terras indígenas, por exemplo). Cumpriu a lei e implantou programa de dignidade menstrual, ignorado pelo anterior. Revogou decreto de armas. Produz normas para combater o garimpo ilegal e o tráfico de ouro. A sociedade civil tem sido recebida em ministérios. A ciência, a docência e a cultura voltam a experimentar liberdade e recursos.

    Melhor começar a perceber as diferenças comensuráveis e incomensuráveis com os últimos quatro anos. Melhor refinar a escala de indicadores, porque a ligeireza das comparações custa caro.

    Nossa dificuldade de reconhecer e sancionar a enormidade de Bolsonaro tem história: o plano terrorista em 1987, a defesa de fuzilamento de Fernando Henrique nos anos 90, o elogio a torturador confesso em 2015, o "vai pra ponta da praia" em 2018, o "não sou coveiro" e "filmem as UTIs" em 2020, o "não vou obedecer" em 2021, as interferências no processo eleitoral em 2022, o 8 de janeiro de 2023. E a holística corrupção familial.

    Em seu governo faltou oxigênio, não só para a respiração pulmonar. Não se respirava nem a expectativa de segurança existencial. Não se respirava futuro, apenas medo do futuro sob a liderança de quem ascendeu sob a promessa de exterminar desafetos e suprimir minorias.

    Quando o bolsonarismo deixar a violência e o ataque às liberdades, como desejou editorial desse jornal, deixa de ser bolsonarismo. Vira outra ontologia. Bolsonaro não liderou um governo, uma racionalidade institucional, uma política pública sequer. Foi capaz de realizar nada exceto a política de liberação, negação e agressão. Como poderia liderar uma oposição?

    Não há razão para aliviar a crítica justa ao governo Lula. Há razão para fazer crítica ainda mais dura, quando cabível. Desde que se tenha consciência de qual o valor em jogo. Porque crítica justa precisa ter um horizonte normativo e histórico. Um norte e um sul.

    Em 2003, Lula tinha desafios para a continuidade de um governo do PT e de políticas públicas inclusivas. Em 2023, Lula tem desafios de continuidade democrática. Vinte anos atrás, erros custariam o governo. Erros, agora, podem custar o regime.

    O resgate da civilidade e da normalidade possíveis, nesses cem dias, e o esforço de reocupar com competência burocrática um Estado vandalizado pela delinquência autocrática, não podem ficar de fora de qualquer balanço.

    FOLHA

     

     

     

     

     

    Gentle Giant - Giant



    See the world in the palm of his hand
    Striding steps that will cover the land
    He is coming, hear him coming
    Are you ready for his being?

    IN MEMORIAM RAY SCHULMAN

    Orange is the new black

     

     

     

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    MARTINEZ

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    DANIEL LAFAYETTE

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    Quem é Bruce Albert, antropólogo francês que divulga o pensamento ianomâmi entre os brancos

     Capa de "O espírito da floresta", de Bruce Albert e Davi Kopenawa — Foto: Reprodução

     

    "Para os ianomâmis, a floresta é um multiverso habitado por diversos povos vivos que interagem em pé de igualdade, creditados da mesma intencionalidade, subjetividade e intencionalidade. É um mundo que está para além do supremacismo humano, que tem raízes profundas na nossa cultura e hierarquiza os seres vivos, colocando os humanos no topo, acima dos animais e das plantas. Essa hierarquia arrasou com o mundo, produziu a crise ecológica. Hoje, nos damos conta de que a sabedoria indígena não é folclore, poesia ou metáfora. É conhecimento. Nossa ciência vem comprovando o que esses povos já sabem há milênios, mas só começamos a prestar atenção no que eles dizem por causa da crise ecológica."

    leia entrevista de BRUCE ALBERT
    para Ruan de Souza Gabriel

    Quem é Bruce Albert, antropólogo francês que divulga o pensamento ianomâmi entre os brancos

    quarta-feira, abril 05, 2023

    Derek & the Dominoes =- Layla



    IN MEMORIAM JIM GORDON

    (memoriam meio arrevesado,
    pois gordon copiou a célebre parte do piano
    de sua namorada Rita Coolidge )

    A violencia creche

     

     

     

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     GILMAR

     

     

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    FERNANDES

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    Roosevelt was an ardent eugenicist

     

     

    Jeffrey St. Clair

    + As FDR was considering whether to approve a plan to round up American citizens of Japanese descent and place them in concentration camps (his term), he consulted with an anthropologist friend named Alex Hrdlicka, then director of the Smithsonian Institution. Hrdlicka was a phrenologist, who believed that intelligence, morality and criminal proclivity could be determined by the shape of people’s skulls and other racial characteristics. FDR offered his opinion that as a race the Japanese were “devious and treacherous.” Hrdlicka confirmed FDR’s bigotry and explained that this racial deficiency was because of the shape of Japanese heads, which were “two thousand years behind Caucasians.” FDR asked Hrdlicka if this was something that “could be dealt with surgically?”

    + It’s clear that FDR was an ardent eugenicist. Toward the end of WW II, FDR suggested during a cabinet meeting that as many as 50,000 German men, political, business and military leaders, should be sterilized. He later explained to Treasury Secretary Henry Morgenthau: “You either have to castrate the German people or you have got to treat them in a manner so they can’t go on reproducing people who want to continue the way they have in the past.” (See: Infamy: Shocking Story of the Japanese American Internment During World War II by Richard Reeves.)

    Milton Nascimento - Cais

    Giro de noticias

     

     Arnaldo Branco

    Muita coisa aconteceu nos últimos dias, apesar do twitter ter se ocupado mais em descobrir qual membro de que banda de heavy metal é nazista (como dizem os gringos, boa sorte com isso) e em cancelar a Tati Bernardi pela bucentésima vez, o que só prova que cancelamento de verdade não existe. Vamos ao nosso giro de notícias:

    Diário de um magoado

    O escritor Paulo Coelho disse que o terceiro mandato de Lula, que está completando três meses, é patético. Acho que era isso que faltava, a perspectiva de um multimilionário excêntrico que mora na Suíça. Depois descobriram que ele ficou chateado de não ter sido chamado para a cerimônia de posse, mas não quero crer que um cara que tem tanta intimidade com o oculto, que jura que sabe fazer ventar e que consegue atingir uma flecha no alvo com os olhos vendados ia ficar sentido por um motivo tão mundano. Na verdade deve ser coisa de marte em câncer.

    O que é bonito é pra se mostrar

    A imprensa está tentando de novo emplacar o Sérgio Moro, um pouco como a Globo faz com a Rafa Kalimann. Nos dois casos, a falta de aptidão pra fazer qualquer coisa que atraia o interesse do público não é um impeditivo. Tentaram até fazer um Minority Report onde ele seria a suposta vítima de um atentado que só faria sentido em caso de queima de arquivo. Curioso que decidiram levantar a bola do cara justamente na semana em que surgiram denúncias — acompanhadas de material comprobatório, o que deve parecer uma aberração para um membro da Lava Jato — de chantagem e venda de sentenças contra o ex-ministro da Justiça. Mas nossa imprensa já se debruçou sobre o caso — escondendo ele com o corpo enquanto empina o quadril, gostaram?

    Condução coercitiva 

    Mas não é só a figura do senador maringaense que a imprensa está tentando inflar como se fosse uma  bomba de aumento peniano. A volta do ex-presidente Bolsonaro também ganhou destaque; pela cobertura que ganhou no aeroporto parece que ele está vindo pro Brasil no lugar do Drake. A gente vê que até ex tóxico de vez em quando ganha um oi sumido.

    Dizem que o criminoso sempre volta ao lugar do crime, mas o Bolsonaro exagerou: queria escolta pra fazer isso. O que é esquisito, porque ele sempre disse que quem não pode sair na rua sem segurança é o Lula. E esse é um caso clássico de Cuidado com o que desejas, pois no caminho para a Papuda certamente Bolsonaro vai conseguir receber o que está pedindo.

    Todo dia isso maluco vsf

    O Globo publicou a 97.895 pesquisa afirmando que o povo gostaria de ter uma alternativa mais adequada às suas expectativas do que Bolsonaro e Lula, se ela por acaso existisse. Aposto que na próxima enquete os caras vão perguntar se serve uma terceira via gerada pelo ChatGPT.

     

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    Conforme solicitado #34

    Mundo Fantasmo: 4923: Começos de livros

     

     

    "Qualquer enumeração de “grandes começos literários” acaba sempre citando os habituais suspeitos: Fahrenheit 451, Cem Anos de Solidão, Anna Karenina, Moby Dick, A Metamorfose, The Go-Between, Neuromancer, Grande Sertão: Veredas... São os melhores começos da literatura universal? Não, não são, são apenas começos excelentes e que nossa cultura decidiu erigir como exemplos obrigatórios.
     
    São o troco-de-algibeira de professores, estudantes, jornalistas, blogueiros, críticos literários. São citados, referenciados, imitados, plagiados, parodiados, pastichados por todo pretendente a escritor que deseja mostrar, logo de cara, que já leu “os clássicos modernos”.
     
    Um bom começo não tem necessariamente que estar atrelado a um clássico da literatura. Às vezes, nem sequer a um livro muito bom. É frequente um livro começar bem, e depois desandar. E às vezes o autor, que tem lá seus talentos e habilidades, dedicou ao primeiro parágrafo um esforço e uma lucidez que não teve paciência de aplicar no livro inteiro. Acontece.
     
    Vou lembrar aqui alguns começos (de romances e de contos) que acho eficientes. Não, não são “Os Melhores De Todos Os Tempos”. São apenas exemplos de começos bem escritos, coisa que nem todos nós conseguimos produzir. (Os exemplos estrangeiros vão traduzidos por mim.) "

    leia artigo de BRAULIO TAVARES

    Mundo Fantasmo: 4923) Começos de livros (18.3.2023):

    POLICE

     

    Jeffrey St. Clair

    + In 2021, there were 1055 people killed by police in the US. In the same year, 31 people were killed by police in all of Europe (Italy, France, Germany, Spain, Switzerland, Belgium, Portugal, Sweden, Finland, Malta, Netherlands, UK, Ireland, Poland, Denmark, and Norway) combined.

    + Most of the people killed by police in 2022 were killed by officers responding to mental health calls, traffic violations, disturbances, other *non-violent* issues and situations where no crime was alleged. Only 1 in 3 killings began with an alleged violent crime.

    + Joe Frasure, a 28-year-old black man, was shot four times and killed by police after cleaning out his late grandmother’s house near Cincinnati. Police say they mistook him for a burglary suspect.

    + In 2018, Jerod Draper overdosed and was then arrested and taken to a jail in Harrison County, Indiana. Instead of giving Draper, medical treatment, the cops Tasered on him seven times in 15 minutes. He died a few minutes later.

    + In 2018, New York City settled 1,579 lawsuits over police misconduct for $76,492,742. Last year, it resolved 939 lawsuits for $121,376,712, according to the Legal Aid Society.

    Palavras Cruzadas

     


    Image

    KLEBER

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    filme da noite

    filme da noite
     
    SHELLEY
    dir Alli Abbasi
    rot Abbasi & Maren Kaehne
    Dinamarca, 2016 
     
    casal sem filhos que mora numa cabana isolada
    combina com sua empregada romena
    dela ser barriga de aluguel
    e gerar para eles uma criança que...
    sendo filme de terror, tem tudo para dar errado
     
    (do diretor, iraniano, do serial killer de Holy Spider e dos trolls romanticos de Gruus)
     



     

    terça-feira, abril 04, 2023

    Ryuichi Sakamoto-Riot In Lagos

    Ninguem solta a algema de ninguem !

     

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    Pessimismo

     

     

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    Bolsonarismo representa forma de entender o mundo, é estruturante, diz socióloga Esther Solano

     

    Mulher branca de óculos em frente a uma janela, com prédios ao fundo

     "Para mim, a chave é esta: o bolsonarismo é representativo. Durante muito tempo, o campo da esquerda entendeu o bolsonarismo como a síntese da negação: antissistema, antipolítica, antiesquerda, antipetista. Claro que é tudo isso, e a negação já é profundamente representativa.

    Mas ele também representa uma forma de entender o mundo. Sem entender o valor da ordem, do fundamentalismo religioso, da rejeição à pauta identitária, o valor de toda uma lógica do patriarcado branco masculino de classe, sem entender tudo isso, a gente não vai entender essa raiz profunda do bolsonarismo.

    E outro ponto importante: o elemento do ódio. Se a gente não entender como o Brasil também se constrói no ódio como elemento fundante da política, a gente não vai entender o potencial do bolsonarismo."

    leia entrevista de Esther Solano​
    para Uirá Machado

    Bolsonarismo representa forma de entender o mundo, é estruturante, diz socióloga

    Warner Bros. faz cem anos com dívida de US$ 50 bi e tesouros em 'museu secreto'

     

     

    warner-bros.-faz-cem-anos-com-divida-de-us$-50-bi-e-tesouros-em-‘museu-secreto’

    "Entre a cadeira de diretor de Clint Eastwood em "Os Imperdoáveis", de 1992, e um manequim com o casaco vermelho usado por James Dean em "Juventude Transviada", de 1955, uma porta dupla de ferro é aberta para a parte principal do "arquivo secreto da Warner" —um armazém gigantesco com prateleiras do chão ao teto com milhares objetos cinematográficos.

    Para os mais cinéfilos, parece o local da cena final de "Os Caçadores da Arca Perdida", mas abrigando raridades como a luva original de Freddy Krueger, de "A Hora do Pesadelo", os sentinelas de "Matrix", a estátua do demônio Pazuzu de "O Exorcista" e até a máquina utilizada pela equipe de Richard Donner para simular o voo de Christopher Reeve em "Super-Homem II".

    Para os amantes do cinema antigo, um setor no fundo do armazém traz figurinos de centenas de filmes, dos vestidos usados por Lucille Ball em "Mame", de 1974, aos ternos de Cary Grant em "A Canção Inesquecível", de 1946. Em uma caixa, estão ainda os sapatos de Betty Davis em "A Estranha Passageira"."


    LEIA REPORTAGEM DE Rodrigo Salem​

    Warner Bros. faz cem anos com dívida de US$ 50 bi e tesouros em 'museu secreto' - Juiz de Fora/MG

    Para 80%, Lula acerta em bater em juros. Faria Lima vai chamá-los de burro?

     

     


    Leonardo Sakamoto

    Durante semanas, analistas e economistas disseram que o Brasil repudia as críticas públicas que Lula vem fazendo contra os juros altos mantidos pelo Banco Central. Agora, o Datafolha reforça que as fontes dos tais analistas e economistas para falar em nome do povo eram as vozes em suas cabeças. Ou seu desejo íntimo de que o país compartilhasse de suas crenças.

    De acordo com o instituto, a esmagadora maioria da população (80%) apoia a pressão de Lula sobre o Banco Central pela redução dos juros, enquanto apenas 16% torcem o nariz para isso. E 71% acreditam que os juros estão mais altos do que deveriam, 17% dizem que estão adequados e 5%, mais baixos do que o necessário.

    Aliás, onde vivem, o que comem e como se reproduzem esses 5%. Tá faltando um Globo Repórter sobre a Faria Lima.

    Apesar de Lula alcançar seus maiores patamares entre aqueles que nele despejaram votos em peso (pobres, negros, poucos anos de estudo), as taxas de apoio a ele e repúdio aos juros são altas mesmo entre os que têm ensino superior, empresários e brancos. Ou entre os eleitores de Jair Bolsonaro.

    Teremos gente dizendo que os entrevistados "não entenderam a pergunta da pesquisa" ou "não compreenderam o impacto negativo de suas opiniões" e que "trata-se de assunto complexo, distante da população". O DNA dessas justificativas é o mesmo de "os brasileiros não sabem votar" ou ainda "o povo não sabe o que é melhor para eles".

    Em suma, o povo é burro e precisa ser tutelado. E a democracia, que dá à população o direito de fazer suas escolhas e arcar com as consequências, é algo superestimado. Ai, que saudades do Jair e do Guedes, não é mesmo?

    Não à toa, há no mercado financeiro brasileiro quem ostenta um pôster de nu frontal do general Augusto Pinochet, ex-ditador do Chile, em seu quarto. O carniceiro entregou a economia a neoliberais, garantindo que críticas fossem caladas na base da tortura, do desaparecimento e do assassinato.

    Nas últimas semanas, críticas à política de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central (que vem agindo como ator político e não técnico, chantageando o governo para que ele divulgasse novas regras fiscais, e que elas fossem do seu agrado) foram tratadas como coisa de ignorante por parte de autointitulados arautos da iluminação.

    Apesar de existir na economia diferentes correntes de pensamento, apresentando diferentes maneiras de enfrentar um problema, os arautos bradavam que "ciência" era a deles. O resto, truque vagabundo de mágica. Ou seja, com inflação, subam-se os juros, ignorando que respostas podem ser mais complexas que isso.

    Membros da mesma elite que vocifera contra o aumento do salário mínimo acima da inflação, dizendo que a economia não aguenta, são os que defendem os juros altos do Banco Central, justificando-se que é pelo bem dos mais pobres. Aliás, seria ótimo que jornalistas e consultores que vem chamando de burro quem pede juros menores colocassem ao final de suas análises um disclaimer informando quanto têm em suas carteiras de investimento. Só por transparência.

    O Datafolha ajuda a restaurar um pouco as coisas. Claro que pesquisa não é urna, caso contrário não seriam necessárias eleições. Mas a quantidade robusta das críticas aos juros e ao Banco Central em ambas respostas deveria servir, pelo menos, para baixar a arrogância dos que se veem como o caminho, a verdade e a vida, falando em nome daqueles que não lhes deram mandato para tanto.

    Lula erra e exagera em vários momentos, merecendo ser criticado por conta disso. Mas é ele e não a Faria Lima quem tem mandato para falar em nome da população. E pelos números apresentados pelo Datafolha, o seu silêncio diante dos juros escorchantes seria encarado como um estelionato eleitoral.

    UOL

     


     

     


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