Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital.
Desagua douro de pensa mentos.
sábado, junho 17, 2023
MULATA FACEIRA - ELIZETH CARDOSO E JOÃO NOGUEIRA (João Nogueira e Paulo César Pinheiro)
Ah, Olha quem está chegando É a mulata faceira Que vem na cadência do samba Empunhando a bandeira Vem com o seu valor Que é só pra mostrar como é A malícia da cor, a ginga E o dengo da mulher E com o coração Batendo na ponta do pé Fez do samba uma profissão de fé
+ If Trump had given his trove of documents to say Wikileaks (or even Tucker Carlson), he might have a credible claim as a whistleblower. Instead he kept them for his own vanity, flashed them to visitors and had his Justice Department file charges against Julian Assange for violating … the Espionage Act.
+ When I think about the many victims of the Espionage Act, my thoughts immediately go to Ethel Rosenberg, convicted not, as many believe, for treason, but of being engaged in a conspiracy to “commit espionage.” The case against Ethel was thin and manufactured. Even J. Edgar Hoover opposed her execution, which was in the hands of Federal Judge Irving Kaufman, a close friend of her tormentor and prosecutor Roy Cohn. In condemning the couple to death, Kaufman bizarrely blamed them for starting the Korean War, a judgment so irrational it alone should have been grounds for reversal:
[the Rosenbergs] already caused, in my opinion, the Communist aggression in Korea, with the resultant casualties exceeding 50,000 and who knows but that millions more of innocent people may pay the price of your treason.
It was later revealed that over the course of the trial and again before imposing the death penalty, Kaufman had engaged in secret and grossly unethical communications with Cohn, conversations which sealed Ethel’s fate. Her electrocution was nothing short of judicial murder. (See: Judgment and Mercy: the Turbulent Life and Times of the Judge Who Condemned the Rosenbergs by Martin J. Siegel)
I guess there’s some cold karma in fact that Trump is ensnared by the very same merciless law that his mentor Cohn invoked in his “public burning” of the Rosenbergs 70 years ago. The evidence against Trump is far more voluminous than it was against Julius and Ethel, much of it captured in his own words and in his own gilded bathroom. The Rosenbergs, after all, were convicted of giving away secrets, which weren’t really secrets (and no longer secret in any event) but merely physics. Yet in this case, and here’s where the karmic resonances begin to move in reverse, the Judge who will preside over Trump’s fate is his own appointee, a minimally qualified jurist, who landed on the bench because she was a fawning acolyte of the great swindler, a woman whose one qualification for her lifetime federal gig is that she probably doesn’t even need ex parté communiques to know which decisions she’s expected to make.
"Few people can say their actions helped to strengthen press freedom, end a war, and bring down a presidency. Daniel Ellsberg, who died today at the age of ninety-two, did just that."
Deep In A Dream - Frank Sinatra (de Lange - van Heusen)
I dim all the lights and I sink in my chair The smoke from my cigarette climbs through the air The walls of my room fade away in the blue And I'm deep in a dream of you
Políticos e seus familiares possuem 96 mil hectares sobrepostos a terras indígenas
Dossiê “Os Invasores”
identifica 42 políticos e seus familiares com fazendas incidentes, entre
eles um senador, dois deputados federais, um governador e três
prefeitos; cúpula ruralista e Bolsonaro receberam doações de empresários
com sobreposições em TIs
“O que muda a gente não é o que a gente fala, é o que a gente cala.”
–Mário Quintana
Penso ser importante que as pessoas que não acompanharam a Operação Lava Jato
com visão técnica e com conhecimento do que ocorria de fato entendam um
pouco a gravidade do que significou e do que significa o verdadeiro
golpe que foi urdido pela República de Curitiba. É relevante jogar luzes
sobre a maneira sórdida e inescrupulosa com que se houve o grupo
coordenado pelo ex-juiz Sergio Moro e pelo chefe dos procuradores Deltan Dallagnol.
Era um projeto de poder que não conhecia limites éticos, jurídicos ou
humanistas. Coordenado de maneira meticulosa, esse bando
instrumentalizou o Poder Judiciário e o Ministério Público, com um apoio
fechado da grande mídia, de grandes empresários, da ultradireita e de
corporações internacionais. Chegaram ao poder com a vitória de Bolsonaro
nas urnas e com a assunção do ex-juiz ao Ministério da Justiça. Seria o
começo de um bem bolado plano de usurpação da democracia por um projeto
autoritário e de cunho fascista.
Hoje, os exemplos de abusos saltam aos olhos e escancaram a
fragilidade moral dos idealizadores lavajatistas: prisão para forçar
delações, encarceramentos prolongados desnecessariamente, exposição
midiática das pessoas para fragilizá-las, humilhações públicas,
pré-julgamentos, arrogância, bloqueios de bens sem fundamento para
quebrar o moral do alvo investigado e criminalização da política e da
advocacia.
Enfim, seria possível desfilar um rosário de abusos do que foi levado
a efeito e que deixa evidente a degeneração moral dos coordenadores da
“Republiqueta curitibana”. Tenho repetido, à exaustão, que a Lava Jato
não acabou, pois se faz necessário apurar e enfrentar os abusos
cometidos. A cassação do subchefe, o ex-deputado Deltan, e a iminente
cassação do senador Moro abrirão uma nova discussão sobre a
responsabilização penal desse grupo chefiado por eles. Não se trata de
vingança, mas de justiça.
Advoguei desde a primeira fase da Operação e tive mais de 30
clientes. Poderia dar inúmeros exemplos para as pessoas entenderem sobre
a gravidade desse plano macabro e perverso. Permitirei enfrentar um
caso que revela o caráter dos lavajatistas e que penso ser didático para
alguns detalhes do modus operandi que demonstram o grau de descomprometimento ético. Para que as pessoas possam refletir sobre o que se passou.
Sou advogado de um empresário e amante das artes que é naturalizado
português e optou por morar em Portugal muito antes de qualquer
investigação. Ele virou alvo preferencial da Lava Jato e foi perseguido
de maneira autoritária e abusiva. A defesa técnica teve até mesmo que
bater às portas do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, em Strasbourg,
para assegurar minimamente o direito de defesa do cidadão.
Com todas as idas e vindas, o direito foi se consolidando e temos
conseguido êxito em todas as demandas. Ganhamos o pedido de extradição
em Portugal e, recentemente, vimos ser decretada a absolvição do
empresário por um juiz sério e independente. Mas o que causa espécie, e
merece nossa repulsa, foi o que esse bando fez com a filha do empresário
para tentar atingir o pai. É de dar nojo, ojeriza e até ódio. Volto a
Mário Quintana,“Há noites em que não posso dormir de remorso por tudo que deixei de cometer”.
Depois de várias derrotas na Justiça francesa, portuguesa e
brasileira, os investigadores começaram a perseguir a filha do
empresário. Desde o 1º dia, quando ela me ligou de madrugada com a
polícia dentro do seu apartamento, eu intuí que era uma desmedida
covardia para atingir o pai. Não tinha provas, mas não fazia nenhum
sentido investigarem uma menina que morava no Rio, era cineasta e que
nunca tinha se envolvido em nenhum negócio do pai. O objetivo era
alcançá-lo de forma vil e desumana. Assumimos a defesa da filha sem
entender juridicamente os caminhos traçados pelos vingadores de
Curitiba.
Até que veio a “Vaza Jato” e, para nossa imensa tristeza e
perplexidade, confirmou-se a trama macabra. Os procuradores da República
combinaram, pelo famoso Telegram, de pedir a prisão e a busca e
apreensão e de oferecer a denúncia criminal contra a filha para forçar o
pai a voltar para o Brasil e se entregar. Canalhas. Mil vezes canalhas.
Covardes.
Talvez esse episódio seja o retrato em preto e branco do caráter da
operação. É a exposição visceral das entranhas de um golpe sujo e que
tira do esgoto essas figuras teratológicas. Processar uma menina, mãe de
um bebê, para atingir um dos alvos perseguidos e que estava tendo
vitórias no Poder Judiciário. Quantas noites em Lisboa abracei,
afetuosamente, o pai e avô desesperado por não poder encontrar a filha e
o neto e que se sentia culpado por uma situação que era da
responsabilidade exclusiva dos insanos perseguidores. Quantas outras
vezes só me solidarizava ao telefone, envolvendo com um carinho além
mar, para tão somente sofrermos juntos. Esse também é o papel da
advocacia.
Faço esse registro em homenagem aos meus clientes, e hoje amigos, mas
especialmente para que as pessoas possam refletir sobre a necessidade
de se apurar os excessos criminosos e perversos dessa gente sem caráter,
sem moral, sem empatia e sem limites. Se nós formos enfrentá-los com os
mesmos métodos bárbaros, a barbárie terá vencido. Vamos dar a eles
todos os direitos e garantias que eles negavam aos que perseguiam. Mas
vamos encará-los. Em homenagem ao avô e ao neto, ao pai e à filha. Só
assim não ousarão repetir tanta arbitrariedade e abuso. E a civilização
terá vencido a barbárie.
Lembrando-nos de Cecília Meirelles, “Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira”.
O talento e a formosura (Edmundo Otávio Ferreira e Catulo da Paixão Cearense) – Vicente Celestino
Mas quando a morte conduzir-te à sepultura O teu supremo orgulho em pó reduzirá E após a morte profanar-te a formosura Dos teus encantos mais ninguém se lembrará
Mas quando Deus fechar meus olhos sonhadores Serei lembrado pelos bardos trovadores Que os versos meus hão de na lira em magos tons gemer E eu, morto embora, nas canções hei de viver
Cormac McCarthy, novelist of a darker America, is dead at 89
"McCarthy had in recent years been discussed as a potential winner of
the Nobel Prize in literature. Critic Harold Bloom named him one of the
four major American novelists of his time, alongside Philip Roth, Don
DeLillo and Pynchon, and called McCarthy’s novel “Blood Meridian”
(1985), a bad dream of a Western, “the greatest single book since
William Faulkner’s ‘As I Lay Dying.’”
Saul Bellow noted McCarthy’s “absolutely overpowering use of language, his life-giving and death-dealing sentences.”
John Romita Sr: the Spider-Man artist was a titan of the comic-book world
"In
1966 the world was changing. Star Trek and Batman were on TV, the moon
was in the sights of the US, and the Summer of Love was on the horizon.
And Romita brought Spider-Man out of the shadows and thrust him into a
brave new sunshiney world that was just as fabulous and groovy in the
pages of the comics as it was shaping up to be in real life."
She's a model and she's looking good I'd like to take her home, that's understood She plays hard to get, she smiles from time to time It only takes a camera to change her mind
A fire rages inside me It does not feel like home The one who did the damage carries on The walls are suffocating The windows always stared I can't bare to see it It's empty in there
Decidi, vou subir, dispenso a rampa Porque eu sou raro igual céu estrelado em sampa De olho vivo com essa gente Que quer me vender água em garrafinha quando eu sou vizinho da nascente Pique retirante, fé que move montes Querem muros, eu prefiro pontes Sei que existe uma promessa, premissa Não há empecilho que mate um talento, a não ser a preguiça E a profecia se fez, viu, menino? Seja o melhor que cê puder, no mínimo E o mundo será seu, é o que eu proponho Desafio aceito (E aí?) cê já teve um sonho?
Trump’s hoarding of official secrets is both breathtakingly careless and utterly calculated.
Secrets are a kind of currency. They can be hoarded, but if kept for
too long they lose their value. Like all currencies, they must, sooner
or later, be used in a transaction—sold to the highest bidder or
bartered as a favor for which another favor will be returned. To see the
full scale of Donald Trump’s betrayal of his country, it is necessary
to start with this reality. He kept intelligence documents because, at
some point, those secrets could be used in a transaction. What he was
stockpiling were the materials of treason. He may not have known how and
when he would cash in this currency, but there can be little doubt that
he was determined to retain the ability to do just that.
Before
the publication of the grand jury’s indictment, it was possible to
believe that Trump’s retention of classified documents was reckless and
stupid. The indictment reveals that recklessness and stupidity are the
least of his sins. With Trump, it’s always a mistake to equate anarchy
with purposelessness or to think that the farce is not deadly serious.
Trump’s hoarding of official secrets is both breathtakingly careless and
utterly calculated. At the heart of that calculation is a cold resolve
to not give up the power that access to highly restricted information
had given him.
The most immediately striking parts of the
indictment may, in this regard, be something of a distraction. The
photographs that show boxes of papers at Mar-a-Lago, piled high on a
ballroom stage, in a bathroom, and spilling out onto the floor of a
storage room, convey an almost comic sense of chaos. If comedy is
generated by incongruity, what could be more incongruous than nuclear
plans or details of “potential vulnerabilities of the United States and
its allies to military attack” sitting beside a toilet?
It all
seems random and haphazard, an impression greatly magnified by the
knowledge that Mar-a-Lago, in the eighteen months after Trump took the
documents from the White House, was, as the indictment states, the venue
for “more than 150 social events, including weddings, movie premieres
and fundraisers that together drew tens of thousands of guests.” The New York Times
has published photographs, scraped from social media, of people in
party dresses or casual summer clothes around the Mar-a-Lago pool. We
can see that, behind them, the door that leads to the storeroom, which
was packed with boxes of official papers, is wide open. In those boxes,
when the FBI opened them in August 2022, were eleven documents marked
Top Secret, thirty-six marked Secret, and twenty-eight marked
Confidential. It would have been the least thrilling spy thriller ever
made. No James Bond high-tech gadgets or George Smiley ingenuity—just
turn up in a cocktail dress, slip through an open door, and help
yourself to the US military’s contingency plans for invading Iran.
Yet
this ludicrous vulnerability to foreign spies is both remarkable and
somewhat beside the point. The slapdash storage of classified papers is
shocking—but also misleading. It defines the scandal as, in the words of
Alan Feuer and Maggie Haberman in The New York Times, “Mr.
Trump’s indifference toward the country’s most sensitive secrets.” But
this is not a tale of indifference. Trump cared a great deal about the
value of the documents. He cared enough, per the indictment, to suggest
that his attorney lie to the FBI and a grand jury about what papers he
did or did not have. Even Trump does not engage in a criminal conspiracy
purely for its own sake. The retention of those boxes mattered to him
because he understood the market value of what they contained.
It
is important to bear in mind that chaos is Trump’s natural element. It
is the medium in which his narcissism thrives. When there is no plan,
the only law is his own desire. He alone knows at any given moment what
he will do. In this light, the apparent disorderly storage of the boxes
at Mar-a-Lago does not signify a lack of concern with what they
contained. It is just the norm of Trumpworld. Derangement is his modus
operandi.
The indictment makes clear that Trump knew very well
that he was breaking the law. He was repeatedly warned by the National
Archives and Records Administration that if he did not hand over the
missing records, he would be referred to the Department of Justice. He
had, of course, made a very big point in his attacks on Hillary Clinton
of the need for zero tolerance for any lack of rigor in the handling of
classified documents. He fully understood that the laws applied to
everyone, including the president. As he declared in September 2016,
before that year’s election, “We can’t have someone in the Oval Office
who doesn’t understand the meaning of the word confidential or
classified.” As president, in July 2018, he issued a statement saying
that “as the head of the executive branch and Commander-in-Chief, I have
a unique constitutional responsibility to protect the nation’s
classified information, including by controlling access to it.”
More
specifically, Trump knew that he was taking huge risks when he
allegedly instructed his lawyer to lie to the FBI and the grand jury.
That lawyer, quoted in the indictment, recalls that when Trump told him
to take a folder of documents to his hotel room, he made a silent
“plucking motion,” as if to say, “if there’s anything really bad in
there, like, you know, pluck it out.” Precisely because Trump knew that
he was committing a crime, he preferred not to utter the incriminating
words. There is nothing thoughtless or accidental in all of this. He
clearly believed that the risks were worth taking.
This does not
suggest that he was holding these documents merely as souvenirs. It’s
quite possible to believe that part of his motivation lay in his fantasy
that he was still the real president: retaining the intelligence
briefings he received as POTUS would make him still, at some level of
self-delusion, potent. The two known occasions, cited in the indictment,
when Trump produced some of the documents to outsiders while explicitly
referring to them as secret and confidential have this air of showing
off—perhaps as much to himself as to those he was trying to impress. It
is also quite reasonable to think of him experiencing a tingle of pure
pleasure in imagining his own impunity—knowing that he was committing
the ultimate transgression and thrilling to the idea that he would get
away with it because he had always in his life gotten away with
everything.
But these elements of twisted psychology can coexist
with a more rational impulse: to keep hold of secrets that could be
traded at some point for his personal gain. Trump sees himself above all
as a deal-maker: “The nation’s classified information” is a potentially
lucrative part of one or many deals.
This intent would be
treasonous. Trump may not have actually committed treason, but he was
consciously putting himself in a position to be able to do so. For what
is not secret is the identity of the foreign countries that would be
most interested in acquiring the details of the military plans and
vulnerabilities of the US and its allies. The indictment states that the
documents also included information that could identify US agents and
informants in some of those countries and “the continued viability of
sensitive intelligence collection methods.” This is worth underlining:
Trump went to great lengths to retain for himself, as a private citizen,
the power to reveal to any foreign power not just US military secrets
but the workings of US intelligence-gathering in those countries. It is
impossible to believe that he did this accidentally or without
considering that he might at some time use that power in return for some
financial or other benefits.
Which makes it all the more
astonishing that most of the Republican Party is fine with this. Much of
the history of the right in America is bound up with paranoia about the
possible existence of traitors at high levels of government. Here is
stark evidence of the existence of one at the very highest level of
government, and Republicans are rushing to defend him. The Elizabethan
courtier Sir John Harington famously asked, “Treason doth never prosper:
what’s the reason?” and answered, “For if it prosper, none dare call it
Treason.” If the hoarding of state secrets as valuable currency cannot
be called treason, the concept has gone the way of honor, truthfulness,
and respect for law. It has ceased to exist for the Republican Party.
Cormac McCarthy, celebrated US novelist, dies aged 89 | Cormac McCarthy
Um de meus escritores prediletos. "t was in 1985, with Blood Meridian, that McCarthy found critical acclaim. Based on real events on the Texas-Mexico border in the 1950s, it follows the story of a 14-year-old Tennessean who finds himself in a world where Native Americans are being murdered. The New York Times said it “may be the bloodiest book since the Iliad” in a rare piece which included an interview with the novelist.
“There’s no such thing as life without bloodshed,” McCarthy told the paper. “I think the notion that the species can be improved in some way, that everyone could live in harmony, is a really dangerous idea. Those who are afflicted with this notion are the first ones to give up their souls, their freedom. Your desire that it be that way will enslave you and make your life vacuous.”
From early, McCarthy’s style was instantly recognisable: sparse, often entirely omitting punctuation and using polysyndeton – inserting conjugations to slow the rhythm of his language – to create a sombre, melancholic tone. He credited Melville, Dostoevsky and Faulkner as formative, while professing his indifference to authors who didn’t “deal with issues of life and death”.!
Com 'Spirit' e 'Little Nemo', HQs esquecidas são redescobertas no Brasil
"Demorou exatos 25 anos para que os leitores brasileiros tivessem a chance de ler novamente "The Spirit", um dos heróis mais clássicos dos quadrinhos em todos os tempos. Criado por Will Eisner em 1940, o título pouco apareceu no país ao longo dos anos —a última vez foi em 1997.
Agora, a editora JBraga uma edição de aniversário de 80 anos de Spirit, com pequenos contos. É mais uma constatação de que, com o avanço do mercado de quadrinhos nos últimos anos, as editoras têm investido mais em clássicos da nona arte."
Leio na Atlantic, em reportagem da sempre brilhante Helen Lewis,
que acaba de ocorrer em Londres a National Conservatism Conference, a
NatCon. Como o nome diz, é uma conferência internacional que reúne
conservadores identificados com o viés mais nacionalista daquilo que
hoje chamamos de populismo de direita (trumpismo, bolsonarismo e, claro,
a rapaziada do Brexit). Nazismo 2.0, cá pra nós.
É
interessante dar uma olhadela no tom e em alguns dos temas que
apareceram por lá, porque em tempos de articulação global e de conexão
tecnológica, é sempre apenas uma questão de tempo até que esse tipo de
porcaria pinte por aqui, com uma coloração mais ou menos tropical.
A
agenda da conferência gravitou em torno de tópicos como antiimigração;
autoritarismo, conservadorismo social e “uma versão idealizada da ideia
de Ocidente”. Os políticos de estimação da turma são os suspeitos de
sempre: Giorgia Meloni, da Itália, e Viktor Orbán, da Hungria. Ron
DeSantis, governador da Flórida e aspirante à sucessão do espólio
trumpista, foi um dos palestrantes, claro.
Dois pontos
importantes para se observar na NatCon. Em primeiro lugar, pouco se
falou sobre a agenda LGBTQIA +. Aparentemente um dos principais
bicho-papões da direita foi substituído por bebês. Não no sentido do debate público norte-americano, as in aborto, porque esse é um tópico razoavelmente pouco controverso na Inglaterra.
Mas
pela ideia de que os baixos índices de natalidade na Inglaterra são uma
prova de que o “individualismo liberal” e o “marxismo cultural”
deixaram a alma britânica adoecida, fraturada.
Um parlamentar
conservador atribuiu a culpa da suposta decadência da sociedade
britânica à mistura de “marxismo, narcisismo e paganismo”, o que me
lembra aquele diálogo genial de "Desconstruindo Harry".
Doris: You have no values. Your whole life: it's nihilism, it's cynicism, it's sarcasm and orgasm.
Harry Block: You know, in France, I could run on that slogan and win.
Mas
voltando, se tem uma coisa que podemos aprender com a NatCon é que
conservadores em geral sempre surgem de um debate endógeno à direita,
mais do que de mera reação a pautas de esquerda.
Além de críticas aos “marxistas culturais”, seja lá o que isso significa,
não faltaram críticas ao Partido Conservador — que foi acusado, claro,
de não ser conservador “de verdade”. Assim como o Partido Republicano,
de Eisenhower, também o fora ainda na década de 1950 e o PSDB de Aécio,
após sua guinada à direita, nas eleições de 2014.
Embora a
direita esteja no poder na Inglaterra desde 2010, e muito embora tenha
saído vitoriosa do referendo do Brexit, em 2016, no momento ela se
encontra completamente perdida, feito barata tonta mesmo, tendo que
lidar com a política real, e não somente com blefes e talking points
para incels e racistas.
And
look – if that sounds conservative, then let me tell you: I don’t care.
Somebody has got to stand up for the things that make this country
great and it isn’t going to be the Tories,”.
Ou
pense, inclusive, no caráter quase conservador e de conciliação do
lulismo, na eleição de 2022, em contraponto ao jacobinismo de direita
encampado por Bolsonaro.
A exemplo dos socialistas de antigamente, que argumentavam que a revolução estava sempre por vir,
os conservadores da NatCon, e a propósito os americanos e os
brasileiros também, usam convenientemente a retórica do outsider, mesmo
quando isso não corresponde à verdade dos fatos.
Não
somente porque é um atalho político e discursivo eficiente, mas também
porque é a forma mais eficaz de jamais se responsabilizar por qualquer
coisa que seja.
Joni Mitchell Returns to the Stage, Golden, Glorious and in Control
"Above all, though, it was a resurrection. After the first few songs —
including rousing, singalong renditions of “Big Yellow Taxi” and “Raised
on Robbery” — a recognition seemed to ripple through the crowd:
Mitchell’s voice had grown even stronger, richer and nimbler in the year
since those Newport videos went viral. In that previous performance,
Carlile had often guided Mitchell or taken on lead vocal duties herself.
But at the Gorge, Mitchell was once again in control. There was a
renewed ease in her movement across melodies, and a pearly purity in her
tone. It was breathtaking. To hear Mitchell hit certain notes again in
that inimitable voice was like glimpsing, in the wild, a magnificent
bird long feared to have gone extinct."
Davey Crockett What you got in your pocket? You've got a big furry tail hanging down your back Davey Crockett Who's that girl in your locket? You've got a big Bowie knife to take her life Yeah
"Estou eu agora à noite procurando um livro qualquer em minhas estantes. Olhando numa prateleira lá no alto, avisto uma lombada com o título O Diário da Ratazana.
Muitos septuagenários se queixam da miopia crescente. Eu não me queixo. Para mim, é uma janela-aberta-número-dois, trazendo-me idéias que não me ocorreriam de outro modo. Porque ao estender o braço e puxar o volume misterioso... é apenas O Desatino da Rapaziada, o saboroso memorial histórico de Humberto Werneck sobre a literatura mineira da primeira banda do século passado."
A nomeação para o Supremo Tribunal Federal de Cristiano Zanin,
advogado pessoal do presidente Lula, é um tema que está rachando a
esquerda: muitos não só lamentam a falta de uma mulher negra na
indicação como também levantam a questão do princípio da impessoalidade,
que nesse caso mandou lembranças. Outros acham que o Lula tem mesmo é
que tocar o foda-se e blindar o governo contra possíveis rasteiras do
judiciário — que é algo impossível dado o histórico de trairagens do
Supremo contra a democracia, quem sabe no máximo dá pra passar um
esmalte.
E assim como a esquerda eu também estou dividido, na
dúvida entre lamentar a escolha de alguém que a gente não faz ideia que
apito ideológico toca ou soltar fogos e afirmar que por mim o Lula podia
escolher até o advogado Kakay. Sim, estou virando uma espécie de
peessedebista do petismo, no sentido que peessedebista significava no
passado, basicamente um sujeito que gosta de ficar em cima do muro e
prefere esperar o fim do jogo pra adivinhar o resultado.
Pelo
menos há uma unanimidade entre essas duas facções progressistas, que é a
crítica à abordagem hipócrita da grande imprensa em relação ao Zanin —
parece que a única possibilidade de união do campo progressista é
através do ódio à Folha de S. Paulo.
Por exemplo: um desses
colunistas que servem de garoto de recado da Faria Lima chegou a
escrever no twitter que o nome do advogado do presidente é
“inaceitável”, o que me deixou até feliz porque depois desses últimos
anos em que essa galera ficou testando os limites do aceitável
finalmente baixaram o gabarito.
Outro comentou que a escolha do
Zanin abria um perigoso precedente no poder judiciário, mostrando que os
jornais agora não estão mais fingindo que não foram cúmplices do
governo Bolsonaro, estão fingindo que ele nem existiu. Escolha muito
difícil? Do que você está falando?
Na falta de uma vitória total,
resta comemorar a impossibilidade de um cenário alternativo, onde
teríamos essas nomeações a cargo do Bolsonaro, que aliás pode perder
seus direitos políticos em breve. E lembrar que quando ele falava
publicamente em escolher ministro pelo critério “terrivelmente
evangélico” a imprensa dava de ombros e suspirava: fazer o quê?
Acusam Roger Waters de antissemita porque odeiam seu ativismo pró-Palestina
" A única palavra para descrever o que está acontecendo é desinformação. O ímpeto por trás disso não é uma atuação específica de Waters, mas uma tentativa de destruir seu ativismo feita por aqueles que discordam de seus compromissos políticos. A grande mídia, longe de atuar como verificadora de fatos, ajudou na disseminação de mentiras com suas primeiras reportagens acríticas sobre os “críticos” de Waters. Embora o pânico sobre a desinformação tenha estimulado pedidos de censura e gerado uma pequena indústria de especialistas, a campanha contra Waters não foi vista, convenientemente, pelas lentes de uma campanha de desinformação."
Hannah Gadsby’s Picasso Show Was Meant to Ignite Debate. And It Did.
"Picasso abused his female muses, using them in his work; two took their own lives. “Every time I change wives I should burn the last one. That way I’d be rid of them,” he once said. “They wouldn’t be around to complicate my existence. Maybe, that would bring back my youth, too. You kill the woman and you wipe out the past she represents.”
On a recent morning at the museum, several visitors said they were moved by the exhibition. “It’s the violence that’s inherent in his work that is getting to me and making me cry,” said Lori Handelman, 64, who lives in New York and is retired. “It’s very pointedly through an angry lens, which I think is appropriate.”
Others wrestled with the show’s negative take on Picasso. “It’s good to make a statement like this," said Garoan Jacobs, an artist from Berlin, “but I still love Picasso.”"
“There is nothing quite like the feeling of sorrowful helplessness that
one feels listening to a 35-year-old man who has spent fifteen years
working as an illegal day-laborer in Israel in order to save up money to
build a little house for his family, only to discover one day upon
returning from work that the house had been reduced to a pile of rubble,
flattened by an Israeli bulldozer with everything still inside the
house. When you ask why this was done–the land, after all, was his–you
are told that there was no warning, only a paper given to him the next
day by an Israeli soldier stating that he had built the structure
without a license. Where in the world, except under Israeli authority,
are people required to have a license (which is always denied them)
before they can build on their own property? Jews can build, but never
Palestinians. This is pure apartheid.” (Edward Said)