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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    sábado, dezembro 17, 2022

    Imensa Flor Amarela


    ALVES

     

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    Xandão X Golpistas



    FRAGA

     


     

    Carne sem Ouro



    QUINHO

     

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    Cinco fatores que podem decidir a final entre França e Argentina




    "Depois de uma decisão de 2018 entre uma favorita (França) e uma zebra (Croácia), a Copa voltará a ter um desfecho marcado pelo equilíbrio. Franceses e argentinos farão, domingo, no Catar, o ato final do Mundial deste ano. Lideradas por astros em grande fase, as duas equipes chegam equivalentes à partida derradeira. Qualquer fator pode fazer a diferença para um dos dois lados. Veja abaixo cinco fatores que podem definir o tão aguardado confronto."

    Cinco fatores que podem decidir a final entre França e Argentina - Jornal O Sul

    Milhares de gatos e cães foram tirados de ruas antes da Copa do Catar

    "Uma ativista diz ter sido ameaçada de prisão por reclamar da falta de informações sobre qual destino lhes foi dado."

    leia mais>> 

    Milhares de gatos e cães foram tirados de ruas antes da Copa do Catar - Superesportes

    Bruce Springsteen - Don't Play That Song



    Don't play that song for meThough it brings back sweet memoriesOf the days that I once knewOf the days I spent with you
    Oh no, don't you let it playIt fills my heart with painPlease stop it right away'Cause I remember just-a what it said

    Enorme flor amarela


     

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    details round the house | detalhes pela casa


     

    Mudança chega ao Alvorada


     

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    Muda Brasilia


     

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    Muda Brasil


     

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    Cristina Buarque: Carro de Boi (Manaceia)



    Meu carro de boi ficou, no lamaçal
    Vai buscar meu boi, vai buscar meu boi, menino
    Vai buscar meu boi pintado, lá no curral
    Meu carro de boi não pode ficar, no lamaçal
    Meu boi pintado vai tirar, do lamaçal

    Croissant X Medialuna


     

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    Nos estádios e nas ruas, onde estão as mulheres na Copa do Catar?

     Mulheres chegam ao estádio Al-Bayt para o jogo de estreia da Copa, entre Catar e Equador

     

    Tatiana Furtado

     Nas arquibancadas, nas ruas, na fan fest, no metrô, na cobertura da imprensa. Para qualquer lugar que se olhe, a sensação é a mesma: onde estão as mulheres?

    Dos mais de 1,2 milhão de estrangeiros que vieram para a Copa do Mundo do Catar, segundo estimativas dos organizadores, não se sabe quantas são mulheres. A Fifa só divulga os números gerais.

    Mas a percepção é clara. Ao menos para o olhar feminino. Pela visão dos homens, talvez esteja tudo normal como sempre. É um campeonato de futebol, ambiente masculino e um país com choques culturais que afetam mais a nós. 

    Já são sete estádios visitados e muitos quilômetros rodados nesses 15 dias pelos arredores das arenas em busca de histórias. Há poucas mulheres para contar as suas. E quando elas estão presentes, há quase sempre um homem ao lado. Alguns até falam por elas, como no caso de algumas iranianas e sauditas.

    Grupos de mulheres ou torcedoras solitárias que saíram de seus países para viver a experiência de acompanhar uma Copa são raridades. Grupos de amigos viajando de férias que atravessaram o continente para seguir suas seleções têm aos montes. Algumas apontam o medo de vir a um país tão diferente do seu e não saber como seriam recebidas.

     

    A ausência feminina também se faz presente no dia a dia da cidade. A qualquer hora do dia, é possível fazer o seguinte teste: entre no metrô, o principal meio de transporte durante a Copa, e conte quantas mulheres há neles. Não foram poucas vezes em que era a única. Ou podia contar nos dedos todas elas em um vagão lotado, fossem turistas ou locais.

    A demografia do país explica em parte. Ao contrário do Brasil, onde as mulheres são maioria da população, no Catar a relação é praticamente de três homens para uma mulher. Não é uma questão genética catari. Mais uma vez, uma questão de oportunidades. Num país carregado pelos imigrantes do Sudeste e Sul da Ásia e norte dá África, as vagas de trabalho, sobretudo na construção civil, são ocupadas por eles.


    Não é apenas o baixo contingente feminino que chama a atenção. Há uma divisão clara social e de gênero na rotina da cidade. As cataris, que seguem à risca o código conservador, são pouco vistas nos espaços públicos — os nativos mais ricos do país andam de carro, metrô é para imigrantes. Sozinhas, menos ainda. Ou estão em família, com marido e filhos, ou entre amigas em restaurantes. Encontrar uma catari sentada num café, solitária, é algo raro.

    A fé também é professada separadamente. Nos locais de oração, há a indicação da sala para as mulheres. É possível ver dezenas de homens correndo em direção a esses locais, num dos horários de reza, deixando seus calçados do lado de fora e entrando para fazer sua prece. Sem mulheres. 

    Assim é nos metrôs e nos estádios, onde há salas privadas de orações separadas por gêneros como banheiros.

    Há um cuidado extremo em não tocar no corpo feminino. Ou mesmo se aproximar muito. Nas inspeções de segurança dos estádios e do centro de mídia, há filas separadas. E apenas as mulheres da força de segurança podem fazer a revista em outras. Tudo certo não fosse o detalhe de que são usados detectores de metal e não há qualquer contato físico.

    Talvez apenas nesse ambiente Fifa (seguranças, voluntariado, limpeza e produção) tenha havido a preocupação com a equidade de gênero, ainda que seja apenas em números.

     
    GLOBO

     

    Chupando dedo

     
     

     

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    ‎(1965) Blues by Big Mama Thornton - Hound Dog and Down Home Shakedown

    sexta-feira, dezembro 16, 2022

    Janis Joplin e Jorma Kaukonen têm disco de blues lançado com lendárias gravações feitas há 60 anos





    "Há 60 anos, Janis Joplin, então com 19 anos, conheceu Jorma Kaukonen (futuro guitarrista da Jefferson Airplane e Hot Tuna), numa tertúlia musical, em San Jose, na Califórnia. Ambos no início de carreira. A empatia surgida entre eles levou Janis Joplin a convidar Kaukonen a tocar com ela. Uma parceria que dois anos mais tarde fez dos dois nomes emergentes na música californiana, Em 1964, Janis e Jorma gravaram, sem maiores, pretensões, um som que tiraram na casa do guitarrista, durante um ensaio pra um show. Na época, eles se apresentavam em bares, para pequenas plateia de, em média, 50 pessoas,"

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    Janis Joplin e Jorma Kaukonen têm disco de blues lançado com lendárias gravações feitas há 60 anos – TelesToques

    São Roque


     

    1938 HITS ARCHIVE: Begin The Beguine - Artie Shaw (Cole Porter)

    details round the house | detalhes pela casa


     

    Bim Bom - Joao Gilberto



    é só isso o meu baião
    e não tem mais nada não
    o meu coração pediu assim 

    Bolsonaro atira manifestantes



    NANDO MOTTA

     

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    Teleguiados


    MIGUEL PAIVA

     

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    Dog Whistle


    BENETT

     

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    Steve Hackett - Dancing With The Moonlit Knight (Live at Hammersmith)

    São Roque


     

    quinta-feira, dezembro 15, 2022

    Dromedário ou Camelo


     

     

     

     

     

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    MESSI

     

     



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    Rashid, Dada Yute - Todo Dia



    Tem noção que a cada vinte e três minuto, uma mãe preta fica de lutoVidas que vão sem clemência ou tributoViolência é o produto interno bruto(Literalmente) então eu repercuto, já 'tamo preso e eu quero meu indultoEsculpo pérolas e não me desculpo, ocupo mentes por isso preocupo os putoQuebrada não quer só curtida, também quer culturaSe não abrir os olhos, num futuro próximo, dívidas do passado virão na sua faturaPorque nossa história sofreu uma fraturaPor interesse só de quem faturaÉ a vez de ter menos de nós num reformatório e muito mais numa formaturaPoesia em forma pura e o argumento que informa curaAquela carta não salvou ninguém, 'cês 'tão confundindo Isabel e SakuraAinda somos todos alvos, nada mudou desde estereótipo, mano

    Christoper Nolan hates CGI and prefers to use practical effects for insane shots.

     Image

     

    Christoper Nolan hates CGI and prefers to use practical effects for insane shots.

    Here are 5 gems:

    Thread by @TrungTPhan on Thread Reader App – Thread Reader App

    Bolsonaro dá corda

     
     
    CAROL COSPE FOGO

     

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    Manifestantes Brasília

     
     
     

     

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    Blues For Les (Live At The Village Vanguard, New York City, NY 1977

    Balcão da PEC


     

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    Era Messi, era Mané, era Chaplin

     

     

     

     Juca Kfouri

     Por um momento, o Planeta Bola parou aos 69 minutos de jogo entre Argentina e Croácia no estádio de Lusail, Qatar, com quase 89 mil torcedores.

    Camisa 10 às costas, o argentino Lionel Messi recebeu a bola pela direita, quase na área e percebeu que o jovem, de 20 anos, e brilhante zagueiro Josko Gvardiol, se aproximou.

    Aí aconteceu estranha metamorfose para quem tem olhos capazes de ir além do que veem.

    A camisa de listras azuis e brancas virou preta e branca (ou seria amarela?) e o 10 virou 7.

    Não era Lionel quem estava ali, mas Manoel.

    Lionel Andrés Messi Cuccittini encarnava Manoel Francisco dos Santos. Virava Mané Messi, Lionel Garrincha.

    Com a bola nos pés, pressionado pelo assustador zagueiro croata, 1,85 m, de máscara ainda por cima, Messi, 1,69 m, a mesma altura de Mané Garrincha, fingiu que a devolveria para trás, pedalou em cima dela, girou o corpo em direção à linha de fundo e o Maracanã veio abaixo, enquanto, em desespero, Josko virava João e Mané Messi escapava dele para entregar o gol ao companheiro Julián Álvarez. Ou seria Vavá?

    Foram sete segundos, exatamente sete segundos e se foram seis ou oito não importa, porque o tempo serve pouco para medir a perfeição, porque o tempo não pára (com acento, por favor), embora, no caso, tenha parado, congelado, para explodir em aplausos, em êxtase, em alegria, em euforia, emoção transbordante, como raras vezes nesta Copa já imortalizada pelo lance chapliniano.

    Pouco importa se ali cabia uma porção de recordes, de estatísticas, de números frios, desses que fazem a felicidade dos contadores.

    Contador relevante, perdoem os contabilistas, aí, tem de ser Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos, Vinícius de Moraes, Armando Nogueira, Nelson Rodrigues.

    O que dariam para estar presentes no instante mágico em que Messi virou Mané, ele com tantos momentos de Diego Maradona, do Rei Pelé?

    Lusail viveu, para precisos 88.996 felizardos, o encantamento inesquecível de quem poderá lembrar para sempre, e contar eternamente, que estava lá, de corpo presente e enriqueceu o espírito como se testemunhasse recital de Carlos Gardel no Teatro Colón.

    Como é bom saber que toda essa gente vive, que Garrincha ressuscita, que Gardel canta cada vez melhor, porque Messi está aí, para nos lembrar que a genialidade é imortal.

    Gracias a la vida!

    FOLHA 

     

     

     

    Abre-te Messi! Abre-te Mbappé!

     




    Messi e Mbappé: os protagonistas da Copa do Mundo do Catar

    Marcelo Barreto

    O jovem Ali Babá, que viajava pela Pérsia para levar notícias ao rei, estava no alto de uma árvore quando ouviu estranhas palavras ditas por um dos 40 ladrões que vira passar enquanto descansava: “Abre-te, Sésamo!”. Era um comando mágico, que abria uma caverna onde estavam escondidos tesouros daqueles que quem ouvia as histórias contadas por Sherazade ao sultão durante mil e uma noites já estava até acostumado a imaginar. E, seguindo o padrão narrativo, também não era difícil adivinhar o que viria: Ali Babá esperou a saída dos bandidos para repetir as palavras mágicas, entrar e carregar o máximo possível de riquezas — que ofereceu como dote para pedir a princesa em casamento.

    Em busca de um final feliz na Copa do Mundo, havia duas defesas quase tão difíceis de transpor quanto a caverna do tesouro: a Croácia chegou às semifinais tendo sofrido apenas três gols, um deles na prorrogação; Marrocos, só um, e contra. Diferentemente de seus adversários, as tradicionalíssimas Argentina e França, essas duas seleções, que estrearam no Catar se enfrentando (e empatando, claro, em 0 a 0) ainda estavam invictas. Até que ouviram as palavras mágicas: Messi! Mbappé! E conheceram a derrota. Agora, vão se despedir com um reencontro, na disputa pelo terceiro lugar.


    A pedra que se moveu ao ouvir o comando de Ali Babá respondeu da mesma maneira quando ele voltou, para levar mais algumas preciosidades e comprar um castelo para morar com a futura esposa. Já os perdedores das semifinais abriram o caminho de suas defesas de formas bem diferentes. E, claro, o modo de ver os dois jogos das semifinais não poderia ter sido igual sob um olhar brasileiro.


    Na terça-feira, a gente ainda se perguntava por que a Croácia não falhou assim nas quartas de final quando Messi fez seu terceiro gol em jogos eliminatórios de Copa (todos nesta edição). Mas, claro, reparamos que a comemoração foi sem dancinha. Os argentinos não comeram bife de ouro, não jogaram o gato no chão, não deram saída de letra, não... Não deu nem tempo de acabar a lista das comparações aleatórias e já estava 2 a 0. Quando o Brasil não consegue atravessar o deserto, a Argentina se torna a terra que emana leite e mel. Lá a torcida canta o tempo todo, jogador leva a Libertadores para o Catar e a AFA... Não, elogiar cartola não precisa, né? Vamos ficar com outra certeza de ocasião: se o time deles vira o primeiro tempo ganhando, não cede o empate no segundo.

    Na quarta-feira, o primeiro gol da França sobre o Marrocos também não demorou a sair. Mas o outro, que finalmente deu tranquilidade aos atuais campeões do mundo, só veio no segundo tempo, depois de uma pressão que teve, entre outras finalizações perigosas dos marroquinos, uma bicicleta que parou no pé da trave. A história mais bonita da Copa não durou mil e uma noites, e terminou com as lágrimas de uma torcida que encantou o mundo com o amor que demonstrou no Catar.

    Marrocos e Croácia vão se despedir no penúltimo capítulo. O último ficou para Messi e Mbappé decidirem quem fica com o tesouro da Copa – que só tem uma peça dourada, mas é mais cobiçada do que a mão da princesa da Pérsia.


    GLOBO 


    França X Marrocos



    DALCIO MACHADO

     

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    Desequilibrante



    KLEBER

     

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    quarta-feira, dezembro 14, 2022

    Argentina na final



    FRAGA 

     

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    Argentina x Croacia



    CLAYTON

     

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    Era uma vez uma zebra


    DALCIO MACHADO



     

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    AMORIM

     

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    MESSI


    TURCIOS

     

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    terça-feira, dezembro 13, 2022

    detalhes pela casa | details round the house


     

    Angelo Badalamenti - Falling (IN MEMORIAM)



    Don't let yourself be hurt this time Don't let yourself be hurt this time Then I saw your face Then I saw your smile

    De toda Copa fica um pouco

     


    de LEO AVERSA

    Para muitos leitores, a Copa que marcou foi a de 94, a do tetra. Quem era garoto na época lembra da comemoração do Galvão Bueno abraçado ao Pelé, gritando. A Copa da nossa vida é algo que não se esquece. Aposto que até hoje, ao conseguir uma promoção no trabalho, um gol na pelada ou mesmo ao acertar a bolinha de papel no cesto do escritório, os jovens de 94 deixam escapar um “É tetra! É tetra! É tetra!“
    Existe em todos nós a memória de uma Copa que nos faz voltar a ser garotos e acreditar que tudo é possível.
    Para quem é um pouco mais velho, foi a de 70, a do passe do Pelé para o Jairzinho. A melhor seleção de todos os tempos. Quem estava começando a vida, quem era um garoto naqueles anos seguiu sabendo que era possível ser o melhor.
    Para os mais novos, a de 2002, a Copa do penta. As bravatas do goleiro da Alemanha na final, a redenção do Ronaldo Fenômeno pela derrota anterior. A Copa de 2002 ensinou a uma geração que existe sempre uma segunda chance, que vale a pena seguir em frente.
    Quem acha que o futebol são só vinte e duas pessoas correndo atrás de uma bola, ou que a Copa do Mundo é só um torneio esportivo, não entendeu nada. Quem pintou ruas e pendurou bandeirinhas, quem lembra do Pacheco e do Naranjito, da Jabulani, quem cantou “Deixa a vida me levar”, quem fez parte dos noventa milhões em ação, sabe que o futebol é a própria vida.
    Na semana passada o Brasil deixou a Copa. Foi uma grande decepção. Meu filho ficou arrasado com a derrota, estava torcendo muito para a seleção, para o Richarlison, maravilhado, como todos nós, com aquele gol de voleio, com a sua cara de gaiato, e, claro, a dança do pombo.
    Desta vez não deu, mas para a garotada de hoje muitas outras Copas virão.
    Mesmo com toda a tristeza da eliminação, Martín ainda é um garoto e as coisas nessa idade passam rápido, muito rápido. Assim foi: horas depois da derrota do Brasil entrou em campo o seu grande ídolo, Lionel Messi. Lá estava ele de novo grudado na tela, mais uma vez com esperança no coração. Ele quer que o Messi realize o seu sonho e descubra, enfim, quanto pesa a Copa do Mundo. É o que lhe falta.
    Ainda é um garoto, ainda pensa que as coisas são pra sempre. No entanto, Messi está lhe mostrando, aos poucos, que o tempo que passa não volta. As arrancadas estão mais lentas, os dribles não são tão rápidos, as faltas já não entram como antes. Em pouco tempo vai parar de jogar, talvez depois da Copa. É a vida, é o futebol: outros garotos virão, outros jogadores serão seus ídolos. Também está mostrando que não se pode desistir, que o que se perde em pernas se ganha em sabedoria e que devemos ir atrás dos nossos sonhos até o apito final. Talvez ele aprenda a lição com lágrimas, hoje à tarde, talvez com um sorriso, no domingo que vem.
    Que Messi consiga o que lhe falta. Que esta seja a Copa do Martín, a que nunca vai esquecer.
    Que lá na frente o Martín conte da Copa de 2022, a sua Copa, para os filhos, talvez netos. Que fale do Richarlison, da sua cara de gaiato, que imite a dança do pombo. Que volte a ser garoto que é, que ainda acredite que é possível. Que ensine aos seus os clichês sinceros que aprendeu com o seu ídolo, com a Copa do Mundo, com o futebol: que o tempo que passa não volta, que a esperança nunca pode morrer e, principalmente, que o jogo só acaba quando termina.
    GLOBO

    10 erros cometidos por Tite

     



    de DIEGO GARCIA

    "Falta de liderança, escolhas erradas, substituições duvidosas e falsa blindagem ao elenco. Tite encerrou um ciclo de 6 anos na Seleção sendo eliminado duas vezes nas quartas de final de uma Copa do Mundo para países pequenos no cenário do futebol. Perder para a Croácia ficará marcado na história como um dos grandes fiascos do time brasileiro."

    A seguir, veja 10 erros cometidos por Tite que podem ajudar a explicar o fiasco.




    Não gosto de não gostar de Neymar

     

     de MILLY LACOMBE

    Eu não gosto de não gostar de Neymar. Quando vejo ele deixar de lado seguranças e o grude de Dani Alves para abraçar uma criança sinto coisas desordenadas e difíceis de nomear.

    Tive essa sensação assistindo ao documentário Caos Perfeito, da Netflix. A relação dele com o filho me tocou de forma profunda. Escrevi sobre isso nesse texto aqui.

    O jeito como ele pega na bola, dribla, se movimenta em campo. A inteligência tática. A intuição, o improviso, a arte. Um talento tão raro e tão nosso.

    Confuso.

    Prefiro os dias em que detestá-lo é simples.

    A treta com a receita, a demora para entrar em campo quando o time inteiro já está postado, a molecagem de um apoio indecente à ideologia nazi-fascista que o bolsonarismo representa, o rompimento com a Nike por acusação de violência sexual.

    Mas aí ele abraçar o menino croata negligenciado por seguranças e por Daniel Alves e eu fico outra vez desorientada.

    Em roteiros de ficção as melhores personagens são aquelas multidimensionais. São as que você quer xingar e depois acolher e depois xingar e outra vez acolher.

    As grandes personagens são as que se apresentam emocionalmente escangalhadas e, numa jornada de sofrimento e tristeza, se metem na escuridão, encaram batalhas, vencem, e voltam para nos resgatar.

    É o que difere a celebridade do herói. A celebridade joga em causa própria; o herói joga por uma coletividade (salve, Casão).

    A condição humana é a condição humana. Não se escapa da dor nem mesmo fazendo coco de pó de ouro.

    O truque é encarar a tristeza, escutar o convite e se entregar à transformação.

    Neymar é um homem que decidiu não se implicar na própria vida adulta. Quem cuida das coisas de gente grande é o pai. O negócio do Junior é jogar bola.

    Infelizmente a experiência humana não é assim e a insistência em não amadurecer faz com que ele se distancie de todo um país.

    Abandonar o Junior, se implicar na própria vida, ter consciência do que é o Brasil cujas cores ele defende, expandir os lugares de conhecimento, compreender por que um país como o nosso tem tanta fome sendo uma das maiores economias do mundo.

    Ir buscar informações sobre como o machismo mata, sobre como a masculinidade aprisiona, sobre como um sistema que considera ele uma mercadoria acaba matando um pouco a pessoa que ele poderia ser.

    Ser uma celebridade é uma porta de entrada imensa para essas trilhas. Normalmente as portas que nos são oferecidas são mais estreitas.

    Oportunidade gera responsabilidade e o craque poderia encarar assim a vida adulta.

    As chances de transformações estão dadas todos os dias. Bem na nossa frente. O bonde passa uma, duas, três, cem vezes. É um bonde insistente esse.

    Trinta anos é bastante para o futebol, mas não para a longevidade humana. Tem tempo de sobra para transformações e para completar a jornada do herói.

    Resta saber se ele topará a viagem, que não vem sem dor porque, pelo caminho, ficam aqueles que se recusam a vir junto.

    E esses, especialmente no caso de Neymar, são muitos e estão perto demais.

    UOL 


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