"São muitos os forasteiros que, a cada nova temporada, vêm para Paquetá em busca de mudanças mais significativas na sua própria existência. Com isso, são também muitos e diversos os olhares sobre a ilha. Mesmo para quem já está aqui há anos, Paquetá não permanece a mesma, sempre é tempo de repensar, rever, “re-conhecer” a ilha a partir de novos e insuspeitos ângulos. Se, num primeiro momento, chegar à ilha dos amores é como viver a possibilidade de ajudar na construção de uma utopia, uma nova forma de convívio, de pensar o comum, logo vem a fase da decepção, do desgaste, do cansaço diante das dificuldades que o cotidiano aqui também apresenta, sobretudo para quem vem acostumado ao lado confortável de uma vida na metrópole.
Assim como, a cada ano, muitos vêm, outros tantos se vão. Perdem o que me parece a melhor parte, a possibilidade de conhecer uma ilha de Paquetá que existe por si e não para representar o papel de um lugar ideal, de ilha utópica para existências cansadas. Um lugar que tem história, que forjou um modo de vida próprio, o seu mais caro patrimônio. Entre o amanhecer na Praia dos Tamoios e o anoitecer na Praia da Guarda, as flores e as frutas da estação, as pedras e as árvores centenárias vão preenchendo o espaço e inspirando a rotina dos moradores com suas bicicletas, dos visitantes com suas câmeras fotográficas, dos poetas e demais artistas atraídos aos montes pelo perfume que desce ao cair da tarde e pela cantoria dos pássaros na alvorada."
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