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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    sábado, setembro 30, 2023

    Southwark Cathedral


     

    FOI ASSIM-FAFA DE BELEM-

    IN MEMORIAM PAULO ANDRÉ BARATA 

     

    Foi assim! 

    Como um resto de sol no mar 

    Como a brisa da preamar 

    Nós chegamos ao fim

     

    The True Threat of Artificial Intelligence

     

     A foreboding dark sky above a desolate landscape.

    "Yet neoliberalism is far from dead. Worse, it has found an ally in A.G.I.-ism, which stands to reinforce and replicate its main biases: that private actors outperform public ones (the market bias), that adapting to reality beats transforming it (the adaptation bias) and that efficiency trumps social concerns (the efficiency bias).

    These biases turn the alluring promise behind A.G.I. on its head: Instead of saving the world, the quest to build it will make things only worse. Here is how."


    read analysis by Evgeny Morozov

    Opinion | The True Threat of Artificial Intelligence - The New York Times:

    Julia Wolfe & Bang on a Can = Steel Hammer: Characteristics

    How TV Writing Became a Dead-End Job

     An illustration showing five workers with hard hats on an assembly line as pages pass them on a conveyor belt.

     "The strategy of breaking up complex jobs into simpler, lower-paid tasks has roots in meatpacking and manufacturing. At the turn of the 20th century, automobiles were produced largely in artisanal fashion by small teams of highly skilled “all around” mechanics who helped assemble a variety of components and systems — ignition, axles, transmission.

    By 1914, Ford Motor had repeatedly divided and subdivided these jobs, spreading more than 150 men across a vast assembly line. The workers typically performed a few simple tasks over and over.

    For decades, making television shows was similar in some ways to the early days of automaking: A team of writers would be involved in all parts of the production. Many of those who wrote scripts were also on set, and they often helped edit and polish the show into its final form.

    The “all around” approach had multiple benefits, writers say. Not least: It improved the quality of the show. “You can write a voice in your head, but if you don’t hear it,” said Erica Weiss, a co-showrunner of the CBS series “The Red Line,” “you don’t actually know if it works.”

    Ms. Weiss said having her writers on the set allowed them to rework lines after the actors’ table read, or rewrite a scene if it was suddenly moved indoors.

    She and other writers and showrunners said the system also taught young writers how to oversee a show — essentially grooming apprentices to become the master craftspeople of their day.

    But it is increasingly rare for writers to be on set. As in manufacturing, the job of making television shows is being broken down into more discrete tasks.

    In most streaming shows, the writers’ contracts expire before the filming begins. And even many cable and network shows now seek to separate writing from production."

    READ MORE>>

    How TV Writing Became a Dead-End Job | Fresh news for 2023

    sexta-feira, setembro 29, 2023

    Southwark Cathedral


     

    Meio século depois de golpe no Chile, defensores de Pinochet saem do armário

     Chilenos participam de protesto em repúdio à morte de policiais, e pedem políticas mais duras de controle ao aumento da violência nas ruas

     "No ano em que se completam cinco décadas do golpe de Estado de 11 de setembro de 1973, em que o Palácio de la Moneda organizará eventos de repúdio em grande escala, dados da Mori mostram que apenas 42% dos chilenos consideram que o ditador Augusto Pinochet (1973-1990) destruiu a democracia do país. Há dez anos, o percentual era de 63%, e em 2006, ano da morte de Pinochet, atingiu 68%.

    A mesma pesquisa indicou que 36% dos chilenos acreditam que o ditador salvou o Chile do marxismo. Em 2013, o percentual foi de 18%. A evolução da opinião da sociedade sobre o que aconteceu há 50 anos acompanhou o crescimento da extrema direita no país, e de lideranças como a do ex-candidato à Presidência José Antonio Kast, fundador do Ação Republicana."

    LEIA REPORTAGEM DE JANAINA FIGUEIREDO 

     

     

    biguás


     

    Wiley Coyote by The Chatham Singers

    quinta-feira, setembro 28, 2023


     

    Gal Costa | Dê Um Rolê (Novos Baianos)

    Não se assuste pessoa
    Se eu lhe disser que a vida é boa

    Microplastics

     

    JEFFREY ST. CLAIR 

    + According to a study published in the journal Environmental Science and Technology, microplastics have been detected for the first time in the hearts of humans undergoing cardiac surgery.

    + More than 90 percent of water samples taken from the Great Lakes show harmful levels of microplastics.  The Great Lakes provide drinking water to more than 40 million people in the US and Canada, harbor nearly 90% of the US’s freshwater, and provide aquatic habitat to around 3,500 species of plants and animals.

    + Every year, around 7 trillion pieces of microplastics are washed by rainfall into into San Francisco Bay, a large percentage of it consisting of tire particles left behind on streets—about 300 times greater than what is shedded from polyester clothes, microbeads from beauty products and other particles that go down the drain in kitchens and bathrooms.

    Adeus, Aras

    GILMAR 
     
     

    MOR
     

     
     
    FRAGA
     
     

     

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    The Economist Magazine’s Role in the Chilean Coup

     

     "The Economist marked 50 years since the Chilean coup by calling for the country to move on from the past. What the magazine didn’t do was confront its own key role in demonizing Salvador Allende and building Augusto Pinochet’s international legitimacy."

    read it here>> 

    The Economist Magazine’s Role in the Chilean Coup:

    Elza Soares - Saltei De Banda (Sá & Rodrix)



    Eu já morei na tal da feira modernaMas saltei de bandaE hoje sou meu próprio patrãoE ninguém me manda

    Southwark Cathedral


     

    Lula premiará ruralistas se vetar só o marco temporal no 'PL do Genocídio'

     

    Lula sinalizou que deve vetar o chamado PL do Marco Temporal, aprovado pelo Senado nesta quarta (27). A questão é se o veto será integral ou parcial. Porque, ironicamente, o marco é a parte natimorta do projeto de lei. O risco real está no resto.

    Como o STF já declarou inconstitucional a tese de que indígenas só podem reivindicar terras em que estavam em outubro de 1988, esse trecho da nova lei não sobrevive a um questionamento à corte. Um veto de Lula, neste caso, serve apenas para poupar tempo e recursos públicos antecipando o inevitável.
    Aliás, se o Congresso quiser insistir nessa tese, sua melhor chance é coloca-la na Constituição, o que vai gastar energia por demandar 60% dos votos da Câmara e do Senado. E, ainda assim, o Supremo pode julgar que a PEC nasceu desrespeitando princípios constitucionais e derrubá-la.

     
    Se vetar o natimorto marco temporal e deixar passar os outros pontos do PL 2903/2023, o presidente da República vai estar fazendo média com a bancada ruralista. Pois esses pontos formam um pacote genocida que é o coração pulsante do projeto.

     
    E que pontos são esses? Permitir contato com indígenas isolados colocando sua vida em risco com doenças; proibir a ampliação de terras já demarcadas, evitando corrigir erros do passado; retomar territórios caso um grupo de indígenas deixe de ?parecer? indígena na opinião de um governante de plantão; dispensar consulta prévia aos indígenas para instalar bases militares, rodovias, ferrovias e hidrovias e hidrelétricas; autorizar o cultivo de transgênicos em territórios indígenas; facilitar que o poder público instale redes de comunicação e linhas de transmissão de energia elétrica em terras indígenas mesmo sem a concordância dos povos que vivem lá, entre outros.

     
    Amuado pelo STF cumprir sua função constitucional, o Congresso manda recados através da vida de povos tradicionais. Recados que, se não vetados integralmente por Lula, trarão lucro para alguns e morte para outros.

     UOL

     

    Alô Alô




    ARTEVILLAR

     

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    Funcionários do Metrô, da CPTM e da Sabesp resistem à sanha privatista de Tarcísio

     

     

     "Sob o comando da Via Mobilidade,  as 

     condições de trabalho pioraram, afirma
    Eluiz Alves de Matos, presidente do Sin-
    dicato dos Ferroviários de São Paulo. “A
    jornada de trabalho deles é de 12 horas,
    enquanto a nossa é de 8 horas diárias. E
    o salário deles é muito inferior.” O líder
    sindical teme, ainda, a redução do qua-
    dro de funcionários. Quando as Linhas 8
    e 9 foram privatizadas, explica, centenas
    de trabalhadores aderiram a um progra-
    ma de demissão voluntária. Quem ficou
    sofre com o acúmulo de funções e jor-
    nadas exaustivas. “A qualidade do ser-
    viço também despencou. Toda semana
    tem descarrilamento de trem, o tempo
    de espera aumento

    Não bastasse, a contratação de funcio-
    nários terceirizados disparou. Recente-
    mente, a S&G, responsável pela venda de
    passagens nas Linhas 8 e 9, decretou falên-
    cia e dispensou os funcionários sem pagar
    os salários devidos, bem como os direitos
    de rescisão. Com as bilheterias abandona-
    das, a CPTM teve de liberar as catracas e,
    em caráter emergencial, deslocar funcio-
    nários que exerciam outras funções pa-
    ra retomar as vendas. “É isso que aconte-
    ce quando a empresa privada não dá con-
    ta das suas atribuições. Sobra para o Es-
    tado resolver o problema”, alerta Matos."

    MAIS NA REPORTAGEM DE MARIANA SERAFINI

     

     

    Um heleno nada sereno

    AMARILDO 
     
     
     
     
     
    CRIS VECTOR
     
     
     
     
     
     
     

     

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    quarta-feira, setembro 27, 2023

    4 soluções possíveis para a questão das forças armadas no Brasil

     

     João Luis Jr  

     

    Privatização: Imagine uma estatal com mais de 300 mil empregados, orçamento na casa dos 100 bilhões e que, além de ter sido criada para realizar uma atividade em que ela não se envolve desde 1945, tem um grande histórico de agredir, matar ou torturar contribuintes? Essas são as forças armadas brasileiras, áreas de altíssimo custo e baixíssimo retorno do nosso funcionalismo público, mas que infelizmente não recebem a mesma atenção privatizante que diversos outros órgãos brasileiros.

    Afinal, imagine como seria se os carteiros tivessem dado um golpe em 64 e desaparecido não só com encomendas mas também com pessoas? Imagine se toda filha de funcionário do BNDES tivesse direito a pensão vitalícia? Imagine um mundo em que os funcionários da Caixa Econômica não abrem uma conta a Segunda Guerra e agora ficam apenas colocando os caixas mais jovens pra pintar meio-fio? Se todas essas empresas já foram colocadas na mira da privatização por muito menos que isso, por que não imaginar um Brasil em que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica vão viver sobre o mesmo nível de cobrança e poderemos realizar o sonho liberal de ter forças armadas privatizadas, com ações na bolsa, onde um coronel pejotinha poderá dar ordens para um soldado estagiário não-remunerado que está ali apenas “pela exposição” e pra “fazer portfólio”?

    Desmilitarização dos militares: Vigilância das fronteiras? Importante. Soberania nacional? É legal. Manutenção da lei e da ordem? Tem quem goste. Proteger os interesses nacionais? Bom também. Braço forte e mão amiga? Hmmmmm, gostoso, fale mais. Ou seja, é fácil perceber que, em termos de missão, de objetivos, não existe nada de necessariamente errado com o exército brasileiro. O grande problema é que eles não apenas não são tão bons assim em realizar essas tarefas como com uma grande frequência acabam deixando isso de lado pra fazer uns lances que sinceramente ninguém pediu (“irmão, eu te falei pra tomar conta da casa, não atirar na minha avó porque ela tentou pegar um negócio na cozinha”).

    Por isso talvez a solução seja, mais do que o fim das forças armadas, o fim da cultura militar que permeia as nossas forças armadas. Menos hierarquia, menos obediência cega, menos gente gritando com os outros de bobeira. Mudar o lance do ambiente quase exclusivamente masculino, rever essa coisa aí do serviço militar obrigatório, talvez deixar a galera usar umas roupas mais confortáveis porque a pessoa fica de roupa camuflada e coturno no sol em pleno verão a tendência é ela odiar o resto da sociedade mesmo. Não tô justificando, apenas não duvido que aconteça.

    Redistribuição de funções: Daí que chegamos num ponto que não tem jeito. Não dá pra privatizar, não dá pra desmilitarizar, não dá pra reduzir contingente, tem é que se virar com a galera que está aí. Pode ser então a hora de tentar, ao invés de mudar o militar, descobrir, dentro da sociedade brasileira, onde ele pode sim oferecer algum tipo de contribuição.

    Militar gosta de gritar? Vamos colocar um sargento em cada fila do Spoleto ou Subway, gritando “VAI VAI VAI” quando chegou a vez de alguma pessoa e ela ainda não sabe o que quer. Milico gosta de fazer intervenção? Vamos criar um serviço em que você pode pedir uma intervenção militar pessoal, com um cabo que chega te dando socão se você estourar seu cartão ou cerceia sua liberdade de imprensa se você tentar mandar mensagem pra ex. O importante é contribuir, galera.

    Substituição por médicos cubanos: Uma das mais ousadas fake news distribuídas durante o governo Dilma Rousseff, a ideia de que os médicos cubanos do Programa Mais Médicos seriam, além de formados em medicina, também guerrilheiros treinados pelo exército de Cuba, tinha a intenção de ser mais uma prova assustadora dos riscos do comunismo, mas acaba sendo na verdade um dos conceitos mais práticos e fascinantes que já surgiram na história recente do Brasil.

    Afinal, o quão bom não seria se, no lugar de mais de milhares de pessoas de farda divididas entre atividades administrativas que não te ajudam muito e atividades militares que podem resultar em você tomando tiro, nós tivéssemos esse mesmo número de médicos disponíveis, distribuídos entre diversos quartéis, guarnições e demais ambientes militares espalhados pelo país? Você cortou um dedo? Para na frente do quartel. Sua mãe tropeçou e machucou a perna? Chama o exército. Gente fardada subindo o morro? É pra ajudar dona Genésia que teve enxaqueca, tão subindo com um Revange que vai resolver o lance, aqui é braço forte, mão amiga, copinho de água já do lado.

    CONFORME SOLICITADO
    https://conformesolicitado.substack.com/i/97351187/solucoes-possiveis-solucoes-para-a-questao-das-forcas-armadas-no-brasil

    assine a newsletter do conforme solicitado!!

    Desigualdade: a raiz de todos os males

     

     

     

    "Ao voltar à tribuna da ONU, em Nova
    York, para abrir pela sétima vez a assem-
    bleia-geral anual da entidade, Lula colo-
    cou o combate às desigualdades como a
    grande tarefa da atualidade. Crise climá-
    tica, sequelas da pandemia de Covid, inse-
    gurança alimentar e energética, racismo,
    intolerância e xenofobia são desafios que
    “se alastram” no embalo da iniquidade, na
    visão do presidente. “Se tivéssemos que
    resumir em uma única palavra esses desa-
    fios, ela seria desigualdade. A desigualda-
    de está na raiz desses fenômenos ou atua
    para agravá-los”, declarou na tribuna das
    Nações Unidas na terça-feira 19. “Redu-
    zir as desigualdades dentro dos países re-
    quer incluir os pobres nos orçamentos na-
    cionais e fazer os ricos pagarem impostos
    proporcionais aos seus patrimônios.”

     
    O que teriam pensado os comandantes
    do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câma-
    ra, Arthur Lira, diante dessas palavras?
    Ambos assistiram ao discurso in loco,
    como integrantes da comitiva brasileira
    a convite de Lula. São dois ricaços.

    MAIS NA REPORTAGEM DE ANDRÉ BARROCAL


     

    Johnny 99 (Bruce Springsteen) par Los Lobos


     
    Well they closed down the auto plant in Mahwah late that monthRalph went out lookin' for a job but he couldn't find noneHe came home too drunk from mixin' Tanqueray and wineHe got a gun, shot a night clerk, now they call him Johnny 99

    Why Are TV Writers So Miserable?

     

     "Writers have always endured indignities in Hollywood. But, as long as there are millions to be grabbed, the trade-off has been bearable—except when it isn’t. The past month has brought the discontent of television writers to a boiling point. In mid-April, the Writers Guild of America (the modern successor to the Screen Writers Guild) voted to authorize a strike, with a decisive 97.85 per cent in favor. The guild’s current contract with the Alliance of Motion Picture and Television Producers expires on May 1st; if the negotiations break down, it will be the W.G.A.’s first strike since late 2007 and early 2008. At issue are minimum fees, royalties, staffing requirements, and even the use of artificial intelligence in script production—but the over-all stakes, from the perspective of TV writers, feel seismic. “This is an existential fight for the future of the business of writing,” Laura Jacqmin, whose credits include Epix’s “Get Shorty” and Peacock’s “Joe vs. Carole,” told me; like the other writers I spoke to, she had voted for the strike authorization. “If we do not dig in now, there will be nothing to fight for in three years.” TV writers seem, on the whole, miserable. “The word I READREADwould use,” Jacqmin said, “is ‘desperation.’"

     read article By Michael Schulman  

    terça-feira, setembro 26, 2023

    biguás


     

    Lambchop - Relatives #2



    I've seen pretty things before
    And they're often nothing good

    Ela fala as coisas que acha que estão na minha cabeça!

    QUINHO  
     
     
     

     
     
     
    AROEIRA 
     
     
     
     
     
    DANIEL LAFAYETTE   
     
     

     
     
    MOR

     

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    2 CATS | 2 GATOS


     

    PAUAPIXUNA-Paulo André e Rui Barata IN MEMORIAM



    E no silêncio, uma folha caída
    Uma batida de remo a passar
    Um candeeiro de manga comprida
    Um cheiro bom de peixada no ar
    Uma pimenta no prato espremida
    Outra lambada depois do jantar
    Uma viola de corda curtida
    Nessa sofrida sofrência de amar

    segunda-feira, setembro 25, 2023

    biguás

    sj

    anais da fotografia: Maturidade inventada

     Maturidade inventada

     

    JEFERSON TENÓRIO

    Um menino de 13 anos foi morto em agosto. Ele tinha ao menos cinco balas espalhadas pelo corpo – resultado de mais uma operação policial no Rio de Janeiro. Mais uma morte brutal, e o país não parou por causa disso. Houve pouca comoção. Pouco engajamento. Não se reclama pelo corpo negro alvejado.

    De uma hora para outra, Thiago Menezes Flausino, morador da Cidade de Deus, se tornou mais um número. Ganhou um lugar na estatística fria e impessoal, que normaliza a desumanização de crianças e adolescentes negros nas periferias.


    Observo as fotos do funeral de Thia-
    go, especialmente a tirada por Selma
    Souza, repórter fotográfica da ong Voz
    das Comunidades. Amigos do menino
    choram pelo fim precoce de alguém
    que, semanas antes, convivia com eles.
    Lembro-me de ter lido, certa vez, que o
    pranto é a nossa primeira língua. É o
    modo que temos para dizer algo quan-
    do a palavra ainda não existe. E, mes-
    mo depois que aprendemos a falar, que
    aprendemos a escrever, é com o choro
    que vamos expressar o indizível.

     
    Lamento pela morte prematura de
    Thiago e penso nos que ficaram. Nos
    amigos e colegas da mesma faixa etária
    que, agora, diante daquele que se vai,
    terão de lidar com sua ausência. O lu-
    to é um tempo de tristeza necessária.
    O luto é esse rompimento dos vínculos
    afetivos. Uma fratura inesperada daque-
    le que nos era familiar e que subitamen-
    te deixa de existir para nós.

     
    Talvez a infância e a adolescência
    sejam os lugares mais difíceis para en-
    tender o fim da vida. Porque, nessas
    fases, ainda não construímos aqueles
    mecanismos psíquicos que nos permi-
    tem lidar com o inesperado. A violência
    não cabe na infância e na adolescência
    ou não deveria caber. Para seguir, para
    ir adiante depois da morte de alguém
    tão novo, é preciso inventar uma matu-
    ridade, improvisar um jeito adulto de
    lidar com o trágico. De lidar com o
    mundo interno que ruiu e que jamais
    voltará a ser o mesmo.

     
    A morte de pessoas negras são mor-
    tes anunciadas. Corpos matáveis, sob
    o aval do Estado. A morte de um ado-
    lescente, assim, sem aviso prévio, sem
    qualquer possibilidade de despedidas,
    provoca uma fratura interior sem vol-
    ta. Por isso, penso nos que ficaram.
    Penso nos que permaneceram. Nos que
    terão de lidar com a dor, com a falta e
    com a tristeza.
    O choro de crianças enlutadas da Ci-
    dade de Deus é um choro de desespero.
    E o desespero ainda é um modo de di-
    zer não. O desespero ainda é um modo
    de discordar da vida. É o último recurso
    para a gente se manter humano. Aquele
    pranto das crianças enlutadas é uma
    busca pelo direito de ter infância.

     
    Sinto que o luto nunca vai acabar,
    nunca cessará. O corpo de Thiago con-
    tinuará morrendo para meninos e meni-
    nas que ficaram. Continuará morrendo
    para os pais e parentes próximos. Sem
    ele, será difícil jogar futebol no Projeto
    Canelinhas. Será difícil inventar brin-
    cadeiras, dar prosseguimento às con-
    versas e percorrer o caminho até a
    Escola Municipal Dorcelina Gomes
    da Costa. Será difícil orar nas igrejas,
    em qualquer igreja.


    Esse é o luto que o Estado não verá.
    O Estado apenas reduzirá o menino de
    13 anos e sua existência a um efeito
    colateral de mais uma operação poli-
    cial. Entretanto, observando as fotos
    do funeral, de repente percebo que é
    justamente o pranto das crianças enlu-
    tadas que conseguirá devolver a huma-
    nidade a Thiago.

    PIAUI

    NIARA



    AROEIRA

     

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    Artistas em pânico

     

    José Eduardo Agualusa

    Um grupo de 17 escritores avançou esta semana com um processo contra a OpenAI, por “roubo sistemático em larga escala”. No grupo, há desde autores de bestas céleres — para recordar uma divertida expressão do poeta português Alexandre O’ Neill —, a escritores respeitados, com leitores exigentes, como Jonathan Franzen.

    Não é a primeira vez que escritores tentam processar empresas de IA e, certamente, não será a última. Nos últimos meses, a IA tem vindo a ser muito utilizada para produzir ficção, baseando-se para isso em milhões de obras literárias disponíveis on-line. A Amazon, entre outras empresas de comércio on-line, já disponibiliza largos milhares de títulos redigidos, em rápidos minutos, com o auxílio da IA.

    Contudo, parece-me muito difícil acusar a IA, ou os autores que dela se servem, de plágio. Regra geral, a IA copia o estilo, não se apropria de frases ou de enredos. Ou seja, faz o mesmo que qualquer escritor em início de carreira: devora, assimila e recria. Até aqui nada de novo.

    Estes processos contra empresas de IA, que dificilmente levarão a algum lado, denunciam sobretudo o pânico de muitos escritores, tradutores, artistas plásticos e outros criadores.

    As obras de alguns dos 17 escritores referidos acima poderiam ter sido escritas por uma geladeira inteligente, dessas que sugerem receitas e avisam os proprietários que precisam repor o iogurte. Os autores de bestas céleres, sim, têm razões para recear a concorrência da IA. Jonathan Franzen, não.

    O mesmo se aplica aos artistas plásticos. Os bons utilizarão os recursos da IA para produzir obras ainda mais audaciosas, inquietantes e questionadoras. Os medíocres, os acomodados, os que estão ao serviço dos mercados, esses serão substituídos pela IA, e ninguém dará pela diferença. Talvez até já tenham sido.

    Tenho medo de terremotos e de patinetes elétricos; tenho medo de perder o passaporte quando estou em trânsito, num aeroporto remoto; tenho medo de aranhas, escorpiões e louva-a-deus; tenho medo de burocratas e de impostos; tenho medo dos devotos, dos beatos, dos que nunca têm dúvidas, dos que nunca tiveram um desgosto de amor, das pessoas que não gostam do Chico Buarque, das que apreciam pastel de bacalhau com queijo e das que colecionam armas de fogo. Mas não, não tenho medo da IA.

    No dia em que um texto produzido por uma IA me comover até às lágrimas, ou me fizer rir tanto quanto um livro do Luís Fernando Verissimo, aí darei o braço a torcer. Talvez até sinta um pouco de medo de que o meu tempo, enquanto escritor, tenha chegado ao fim. Provavelmente, sentirei muito pavor dessa nova sociedade, capaz de prescindir da criatividade humana.

    Isso, contudo, não deverá acontecer tão cedo. Quando acontecer, a IA já terá alcançado alguma coisa parecida com a autoconsciência. Estaremos então discutindo se é uma entidade viva, se tem alma, e se deve ou não se beneficiar dos mesmos direitos que qualquer um de nós. Incluindo os direitos de autor.



    O GLOBO

    LENY ANDRADE ESTAMOS AÍ (Mauricio Einhorn / Durval Ferreira )



    E pro mundo todo vai mostrar, então
    Que a bossa nova cresce
    Que a bossa nova vence
    Que a nossa bossa vale
    Estamos a


    maré cheia


     

    The Kronos Quartet: Last Kind Words

    The The - This Is the Day



    You pull back the curtainsAnd the sun burns into your eyesYou watch a plane flyingAcross a clear blue skyThis is the day, your life will surely changeThis is the day, when things fall into place

    domingo, setembro 24, 2023

    Orquesta De Ramón Márquez - El Pachuco Bailarín

    THE X-MAN> How Elon Musk Went from Superhero to Supervillain

     

    A blurry photo of Elon Musk by Mark Mahaney. 

    "In 2021, Elon Musk became the world’s richest man (no woman came close), and Time named him Person of the Year: “This is the man who aspires to save our planet and get us a new one to inhabit: clown, genius, edgelord, visionary, industrialist, showman, cad; a madcap hybrid of Thomas Edison, P. T. Barnum, Andrew Carnegie and Watchmen’s Doctor Manhattan, the brooding, blue-skinned man-god who invents electric cars and moves to Mars.” Right about when Time was preparing that giddy announcement, three women whose ovaries and uteruses were involved in passing down the madcap man-god’s genes were in the maternity ward of a hospital in Austin. Musk believes a declining birth rate is a threat to civilization and, with his trademark tirelessness, is doing his visionary edgelord best to ward off that threat. Shivon Zilis, a thirty-five-year-old venture capitalist and executive at Musk’s company Neuralink, was pregnant with twins, conceived with Musk by in-vitro fertilization, and was experiencing complications. “He really wants smart people to have kids, so he encouraged me to,” Zilis said. In a nearby room, a woman serving as a surrogate for Musk and his thirty-three-year-old ex-wife, Claire Boucher, a musician better known as Grimes, was suffering from pregnancy complications, too, and Grimes was staying with her.

    “I really wanted him to have a daughter so bad,” Grimes said. At the time, Musk had had seven sons, including, with Grimes, a child named X. Grimes did not know that Zilis, a friend of hers, was down the hall, or that Zilis was pregnant by Musk. Zilis’s twins were born seven weeks premature; the surrogate delivered safely a few weeks later. In mid-December, Grimes’s new baby came home and met her brother X. An hour later, Musk took X to New York and dandled him on his knee while being photographed for Time."

    “He dreams of Mars as he bestrides Earth, square-jawed and indomitable,” the magazine’s Person of the Year announcement read. Musk and Grimes called the baby, Musk’s tenth, Y, or sometimes “Why?,” or just “?”—a reference to Musk’s favorite book, Douglas Adams’s “The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy,” because, Grimes explained, it’s a book about how knowing the question is more important than knowing the answer."


    more in the article by Jill Lepore​

    How Elon Musk Went from Superhero to Supervillain | The New Yorker


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