This site will look much better in a browser that supports web standards, but it is accessible to any browser or Internet device.



blog0news


  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

    Assinar
    Postagens [Atom]

    Powered by Blogger

    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    sábado, outubro 29, 2022

    Dionne Warwick - Do You Know the Way to San Jose



    L.A. is a great big freewayPut a hundred downAnd buy a carIn a week, maybe two,They'll make you a star
    Weeks turn into years,How quick they passAnd all the stars that never wereAre parking cars and pumping gas

    Carta aos Brasileiros

     

     

     'O mundo acreditava no elegante universo sonoro de um Paulinho da Viola, de uma Marisa Monte, de um Caetano Veloso' — Foto: Reprodução 

    José Eduardo Agualusa

     

    Antes de ficar para trás, antes de se afundar na lama escura do bolsonarismo, o Brasil chegou a ser realmente o futuro de todos nós — da Humanidade. Nessa época (parece que já foi há muito tempo), pessoas do mundo inteiro olhavam para o Brasil, encantadas com a capacidade quase mágica que o país parecia ter para harmonizar o inconciliável.

    O mundo (a parte melhor do mundo) acreditava na alegria daquele cristianismo africanizado (ou no animismo cristianizado dos terreiros); queria acreditar na autenticidade daquele grande organismo misturador, onde europeus e japoneses podiam (sem estranheza) cultuar divindades indígenas ou africanas, e índios iriam, num futuro próximo, plantar mangueiras na Lua.

    O mundo acreditava naquele país, capaz de juntar no patrimônio dos seus principais escritores, figuras de origens tão diversas como descendentes de africanos escravizados (Cruz e Sousa, Machado de Assis, Lima Barreto); uma judia ucraniana (Clarice Lispector), um filho de imigrantes libaneses (Raduan Nassar); ou um filho de imigrantes portugueses (Rubem Fonseca).

    O mundo acreditava no elegante universo sonoro de um Paulinho da Viola, de uma Marisa Monte, de um Caetano Veloso; na suave erudição de um Milton Santos; na serena gentileza de um Antônio Pitanga; na possibilidade do cosmopolitismo profundamente brasileiro de um Emanuel Araújo.

    O mundo acreditava na vitalidade de um país com uma cultura urbana tão firmemente enraizada no amanhã quanto nas mais mais vibrantes tradições ancestrais.

    O mundo acreditava naquele país, que, à sombra tutelar da imensa floresta amazônica, vinha reinventando e recombinando filosofias indígenas e de matriz africana, de forma a produzir um pensamento novo, com potencial para se constituir alternativa a utopias falhadas e a sistemas caducos, incapazes de harmonizarem desenvolvimento com sustentabilidade.

    O Brasil falhou o salto pelo qual uma boa parte do mundo ansiava. Por um lado, porque a outra parte desse mesmo mundo tinha receio de que, cumprindo-se o Brasil, se começasse a desmoronar todo um sistema secular de exploração dos países do Sul. Por outro lado, porque dentro do Brasil vinha crescendo, sem que muitos de nós se apercebessem, um verdadeiro Anti-Brasil. Esse outro país, o Anti-Brasil, que em tudo se opõe ao primeiro — o ódio substituindo o amor; a brutalidade substituindo a gentileza; a estupidez substituindo a criatividade e a cultura —, tem vindo a ser, em larga medida, apoiado e fortalecido por aquela parte do mundo que teme o triunfo do Brasil.

    E assim chegamos ao momento em que estamos agora.

    Queridos brasileiros: sou um, entre tantos milhões, daquela parte do mundo que cresceu de olhos postos no Brasil, como num farol. Venho dizer-vos que podem contar com a força do nosso amor e da nossa fé. Venho pedir-vos que, amanhã, não se esqueçam de nós. Não é apenas o destino do Brasil que está em jogo. É a possibilidade de o Brasil ajudar o mundo a construir um futuro melhor. 

    GLOBO


     

    Jerry Lee Lewis -Great balls of fire & Breathless (Live 1958)



    in memoriam


     

    3 possíveis táticas para não entrar em colapso até o segundo turno das eleições presidenciais

     


    João Luis Jr (Medium: @joaoluisjr)

    Se permita momentos de dissociação: o Brasil vem, cada vez mais, se mostrando um lugar um tanto quanto complicado até pra quem tem uma vida um tanto quanto fácil. O presidente é um assediador de menor de idade que quer que você morra, no legislativo os caras estão destinando vários bilhões pra eles mesmos e cerca de 40 reais (em notas amassadas de 5) pra educação e saúde, chegamos num ponto de insensatez tão galopante que o Alexandre Frota virou uma voz em defesa da democracia. No noticiário é toda hora uma desgraça diferente, no Uber o motorista tenta te convencer que Covid não existiu e seu grupo de Whatsapp, que antes tinha meme, dica de roda de samba e polêmica sobre futebol, agora se tornou uma espécie de plantão eterno da GloboNews com análise em tempo real de todas as pesquisas de intenção de voto possíveis, discutindo com o mesmo nível de tensão e terror o IPEC e o Instituto Vovó Nonata de Perguntinhas Associadas.

    E nesses momentos em que a experiência de ser um brasileiro não-fascista se torna pesada demais, em que viver no mundo real é algo absolutamente sem condições, em que a brasilidade não é uma vivência mágica mas sim uma bigorna em formato de Silas Malafaia depositada nas suas costas, se permita sim um momento de dissociação. Desligue o celular, evite a home do portal, vá dormir na hora do debate, ignore a provocação do vizinho e olhe fixamente para um ponto imaginário no elevador.

    Porque obviamente se alienar não é a solução, é claro que é importante se manter informado, com certeza temos que fazer tudo que for possível para evitar um desastre no dia 30. Mas não é alienação não ver absolutamente todo vídeo com fala absurda do Bolsonaro, é possível estar bem informado sem ouvir uma entrevista de duas horas do Carluxo para o canal “Paparazzo Rubro-Negro” e fazer todo o possível envolve lembrar dos limites do possível para a sua sanidade. Não é covardia se é o que vai te permitir lutar outro dia, não é o omissão se é o que você precisa pra conseguir dormir, você nunca vai estar prejudicando a campanha do PT se fizer alguma coisa para manter vivo esse eleitor chamado você.

    Lembre quem você é no Brasil atual: estamos vivendo um momento histórico para o país? Com certeza. O Brasil está diante de uma encruzilhada, em que de um lado temos a democracia e do outro a possibilidade de sabe-se lá deus mais quantos anos do que existe de mais terrível, retrógrado, canalha e escroto que nossa sociedade já viu? Absolutamente. É a hora de cada um fazer a sua parte da maneira que puder para evitar que o país siga sendo uma van ilegal pilotada por um miliciano que quer vender as peças com ela em movimento e não se importa com a integridade física dos passageiros? Ninguém pode dizer que não.

    Mas mesmo num momento de união máxima de esforços é importante manter uma certa noção do quanto de responsabilidade individual realmente cabe a cada um de nós. Você não é um fracasso por desistir de virar o voto do seu tio que adesivou até seu primo pequeno com “Bolsonaro 22”. Você não é menos engajado por não bater de frente com seu chefe reaça sendo que tem escola de três crianças pequenas pra pagar. Você não é frouxo por ter colocado o bonezinho do Lula dentro da mochila quando seis pitboys passaram elogiando o atual presidente na esquina de um clube de tiro que fica de frente pra sede regional do PP enquanto uma viatura da PM passava ouvindo MC Reaça. Mesmo porque essa última, sinceramente, até o Lula ia dar uma refletida, vamos admitir.

    Tente colaborar com o que você sabe: como pode ser comprovado pelo fato de que os filmes sobre a Segunda Guerra duram em média uma hora a mais que os filmes normais, combater ideias fascistas não costuma ser rápido, não costuma ser fácil e costuma precisar de bastante gente. Então é evidente que as duas próximas semanas tendem a ser críticas, que todo esforço que puder ser feito deve ser feito, que se você encontrar alguma boa forma de colaborar é quase um dever cívico ir lá e mandar brasa. Mas também é importante lembrar que, bem, nem todo mundo é bom em todas as formas de colaboração.

    Você tem pouca paciência e vontade de agredir qualquer um que a essa altura ainda cogita não votar Lula? Talvez virar voto conversando com desconhecidos não seja bem a sua onda. Você é extremamente ruim de papo e se enrola pra explicar até direção na rua? Talvez compartilhar coisas no zap seja melhor pra você. Você é apenas um ser humano tão desprovido de carisma, tão negativado no Serasa da simpatia que se você falar do Lula pro José Genoíno corre o risco dele votar no Bolsonaro? Pode ser que talvez só seu voto já seja ajuda o bastante, quem sabe uma doação de campanha, mas sem escrever mensagem na doação, só o dinheiro mesmo, sei lá.

    CONFORME SOLICITADO
    assine a newsletter
    https://conformesolicitado.substack.com/

     

    Ele disse aquilo mesmo?


     

    Marcadores: ,

    Lula sai em condições de ganhar e levar

     Lula durante o debate da Globo. Foto: Ricardo Stuckert

    

    Marcos Coimbra.

     

    Estamos perto do fim de um longo
    processo eleitoral da mesma for-
    ma como nele entramos. Desde o
    início, tudo indicava que Lula ganharia
    a eleição, fosse no primeiro ou no segun-
    do turno. Existia a chance de que vences-
    se logo, mas não era elevada e não veio.
    Sempre foi favorito para ser o próximo
    presidente. Com as informações dispo-
    níveis hoje, há, no entanto, uma expecta-
    tiva que não deve se confirmar: a vitória
    de Lula não será por margem tão gran-
    de quanto chegou a parecer. Nada suge-
    re que obterá os 20 pontos de frente que
    alcançou entre abril e maio deste ano.

     
    Claro, pode-se argumentar que as pes-
    quisas superestimavam a vantagem, que
    nunca teria sido, efetivamente, tão grande.
    Como o voto em Bolsonaro foi maior, no
    primeiro turno, do que se esperava, é pos-
    sível imaginar que a diferença entre os dois
    teria sido menor, caso a eleição ocorres-
    se antes. Não há, no entanto, como saber.

     
    O que aconteceu nos últimos quatro,
    cinco meses? Por que Lula chega ao fim
    do processo com uma intenção de voto
    menor do que atingiu? São dois os mo-
    tivos principais. De um lado, fez esco-
    lhas que tiveram consequências. De ou-
    tro, Bolsonaro cometeu uma montanha
    de ilegalidades, tratadas por nosso siste-
    ma político e pelo Poder Judiciário com
    tolerância descabida.

     
    Em abril e maio, quando a vitória de
    Lula, por ampla margem, se tornou qua-
    se certeza, vimos o que costuma aconte-
    cer nas eleições brasileiras: foi todo mun-
    do bater à porta do favorito, como é típi-
    co de uma cultura política na qual nin-
    guém espera ou cobra dos atores coerên-
    cia e alinhamentos duradouros. Salvo ex-
    ceções de praxe, a vasta maioria de nosso
    sistema político estava pronta a aderir ao
    ex-presidente. Alguns de forma explíci-
    ta, outros de maneira velada, em armis-
    tícios e pactos de não agressão.

     
    Caso Lula abrisse a porta, mesmo que
    um pouco, ele poderia ter consolidado
    sua dianteira ainda mais e, ao mesmo
    tempo, limitado o crescimento do adver-
    sário. Quem sabe, a ponto de estar hoje
    com a mesma larga vantagem que as pes-
    quisas de então apontavam. Só dependia
    dele a decisão de abri-la ou não, mas ha-
    via custos a considerar. Cada um desses
    aliados de ocasião queria alguma coisa e
    fixava um preço.

     
    Ofereceram-se a Lula três tipos
    principais de apoios: a) de uma parcela
    grande da liderança evangélica, particu-
    larmente das igrejas neopentecostais; b)
    de algumas lideranças de partidos fora
    de sua aliança, especialmente governa-
    dores na disputa pela reeleição; c) de um
    pedaço importante do empresariado, in-
    clusive do mercado financeiro.

     
    Naquela altura, as preferências do elei-
    torado evangélico ainda eram disputadas
    entre Lula e o capitão, e importantes igre-
    jas não haviam se comprometido com um
    ou outro (mesmo que tivessem suas incli-
    nações). Muitas procuraram Lula e esta-
    vam dispostas a apoiá-lo. Quanto a Bol-
    sonaro, ainda não tinha o voto de dois em
    cada três evangélicos, como teve, cerca de
    metade de sua votação no primeiro turno.

     
    Na mesma época, o que mais queriam
    governadores como os do Rio de Janei-
    ro e Minas Gerais era que Lula se abs-
    tivesse nas eleições locais, em troca de
    apoio ao petista ou, no mínimo, o com-
    promisso de não fazer oposição. País afo-
    ra, candidatos de vários partidos propu-
    seram acordos semelhantes, desrespei-
    tando suas alianças e querendo que Lula
    ignorasse as dele. Para o empresariado, o
    relevante era o ex-presidente se compro-
    meter com nomes para o primeiro esca-
    lão e propostas de seu agrado. Não ofere-
    ciam simpatia, mas recuariam na oposi-
    ção ostensiva e não deixariam que seus
    representantes no Congresso se manco-
    munassem com o capitão.

     
    Lula poderia ter aceitado, mas não quis,
    e assim deixou esses setores, por falta de
    opção, com o capitão. Talvez tenha dimi-
    nuído a margem de sua vitória, mas au-
    mentou a chance de fazer o governo que
    imaginava, com um nível aceitável de con-
    temporizações. Abriu mão de um resulta-
    do mais folgado para ter a chance de go-
    vernar menos preso a gente como essa.

     
    Quanto à bandalheira aprontada por
    Bolsonaro e sua turma, com a mais ver-
    gonhosa utilização de recursos públicos e
    do aparelho de Estado de nossa história,
    pode ter ajudado a diminuir a vantagem
    de Lula, à custa de um emporcalhamen-
    to das instituições que vai demorar a ser
    limpo. Nosso sistema político tratou o ca-
    pitão como uma criança mimada, que em-
    birra se não a deixam espalhar sua sujeira.

     
    Ao fazer o que achava correto e, princi-
    palmente, ao não fazer o que queriam que
    fizesse, Lula sai da eleição em condições
    de ganhar e levar. Sua antessala estará li-
    vre de bispos picaretas, políticos oportu-
    nistas e empresários espertalhões. Mui-
    to melhor para ele e para o Brasil.

    CARTA CAPITAL

    Resumo do debate


     

    Marcadores: ,

    Nina Simone and Emil Latimer - Black Is The Color Of My True Love's Hair



    Black is the color of my true love's hairHis face so soft and wondrous fairThe purest eyesAnd the strongest handsI love the ground on where he standsI love the ground on where he stands

    A estratégia do presidente


     

    Marcadores: ,

    sexta-feira, outubro 28, 2022

    Duelo


     
     
    RENATO MACHADO

     

    Marcadores: ,

    Adiamento


     

    Marcadores: ,

    Sea Cruise - Jerry Lee Lewis 1973 (IN MEMORIAM)

    Bolsonarismo e a americanização do Brasil

     Uma nova americanização do Brasil. Por Fábio de Oliveira Ribeiro

    "Da alt-right americana, a amálgama bolsonarista reproduziu a linguagem "troll", o pendor por teorias conspiratórias e a disposição de travar a guerra político-cultural pela ameaça e desinformação. Da direita cristã, trouxe a pauta de valores, como aborto e "ideologia de gênero", que até então pouco importava às lideranças evangélicas brasileiras.

     
    Por fim, o bolsonarismo sequestrou o conceito de liberdade irrestrita da primeira e segunda emendas à Constituição dos Estados Unidos, que nada têm a ver com nosso ordenamento jurídico e nossa visão histórica de sociedade."
     
    leia artigo de GUILHERME CASARÕES

    Democracia Política e novo Reformismo: Guilherme Casarões* - Bolsonarismo e a americanização do Brasil:

    O que a campanha de Tarcísio tem a esconder?

     

     

    O tiro que matou uma pessoa em Paraisópolis saiu de um de seus homens?

     

     

    A campanha de Tarcísio de Freitas ao Governo de São Paulo mergulhou em uma história macabra que envolve:

    👉 Um agente da Abin atuando como “segurança”;

    👉 Um tiroteio que resultou em assassinato;

    👉 A tentativa da campanha do candidato de transformar esse tiroteio em um atentado contra Tarcísio para aumentar suas chances eleitorais, o que se provou uma mentira;

    👉 A coação por parte de um membro da campanha de Tarcísio para que um repórter cinematográfico apagasse imagens que fez do confronto (qual o motivo?);

    👉 Uma ONG que tem uma parceria milionária com a Brasil Paralelo, empresa de vídeos e educação de extrema direita ligada ao olavismo e ao bolsonarismo e que reescreve a história do Brasil com informações distorcidas e falsas.

    Contexto rápido pra quem não sabe o que aconteceu.

    Tarcísio de Freitas visitou uma ONG na favela Paraisópolis em São Paulo no dia 17 deste mês para fazer campanha.

    Houve um tiroteio no bairro no momento da visita.

    A campanha de Tarcísio e os bolsonaristas nas redes logo espalharam o boato de que o candidato teria “sofrido um atentado” – o que se provou ser uma mentira plantada para inflar a popularidade de Tarcísio como suposto “inimigo da bandidagem”.

    A farsa durou pouco: o atual governador do Estado, Rodrigo Garcia – insuspeito, já que apoia Tarcísio na eleição – desmentiu. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo desmentiu. A PM desmentiu.

    A campanha recuou e tentou esquecer a história.

    Mas a imprensa foi atrás e descobriu mais coisas – o que muda completamente a situação.

    A história fica obscura

    O repórter Arthur Rodrigues não deixou o episódio sumir e trouxe uma revelação crucial na Folha: um integrante da campanha de Tarcísio de Freitas mandou o cinegrafista da Jovem Pan apagar as imagens do tiroteio.

    “O profissional da emissora, que pediu para não ser identificado, fazia imagens da campanha do postulante ao Governo de São Paulo. Tarcísio estava na sede de um projeto social que inaugurou um polo universitário na favela quando um tiroteio entre policiais e suspeitos terminou com uma morte.”

    (não esqueçam do “projeto social que inaugurou um polo universitário na favela”, voltarei a ele)

    A revelação mal cheirosa levou o caso para outro patamar. Depois desse áudio, o que poderia ter sido um oportunismo do candidato – tentar transformar uma troca de tiros em um atentado contra si – ganhou contornos obscuros.

    Por que, afinal, um membro da campanha mandou o cinegrafista apagar o que filmou naquele dia? O que eles precisam esconder? 

    Depois de divulgar o áudio, o repórter Arthur Rodrigues seguiu na história e conseguiu entrevistar o cinegrafista da Jovem Pan coagido pelo membro da campanha de Tarcísio. Leiam a entrevista, é aterradora. Um trecho:

    Vi a minha colega [de trabalho] saindo da escola com uma assessora do Tarcísio e indo para van, e elas me chamam: 'Vamos para van'.

    Estou pensado que estão tirando a gente do perigo ali, e, no primeiro momento, fôssemos desembarcar, mas em nenhum momento parou a van, e fomos embora.

    Chegando lá [na base da campanha], nós fomos colocados para dentro, para não ter muito a movimentação, porque acho que nem vizinho sabia que aquilo ali era um escritório da base da campanha.

    Chega alguém e fala assim: 'Vamos lá em cima [que querem falar com você]'.

    Eu achei esquisito. Ficou uma dúvida, e na dúvida grava. Eu não estou com a câmera na mão. Peguei meu celular e fui gravando áudio com celular na mão.

    O cara se apresenta [o homem foi identificado pelo site Intercept Brasil como Fabrício Cardoso de Paiva, um agente licenciado da Abin que foi reconhecido também por Andrade por meio de fotografias]. Aí tem a gravação [em que a voz pergunta sobre o tiroteio e sobre o que havia sido filmado, e manda Andrade apagar as imagens].

    Eu achei muito estranho, eu não faria em momento algum por questão da profissão mesmo. Eu não apaguei isso [as imagens já haviam sido enviadas à emissora].

    Pode ser que [Tarcísio] estivesse no ambiente, mas não na conversa. A conversa foi de pé de orelha.

    Minha opinião [sobre o motivo da ordem] é que alguém que estava lá que não devia estar. É isso.

    Motivo do tiroteio

    A principal suspeita da Polícia Civil é que a presença de policiais na região tenha feito os criminosos locais reagirem. O tráfico, imaginando se tratar de uma operação, atacou.

    Isso aconteceu porque a comunidade não foi informada sobre a massiva presença de policiais à paisana, incluindo aí ao menos um agente da Abin, como descobriram Rafael Moro Martins e Guilherme Mazieiro.

    Tarcísio visitou o projeto Casa Belezinha (o tal “projeto social que inaugurou um polo universitário na favela”). O Casa Belezinha nasceu e foi incubado em Paraisópolis dentro do pavilhão de uma ONG chamada G10 Favelas.

    Para proteção dos moradores, ONGs que operam em bairros onde há grupos criminosos sempre avisam a comunidade sobre a presença de homens armados em eventos como o que Tarcísio participou.

    Isso evita que o tráfico ou a milícia confundam o evento com uma operação policial. Parece óbvio? Porque é. O problema: eu apurei que esse comunicado não foi feito.


    Projeto de “educação”

    O G10 Favelas é liderado por Gilson Rodrigues. Foi ele o responsável por fechar uma parceria milionária com a produtora Brasil Paralelo, uma empresa revisionista de extrema direita que se apoia em falseamentos históricos para conquistar assinantes. A Brasil Paralelo – que foi desmonetizada no You Tube pelo TSE – entrou em Paraisópolis e em outras favelas pelas mãos de Rodrigues para dar cursos de “educação” gratuita.

    A Brasil Paralelo é o braço “educativo” da extrema direita brasileira. Seus vídeos são documentários esteticamente bem produzidos, mas de conteúdo altamente sensacionalista e, por muitas vezes, falsos.

    Para a Associação Nacional de História, a Brasil Paralelo conta "versões mentirosas" sobre a historiografia do país, comete uma "série de omissões factuais, distorções do registro histórico e silêncios sobre dados inconvenientes do mesmo período" pra relativizar a ditadura militar de 64 e espalha "discurso incoerente e falacioso sobre evidências já trabalhadas nas pesquisas".

    Foi a Brasil Paralelo que difundiu, com ares de ciência, a “fraude nas eleições de 2014”, algo que nunca existiu. O vídeo foi publicado durante as eleições de 2018, dando impulso ao discurso golpista que Jair Bolsonaro sustenta até hoje. 

     

    Gilson Rodrigues publicou um vídeo em suas redes sociais alegando que não sabia que Tarcísio estaria em Paraisópolis.

    Quem matou?

    De acordo com os relatos dos policiais, homens de moto passaram diversas vezes pelo local onde acontecia o evento com o candidato. Uma dupla voltou ao lugar do ato de campanha gravando imagens com um celular e questionou um soldado da PM à paisana sobre quem teria “autorizado” o evento.

    Ato contínuo, eles teriam retornado armados. Foi quando o tiroteio começou, ainda segundo a Polícia.

    caso poderia ter acabado em tragédia ainda maior caso a troca de tiros escalasse.


    Resta a dúvida: o que a campanha de Tarcísio tem a esconder? Por que mandou o cinegrafista apagar o vídeo? Da arma de quem saiu o tiro que matou esse homem?

     

    A GRANDE GUERRA

    assine a newsletter

     

     

    Nunca ouvi falar


     

    Marcadores: ,

    Lula vs Bolsonaro


     

    Marcadores: ,

    Lena Horne - Stormy Weather (1943)



    Don't know whyThere's no sun up in the skyStormy weatherSince my man and I ain't togetherKeeps raining all of the time

    A L


     

    Quem levar para o debate


     

    Marcadores: ,

    Aldous Harding - Leathery Whip



    I'm a little bit older but I remain unchangedAnd the folks who want me don't have the things I'm chasin', no way

    quinta-feira, outubro 27, 2022

    Como Ziraldo, que faz 90 anos, uniu humor político a tato com crianças

     

     0

     "Na despedida de sua cidade natal, Caratinga, em Minas Gerais, Ziraldo Alves Pinto queria se tornar o maior desenhista do mundo. Tinha 18 anos e já dava sinais de ser, por inteiro, sem modéstia, Ziraldo. Ao completar 90 anos nesta segunda-feira (24), o cartunista demonstra que não foi pequeno o esforço para cumprir o sonho megalomaníaco em sete décadas de carreira.

    Ziraldo criou charges, cartuns, pinturas, cartazes, murais, histórias em quadrinhos, livros infantis e crônicas. Além disso, transbordou o limite de uma folha de papel e virou um intelectual público disposto a distribuir opiniões para salvar o mundo. Sempre se considerou um "aspite", isto é, um assessor de palpites. Para evitar mal-entendidos, chegou a propor a adoção do ponto de ironia na língua portuguesa."

     

    LEIA ARTIGO DE CLAUDIO LEAL 

     

    O cartunista Ziraldo segura um cartaz pedindo 'Diretas Já' em retrato de 1984

    Casa de Artes - Paquetá


     

    ZIRALDO 90


     

    Marcadores:

    Prestenção


     

    Marcadores: ,

    Jerry Lee Lewis - Whole Lotta Shakin' Goin' On (Steve Allen Show - 1957) - in memoriam

    Segundo Turno


     

    Marcadores: ,

    Bolsonaro vai para a guerra contra o TSE com um olho no golpe e outro nas urnas



    "Não era o barão de Itararé quem dizia que, de onde não se espera nada, daí é que não sai nada mesmo? Pois a eleição de 2022 está inaugurando outra versão do ditado: de onde só se espera golpismo, não sai nada além de golpismo mesmo."

    leia texto de MALU GASPAR 


    A Postagem | Bolsonaro vai para a guerra contra o TSE com um olho no golpe e outro nas urnas

    Pintou um clima


     

    Marcadores: ,

    Será que eu volto?


     

    Vote Tarciso


     

    Marcadores: ,

    Lobo Bozo


     

    Marcadores: ,

    Yuri Popoff - "Quatro Cantos (Dom.Público - Y. Popoff e M. Antunes)



    Nessa casa tem quatro cantos
    Em cada canto uma flor
    Nessa casa nao entra maldade
    Nessa casa só tem o amor

    quarta-feira, outubro 26, 2022

    Mãozinha | The Hand


     

    Pretenders - Don't Get Me Wrong



    Don't get me wrong
    If I'm looking kind of dazzled
    I see neon lights
    Whenever you walk by…

    Só Deus me tira daqui


     

    Marcadores: ,


    e o blog0news continua…
    visite a lista de arquivos na coluna da esquerda
    para passear pelos posts passados


    Mas uso mesmo é o

    ESTATÍSTICAS SITEMETER