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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    sábado, março 17, 2007

    Deu no Programa

    Mostra: Salão Carioca de Humor

    UM FELIZ ZIRALDO

    O criador do Menino Maluquinho completa 75 anos no dia 24 de outubro e é o destaque do Salão Carioca de Humor com a megaexposição Jubileu do Ziraldo: 75 anos de um menino feliz, no Centro Cultural Correios. Aberta na semana passada, a mostra já atraiu cerca de duas mil pessoas para conferir as mais de 400 obras selecionadas pelo curador Ricky Goodwin, desde os primeiros desenhos escolares até a produção atual, passando por raridades como os desenhos feitos na prisão, durante a ditadura militar. "A dificuldade maior é que o Ziraldo não é um artista único, são vários. Outra coisa é que os trabalhos infantis, por exemplo, são completamente diferentes dos políticos. Por isso, dividimos em seis diferentes espaços. A sorte é que ele se entusiasmou e abriu o baú de sua história", conta Goodwin.

    Na Casa de Cultura Laura Alvim, quartel-general do salão, o cartunista Nani, mineiro como Ziraldo, é reverenciado na exposição Nani, de Esmeraldas para o Mundo , com cerca de 100 obras, marcados pelo humor engajado e gozador.

    Já os 45 trabalhos, entre charges, cartuns, caricaturas e quadrinhos, dos finalistas e premiados do Concurso de Humor Gráfico estão reunidos na mostra Premiados do Salão . Há também espaço para a arte de fazer rir no palco. Espetáculos e esquetes de hmor estão no Off Besteirol Tribute e no 2º Festival de Esquetes de Humor, que concorrem ao Troféu Oscarito, uma escultura sobre arte original do mestre Ziraldo.

    (clique no desenho do Ziraldo para ampliar)

    sexta-feira, março 16, 2007

    O segundo melhor reporter do Kazaquistão



    Se voce curtiu o sensacional filme do Borat
    tem que correr atrás do DVD na versão area 1
    ou torcer pra que seja lançado aqui (área 4) com os extras
    (prática que não é comum
    - incompreensivelmente, já que um dos grandes baratos do DVD, vs o filme, é vir com extras interessantes).

    As cenas que não entraram no filme, as aparições de Borat promovendo o filme, tem várias outras coisas quase tão hilárias, ou mais, do que o filme em si.

    Salão Carioca; A Polêmica (1)

    Bom, puxe uma cadeira, vamos conversar um pouco sobre o Salão Carioca de Humor.

    Peça alguma coisa pra beber, o calor está de rachar, né.

    Pensei em ter essa conversa com vocês quando saiu o resultado do concurso do Salão e começaram a pipocar críticas veementes neste blog, em outros lugares da internet, ou em rodas de fofocas por aí. As críticas começaram, aliás, antes mesmo de sair o resultado, em antevisões profética de defeitos.

    Mas ai eu estava totalmente envolvido com a tarefa de conseguir realizar as exposições a tempo de seu prazo, algumas delas bastante trabalhosas e complexas, como as da retrospectiva de uma carreira tão variada e múltipla quanto a do Ziraldo. Tinha o catálogo também para editar, um verdadeiro livro de arte, com robustas 172 páginas e mesmo assim insuficientes para condensar a arte ziraldiana, quanto mais as coisas do Nani, mais os finalistas do concurso, etc.

    Enfim, não tive tempo na época e estou começando o papo agora. Nem sei se ainda estariam interessados nisso. Parece que sim, pois não param de ser publicados comentários sobre o salão e seu concurso, agora numa fase de contestação/impugnação de alguns premiados.

    Muita gente achou que eu não deveria responder às críticas, que em todo concurso as pessoas que não se classificam fazem essas reclamações. Outras – quando leram este post – acharam que eu estava me irritando à toa e que seria um desgaste para mim fica batendo boca.

    Não estava irritado – quem acompanha ewste blog sabe que meu texto é assim, contundente, às vezes carregado – nem pretendo bater boca. Minha intenção não é “responder a esses sujeitos”. Quero aproveitar que polemicas foram levantadas para discutir com pessoas da classe do desenho o próprio Salão e seu funcionamento.

    Vou contar algo de como o Salão – e seu concurso – são realizados e vou me inteirar de opiniões às quais usualmente eu não teria acesso. Não se trata de ninguém convencer a ninguém, Ao fim, pode ser que os leitores conheçam mais a respeito do evento, na outra ponta eu receba um feedback interessante, inclusive – entre as reclamações disparatas – com sugestões que possam aprimorar o seu processo.

    Pra não prolongar demais a conversa agora,
    criando um post extenso que será pulado de cara por quem scrolar por este blog
    vou dar uma pausa, continuo amanhã.

    Amanhã vou abordar a pergunta que me fizeram: por que logo agora resolvi responder às críticas, se todo ano acontecem (e são sempre, quase todas, as mesmas) ?


    Esta conversa continua neste post


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    quinta-feira, março 15, 2007

    18° Salão Carioca de Humor: Galeria Virtual



    RUCKE
    (Itu - SP)
    Cartum Finalista


    (clique no cartum para ve-lo maior)

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    Assaltos

    De vez em quando publico aqui numeros sobre a imensa lucratividade atingida pelos bancos no Brasil.

    Aí aparece alguem para comentar: por que você está falando disso, os bancos estão no papel delas, são empresas capitalistas, o objetivo delas é ter lucros mesmo, enfim...

    Não se trata somente dos lucros absurdos num país como o nosso
    mas também - ou principalmente - dos metodos utilizados para alcançar estes lucros.

    Por exemplo: recentemente, a caderneta de poupança, o patinho feio dos investimentos, por contingências casuais começou a melhorar seus índices de rendimentos para quem deposita dinheiro por ali.
    Constatou-se inclusive uma ligeira migração do populacho (aquele que pode isso, é claro, ou que pensa nisso) de investimentos bancários para a poupança. (Todos dão uma merreca, comparado com a corrosão inflacionária que mesmo baixa é demais, mas isso é outra história.)

    A poupança é a caderneta do povo. Os bancos tem poder e o povo não tem poder. Os bancos cochicharam no ouvido do nosso governo - uma mãe para os bancos - que deu um jeitinho. Manipulou regras de modo que o rendimento da poupança caiu, deixando de incomodar os bancos.


    adendo
    Por falar nisso, mais um desenho do Nani que voces poderão ver na exposição "Nani, de Esmeraldas para o Mundo", na Laura Alvim (Vieira Souto 176):



    (clique na tira para ampliar)

    Pan demonio


    Alardeiam que esses eventos como olimpiadas ou jogos panamericanos trazem beneficios outros para as cidades onde se realizam
    que dão uma levantada na cidade
    que as obras de infra ficam após os eventos
    que as melhorias com finalidades esportivas resultam em melhorias para todos.

    No Rio, o que restará do Pan? Nada?
    Não haverá melhorias, não ocorrerão resultados positivos para a cidade.

    E mais, pelo contrário: o pan do rio, ao invés de resultar em resultados para a cidade, medalhas em melhorias,
    está e sugando dinheiro (para um poço sem fundo, para bolsos gulosos) de outras áreas,
    necessitadas, muito, como verbas para a saúde, etc.

    ó Deus Pan, cujo nome está sendo usado em vão!

    Charges



    CAU GOMEZ
    (Salvador, Bahia)




    SANTIAGO
    (Porto Alegre, RS)


    (clique nas charges para ve-las num tamanho maior)

    Capitanias

    As oligarquias brasileiras são hábeis em manter seus feudos e privilégios.

    Vejam só: a família Sarney perde finalmente o controle político sobre o estado do Maranhão. Os Sarneys não se aperrearam: estão propondo no Congresso a criação do Maranhão do Sul, desmembrando assim a parte onde ainda são mandantes para que continuem numa governança.

    No Congresso, Arlindo Chinaglia propõe o foro privilegiado extensivo também para ex-autoridades de qualquer espécie (inclusive os da pior espécie). Hoje basta ser uma autoridade, exercer algum cargo, ser da casta superior, que ao cometer crimes (quer dizer, na rara hipótese de vir a ser condenado) poderá contar com um julgamento privilegiado.

    Em breve, um privilégio pelo resto da vida, além do cargo.

    quarta-feira, março 14, 2007

    18º Salão Carioca de Humor: Galeria Virtual



    ALLAN SIEBER.
    (Rio de Janeiro - RJ)
    “Hollywood”
    Cartum Finalista




    (clique no cartum para ve-lo maior)

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    Salão Carioca: Deu no Globo

    Salão Carioca de Humor completa 18 anos maior do que nunca




    RIO - O mais importante evento de desenho e artes gráficas da América Latina, o Salão Carioca de Humor chega nesta terça-feira a sua 18ª edição maior do que nunca. Além de mostrar os 45 trabalhos de novos talentos premiados pelo salão e homenagear com exposições Ziraldo e Nani, dois grandes nomes do desenho brasileiro, o evento sai do limites dos gráficos e aposta no humor também nos palcos, com a segunda edição do Festival de Esquetes e com a criação do Off Besteirol Tribute, uma homenagem à comédia.

    (confira a programação do festival)

    O 18º Salão Carioca de Humor acontece até o dia 30 de abril em sua sede, na Casa de Cultura Laura Alvim, e no Centro Cultural dos Correios, que abriga a partir da quinta-feira a exposição "Jubileu do Ziraldo: 75 anos de um menino feliz", , que faz um balanço dos mais de 50 anos de trabalho do quadrinista, cartunista e escritor, que completa 75 anos em outubro.

    Na Casa de Cultura Laura Alvim, outro mestre do humor brasileiro, Nani, também é homenageado, com a exposição "Nani, de Esmeraldas para o mundo", com cerca de cem charges, cartuns e quadrinhos. Ao lado da retrospectiva dos 40 anos de carreira do artista está a mostra "Premiados do Salão", com 45 trabalhos divididos nas categorias charge, cartum, caricatura e quadrinhos

    O teatro e a música também têm vez na programação do evento com onze espetáculos de teatro e humor, o Off Besteirol Tribute, além da segunda edição do Festival de Esquetes de Humor e shows musicais - e bem humorados, claro - dos irmãos Caruso, do grupo Brasov, e da banda Os Optimistas.

    O Off Besteirol Tribute contará com três noites temáticas: "B de besteirol", "Besteirol em dó maior" e "Besteirol, a tragédia", com trechos de comédias que marcaram época, como "Quem tem medo de Itala Fausta?" e "Pedra, a tragédia", e sucessos do palco mais atuais, como "Os suburbanos" e "Dá um jeitinho aí". Nomes como Fernanda Montenegro, Alexandra Richter, Cissa Guimarães, Heloísa Perrissé, Aloísio de Abreu, Luis Salem e Miguel Falabella confiramaram presença no evento.


    Este ano, o Festival Carioca de Esquetes conta com uma novidade: o Troféu Oscarito - feito a partir de uma caricatura de Ziraldo - que será entregue para os primeiros colocados nas categorias de melhor ator, atriz, texto e direção.

    Dos 212 textos inscritos para o festival, 32 foram selecionados e serão apresentados em quatro noites. No dia 19 será a grande final. Entre os concorrentes, estão desde veteranos com Benvindo Siqueira, Carla Faour e Fábio Porchat a novos talentos do teatro de humor.



    Cartazes, cartuns e caricaturas de Ziraldo também estarão expostas durante o Salão.


    XVIII SALÃO CARIOCA DE HUMOR Casa de Cultura Laura Alvim: Av. Vieira Souto 176, Ipanema — 2267-1647. Diariamente, do meio-dia às 22h. Entrada franca.

    JUBILEU DO ZIRALDO: 75 ANOS DE UM MENINO FELIZ Centro Cultural dos Correios: Rua Visconde de Itaboraí 20, Centro - 2503-8104. Horário de funcionamento: de terça-feira a domingo, das 12 às 19h. De 8 de março a 30 de abril. Entrada Franca.

    NANI, DE ESMERALDAS PARA O MUNDO Casa de Cultura Laura Alvim: Av. Vieira Souto 176, Ipanema - 2267-1647. Horário de funcionamento: todos os dias, das 12h às 22h. De 07 de março a 30 de abril. Entrada franca.

    SALÃO DOS PREMIADOS Casa de Cultura Laura Alvim: Av. Vieira Souto 176, Ipanema - 2267-1647. De 7 de marco a 30 de abril. Entrada franca.

    II FESTIVAL CARIOCA DE ESQUETES DE HUMOR Casa de Cultura Laura Alvim - Teatro Laura Alvim: Av. Vieira Souto 176, Ipanema - 2267-1647. Dias 12, 13, 14 e 15 de março. Final do Festival: dia 19 de março. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).


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    Gip Gip Nheco Nheco

    Lula se esforça tanto em fazer um governo na linha do anterior, quer manter um programa tão parecido com o antecessor FHC,
    que agora está copiando até bordões do sociólogo
    e dizendo que as reclamações são um nhé-nhé-nhem.

    Aguardem que vem aí a volta dos Neo-Bobos.

    Charges

    Duke criou o que poderia ser um complemento visual ao meu post abaixo
    sobre as declarações do Ratozinger.



    DUKE
    (Belo Horizonte, MG)


    Etanol no cu dos outros é refresco

    Agora tá essa onda aí do etanol.
    O Brasil vai virar grande potencia!
    O consumo de combustíveis etanolizados vai mudar o rumo da humanidade!

    Não vi/li ninguem comentando sobre a questão do vinhoto, o resíduo poluente e mortífero do processamento da cana de açúcar, que se potencializaria numa produção de enorme escala como a prevista para resolver os problemas do mundo com o etanol.

    O etanol pode ser uma salvação da lavoura, mas da lavoura de quem?
    Não vi/li ninguem por aqui abordando as condições em trabalham a maioria dos colhedores de cana, inclusive crianças. Eu fecho com o Guardian: são trabalhadores mantidos em condições praticamente de escravos sim.

    Enquanto isso, no Vaticano

    o tempo corre para trás.

    E tenta-se chegar ao Império Romano, ou pelo menos à Idade Média, com o latim como lingua franca do mundo.

    A César o que é de César

    Por falar em nosso alcaide,
    uma das charges ótimas do Nani
    entre seus 100 desenhos expostos na Laura Alvim
    (acompanhe os informes do Salão Carioca neste blog0news)

    é esta aqui:

    Le Marquis du Riô

    Assim é fácil. Ao invés de fiscalizar, inspecionar, realizar um levantamento do estado das marquises dos prédios no Rio, e levar os proprietários das marquises defeituosas a reformá-las,
    o prefeito César Maia simplesmente proibe as marquises no Rio de Janeiro.

    Pensa assim evitar que marquises despenquem em cima de pessoas, como ocorreu recentemente na rua Santa Clara. E assim os transeuntes, livres das marquises despencativas, estarão liberados para tomar na cabeça com objetos que despencarem de janelas (além das próprias janelas).

    Mas, povão, quem está na chuva é pra se molhar
    não pra se abrigar.

    terça-feira, março 13, 2007

    18º Salão Carioca de Humor: Galeria Virtual





    DÁLCIO MACHADO
    (Campinas, SP)
    “Fuga”
    Cartum Finalista



    (clique no cartum para ve-lo maior)

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    A MORTE DO CARTUM (Entrevista com Jaguar)

    O cartunista Jaguar, que lança livros em debate hoje, em SP, fala sobre os rumos do humor brasileiro e o legado deixado pelo "Pasquim" à imprensa



    "Humoristas estão muito certinhos"





    Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem

    O cartunista e humorista Jaguar, que lança coleção de humor pela editora carioca Desiderata, numa pose de Humphrey Bogart


    O cartum está morrendo, o "Pasquim" não
    foi assim tão influente e o mundo anda ficando sem graça. Apesar de fazer diagnósticos tão alarmistas, o humorista Jaguar não se diz um nostálgico. "Nostalgia é coisa de velho gagá", diz. O humorista avalia que a vida do "Pasquim" poderia ter sido mais curta, pois o jornal foi
    perdendo influência e tiragem. "Devia ter ido cuidar
    da minha vida, mas insisti de teimoso, de burro."

    SYLVIA COLOMBO
    ENVIADA ESPECIAL AO RIO


    Aos 75 anos e ainda freqüentando de modo assíduo os botequins do Rio -e os da cidade
    onde estiver-, Jaguar encontrou a Folha num tradicional
    restaurante da rua São José, no
    centro da cidade, na tarde da
    última sexta-feira.

    O motivo da entrevista é o fato de ele estar agora à frente da
    coleção de humor da editora
    carioca Desiderata, publicando
    novos cartunistas e gente da
    época do "Pasquim", incluindo
    ele próprio. Entre os lançamentos vindouros, um livro de
    cartuns que ele havia publicado
    apenas na Argentina, há mais
    de 30 anos, e do qual não lembrava mais. "Voltei para o Rio,
    cai na gndaia, e esqueci dele."

    O título, sugestivo, é "Nadie Es
    Perfecto" (ninguém é perfeito).
    Leia, abaixo, os principais
    trechos da entrevista.



    FOLHA - Como anda o cartum?

    JAGUAR
    - O cartum é uma espécie em extinção. Tem muita
    gente publicando história em
    quadrinhos, charges, caricaturas. Não é a mesma coisa. Sou
    cartunista, mas sobrevivo fingindo que sou chargista. Se não,
    não pago as minhas contas.

    FOLHA - Qual é a diferença essencial entre cartum e charge?

    JAGUAR
    - Simples. Por exemplo. Hoje fiz uma charge sobre a
    visita do Bush. Desenhei o Lula
    chamando o Bush, que está indo embora do quadrinho. Só
    aparecem os pezinhos dele. Lula estica o dedo e chama: "Ei, ô
    companheiro, e a saideira?". Isso é uma charge. Uma piada
    que, daqui a cinco anos, ninguém vai entender, porque é
    em cima de uma circunstância.

    FOLHA - E o cartum?

    JAGUAR
    - É um troço que você
    faz sobre assuntos que daqui a
    20 anos qualquer um entenderá. Um exemplo clássico, uma
    piada qualquer sobre o "Ricardão dentro do armário". Todo
    mundo sabe do que eu estou falando. Piadas sobre vida conjugal, sexual, todo mundo entende. Em qualquer época. Já piadas em cima de fatos políticos
    momentâneos vão ficando incompreensíveis.

    FOLHA - E por que o cartum está
    em extinção?

    JAGUAR
    - Porque ninguém
    mais publica. Eu não tenho onde publicar. De vez em quando
    emplaco um cartum. Mas tem
    de ser disfarçado de charge. Se
    não for assim, não passa.

    FOLHA - O mundo está se desinteressando do humor?


    JAGUAR
    - Pelo menos deste formato de humor, sim. Tanto que
    revistas no mundo todo estão
    desaparecendo. A única que
    ainda publica cartum de verdade é a "The New Yorker".





    FOLHA - Há uma nostalgia excessiva com relação ao "Pasquim"? As
    pessoas romantizam demais essa
    época?

    JAGUAR
    - Eu não tenho nostalgia nenhuma. Só quero saber o
    que vou fazer amanhã. Mas as
    pessoas ficam com esse papo:
    "Ah, no tempo do "Pasquim'". É
    uma bobagem, coisa de velho
    gagá. Como se tivesse sentido
    existir o "Pasquim" até hoje.

    FOLHA - Quando lê os jornais, vê a
    influência do "Pasquim"?

    JAGUAR
    - Os jornais mudaram
    muito. Mas acho que mudariam de qualquer jeito. Se não
    fosse por um lado, seria pelo
    outro. As coisas já estavam em
    transformação.

    FOLHA - Mas você escreveu que,
    com o "Pasquim", a imprensa tirou
    o paletó e a gravata.

    JAGUAR
    - É verdade, mas a mudança já estava acontecendo. O
    "Pasquim" deu certo porque as
    pessoas se identificaram. Por
    outro lado, posso dizer que
    quem começou essa transformação toda na imprensa brasileira fui eu, e por acidente.

    FOLHA - Como assim?

    JAGUAR
    - A gente tinha feito
    uma entrevista com o Ibrahim
    Sued. Fomos eu, o Tarso de
    Castro e o Sérgio Cabral. Mas
    depois todo mundo sumiu.

    FOLHA - Sumiu?

    JAGUAR
    - Sim, sumiu. Éramos
    um bando de porra-louca. Os
    dois foram para a farra e eu tive
    de tirar a entrevista sozinho. Só
    que eu não sou jornalista e não
    sabia fazer isso. E deixei o texto
    com o jeito coloquial mesmo.
    Virou nosso "estilo".

    FOLHA - E pegou na hora?

    JAGUAR
    - Não. Demorou. Os
    jornais resistiram a adotar o
    tom coloquial. Só depois que a
    publicidade começou a usá-lo é
    que a imprensa foi atrás. Mas
    hoje já acho que essa fórmula se
    esgotou.

    FOLHA - Por quê?

    JAGUAR
    - Nossas entrevistas ficavam boas porque éramos um
    monte de caras de porre que íamos falar com um coitado de
    um entrevistado que não tinha
    chance de abrir a boca. Passava
    um aperto danado.
    Depois que a coisa pegou, a
    imprensa começou a usar essa
    fórmula, só que para levantar a
    bola do entrevistado. Aí perdeu
    a graça.

    FOLHA - Até quando, então, você
    acha que o "Pasquim" justificou a
    sua existência?


    JAGUAR
    - O "Pasquim" foi uma
    experiência muito divertida,
    mas eu poderia tê-la diminuído
    em dez anos. Fiquei fazendo o
    jornal de teimoso. Me endividei. Foi um horror. Todos pularam fora e eu fiquei. O jornal
    perdeu a influência, a tiragem
    era pífia. Podia ter feito como
    os outros, que foram cuidar de
    suas vidas. Mas, não, fiquei lá,
    morando na redação, dormindo num colchonete debaixo da
    prancheta. Um maluco.



    FOLHA - Dá para viver de cartum?


    JAGUAR
    - Não. Eu trabalhei 17
    anos no Banco do Brasil. E nunca faltei nem um dia. O banco
    foi fundamental. Não só pela
    grana, mas porque me ensinou
    a ser profissional. Sou um porra-louca, bêbado, alcoólatra,
    um monte de coisa. Mas nunca
    faltei no trabalho. Também
    nunca deixei de entregar um
    desenho no horário, no dia certo. Isso eu devo ao banco.

    FOLHA - Houve um retrocesso no
    humor brasileiro com relação aos
    anos da ditadura?

    JAGUAR
    - Sim. Essa coisa de não
    poder chamar crioulo de crioulo, por exemplo. Fui casado dez
    anos com uma crioula. Não é
    pejorativo. Não vou começar a
    dizer que casei com uma afro-descendente. É uma hipocrisia.

    Mas a maioria dos humoristas hoje é muito certinha.
    Criou-se um limite e, se a gente
    passa um pouco, leva pito. Eu
    não levo mais porque sou velho
    e sou o Jaguar. Aí as pessoas dizem: "Ah, é o Jaguar, deixa ele".

    Folha de São Paulo, Caderno Ilustrada, 13 de março de 2007

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    Quem ?

    Leio que a Quem não publicará mais fotos de Suzana Vieira (ou textos sobre ela) depois que seu marido cana e porradeiro agrediu um fotógrafo da revista.
    Esta atitude deveria virar norma editorial da imprensa
    que vive agora de correr atrás e bajular celebridades.

    Agrediu, encheu o saco, botou banca? Esquece a figura.
    (pelo menos arrefecia um pouco esse culto celebratórico.)

    Bush está de olho no Brasil!



    foto de Jason Reed


    (clique na potoca para ve-la maior)

    18º Salão Carioca de Humor: Galeria Virtual



    MINEU
    (Salvador, BA)
    “Cupido”
    Cartum Finalista




    (clique no cartum para ve-lo maior)

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    domingo, março 11, 2007

    Ziraldo e Nani



    os dois homenageados do Salão Carioca de 2007.

    exposições

    NANI, DE ESMERALDAS PARA O MUNDO
    (Casa de Cultura Laura Alvim, Ipanema)

    JUBILEU DO ZIRALDO: 75 ANOS DE UM MENINO FELIZ
    HOMENAGEM A ZIRALDO, UM ARTISTA MALUQUINHO
    MURAL DO CANECAO: A ÚLTIMA CEIA DE ZIRALDO
    (Centro Cultural Correios, Candelária)

    clique na fotografia para ve-la maior

    foto de Ricky Goodwin




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    18º Salão Carioca de Humor: Galeria Virtual



    RONALDO
    (Vacaria - RS)
    sem título
    Cartum Finalista



    (clique na imagem para ve-la maior e mais detalhada)

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