Salão Carioca: A Polêmica (2)
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(leia esta parte primeiro)
Algumas pessoas me perguntaram porque este ano eu resolvi escrever várias respostas às críticas quanto ao salão carioca, sendo que todo ano elas existem, não só em relação ao carioca mas a praticamente todos os concursos de humor.
Na verdade, não sei porque agora. E antes não. Tempo? Saco? Vontade? Falta dos mesmos, antes? Observo porém que desta vez o volume das críticas aumenou (volume no sentido de quantidade e também de alto tom). Claro, nada bate a edição do salão em que houve o célebre “barraco barração”, mas ali foi um episódio não diretamente pertinente ao nosso trabalho de curadoria. E tampouco agora ocorreram movimentos pela criação de eventos dissidentes (como o Salão dos Excluídos, de tempos atrás, que pretendia reunir – e premiar – quem nao tinha sido premiado).
Mas o descolamento que senti entre as discordâncias e a realidade do salão (tal qual eu a vejo) foi tão dissonante este ano, diante dos fatos do concurso, e foi tão extremo (no ano passado já era acentuado) que isto me levou a tentar esclarecer algumas coisas.
Acho que está havendo uma certa desinformação do como se processa o concurso do Salão Carioca. Ou então eu me tornei desinformado e alienado quanto aos resultados desse processo. Por isto estou buscando este diálogo.
Outro motivo que me levou a escrever sobre isto, no meu blog, em listas de desenhistas, em emails, etc., foi que muitas críticas eram ofensas pessoais, como se o fato de estarmos (o plural se refere à equipe da PACATATU) tentando fazer algo em prol do desenho brasileiro fosse motivo de ressentimentos, de tão equivocado que estamos e mau-caráter que somos.
A maoria das críticas dirigidas contra mim podem ser englobadas em:
- estou privilegiando os meus amigos na premiação do concurso.
A maioria das críticas dirigidas contra o Salão podem ser englobadas em:
- são sempre as mesmas pessoas premiadas pelo concurso do Salão Carioca.
Como se vê, quase todas as críticas concentram-se sobre o concurso de humor gráfico. E tem origem em artistas que acabaram não sendo premiados, discordando de critérios (ou da falta de critérios).
O concurso é – para mim – a atividade mais importante do Salão Carioca, o seu cerne, mas é atualmente um evento muito maior do que isto, com exposições de artistas homenageados, exposições temáticas coletivas, exposições de convidados nacionais e internacionais, exposições históricas, concurso de esquetes de humor, debates e palestras com humoristas, apresentações de peças de teatro de humor, espetáculos musicais de humor, mostra de documentários de humor, apresentações de stand-up comedy, enfim, dois meses de exposições e de 35 a 45 dias de programação humorística.
Seria interessante receber as críticas e sugestões também sobre todos esses outros componentes do Salão Carioca de Humor. Ou será que estamos acertando em tudo isso e errando tão crassamente logo na questão do concurso?
Bem, para não prolongar muito o post, vou ficando por aqui. No próximo texto, abordo o que mencionei acima (as críticas contra mim). E no seguinte, as críticas contra o concurso de maneira geral.
É, como leram, esse papo se estenderá! Peço a paciência dos interessados no assunto para irem acompanhando, e, principalmente, comentando.
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