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    quarta-feira, março 11, 2020

    Mais uma Bolsonaro

    Rogéria Bolsonaro foi vereadora de 1993 a 2001, e agora estuda buscar uma vaga de novo na Câmara Municipal do Rio. Foto: Reprodução

    "Em seus dois mandatos, a vereadora Rogéria Bolsonaro teve 66 assessores e, assim como Bolsonaro e os filhos, também empregou diversas pessoas com algum grau de parentesco entre si. Ao longo dos oito anos no Palácio Pedro Ernesto, oito pessoas de quatro famílias diferentes chegaram a ser nomeadas entre os funcionários de seu gabinete. Ela ainda empregou outras três pessoas que depois conseguiram cargos para parentes nos gabinetes de Jair, Carlos e Flávio, que só entrou para a política em 2003. É o mesmo padrão mostrado por ÉPOCA e pelo jornal O Globo em agosto do ano passado, em reportagem sobre os 102 assessores da família Bolsonaro que tinham laços familiares entre si.
    A equipe de Rogéria incluiu, entre outras, a família Santana. Nomeada em janeiro de 1998, Marcia Helena de Santana se tornou chefe seis meses depois. Em agosto de 1999, sua filha, Aline Pacheco de Santana, passou a ocupar o posto de auxiliar da então vereadora. Naquela altura, o pai de Aline, Jorge Celso Nascimento de Santana, também já havia sido nomeado oficial no gabinete. Os três trabalharam simultaneamente para a ex-mulher de Bolsonaro durante um ano e cinco meses, até o fim do mandato de Rogéria, em janeiro de 2001.

    Um dos antecessores de Marcia Helena como chefe de gabinete, Nelson Marcos Coutinho também empregou a mesma prática. Funcionário de Rogéria de 1993 a 1998, nomeou o filho, Paulo Roberto Coutinho, para um cargo de auxiliar entre 1996 e 1998, quando comandava o gabinete.
    Também passaram pelo gabinete de Rogéria funcionários que depois seguiram em outros cargos ligados à família Bolsonaro. Trabalhou com ela, por exemplo, Jorge Luiz Fernandes, que agora é responsável por chefiar o time do filho Carlos no Legislativo carioca. Jorge foi nomeado auxiliar de gabinete em janeiro de 1998 e lá ficou por um ano. Depois de ser exonerado, passou pelo gabinete de Jair Bolsonaro em Brasília, entre 1999 e 2000, até chegar ao comando do gabinete de Carlos, em janeiro de 2001.

    Familiares de Jorge também ganharam vagas junto à família Bolsonaro. A mulher dele, Regina Célia Sobral Fernandes, consta como assessora de Carlos Bolsonaro, e seu irmão Carlos Alberto Sobral Franco integrou o gabinete do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados entre 1995 e 1997.

    Rogéria também empregou parentes de outro antigo assessor da família: Waldir Luiz Ferraz, ex-assessor de imprensa de Jair Bolsonaro. Mãe de Bárbara de Oliveira Ferraz, filha de Waldir, Maristela de Oliveira Ferraz foi nomeada chefe de gabinete de Rogéria em 1993 e ficou na função até 1995. Já Bárbara ganhou cargo no gabinete de Jair na Câmara dos Deputados entre 2005 e 2016. No gabinete de Rogéria também foram nomeados por vários anos o sogro e a sogra de uma prima de Ferraz, Mirian Melo Lessa Glycério de Castro."

    mais na reportagem de JULIANA DAL PIVA, JOÃO PAULO SACONI E MARLEN COUTO

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