Por que 'Tudo em Todo o Lugar', mesmo que ruim, mereceu vencer o Osca
"No multiverso do século 21, Hollywood padece de um tardio complexo de Cannes. A festa do Oscar continua a ser apoteose cafona do colonialismo cinematográfico americano, mas agora sem aquela nota genuína de conservadorismo do cinemão hollywoodiano, feito com orçamentos generosos e admirável domínio das convenções e clichês.
A estatueta era um selo de garantia de entretenimento, com promessa de cenas eletrizantes, paixões, heroísmo, lágrimas e lições de vida. Agora prevalecem nas escolhas as boas intenções do liberalismo multicultural californiano, a consagrar filmes e pessoas que em outras épocas mal pisariam no tapete vermelho.
Ao redefinir os requisitos, a Academia concede à periferia que sente no salão borbulhante e oferece a si mesma troféus de correção política, produzindo notícias do tipo "o primeiro diretor latino-americano vitorioso" ou "a primeira mulher asiática a ganhar a estatueta"."
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