O Pasquim 21, após semanas entrevistando os grandes nomes da esquerda brasileira, nos números desta e da semana passada retratou no entrevistão figuras menos conhecidas e mais interessantes.
Após a entrevista com Gabriela, a líder das prostitutas, nesta edição sentaram-se à mesa com Marina Maggessi. Policial. Foi a mulher que através do uso da Inteligência e com uma boa equipe prendeu Elias Maluco.
Não obstante nós os ubaldos sermos refratários a elementos da lei, a entrevista é recomendada por mostrar a visão de alguem em contato estreito com o crime, uma participante direta da guerra civil, e com articulação para analisar as paradas.
Tres pontos interessantes:
A entropia do tráfico com a ascenção de uma nova geração desvairada
O crime organizado está atrás das grades e tenta organizar o que está na rua e nâo consegue., Porque essa garotada que está na rua não quer bater cabeça pra ninguém e são drogados, loucos e não visam ao dinheiro. São muito piores de combater porque o caos é muito mais difícil que a organização. Quisera eu que o crime fosse organizado!
O pessoal do Comando Vermelho, depois dos mortos e dos presos, cada vez é mais nova e eles já vieram cheirados, porque já botavam eles pra cheirar com 10 anos de idade, pra virar soldado do tráfico. Então você imagina o cérebro de uma pessoa que começa a cheirar com 10 anos de idade e que vira chefe de uma boca aos 15. Na adolescência e com as melhores armas do mundo nas mãos.
O papel do consumidor nessa guerra
O consumo de cocaína e não o tráfico é que é a grande desgraça do Rio de Janeiro. (...)
Não adianta liberar a droga. Se você liberar a droga você acaba com o tráfico, mas nâo com a violência. Porque a cocaína vai continuar sendo cara pra caralho e ninguém tem dinheiro pra comprar e vâo continuar roubando.
A glorificação dos traficantes por parte da polícia e da imprensa. A polícia, pra valorizar seu trabalho. A imprensa, pra vender e faturar. Sobre a imprensa:
As mães da favela nâo tem como dar um exemplo pra seus filhos, qualquer adolescente vive de exemplo e de ícone. A gente pendurava Che Guevara na parede. O menino da favela, em vez de pendurar o Homem-Aranha, vai pendurar a foto do Fernandinho Beira-Mar do Globo onde está escrito "O Rei do Rio"!
(...) A gente tem que desacreditar esse tipo de gente, tem que desconstruir, igual descontruímos Elias Maluco. Prendemos Elias Maluco descalço, igual a um merda, igual a uma ratazana.