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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    sábado, abril 19, 2003

    COMENTÁRIOS QUE ACABAM VIRANDO POSTS

    O comentário da Chris e minha resposta são da semana passada, mas como blog0news andou fora do ar esta semana publico-os agora.

    Eu já fiquei um dia inteiro chorando por causa dessa foto acima, quando a vi nos jornais. Agora acabo de ganhar mais um dia ou dois de depressão. Ele, uma vida inteira...
    - Chris Assis Pacheco


    Po Chris... desculpe te deprimir mais ainda...

    é que pra mim
    ela me dá tristeza sim
    mas tambem revolta

    é essa revolta que me mantém aceso
    pra conseguir continuar
    num mundo em que coisas como essas acontecem e sao corriqueiras.

    Mas vou te dizer uma coisa:
    tá ficando dificil.

    Fica o Mundo igual a esse menino
    implorando em algum leito de morte
    por favor, me deem meus braços de volta!
    Pra poder se agarrar em alguma coisa, algum galho, corda, lamina de espada,

    por estar deslizando precipicio abaixo.

    Estao cortando nossas maos, nossos bracos, nossas pernas, os cerebros - e estamos caindo caindo caindo

    - ricky goodwin


    Leia tambem Uma Arma para Ali




    GRANDES DÚVIDAS DO UNIVERSO BLOGUEIRO

    Jesus me Chicoteia ressuscitará no terceiro dia?


    SOBRE OS RIOS DA BABILÖNIA

    I

    Super flumina Babylonis
    sobolos rios da Babilônia
    sobre os rios da Babilonia

    nos assentamos e choramos
    lembrando de Sião.

    Sobre o Tigre e o Eufrates
    sobre o Mississipe e o Tâmisa
    sobre o Amazonas e o Nilo
    sobre o Volga e o Danúbio
    nos sentamos e choramos
    de impotência e humilhação.

    Cry me a river!
    Cry me a river!I
    cry a river— over you.

    I cry a river over BashraI
    cry a river over TikritI
    cry a river over BagdaI
    cry a river over AnassyriaI
    cry a river over MossulI
    cry a river — over you.

    II

    Jeremias revem again.
    Palavra que da parte do Senhor
    foi dita ao seu profeta:
    olhei para os montes e eis que
    tremiam e todos os outeiros estremeciam
    e todas as aves do céus haviam fugido
    e ao clamor dos cavaleiros e flecheiros
    as cidades ia sendo derribadas.
    Vem do Norte o Mal.
    Curam superficialmente a ferida
    dizendo Paz! Paz! quando não há paz.

    Uma grande nação se levanta dos confins da terra
    nação robusta, cuja língua ignoras.
    Sua voz ruge como o mar
    seus carros como tempestade
    seus cavalos mais ligeiros que águias.

    Tomada é Babilônia
    Primeiro devorou-a um rei
    e um outro a desossou.

    Arvorai bandeiras!
    E uivai porque sucedeu naqueles dias
    que os príncipes perderam a coragem
    os sacerdotes ficaram pasmos
    e os profetas estupefactos.

    III

    Onde a cerâmica policronada?
    Os brincos de prata da princesa?
    Os ornamentos de cornalina?
    A obsidiana dos colares e pulseiras?
    E a harpa com a dourada cabeça de touro
    E barba de lápis-lázuli?

    Caiu de novo Babilônia
    nos férreos braços do rei hitita
    chacais e raposas passeiam
    por entre suas ruínas.

    E vieram os elmitas e amorritas
    e vieram os cassitas
    e vieram os hurritas
    e vieram os arameus
    e veio Ciro e veio Xerxes
    e veio Alexandre e veio Trajano
    e veio Dicocleciano
    e vieram mongóis e turcos
    e hindus e franceses
    e alemães e australianos
    e os ingleses e de novo os ingleses mais os norte-americanos.

    Por isto, do cume dos zigurates
    sobre os cômoros de Babilônia
    sobre o Trigre e sobre o Eufrates
    nos assentamos e choramos.

    Vem de Ur
    uma cantiga triste
    como um blue:

    I cry a river
    cry me a river
    cry me a river
    I cry a river
    over me
    — and over you.


    AFONSO ROMANO DE SANT'ANNA



    leia também:
    Bagdead



    sexta-feira, abril 18, 2003


    Pela Cochlea: BACH - Mattäus Passion
    A Paixão Segundo São Mateus


    ENQUANTO ISSO, NA INDUSTRIA CAGAGUAZES

    Advogados da Industria de Papel e Residuos que permitiu que uma represa fetida descesse rumo ao mar arrastando problemas
    - centenas de pessoas sem água
    pescadores sem seu meio de vida
    governadores batendo cabeça
    animais batendo as botas -
    declararam hoje que os resíduos não contém soda cáustica e não apresentam toxicidade.

    O consultor ambiental da empresa confirma que nao havia toxicidade nessas águas sujonas e fujonas.
    E que na regiáo de Cataguazes estão de volta ao normal.
    E que os animais mostrados como vítimas da catástrofe ambiental morreram afogadas e não intoxicadas.

    O diretor administrativo da empresa disse que a mancha está passando e que as águas atingidas voltam ao normal.

    Só há uma maneira de resolver esta questão.
    Juntem-se essas pessoas tranquilizadoras todas numa coletiva de imprensa
    onde, diante das cameras,
    beberão um copo dágua do Rio Pomba ou Paraíba do Sul.

    Adendo
    Leitores do blog0news consideraram desmedida a sentença acima
    colocando que a água dos rios, mesmo se fosse limpa, não é para beber.

    Lançamos um desafio então mais justo e leniente: cada um desses defensores da Cagaguazes levarão sua família para se banhar no Rio Pomba ou Paraiba do Sul, pela mancha negra que consideram agora não-tóxica.

    Adendo bis
    Oscar Bianchi (vide comentários) ainda lhes concede de lambuja o direito de usarem colete salva-vidas, para não se afogarem feito aqueles bois.

    Adendo de Ana Lucia Pinta
    A Cagaguazes deveria contratar o ex-ministro da desinformação iraquiana, o Al-Safad, como seu porta-voz.



    quinta-feira, abril 17, 2003


    BAGDEAD

    I

    A invasao do iraque degenerou num melê total
    os invasores chegaram lah
    no coracao da mesopotamia
    mas deixando pelas artérias um rastro de sangue
    e destruicao de vidas instantâneas e monumentos seculares..

    Agora é o festival da vitoria
    a orgia de saques e badernas
    a suruba de feridos gemendo nas camas
    a lei draconiana substituida pelo dragao imperial que tudo devora com sua lingua de fogo
    um ser alado que se alimenta de petroleo
    e cospe bombas de fragmentacao pela boca.

    Os estilhacos estao por ai. Quem vai cata-los? Quem vai desativar as minas de miseria e ressentimento enterradas nas mentes com choque e estupor?

    O Iraque está liberado. Saddam Hussein foi destituido.
    O Rio Tigre será prostituído. O Eufrates, drenado.

    O Oriente Médio, danado.
    E o dominio americano constituído.

    II

    Bagdá é uma cidade cortada por dois braços de água
    Ali é um menino sem dois braços, cortados sem mágoa
    Quente foi o incendio que deixou sua pele enegrecida.
    Negra a fumaça da cortina vã onde vaza o clarão das bombas.

    Escuro. Apagaram a chama que chamou iraquianos para a luta.
    As cinzas fervilham no deserto.

    Quando o vento da revolta voltar a sobrar por ali
    as dunas dançarão o saracoteio islâmico.

    Areia movediça.
    Terreno pantanoso.
    No motor cromado da pax americana – areia.
    No brejo, a vaca sagrada da democracia à força.
    O bezerro de ouro na praça central para todos adorarem.
    Mas mamãe
    os bebes desnutridos
    os adolescentes embargados
    os sobreviventes embaçados
    não querem ouro
    eles querem mamar.


    III

    O sol (da liberdade) estava quente e queimou a nossa cara.
    Raios fúlgidos de urânio sujo.

    Mas que calor.
    Calôôô-ôôôr.


    IV

    Turcos, selvagens, hordas, britanicos, ditadores, mongóis, americanos.
    Eles vem e vão.
    O deserto espera.
    Mesopotamia quantos povos acamparam por entre-rios?

    O berço
    da civilização
    balança
    balança
    balança mas não cai.


    UMA ARMA PARA ALI

    Ali Abbas, o menino que perdeu a família e os braços nos bombardeios americanos em Bagdá, foi transferido para um hospital no Kuwait.

    Ele corria risco de vida, já que os hospitais de Bagdá ainda funcionam precariamente e faltam médicos e remédios.

    Agora, num leito limpo de um hospital moderno, recebe as atenções de uma equipe médica e os carinhos oportunistas de quem quer aparecer na mídia.

    Alguém afaga sua cabeça, mas os olhos de Ali só mostram dor e revolta.

    As cameras desviam para o leito ao lado, coberto de ursinhos de pelúcia de várias cores e tamanhos, que ele nunca vai poder tocar.

    Ali já tinha, na semana passada, declarado aos repórteres que queria novos braços para poder pegar uma arma e matar aqueles que mataram sua família.

    Também declarou que nem uma montanha aguentaria a dor que ele está aguentando.

    Postado por Ana Lúcia Pinta


    domingo, abril 13, 2003

    todos os computadores aqui pifados
    blog0news fora do ar

    estamos tentando resolver os problemas


    e o blog0news continua…
    visite a lista de arquivos na coluna da esquerda
    para passear pelos posts passados


    Mas uso mesmo é o

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