UMA ARMA PARA ALI
Ali Abbas, o menino que perdeu a família e os braços nos bombardeios americanos em Bagdá, foi transferido para um hospital no Kuwait.
Ele corria risco de vida, já que os hospitais de Bagdá ainda funcionam precariamente e faltam médicos e remédios.
Agora, num leito limpo de um hospital moderno, recebe as atenções de uma equipe médica e os carinhos oportunistas de quem quer aparecer na mídia.
Alguém afaga sua cabeça, mas os olhos de Ali só mostram dor e revolta.
As cameras desviam para o leito ao lado, coberto de ursinhos de pelúcia de várias cores e tamanhos, que ele nunca vai poder tocar.
Ali já tinha, na semana passada, declarado aos repórteres que queria novos braços para poder pegar uma arma e matar aqueles que mataram sua família.
Também declarou que nem uma montanha aguentaria a dor que ele está aguentando.