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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    sexta-feira, janeiro 17, 2025

    David Lynch Cold Wind Blowing



    Cold wind blowin'
    Through my heart
    The game is over
    You win
    I lose

    IN MEMORIAM

    quinta-feira, janeiro 16, 2025

    Vamos sentir falta dos sonhos de David Lynch


    David Lynch no set de Cidade dos sonhos


    MARIO ABBADE

    David Lynch foi o cineasta mais bem-sucedido em combinar o cinema noir e o surrealismo, de tal forma que seus projetos se tornaram populares. Seus filmes são uma espécie de conto de fadas sombrio, ao mesmo tempo irônicos, em que os personagens embarcam numa jornada pelo inferno para poder conseguir chegar ao paraíso. Alguns conseguem (“O homem elefante”, “Veludo azul”, “Coração selvagem”) e outros não (“Estrada perdida”, “Cidade dos sonhos”). Sua formação na classe média dos anos dourados do american way of life exerce marcante influência em sua obra, mas jamais de maneira simplista e direta. Lynch sempre vai além do óbvio, trilhando a face oculta do sonho americano.

    É curioso que ele tenha se tornado cineasta por acaso.David Lynch entrou para o mundo das artes estudando pintura na Academia de Artes da Filadélfia nos anos 1960. Mas não gostava da imobilidade, sempre achou que as imagens clamavam por movimento. Desse incômodo, nasceu a ideia da animação, os primórdios de sua paixão pelo cinema. Com esse início, bem à moda lynchiana, ele entregou filmes singulares que estão entre os mais analisados e admirados por cinéfilos de todo o mundo.

    Na TV, ele também fez história. Em 1990, lançou o que viria a ser considerado o divisor de águas da televisão americana: “Twin Peaks”. O seriado foi descrito pela revista Time como “diferente de tudo no horário nobre ou no mundo de Deus”.

    Além de seu importante e prestigiado trabalho como diretor e artista plástico, Lynch conseguiu se tornar um ícone da cultura pop, estampado em camisetas e cartazes, entre outros produtos, graças a seus modos excêntricos, e simultaneamente inocentes, seu jeito de vestir, o topete, a meditação e as frases engraçadas e enigmáticas. Estimulado pela cafeína e por grandes quantidades de açúcar, David Lynch sempre tirou suas ideias geniais de seus sonhos e pesadelos, defendendo que eram um passaporte para outro universo. E nós sempre embarcamos nessas viagens oníricas junto com ele. 

     GLOBO



    quarta-feira, janeiro 15, 2025

    Falsa taxação do Pix era só o sintoma — e Nikolas soube explorar a doença


    "A justiça fiscal importa, mas um governo que chega à sua metade com popularidade claudicante não pode se dar ao luxo de bancar medidas que, embora corretas no papel, cutucam os nervos de uma parcela tão expressiva e já precarizada da população. Vide a recente taxação de pequenas importações chinesas. Negada às pressas pela primeira-dama nas redes, não só acabou confirmada como deve aumentar nos próximos meses.

    Diante de um cenário tão adverso, surpreende a baixa repercussão de iniciativas como o programa Acredita, que já distribuiu 2 bilhões de reais em créditos para quase 40 mil pequenas empresas, incluindo renegociação de dívidas."

    "leia artigo de THAIS REIS OLIVEIRA 

     Falsa taxação do Pix era só o sintoma — e Nikolas soube explorar a doença – Opinião – CartaCapital

    Schubert: Auf dem Wasser zu singen, D. 774 - Renée Fleming

    Pixnoquio


    ADNAEL

     

    MOR
     
     

     
     
     
    AROEIRA
     
     


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    Sam and Dave - Hold on I'm coming



    Don't you ever feel sadLean on me when times are badWhen that day comes and you're downIn a river of trouble and about to drown
    Hold on, I'm comin'Hold on, I'm comin'

    IN MEMORIAM SAM MOORE

    RETROSPECTIVA 2024



    o ano em que momo partiu

     


     

    Mark Zuckerberg has gone full Maga

     Zuckerberg Goes "Full MAGA" as Meta Ends Fact-Checking in U.S. & Paves Way  for More Hate Speech

     "Zuckerberg, as anyone who has studied his actions, mind and statements over the past two decades would tell you, is firmly committed to the principle that he knows better than the rest of us and that his company’s services are good for us. The more we use them, the better we will live, he believes. The more we encounter messages that challenge us or trouble us, he believes, the more likely we are to forge better decisions for ourselves. The more we post, the more we encounter, the more we mix it up, the more we argue, the more we work toward a better society, Zuckerberg believes against all historical evidence to the contrary. He is not acting as a mercenary capitalist. He is acting as a megalomaniacal ideologue, as usual."

    read article by Siva Vaidhyanathan

    Mark Zuckerberg has gone full Maga | Siva Vaidhyanathan | The Guardian

    Forte sensibilidade


     

    Paul Weller - I Woke Up


    I woke upAnd everyone had goneNo note to say how longSo I stepped into the sunAnd waited out the long, long daysWith nothing much to sayAnd it forced to bear so longOn the way

    terça-feira, janeiro 14, 2025

    RETROSPECTIVA 2024

    camadas serra morro pedras mar barco riscando mais mar 




    Peter, Paul and Mary - A Soalin' (live in France, 1965)



    in memoriam PETER YARROW

    God bless the master of this house, and the mistress also
    And all the little children that round your table grow
    The cattle in your stable, the dog by your front door
    And all that dwell within your gates, we wish you ten times more

    RETROSPECTIVA 2024



    A caça é para capturar o exato instante em que a garça alça voo.

     


     

    Café com Fascistas

    TONI D'AGOSTINHO

     

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    Essa é a realidade do Brasil



    MARIO BAGG

     

    Bacuri - Boogarins



    Eu reinei na poeira do sol, Bacuri
    Eu reinei na poeira do sol

    Previsões para 2025

    CAZO
    JBOSCO
     

     
     
    QUINHO
     

     

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    Sam & Dave - Soul Man (in memoriam SAM MOORE)




    I was brought up on a side street
    I learned how to love before I could eat
    I was educated from good stock
    When I start lovin' I just can't stop
    I'm a soul man

    Carne Doce - Ossos



    Quase todos os ossos não foram quebradosQuase todo café da manhã foi felizQuase todos tiveram seus sonhos sonhadosSó quem foi escolhido que foi visitadoQuase todas irmãs, quase todas

    Não esquecer do que são capazes

     

    de Nelson Ricardo Da Costa e Silva

    Coincidências. Não esquecer,do que são capazes. No dia 8 de Janeiro de 1973 ocorreu um dos mais brutais crimes políticos cometidos pela ditadura empresarial-militar no Brasil. Trata-se do monstruoso assassinato da poetisa e intelectual paraguaia Soledad Barrett Viedma,que depois de traída por seu companheiro, um infiltrado, Cabo Anselmo,foi cruelmente torturada e morta em Pernambuco. Soledad estava grávida de quatro meses,e mesmo assim não foi poupada.Soledad foi encontrada nua, dentro de um barril numa poça de sangue,tendo aos pés o feto de 4 meses,expelido provavelmente durante as sessões de torturas. Este foi um dos mais hediondos crimes cometidos nos anos de chumbo da Ditadura Militar, no Brasil. Soledad recebeu quatro tiros na cabeça e apresentava marcas de algemas nos pulsos e equimoses no olho direito.

    Publicado por Hugo Camboim Filho, no Twitter.

    The only thing that will stop this

     Jeffrey St. Clair.>

    You don’t have to be versed in Mike Davis’s The Ecology of Fear to understand that the people who always pay the heaviest price for these kinds of cataclysms in So. Cal–even in elite zip codes like Pac Palisades–aren’t Hollywood moguls or hedge funders, but LA’s mostly brown and black working poor…

    + In 2019, Eric Garcetti, then the mayor of Los Angeles, told David Wallace-Wells: “There’s no number of helicopters or trucks that we can buy, no number of firefighters that we can have, no amount of brush that we can clear that will stop this. The only thing that will stop this is when the Earth, probably long after we’re gone, relaxes into a more predictable weather state.”

    + In July, State Farm, one of the biggest insurers in California, canceled 1600 homeowner policies in Pacific Palisades. A year earlier, the same insurance company had dropped more than 2,000 policies in the nearby neighborhoods of Brentwood, Calabasas, Hidden Hills, and Monte Nido, all of which have now been ravaged by devastating wildfires. But the big insurers who have canceled policies for homeowners and businesses in climate-vulnerable states continue to insure the fossil fuel industries that make people’s homes uninsurable.

    segunda-feira, janeiro 13, 2025

    Voce devolveria esse passaporte?



    AROEIRA

     

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    The Children of Gaza Are Freezing to Death

     

     

     "By early January 2025, studies by the United Nations and the Palestinian government showed that at least 92 percent of housing units in Gaza had been destroyed. Most Palestinians who remain in northern Gaza have no homes in which to shelter. They are living in makeshift tents, not even having access to the United Nations tents that are sparsely available. Because there are now no hospitals open in northern Gaza, children are being born in these tents, and they are not receiving any medical care. “The health sector is being systematically dismantled,” Dr. Rik Peeperkorn of the World Health Organization told the United Nations Security Council on January 3. In the so-called “safe zone” of al-Mawasi, near Khan Younis, three babies died of hypothermia, mocking the idea that this is indeed a safe zone. Mahmoud al-Faseeh, the father of Sila Mahmoud al-Faseeh (who died in her third week), told Al Jazeera, “We sleep on the sand and we don’t have enough blankets and we feel the cold inside our tent.” The story is the same up and down Gaza’s length: the cold has come at night, ceaseless rain has made everything damp, the tents are inadequate, the blankets are thread worn, and the infants—the most vulnerable—have begun to die."

    read report by Vijay Prashad

    The Children of Gaza Are Freezing to Death - CounterPunch.org

    O projeto das big techs

     Big Techs agora têm um projeto de lei para proteger seus interesses

     BERNARDO MELLO FRANCO

    Deu no Financial Times: o homem mais rico do mundo quer derrubar o governo britânico. Elon Musk está conspirando contra o primeiro-ministro Keir Starmer. Pretende forçar sua queda antes das próximas eleições, previstas para 2029.

    O dono do X, da Tesla e da Starlink gastou mais de R$ 1,5 bilhão para ajudar Donald Trump a voltar ao poder nos Estados Unidos. Agora busca expandir sua influência política na Europa. Nos últimos meses, aproximou-se de diversos líderes de extrema direita. Prometeu conselhos e dinheiro, não necessariamente nesta ordem.

    Musk começou a atacar Starmer no dia em que ele completou um mês no poder. Era agosto de 2024, e protestos violentos tomavam as ruas do Reino Unido após o assassinato de três crianças. O governo trabalhista defendeu a responsabilização das redes sociais pela onda de desinformação que inflamou o país. Irritado, o bilionário escreveu que os britânicos estariam a caminho da guerra civil.

    Na virada do ano, Musk voltou à carga contra o premiê. Passou a acusá-lo de ter sido leniente com uma gangue de exploração sexual quando atuava como promotor. O caso tem mais de uma década, mas virou pretexto para o dono do X pedir a renúncia de Starmer. Antes de lançar a nova ofensiva, ele posou com dirigentes do Reform UK, partido nacional-populista que investe no discurso anti-imigração.

    Na maior economia europeia, o dono do X também tabela com a extrema direita. Virou garoto-propaganda do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), investigado por ligações com neonazistas. “Só a AfD pode salvar a Alemanha”, tuitou Musk, às vésperas das eleições que definirão o substituto do chanceler Olaf Scholz. Nesta quinta, ele usou seu megafone virtual para promover a líder da sigla, Alice Weidel.

    Na semana que passou, chefes de governo do Reino Unido, da Alemanha e da França protestaram contra a interferência de Musk na política de seus países. O presidente francês Emmanuel Macron disse que o bilionário se aliou à “internacional reacionária” que tenta minar os pilares da democracia. A má notícia é que o amigo de Trump não está sozinho.

    O dono da Meta, Mark Zuckerberg, acaba de anunciar o fim dos mecanismos que coibiam as fake news em suas redes. Numa guinada para se alinhar a Trump, ele atacou as agências de checagem e chamou de “censura” as medidas pare frear o extremismo. O proprietário do Facebook e do Instagram diz defender a liberdade de expressão, mas está preocupado em defender o próprio bolso. Ao bajular o novo inquilino da Casa Branca, busca apoio para barrar a regulação das plataformas nos EUA e no resto do mundo.

    As grandes redes lucram com o discurso de ódio e com a mentira em escala industrial. Sabem que o radicalismo político atrai engajamento, o que gera mais dinheiro e mais poder. Como escreveu o professor Eugênio Bucci, as big techs têm um projeto claro: querem substituir a era da informação pela era da desinformação.

    GLOBO

    RETROSPECTIVA 2024



    noturno


     



    There Is No Safe Word

     

     


     
    How the best-selling fantasy author Neil Gaiman hid the darkest parts of himself for decades.

    By Lila Shapiro

    https://archive.is/W1arC

    Tom Waits - "Road To Peace"



    The fundamentalist killing on bothSides is standing in the path of peaceBut tell me why are we arming theIsraeli army with guns and tanks and bullets?And if God is great and God is goodWhy can't he change the hearts of men?Well maybe God himself is lost and needs helpMaybe God himself he needs all of our helpMaybe God himself is lost and needs helpHe's out upon the road to peace

    RETROSPECTIVA 2024



    o por do sol em paqueta
    quando a luz explode por entre as nuvens

     


     

    Usuario da Meta fazendo nota de comunidade



    ARTEVILLAR

     

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    O conceito de desastre é relativo



    MARIO BAGG

     

    Sugar pie Desanto - Soulful Dress (in memoriam)



    I'm gonna put on my dressWith those pits above the sideWith that, tight thin waistAnd that low neck lineLord I'm going to the partyGonna have some funGonna shake and shoutUntil the morning calls

    O Ano da Serpente

    ORLANDO
     

     
     
    LATUFF
     

     
    JBOSCO
     

     

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    Tim Bernardes - Quis Mudar



    Eu quis mudarE isso implicava em deixar para trásMeu chão, meu conforto, o certo, a pazEu fui à procura de mais

    Convite pra posse

    MIGUEL PAIVA
     

     

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    Foi lindo

     


     

    – Dorrit Harazim 

    A terra arde na Califórnia, falta ar respirável na Venezuela de Nicolás Maduro, Mark Zuckerberg assume sua covardia cívica, e o mundo gira aparvalhado às vésperas de uma nova era — a era Trump II. Assunto para desesperança não falta, daí a importância de relembrar também aqui, e sempre que necessário, a felicidade coletiva que inundou o Brasil nas últimas horas do domingo passado.

    Dada a excepcional safra de concorrentes ao Globo de Ouro de Melhor Atriz, poucos ousavam esperar que Fernanda Torres saísse premiada pela atuação em “Ainda estou aqui”, o precioso filme de Walter Salles baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva. O filme já havia corrigido uma lacuna colossal na História do país (e da ditadura militar) dando voz, corpo e alma à figura de Eunice Paiva. Já havia sensibilizado mais de 3 milhões de brasileiros e devolvido vida a salas de cinema. Já havia gerado análises fluviais e pertinentes em todas as mídias nacionais. Mas foi o anúncio surpresa transmitido ao vivo de Beverly Hills que fez com que o Brasil (ou boa parte dele) acordasse na manhã seguinte em estado de euforia coletiva. Uma alegria não estridente nem impositiva, de mera felicidade impregnada pela arte. Como foi gostoso sentir orgulho compartilhado e sem soberba. De repente, o amanhã fugidio e incerto foi substituído por um presente generoso, marcante, esperançoso.

    Passado o folguedo coletivo, ainda sobrou espaço para uma efervescência mais reservada e íntima, de leveza sorridente, chamada de estado de graça. Clarice Lispector a descreve lindamente em crônica publicada no Jornal do Brasil de 6 de abril de 1968 (*):

    — O estado de graça de que falo não é usado para nada. É como se viesse apenas para que se soubesse que realmente se existe. Neste estado, além da tranquila felicidade que se irradia de pessoas e coisas, há uma lucidez que só chamo de leve, porque na graça tudo é tão, tão leve. É uma lucidez de quem não adivinha mais: sem esforço, sabe. Apenas isto: sabe. Não perguntem o quê, porque só posso responder do mesmo modo infantil: sem esforço, sabe-se. E há uma bem-aventurança física que a nada se compara. O corpo se transforma num dom. E se sente que é um dom, porque se está experimentando, numa fonte direta, a dádiva indubitável de existir materialmente — diz um dos trechos.

    A graça do estado de graça está em não durar. Sai-se dele com um suspiro de saudade, mas habituar-se à felicidade seria um perigo, garante a escritora. Ficaríamos mais egoístas, menos sensíveis à dor humana, não sentiríamos a necessidade de criar pontes para alcançar o outro.

    Neste início de 2025 vivemos na convergência de dores inseparáveis — as do planeta, das sociedades e do indivíduo. Para David Wallace-Wells, autor do seminal “A Terra inabitável — uma história do futuro”, já esgotamos as condições ambientais que permitem a evolução do animal humano e rumamos para uma era de incerteza não planejada, insegura quanto ao que somos capazes de suportar como espécie.

    — O sistema climático no qual crescemos e nos proporcionou tudo o que entendemos como cultura e civilização está morto, tal como nossos pais — resume ele.

    Outro estudioso do nosso acelerado desarranjo climático é o também americano Jeff Goodell, autor de “The heat will kill you first: life and death on a scorched planet” (O calor o matará primeiro: vida e morte num planeta esturricado). Publicado em 2023 como uma espécie de guia de sobrevivência no século XXI, Goodell explica que nossos corpos são máquinas calibradas para funcionar dentro de parâmetros de temperatura bastante estreitos. Isso vale para todas as espécies de viventes — árvores, répteis, ursos-polares, tubarões em oceanos, nós. Quando o pico térmico a que nos habituamos sofre uma alteração alta demais, e rápida demais, simplesmente morremos. E de morte cruel: as membranas de nossas células começam a derreter, as proteínas que controlam as funções dessas estruturas passam a se dissolver, e o corpo literalmente derrete por dentro. Felizmente, a maior parte de vítimas de calores extremos morre antes, seja de ataque cardíaco ou algum outro problema de circulação.

    Mas por que falar de cenários indigestos num domingo de férias com o verão a fullgás? Porque a partir da segunda-feira, 20 de janeiro, data da posse de Trump como 47º presidente dos Estados Unidos, os temas urgentes para a humanidade sofrerão um atropelo sem precedentes. Mais do que nunca, será preciso lembrar os alertas de hoje e das alegrias de ontem para melhor impedir uma supremacia pela força no amanhã.

    (*) A crônica contém uma observação de Clarice Lispector no pé do texto:

    —P.S.: Estou solidária, de corpo e alma, com a tragédia dos estudantes do Brasil.

    Referia-se, indiretamente, ao assassinato do estudante secundarista Edson Luís, assassinado pela ditadura militar instaurada em 1964.

     

    O GLOBO  


    ILUSTRAÇÃO MARCELO

     

     

     

    Os ataques a indígenas Avá-Guarani no Paraná

     

     indígenas andando de bicicleta

    "Há cerca de um ano, o pequeno G. Avá-Guarani, de apenas 7 anos, também sofria com o impacto de toda essa violência. Desde então, ele já não dorme como antes. Mesmo quando todas as luzes de sua casa se apagam, é difícil fechar os olhos. Ele se levanta, abre a porta e olha para o quintal. Não contente, ainda dá a volta em torno de casa. Para ele, é necessário checar o terreno e garantir que não há ninguém à espreita. Seu medo é de os “brancos” voltarem. Aqueles que atiraram e quase mataram sua mãe no dia 10 de janeiro de 2024, além de deixar outras três pessoas feridas.

    Naquele dia, a aldeia Yvy Okaju foi atacada de surpresa. Na ocasião, a mãe de G. teve a perna perfurada em nove pontos por balas de chumbo. A perda de sangue foi tanta que durante o atendimento foi necessária uma transfusão. Até ver a mãe viva no hospital, G. repetia ao pai uma única frase: “O branco matou a mamãe”.


    leia reportagem de LEANDRO BARBOSA

    Os ataques a indígenas Avá-Guarani no Paraná - Nexo Jornal

    Carlos Pitta - Todos Os Caminhos Levam a Feira De Santana -


    Todos os caminhos levam a Feira de Santana
    o bem e o mal passam em Feira de Santana/ a estação orbital passa em Feira de Santana/ o rio que vai pro mar passa em Feira de Santana/ o touro do sertão passa em Feira de Santana/

    domingo, janeiro 12, 2025

    RETROSPECTIVA 2024




    De Paquetá se avista o Corcovado - e todo o Maciço da Tijuca 

     

    Lula por Lula

     

     



    FELIZ ANIVERSÁRIO, LULA!

    Lula, no caso, não é esse,
    é o artista gráfico
    Lula Palomanes

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    A Clockwork Orange


     

    MARIO BAGG>>
     
     


    Coco Popular de Aliança - Coco da Limeira

    Este ano promete

    KLEBER 
     

     
     
    MOR 

    MIGUEL PAIVA
     

     

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    If I Had a Hammer - Peter, Paul & Mary (1962)



    It's the hammer of justiceIt's the bell of freedomIt's a song about love betweenMy brothers and my sistersAll over this land

    IN MEMORIAM PETER YARROW

    sábado, janeiro 11, 2025

    Notícias do fim do mundo

     

     

    "O algoritmo do inconsciente me fez visitar estes dias, como por acaso, filmes que têm como tema o Fim do Mundo.

    Não era esse tema que eu estava procurando; eram outros detalhes, diferentes em cada filme, mas bastavam alguns minutos de bola rolando para que eu percebesse o tema botando a cabeça por cima do muro.

    Bem – fim de ano e fim do mundo podem não ser sinônimos, mas também não são opostos. Tudo nos deixa uma lição. "


    leia coluna de Braulio Tavares

    Mundo Fantasmo: 5139) Notícias do fim do mundo (3.1.2025)

    Dia do Astronauta



    JBOSCO

     

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    Zuckerberg: corrupto ou covarde?

     

     

     

    Celso Rocha de Barros

    Mark Zuckerberg decidiu cancelar o fact checking no Facebook e disponibilizar a rede social como plataforma para a extrema direita.

    Há duas explicações possíveis para a mudança: ou Zuckerberg está com medo ou é corrupto. Elas podem ser verdade ao mesmo tempo.

    Na primeira hipótese, Zuckerberg e outros bilionários temem sofrer retaliações de Trump se não doarem dinheiro, ou se não fizerem a vontade do governo. Na segunda hipótese, o Vale do Silício percebeu que Elon Musk vai ganhar dinheiro (com regulação das redes, ou das criptomoedas, ou com protecionismo contra a concorrência chinesa) por ter se aliado a Trump, e resolveu correr atrás de boquinha semelhante.

     A manchete é uma dessas duas: Zuckerberg acha Trump um ditador ou Zuckerberg acha Trump corrupto. Liberdade de expressão não é o assunto aqui.

    O tom do pronunciamento não deixa dúvida: o bilionário do Facebook mudou de posição para puxar o saco de Donald Trump. Usou os mesmos termos da extrema direita para atacar a mídia profissional e os fact checkers que trabalhavam sob suas instruções até um dia antes.

    Na lista de temas em que Zuckerberg autorizou a desinformação, só há assuntos caros à direita: imigração e gênero. De maneira nada sutil, o Facebook vai mudar seus moderadores de conteúdo da progressista Califórnia para o conservador Texas. Nem mesmo os inofensivos temas para o aplicativo do Facebook que celebravam a igualdade de gênero escaparam: Zuckerberg mudou seus nomes de "orgulho" para "arco-íris" e de "transgênero" para "algodão-doce".

    Se Zuckerberg agia em nome da liberdade de expressão, poderia ter feito também gestos em favor da extrema esquerda: por exemplo, declarando como legítimas campanhas para matar CEOs de planos de saúde americanos. A evidência sugere que essa causa empolgaria muito mais americanos do que o direito de chamar transexuais de doentes.

    Eu seria contra. Acho necessário que haja barreiras contra o extremismo no debate público. Mas Zuckerberg acabou de dizer que isso é censura.

    Vamos lá, Marquito, defenda também a liberdade de o pessoal organizar o assassinato de gente como você.

    Afinal, você e seu amigo Musk defendem o direito de os bolsonaristas organizarem o assassinato de gente como eu.

    Sua mentira sobre "cortes secretas" ecoa a reivindicação da extrema direita brasileira sobre a atuação do STF contra os golpistas de Bolsonaro. Uma investigação da Polícia Federal, cujos resultados já são públicos faz tempo, mostrou por que os bolsonaristas queriam acesso às redes sociais durante a eleição de 2022: para espalhar a mentira de que houve fraude nas urnas eletrônicas. A investigação provou, inclusive, que Bolsonaro e seus aliados sabiam que não houve fraude  nas urnas. Com o argumento da fraude, tentaram dar um golpe para matar a democracia brasileira.

    Se o golpe tivesse dado certo, eu e todos os que nos opusemos ao autoritarismo de Bolsonaro estaríamos mortos. Musk seria a favor disso. Zuckerberg provavelmente só não se importaria, desde que seus impostos continuassem baixos.

    E para quem escreveu coluna tratando essa história como um debate sobre princípios, liberdade, essas coisas, sugiro que da próxima vez contrate um fact checker.

    FOLHA

     

     

     

     

     

     

    A arte é uma forma de libertação

     

    do Instituto Ziraldo
     
    A arte é uma forma de libertação.
     
    Todo regime de exceção usa, como suas primeiras estratégias, a desinformação e a censura às expressões artísticas, pois essas têm o poder de formar um pensamento crítico. Na nossa ditadura, não foi diferente.
    Muitos de nossos artistas, intelectuais e pensadores ficaram impedidos de exercer seus trabalhos livremente, sendo presos e torturados, intimidados a se calar.
     
    Ziraldo foi preso quatro vezes: uma em 1968, duas em 1969 e outra em 1970, quando ficou incomunicável por 60 dias. Hoje compartilhamos alguns desenhos feitos por Ziraldo em sua cela.
     
    Viva a democracia!




     

    Petula Clark - Rain



    If the rain comes
    They run and hide their heads They might as well be dead If the rain comes
    When the sun shines They slip into the shade (When the sun shines down) And sip their lemonade When the sun shines

    RETROSPECTIVA 2024


     

    Amante da Democracia



    FRAGA

     

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    Direita vai bem, Bolsonaro vai mal e Trump não pode salvá-lo

     

     

     

    Nova configuração de poder emerge no Brasil, com controle do centrão e conservadorismo mais pragmático que radical

    "O domínio do centrão nas eleições deste ano, sustenta o autor, aponta que o sistema político brasileiro, depois de um período de forte instabilidade e polarização extrema, passa por um processo de reequilíbrio, marcado por um presidencialismo de coalizão fraco e níveis menores de radicalidade ideológica. Partidos de centro-direita têm interesse em manter a inelegibilidade de Bolsonaro, e a esquerda, sem novos líderes, depende cada vez mais de Lula."

    LEIA ANALISE DE CHRISTIAN LYNCH

     

     

    Não posso tocar isso!

     

    MARIO BAGG

    Cometa Mambembe - CaRLOs Pita


    No cometa do forrobodó baiano
    Ou nas cores da cauda do pavão
    Zanzibar, tuaregues e batucas
    Andaluzas de Gandhi coração

    Tenha fé no azul que tá no frevo
    Que azul é a cor da alegria
    No cavalo mambembe sem relevo
    No galope de Olinda pra Bahia, uoh

    IN MEMORIAM

    Laddins - Dream Baby / Dizzy Jone's Birdland (Butane 779) 1963

    sexta-feira, janeiro 10, 2025

    Sugar Pie De Santo - Slip in mules - Checker - 1964



    Baby, my red dress in the cleaner
    But my shoes will steal the show
    Lord, yes, my red dress in the cleaner
    But my shoes will steal the show IN MEMORIAM

    Skyway Man - "Muddy Water"



    Muddy water like a piece of ancient church glass flowing
    We're on the darkest stretch, but the bend ahead is glowing
    Float past the trees, bent by the breeze
    Toward the lost, the always existing
    Behind the wall, not quite showing
    Above the muddy water


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