"Se Lula, realmente, não conseguir ser candidato; João Doria se vir obrigado a recuar do seu sonho presidencial; e Joaquim Barbosa decidir não disputar as eleições como cabeça de chapa, ouso afirmar, com doze meses de antecedência, que Luciano Huck, inevitavelmente, será um dos dois nomes do segundo turno das eleições. Mais que isso: poderá até ganhar a corrida presidencial já no primeiro turno, especialmente se conseguir fazer de Joaquim Barbosa o seu vice
Os únicos que tem demonstrado capacidade retórica de serem ouvidos pelos mais pobres são: Lula, Bolsonaro e Luciano Huck – Marina se perdeu na complexidade dos próprios pensamentos “progressistas”; Joaquim Barbosa, depois de tantos anos de atividade jurídica, trocou a linguagem popular pela retórica da lei e terá dificuldades de fazer a viagem reversa; Ciro tem a capacidade de ser ouvido pelas massas, mas, há muito tempo, optou pela retórica tecnocrática a qual ele domina melhor que qualquer outro pleiteante ao maior cargo da república.
É verdade que Ciro e Marina poderiam ser os herdeiros naturais dos eleitores de Lula, mas os problemas na retórica e na linguagem de ambos assim como suas críticas periódicas ao ex-presidente, tornam essa possibilidade cada vez mais remota. Quanto à possibilidade dos votos de Lula serem herdados por um “poste” do PT, esqueçam. É verdade que preso ou condenado, Lula se tornará o maior eleitor do país, mas ele conseguir levar um representante orgânico do PT para o segundo turno é algo muito improvável por conta da enorme rejeição ao partido – muito maior que a dele próprio. Se, como se vem falando, esse nome for o do Haddad - um “poste” derrotado e paulista - o que já era improvável tornar-se-á impossível.
Sendo assim, por conta das características dos eleitores mais pobres, os candidatos que podem mais se beneficiar da eventual ausência de Lula das eleições são o apresentador Luciano Huck e por incrível que pareça (mas, em menor escala), Jair Bolsonaro - afinal, não há nada mais próximo de um extremo do que o outro extremo, especialmente num momento de grave crise econômica e de convulsão social."
leia mais na análise de Marcelo Faulhaber