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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

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    quarta-feira, junho 20, 2007

    Passarinho que come pedra do reino sabe o LFC que tem

    A crítica do MAG na Folha reafirma algo do que escrevi aqui na minha percepção da adaptação de "Pedra do Reino" para TV e acrescenta outros pontos com os quais concordo, portanto transcrevo aqui o texto:

    Revolução" para afugentar as massas
    MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
    EDITOR DA ILUSTRADA

    É bom que a Globo, em sua estratégia de produção de teledramaturgia, firme um espaço para séries mais elaboradas, que contribuam para ampliar e elevar o repertório da televisão -e, quem sabe, venham, enfim, a conquistar um cobiçado Emmy para a emissora, além de ajudá-la a reforçar sua imagem de defensora da cultura brasileira.

    "A Pedra do Reino" foi a mais recente incursão nesse sentido. Bem cuidada, apresentou esmero formal de impressionar o júri, e o resultado parece ter correspondido à proposta do diretor.

    Proposta, a meu ver, já de início equivocada, ao pretender confrontar a narrativa convencional da teledramaturgia -vista em círculos mais intelectualizados como "comercial" ou de "baixo nível"- a um cânone vanguardista associado a projetos político-culturais dos anos 50 e 60.

    Esvaziado de sua contextualização histórica, reprocessado na barriga da maior emissora comercial do país, o que se viu foi a estetização desse cânone numa encenação que naufragou no maneirismo e no hermetismo, tentando fazer aquilo que é datado e retrô parecer um "avanço".

    A esta altura do campeonato, não devemos esquecer que procedimentos ainda estimados por alguns como auspiciosos sinais de uma atitude "radical" e transformadora -como a contestação do "ritmo industrial", a "subversão da narrativa linear", o uso da câmera na mão, a alegoria etc- já são quase todos centenários e há muito se incorporaram ao repertório das convenções narrativas.

    Por si só, não significam muita coisa e podem perfeitamente estar a serviço de propostas confusas, tediosas e regressivas como foi "A Pedra do Reino", um caso primoroso de vanguardismo atrasado, cujos problemas não podem ser atribuídos ao despreparo do público.
    Contribuiu para o descompasso, diga-se, a própria escolha da plataforma de onde se pretendeu dar o salto, uma releitura estilosa e vanguardeira da obra de Ariano Suassuna, cujo universo medieval, regionalista, monarquista e circense, é um tanto ambíguo em sua relação com modernidade, quando não lhe é frontalmente avesso. Tornada hegemônica, a visão estética e cultural de Suassuna nos transformaria num relicário picaresco em pleno alvorecer do século 21.

    Não creio que a audiência deva servir de régua para medir a qualidade da série. Mas não parece uma boa estratégia tentar propor uma improvável "revolução" na TV aberta, veículo de massas por excelência, começando exatamente por aborrecer e afugentar as massas.
    Apesar da generosa acolhida dos críticos, "A Pedra do Reino" errou na mosca. Num veículo como a Globo, propostas do tipo "introduzir uma narrativa do descontrole" podem soar ousadas, mas podem também mais contribuir para reforçar preconceitos sobre sofisticação cultural do que para consagrá-la em registro adequado.

    Não se trata de preconizar a "acessibilidade" como um preceito fundamental da arte, mas de considerá-la básica ao menos quando a discussão é sobre a elevação do repertório na planície da TV aberta. Nesse sentido, em "Hoje É Dia de Maria", o mesmo diretor esteve mais próximo de atingir o alvo.

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