Héctor Germán Oesterheld: a prática de um herói coletivo
"Deste modo, Oesterheld refletiu sobre a realidade e também se adiantou a eventos futuros. Sua criação recria de certa forma as invasões imperialistas dos Estados Unidos na América Latina. Cabe apontar que, nas décadas de 1960 e 1970, se produz na região a Operação Condor, ação coordenada por Washington juntamente com os militares latino-americanos para derrubar as autoridade constitucionais e instalar regimes ditatoriais que os obedecessem, bem como eliminar as pessoas com ideias revolucionárias e contrárias ao imperialismo. A operação deixou um saldo de 400 mil mortos latino-americanos e caribenhos (Stella Calloni, 2007). Elas e eles queriam pôr fim nas desigualdades e injustiças vividas nestes países e substituí-las por formas de sociedade mais igualitárias e dignas. O próprio escritor foi uma das vítimas destas manobras de terrorismo de Estado.
Surpreende a terminologia e os elementos que o autor utiliza e desenvolve, os mesmos que caracterizaram a linguagem da época: “companheiros”, “irmandade”, “solidariedade”, “guerra”, “sobreviventes”… Faltou apenas o termo “detidos-desaparecidos”, uma das atrocidades cometidas pelos regimes. Contudo, a história em quadrinhos apresenta distintas situações que merecem ser analisadas neste trabalho. Por exemplo, as que fazem referência ao que depois seria vivido pela família Oesterheld e muitíssimos militantes na vida real. "
leia análise de MARIA VILLALBA
Héctor Germán Oesterheld: a prática de um herói coletivo - Revista Opera


