Responsabilidade afetiva
Arnaldo Branco (Instagram: @arnaldobranco)
Em um determinado momento do debate da Band perguntaram para os dois candidatos sobre como lidar com o centrão. Estranhei um pouco a pergunta, porque o Bolsonaro já declarou que pertence a esse partido sem bandeira nem estatuto que apesar do nome é bem de direita. A resposta dele inclusive foi muito sincera: “eu paguei, então o voto é meu”.
Na sua vez, Lula prometeu criar um orçamento participativo para evitar futuros achaques - mas os comentaristas disseram que Bolsonaro respondeu melhor a questão porque Lula se confundiu com uma palavra. Aparentemente pelas regras do debate não tem problema confessar um crime se você caprichar na dicção.
O jornalista que leu a pergunta fez boquinha de nojo pra se referir ao centrão, como se ele fosse um fungo surgido por geração espontânea no parlamento e não um fenômeno causado por muitas coisas, inclusive pelo discurso direitista-liberalóide do grupo de mídia pra quem o jornalista trabalha.
Esse é o maior problema dos políticos de direita no Brasil: o abandono dos pais biológicos. Depois que um partido de direita (com o apoio de uma imprensa de direita) bota o sujeito no mundo é a esquerda que precisa carregar o fardo de lidar com essa aberração fisiológica.
Já um
governo conservador pode criar um fundo bilionário só pra abastecer esse
bando de parasitas e tá tudo certo, lance normal, segue o jogo.
Crescendo desse jeito, cheio de privilégios mas sem ninguém pra educar, o
centrão tem tudo para ficar cada vez mais folgado e ganancioso. É de se
perguntar onde está a responsabilidade afetiva dessa gente.
CONFORME SOLICITADO
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