A ditadura do dinheiro
A disposição de empresários de pregar
um golpe contra Lula mostra como o an-
tipetismo viceja na “elite”. Em uma pes-
quisa de agosto do Datafolha, Bolsonaro
ganha de Lula entre aqueles com renda
superior a dez salários mínimos (12 mil
reais): 43% a 39% no voto espontâneo e
43% a 40%, no estimulado. A rejeição ao
petista é maior no segmento, 52% a 49%.
Os cientistas políticos César Zucco, da
FGV, e David Samuels, da Universidade
de Minnesota, fizeram uma pesquisa, em
abril e maio, com 5 mil entrevistados, pa-
ra entender o antipetismo. Descobriram
que 29% dos brasileiros são antipetistas e
24%, petistas. Nas classes A e B, dá 35% e
22%, respectivamente. Para os pesquisa-
dores, as justificativas contra o PT muda-
ram com o tempo. Antes de chegar ao po-
der, o partido era baderneiro. No gover-
no, corrupto. Na era Bolsonaro, imoral.
Alegações de fachada, apontam os pes-
quisadores. “A causa real do antipetismo
é o progresso que o PT representa para os
mais pobres”, diz Samuels.
“Tenho feito reuniões com empresá-
rios, tenho feito reuniões com banquei-
ros... São indescritíveis essas reuniões.
Porque não existe a palavra pobre, não
existe nenhuma palavra que seja dita em
Relação à miséria que tomou conta des-
te País”, comentou Lula