O Projeto Moro e a experiência italiana

"Em outras palavras, as novas leis e os processos simbólicos pouco mudaram a realidade italiana.
Com alguma distância temporal e suas peculiaridades, o Brasil usou do mesmo remédio para tentar enfrentar a corrupção e o crime organizado. Foi aprovada em 2013 uma lei que define e tipifica a organização criminosa, com penas, métodos de investigação específicos e medidas cautelares próprias. A execução penal também foi recrudescida com a instituição do Regime Disciplinar Diferenciado, e as regras sobre lavagem de dinheiro tornaram-se mais duras. Seguindo o exemplo da Itália, processos simbólicos como o mensalão e a Lava Jato ocuparam manchetes e impactaram a vida política do país.
O resultado foi similar ao italiano: pequeno. O crime organizado cresceu. Só o PCC aumentou seu exército para 30 mil membros e movimenta cerca de R$ 400 milhões ao ano.
No que tange à corrupção, o Brasil ocupou em 2018 sua pior posição na história do ranking de percepção do crime medido pela Transparência Internacional.
Seria o momento de repensar nossa política criminal, refletir sobre esses resultados e discutir projetos inovadores."
LEIA O ARTIGO DE PIERPAOLO BOTTINI