O rastro de Scola é profundo, humano e surpreendente

"Com a morte de Ettore Scola, para o cinema italiano, acabaram os clássicos. E para as pessoas comuns, as que sofreram com Silvio Berlusconi na Itália e qualquer político populista no restante da Europa, as que ainda vivem fazendo malabarismo sobre o vazio da crise econômica, morreu seu cavaleiro andante. Na noite de terça-feira faleceu em Roma, aos 84 anos, Ettore Scola, e com ele se despede um cinema militante, um cinema que falava com e sobre a rua. Da geração de criadores que catapultaram o cinema italiano na segunda metade do século passado restam vivos tão somente os irmãos Taviani, mas o rastro de Scola é mais profundo, humano e surpreendente. Para Ettore Scola importava, e muito, segundo confessava, ser uma boa pessoa, e por isso seus filmes destilavam bondade, algo que nunca preocupou a geração atual de estrelas autorais de seu país: enquanto eles alimentam seu ego, Ettore Scola estimulou o ego do povo. Morreu o vermelho Scola."
leia o artigo de Gregório Belinchón
Morre Ettore Scola, clássico do cinema italiano | Cultura | EL PAÍS Brasil