PALAVRAS: Eli Roth
O fanatismo, sob qualquer forma, me deixa aterrorizado. A devoção fanática a uma causa – religiosa, política, mesmo equipes esportivas – muitas vezes vira uma desculpa para deixar fluir nossos lados mais violentos. Quando as pessoas vêem outras à sua volta que sentem o mesmo que elas, acreditam tão fortemente em sua causa que de repente as regras regulares da sociedade e do comportamento deixam de se aplicar a elas, e suas ações parecem ser justificadas porque todos em volta deles sentem da mesma maneira.
A violência contra os outros agora se torna aceitável, e o lado mais escuro, mais primal de nossa natureza humana aflora. Me lembro de garoto indo ao estádio dos Yankees absolutamente apavorado por estar usando uma camisa dos Red Sox, porém quando eu ia a um jogo dos Red Sox atormentávamos qualquer um numa camisa dos Yankees a fim de ensinar a eles a lição de não usarem uma camisa dos Yankees no nosso pedaço. Se eu tivesse me encontrado com essas mesmas pessoas num edifício comecial, teria sido extremamente polido, e mesmo ofendido se pensassem em mim como sendo uma pessoa violenta, o que, por todos os meios, não são. Mas com ambos vestindo a roupa certa no lugar certo revertemos a algum estado animal e justificamos avançar para cima dos outros.
Vejo isto acontecendo agora na América religiões e partidos políticos mais do que tudo. Se não está conosco, está contra nós, e se está contra nós então está contra tudo que é bom e decente e deve ser destruido. Todos estão gritando e gritando até que o outro perca a voz e parece que não existe fim à vista. Isto me deixa aterrorizado. Isto e sapos gigantes.
- Eli Roth
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