Um estranho Sport chamado Futebol

Deve ser a primeira vez na historia do futebol que uma torcida NÃO comemora um pentacampeonato.

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A ganância humana às vezes (só às vezes) acaba sendo castigada pela realidade.
Inflaram artificialmente, absurdamente, os preços de passagens, hospedagens, ingressos e demais investimentos necessários para quem quisesse ir à Copa do Mundo. Que será num país majoritariamente pobre como a África do Sul.

Resultado: muitos não vão. A dois meses do evento, hotéis desreservados, ingressos sobrando, passagens sendo devolvidas. Estádios vazios? Fracasso de público?

Os donos da bola e das franquias tem que decidir se a Copa será uma "festa de congraçamento entre os povos" ou um torneio caça-níqueis.

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Está bem, os rivais  puderam tirar um sarro dos flamenguistas rebaixados de hexa para apenas pentacampeões brasileiros.
Mas atentem ao seguinte:
a polêrmica a respeito de quem seria o verdadeiro campeão brasileiro de 1987
- um torneio mutilado e desfigurado pelos fisiologismos típicos dos cartolas nacionais -
permenceu dormente e irresolvido durante 23 anos.

De repente, não mais que de repente, sai uma decisão da CBF decidindo o titulo em favor do Sport (eliminando o Flamengo) e tirando a horrível taça-abacus de bolinhas do depósito empoeirado para ser passada a um São Paulo inédito-penta.

Imediatamente depois do candidato da CBF ter sido derrotado, numa dessas eleições ou conchavos para decidir quem comanda a fatiola, para outro candidato apoiado decisivamente pela diretoria do Flamengo.

Timing perfeito, não? E o que aconteceu com a decisão salomônica de ambos Sport & Flamengo serem considerados campeões, já que o torneio do ano tinha melado mesmo?

Aliás, toda essa discussão de pentas & hexas é semanticamente inconsistente. A própria Copa já consagrou essa falácia, mas ao pé da letra e do sentido das palavras para ser pentacampeão, por exemplo, uma equipe teria que ter ganho o mesmo torneio cinco vezes seguidos.