QUEM TE VE
Há os que saudam efusivamente o crescimento da Record entre a audiência de telespectadores
Muitos pela oposição ideológica ao caráter monopolista da Globo
Outros irritados mesmo pela soberba da grande rede global.
É verdade que há uma vantagem em termos de abertura de mercado de trabalho
E por incentivar concorrência
Mas fica um pouco também como os que torcem por fundamentalismos islâmicos apenas porque os EUA querem dominar o mundo.
Aliás, fundamentalismo é uma palavra adequada quando se fala de Record.
A censura a temas religiosos (leia-se não-referentes-à-igreja-dona da emissora) são frequentes. Suas novelas tentam imitar o padrão global mas tem um patrão bíblico. Esta semana, por exemplo, foram deletadas cenas de novela onde as pessoas chegavam de uma missa. É uma cerimônia católica, portanto anátema. A emissora ignora o ecumenismo. Seus espectadores ficam sem saber da missa a metade.
E tem os casos que ficaram folclóricos como a proibição de se apresentarem no canal artistas como os Demônios da Garoa. Sou de um tempo em que as pessoas da minha igreja trombeteavam indignadas dos púlpitos contra Roberto Carlos porque cantava quero que vá tudo pro inferno. Isso faz muito tempo mas parece que o tempo não passou.
Essas são injunções de caráter religioso se imiscuindo na programação artística. O pior é quando dogmas (ou interesses outros, o que no caso da igreja dona da rede muitas vezes de confundem) pautam o noticiário transmitido como fatos. (Vide o tratamento a bispos, mesmo os desnudados como crivellas e rodrigues.)
A Record assinou um contrato com a Universal (não a igreja mas a megacorporação hollywoodiana-japonesa de entretenimento). Em todos os programas ou telejornais da rede não se pode fazer menção a filmes que não sejam da Universal, mesmo que se tornem notícia. Por outro lado, programa-se caitituagens a filmes da Universal. (Penso até se não haveria mais que coincidência num privilegiamento a conglomerado homônimo.)