OS INVASORES
O paralelo entre Abu Ghraib e My Lai
(leia este post a respeito)
se acentua mais ainda.
Contratou-se como advogado dos seis soldados rasos americanos
condenados à corte marcial como bode expiatórios no escândalo das torturas de iraquianos
o mesmíssimo advogado que defendeu os soldados processsados como bode expiatórios no massacre de My Lai.
Ele já avisou que vai jogar merda no ventilador
mostrando como os acusados são peças numa política deliberada e constante visando quebrar e dobrar prisioneiros capturados pelos americanos.
A coisa envolve CIA e chega ao alto comando dos invasores americanos.
A soldadesca envolvida, que aparece sorridente nas fotos deprimentes, mostrou comportamento de loucos doentios. Mas não são só eles. Não adiantar culpar um punhado de garotos malucos soltos no deserto da arbitrariedade arrogante.
Aí fica fácil: condena-se uns e outros, livram-se todos, e a mesma política continua.
O importante é o seguinte: isso é toda uma cultura.
Como aponta Robert Fisk:
Por que estamos surpresos com seu racismo, sua brutalidade, sua crueza total para com os árabes? Aqueles soldados americanos na antiga prisão de Saddam em Abu Ghraib, aqueles jovens britânicos em Basra vieram - como costumam vir os soldados - de vilas e cidades onde mora o ódio racial : Tennessee e Lancashire.
(...) Acrescente-se a isso o latejar racial venenoso de uma centena de filmes Hollywoodianos que retratam os árabes como sujos, sanguessugas, um povo violento e não confiável - e como soldados são viciados em filmes - e não é difícil ver como algum escroto britânico mijaria no rosto de um homem encapuzado, como algum sádico americano poria um iraquianos encapuzado em pé sobre uma caixa com fios desencapados amarrados às suas mãos.