SUPER-BRASILEIROS
O ufanismo brasileiro é uma coisa exagerada.
A Folha hoje publica mais uma matéria, e de página inteira, sobre os desenhistas brasileiros que estão se dando bem no mercado de quadrinhos americanos.
HQ americanos, leia-se, revistas de superheróis.
É uma síndrome carmen-miranda do Brasil dominando a América.
Fico feliz por feras como Deodato e Marcelo Campos estarem trabalhando e ganhando bem. Se estivessem pelo Brasil certamente estariam gramando como nossos desenhistas aqui estão.
Ficaria ainda mais feliz se estivessem criando seus próprios trabalhos. Ao invés de serem peças na linha de montagem das salsichas americanas de capa e capuz. Sem falar que as salsichas todas estão com a data de validade vencida. Os superherois americanos morreram todos e a industria dos gibis não quer enterrá-los.
O papo que rola - e a tônica da matéria da Folha - é que com a utilização cada vez maior de brasileiros no desenho ou na finalização das histórias de superheros, vai-se dando um toque mais brazuca à essa produção. Ledo engano. É tudo pré-marcado. Todas as linhas estão traçadas e só passar a tinta da encomenda and just color between the lines.
Homens musculosos, mulheres musculosas, boazudas, fodões, angulos mcfarlanescos. Da linha de montagem sai tudo igual. Não importa de que pais sejam os operários.