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    segunda-feira, setembro 29, 2025

    21 pontos para um cessar fogo


     

    JOAO KOATZ MIRAGAYA 

     
    Vocês devem ter visto que Trump anunciou, ao lado de Netanyahu, que este concordou com seu plano de 21 pontos para o cessar-fogo definitivo em Gaza. Eu recomendo um pouco de calma nessa hora, não há nenhuma garantia de que esse acordo vai sair. 

    O que diz o plano: - fim da guerra e cessar-fogo definitivo; - todos os sequestrados israelenses liberados em até 72 horas; - liberação de 250 presos palestinos com condenações severas (prisão perpétua e pena de morte) e outros 1800 detidos após o 07/10;
     
    - retirada das forças israelenses por etapas para próximo à fronteira, sem desfazer as linhas estabelecidas pelos militares até segunda ordem; - indulto a membros do Hamas que concordarem em renunciar à luta armada; - exílio seguro para líderes do Hamas;
     
    - o Hamas não exercerá nenhuma função no controle de Gaza; - Gaza será governada primeiramente por um governo internacional chefiada por Tony Blair, e a Autoridade Palestina assumiria o controle após reforma interna. - força militar internacional em Gaza;
     
    - Israel não anexará nenhum território em Gaza; - gazenses não serão expulsos - os que desejarem sair, poderão retornar quando quiserem. - será estabelecido um caminho para o diálogo em busca da criação de um Estado palestino.
     
    O "Plano dos 21 pontos" não tem referências diretas ao desarmamento do Hamas, algo que Netanyahu vinha apresentando como condição básica para o cessar-fogo. Além disso, no pronunciamento feito pelos dois (sem perguntas de jornalistas), ele negou ao menos um ponto do plano
     
    Explicitamente, Netanyahu negou que a Autoridade Palestina terá qualquer ingerência sobre a administração de Gaza, afirmando que uma outra força palestina deveria emergir para substituir o Hamas no controle da região. Não é essa a proposta.
     
    Uma fonte do Hamas disse à Al Jazeera que o grupo ainda não teve acesso à proposta, mas pelo que escutou parece semelhante com a proposta israelense - da qual o Hamas discorda. Não há muito espaço para otimismo
     
    Por outro lado, caso o desarmamento do Hamas não seja uma condição pré-estabelecida, há espaço para que os dois lados joguem com esse vácuo. O Hamas pode alegar que não se curvou à demanda israelense, e Netanyahu pode dizer que.caso o Hamas mostre que segue sendo uma força militar relevante na região, tem salvo conduto para atacar novamente - como faz com o Hezbollah no Líbano, mesmo após o cessar-fogo. Isso após trazer os sequestrados de volta.
     
    Me parece evidente que o Hamas não concordar com nenhum plano que os elimine como alternativa de poder em Gaza. Se a exigência for de fato essa, não há chance nenhuma de acordo. O Hamas não aceitará a sua aniquilação
     
    Por outro lado, Netanyahu não aceitaria nenhuma proposta que ele não possa apresentar como uma vitória sobre o Hamas, sobretudo após a narrativa que ele construiu em Israel e a justificativa que ele dá internamente para seguir com uma ofensiva impopulaR
     
              A única maneira de que vejamos um cessar-fogo nessas condições, é se essa for uma exigência intransigente de Trump. Neste caso, Netanyahu não teria como se opor, e precisaria construir uma narrativa em cima do acordo estabelecido - repleta de falsidades, como de praxe
     
    Por mais que Trump ameace dar carta branca para que Netanyahu aniquile o Hamas em caso de recusa, todos nós sabemos que este é um objetivo inalcançável por meios militares. Por isso, não há pressão que faça o Hamas aceitar seu extermínio. 
     
    Se Trump estiver de fato disposto a impor o cessar-fogo em Gaza, o acordo pode acontecer. A julgar pela quantidade de vezes que o cessar-fogo ~quase~ saiu, eu me dou o direito de duvidar de mais uma vez. Espero que meu ceticismo seja contrariado 
     
     

     

     

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