This site will look much better in a browser that supports web standards, but it is accessible to any browser or Internet device.



blog0news


  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

    Powered by Blogger

    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    quarta-feira, julho 02, 2025

    Série sobre Raul Seixas derrapa frente à difícil missão de desvendá-lo

     

     O cantor Raul Seixas, sentado, mostrando relógio com as mãos

    Mauricio Stycer

    Nos 80 anos do nascimento de Raul Seixas (1945-1989), o mais original e influente roqueiro brasileiro, chega a uma plataforma de streaming uma série ficcional em oito episódios destinada a retratar a sua intensa trajetória pessoal e profissional. É um projeto ambicioso, com recursos fartos, mas com resultados confusos e, frequentemente, frustrantes.

    Uma produção da O2 Filmes para o Globoplay, "Raul Seixas: Eu Sou" reproduz uma infinidade de episódios vividos pelo músico, desde a infância, na Bahia, até a morte, aos 44 anos, em São Paulo. Os 360 minutos da série resultam, porém, mais numa colagem de esquetes e cenas do que numa cinebiografia.

    Quem foi Raul Seixas? Com a missão de responder a essa pergunta, a série criada e dirigida por Paulo Morelli parece acreditar que a soma das muitas partes resultará numa resposta. Pode ser. Mas fiquei com a impressão de que não há uma ideia clara sobre quem é o personagem que está sendo retratado.

    A missão não é simples. Em sua vida artística, Raul deixou 312 canções registradas. Pelo menos cinco de seus LPs, quatro em parceria com Paulo Coelho e um com Claudio Roberto, são obras de referência na década de 1970: "Krig-Ha, Bandolo!" (1973), "Gita" (1974), "Novo Aeon" (1975), "Há Dez Mil Anos Atrás" (1976) e "O Dia em que a Terra Parou" (1977).

    Raul foi casado de forma oficial e/ou informal com cinco mulheres e teve três filhas. Existe uma imensa mitologia a seu respeito, com muitas mentiras impressas como verdade e fatos ainda mal esclarecidos.

    Há dezenas de livros e trabalhos acadêmicos sobre diferentes aspectos da produção artística e da vida de Raul. Nenhum deles é creditado na série. Morelli optou por fazer a sua própria pesquisa. Imagino que seja menos custoso do que adquirir os direitos de algum dos livros existentes. O diretor afirmou ter entrevistado mais de 20 pessoas ligadas ao artista.

    Nos créditos, depois dos roteiristas (Paulo Morelli, Denis Nielsen, Marcelo Montenegro e Lívia Gaudêncio), os nomes das três filhas de Raul constam como colaboradoras da pesquisa. Sylvio Passos, criador do fã-clube de Raul, aparece como "consultor sobre Raul".

    São sinais de que há algo de chapa-branca no projeto. Mas a proximidade com a família não impede a série de mostrar os tropeços do músico, seu mergulho no álcool e nas drogas, nem o seu machismo e egocentrismo. Há, porém, uma nítida dificuldade em arriscar ideias sobre o que levou Raul a descer a ladeira em alta velocidade na década de 1980.

    Os momentos oníricos da produção, como o avistamento de um disco voador, o encontro com um guru esotérico e as conversas de Raul com Don Quixote, Lampião e Jesus dentro de um elevador, são constrangedores. O maluco beleza fala frases que parecem tiradas de algum almanaque: "Artista tem que ser radical. Se eu matar essa vontade que tem dentro de mim, eu morro junto com ela".

    Ravel Andrade defende com coragem o protagonista, mas o texto engessado e pomposo que é obrigado a dizer afeta a credibilidade do personagem. Já João Pedro Zappa faz uma imitação de Paulo Coelho num tom que a faz resultar estranhamente cômica.

    A série abraça a ideia de que eles brigaram por ciúmes de Paulo. "Eu sou responsável por pelo menos a metade desse mito Raul Seixas", afirma o letrista. Raul ri e fala: "Então pega a metade que lhe cabe e leva com você".

    Em todo caso, o relacionamento da dupla é o ponto melhor desenvolvido. Acredito até que seria um bom recorte e suficiente para traçar um retrato de Raul Seixas.

    FOLHA  

     

     

     

     

    0 Comentários:

    Postar um comentário

    Assinar Postar comentários [Atom]

    << Home


    e o blog0news continua…
    visite a lista de arquivos na coluna da esquerda
    para passear pelos posts passados


    Mas uso mesmo é o

    ESTATÍSTICAS SITEMETER