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    sexta-feira, junho 06, 2025

    Bolsonaro e Lula perdem força

     
     
    RUDÁ RICCI
     
    A recente pesquisa Quaest que avalia o governo Lula revela que os programas anunciados e as boas notícias não estão gerando impacto positivo na grande massa dos brasileiros. São engolidas por más notícias que são despejadas em sequência.
    Segundo a pesquisa, 45% afirmam que o que esperavam do governo Lula não foi alcançado e apenas 16% avaliam que o governo faz mais do que esperavam.
    A mesma pesquisa indica que Lula empataria com Bolsonaro e mais 4 em eventual 2º turno se as eleições presidenciais ocorressem hoje.
    Ocorre que a situação de Bolsonaro não parece auspiciosa, indicando uma espécie de vácuo político às vésperas das eleições. De um lado, a sua inexigibilidade parece ter entrado no radar do ex-presidente. De outro, a fuga de seu filho Eduardo e, agora, de Carla Zambelli, debelam o núcleo duro do bolsonarismo raiz, abrindo uma temporada de caça do seu espólio, tendo à frente o governador paulista Tarcísio de Freitas, mas seguido à distância pelo jovem mineiro Nikolas Ferreira. A prisão de Bolsonaro parece cada vez mais evidente até mesmo para as hostes bolsonaristas.
    O que estaria ocorrendo?
    Minha hipótese é que a chave de explicação parece ser um pragmatismo e hiperindividualismo excessivos da base social brasileira. Os grandes temas parecem não atrair as grandes massas. Mesmo a base eleitoral progressista afirmou um traço histórico que foi redefinido nos tempos das Comunidades Eclesiais de Base: o pragmatismo. Uma base que não se vincula aos temas muito abstratos. Foca na geladeira. Na escola dos filhos, na creche, na UBS. Na segurança nas ruas.
    O que parece ocupar o espaço aparentemente vazio na seara política é um “cinturão de direita” que vai tomando conta de regiões metropolitanas. Com efeito, o entorno das regiões metropolitanas da região sudeste e do nordeste está tomado por governos municipais de direita e extrema-direita. Uma extrema-direita não bolsonarista raiz, em especial.
    Num levantamento que fiz sobre os partidos que governam as regiões metropolitanas de SP, RJ, BH, Vitória, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza e São Luís, o PL se destaca em 4 e o PSD em 5. PSB é o único partido de centro-esquerda que se destaca, em especial, em Recife e Fortaleza. O PL hegemoniza regiões em Estados que publicamente aparecem como lideradas por progressistas, caso de Natal (Estado governado por Fátima Bezerra, do PT) e São Luís (cujo ministro Flávio Dino é a estrela estadual).
    O interessante é que o campo de centro-esquerda parece ganhar na maioria das discussões técnicas, se afirmando em estratégias ambientais ou sociais, além de esboçar uma concepção de desenvolvimento que parece superar os discursos raivosos ou doutrinários da direita e extrema-direita, mas não dialoga ou convence a base social.
    Como se fossem dois mundos apartados: o do debate da agenda nacional e o do cotidiano dos brasileiros.
    De tal forma que no topo da política o centro-esquerda nacional não se sai de todo mal, mas nas ruas, desaparece sob as urgências da sobrevivência e o ressentimento do fracasso e frustração diárias.
    Se a hipótese que apresento está correta, não é a grande imprensa – um dos focos de atenção e revolta do campo progressista – que afeta esta dissonância cognitiva popular que lhes deixa impermeáveis às iniciativas governamentais e propostas progressistas. Há algo que se espraia nos bares, mercados, supermercados e filas de UBS e transporte público.
    É deste clima carregado do cotidiano que, vez ou outra, Nikolas Ferreira emplaca um vídeo que atinge milhões, furando a bolha dos bolsonarismo. Esta conexão a extrema-direita consegue esporadicamente estabelecer, algo que o campo progressista parece inerte ou desorientado para agir.
    O Centrão corre por fora, aparentemente, oscilando entre a aproximação com a extrema-direita e uma postura um pouco mais distante, aguardando a sobra dos estragos causados pelos embates entre lulistas e bolsonaristas.
    O subterrâneo da política nunca falou tão alto e apontou sobre o futuro político nacional. Um subterrâneo movediço, pendendo à direita, focado nas calçadas do dia-a-dia, sem viço, sem presença de espírito, moldada à topografia irregular do Brasil.

     

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