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    quinta-feira, junho 13, 2024

    Vini Jr. venceu mas não calou racistas

     

     


    LEONARDO SAKAMOTO 

    A Justiça espanhola condenou a oito meses de prisão, mais uma proibição de ir a estádios por dois anos, três torcedores do Valência que lançaram insultos racistas contra o brasileiro Vinícius Júnior. Durante um jogo em 21 de maio de 2023, o jogador do Real Madrid foi chamado insistentemente de “macaco”.

    A sentença é uma vitória não apenas de Vini Jr em sua luta contra o racismo (o melhor jogador do mundo e um ser humano gigantesco) como de qualquer pessoa que não morreu por dentro. Mas ela é o mínimo e vem com atraso.

    A demora por punições levou a Vini Jr ser alvo costumeiro de criminosos que se dizem torcedores, com insultos grotescos e nojentos. Até boneco representando jogador foi enforcado em ponte.

    Não basta focar apenas em torcedores e jogadores, os clubes e federações também precisam ser punidos diante do comportamento de seus torcedores. Isso inclui prisões e banimento de agressores, mas também perda de pontos, suspensão ou exclusão de times, demissão de passadores de pano, rescisão de patrocínios, além de multas multimilionárias. E o repúdio da sociedade contra quem tenta justificar imbecilidades. A Federação Espanhola chegou a punir com bloqueio parcial da arquibancada por cinco partidas, mas reverteu para três. Tão pouco que os seus torcedores continuam atacando Vini Jr, chamando-o de mentiroso.

    Crimes como o de maio de 2023, cometido contra o principal jogador brasileiro no exterior, não são culpa apenas de três indivíduos, mas responsabilidade de um sistema que protege quem o comete, permitindo que eles se sintam seguros através da impunidade. Isso, vejam só, também acontece por aqui.

    “E se alguém usar uma camisa de outro time e xingar?”, “Cadê minha liberdade de expressão?”, “Ah, mas que radicalismo!”, “Deixa o povo se divertir”, “É só brincadeira”, “É só futebol”. Não, não é só futebol. Porque futebol é grande demais para ser só futebol. É também espelho da sociedade que somos e farol daquilo que precisamos ser. E quando futebol é palco para agressão da dignidade, não é apenas um determinado grupo, mas toda a sociedade que é atacada.

     
    UOL Notícias 

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