Mulher: Direito Negado
Prefeitura fecha serviço de aborto legal e entrega direção de hospital de referência a uma militante “pró-vida”
"A interrupção do serviço de aborto
legal é uma decisão do secretário muni-
cipal de Saúde, Luiz Carlos Zamarco, que
recentemente entregou a direção do hos-
pital à ginecologista Marcia Tapligliani,
filiada ao PL de Jair Bolsonaro e do go-
vernador Tarcísio de Freitas, neoaliados
do prefeito Ricardo Nunes, do MDB. Com
um forte discurso antiaborto, ela candida-
tou-se a deputada estadual nas eleições de
2022, mas não conseguiu se eleger – obte-
ve apenas 8.505 votos.
Durante a campanha para deputa-
da estadual, a nova diretora do hospital
apresentou-se ao eleitorado como uma
“defensora da vida”. Em uma de suas pe-
ças publicitárias, Tapligliani argumen-
ta que a vida começa “a partir da concep-
ção”, algo que seria “indiscutível para a
ciência e a teologia”, e prossegue: “O PL
é a favor da preservação da vida em qual-
quer estágio evolutivo que ela se encon-
tre”. Mesmo fora no período eleitoral, ela
mantém a militância antiaborto. Che-
gou a divulgar a foto de um recém-nasci-
do no Instagram, acompanhada de uma
apelativa legenda: “Não há nada mais de-
sumano do que ter sua vida arrancada,
de ter o seu corpo destroçado impiedo-
samente enquanto ainda está vivo, sem
ter como se defender”."
LEIA REPORTAGEM DE MARIANA FILGUEIRAS