Polêmica do Prêmio Jabuti com IA esquece que relação artista-máquina não é nova
"O mesmo princípio se aplica a obras desenvolvidas com inteligência artificial, como o celebrado livro "Pharmakon AI" (2021), de K Allado-McDowell, uma obra tão humana e tão maquínica quanto as "Pinturas de Telefone" (1922) do artista, pioneiro da arte e tecnologia, László Moholy-Nagy.
Essa série de cinco pinturas em esmalte de porcelana sobre aço é uma espécie de bisavó do Midjourney, uma das ferramentas de IA generativas. Ela foi ditada pelo artista, por telefone, a um fabricante de placas, seguindo um catálogo de cores e um papel quadriculado que ambos tinham em mãos. "Assim, essas imagens não tinham a virtude do 'toque individual', mas minha ação era dirigida exatamente contra essa ênfase excessiva", escreveu Moholy-Nagy.
Não só o artista relativizava a autoria individual, explorando as novas mídias de sua época, mas abria a trilha para pensar o "prompt" (comando de texto para criar imagens com IAs) de forma mais crítica e criativa."
leia artigo de Denise Beiguelman