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    quarta-feira, novembro 22, 2023

    O acordo de troca de presos/reféns entre Israel e o Hamas

     

     

     

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     João Koatz Miragaya

     

    Após muitas horas de reunião, o governo de 🇮🇱 anunciou o acordo de troca de presos/reféns entre Israel e o Hamas, que envolve um cessar-fogo temporário. Confira os termos do acordo e seus bastidores.

    Primeiramente o contexto: o Hamas e outros grupos palestinos detém cerca de 240 reféns israelenses, entre soldados e civis, menores (inclusive bebês), idosos, desde 07/10. Eles são cautivos, sem contato com a Cruz Vermelha desde então, e não se sabe quantos ainda vivem
    Em Israel há cerca de 7200 presos palestinos, alguns dos quais menores de idade (entre 14 e 17 anos), e parte deles está em prisões administrativas (sem acusação formal). Eram 6 mil até o dia 07/10. A maioria foi presa na Cisjordânia, mas há também de Gaza.
    Sobre as condições atuais nas prisões de segurança máxima israelense, eu recomendo o fio do do lado esquerdo
    Não vou me alongar neste debate porque não é o tema.
    Enfim, após mais de 40 dias de conflito, o Catar intermediou negociações entre Israel e o Hamas que envolvem os seguintes termos:
    1. O Hamas libera 50 civis israelenses (30 menores e 20 mulheres).
    2. Israel libera 150 menores e mulheres (de uma lista de 300 nomes
    3. Haverá um cessar fogo de 4 dias, e caso o Hamas libere mais israelenses, Israel também liberará palestinos (na proporção de 3 para 1).
    4. A cada 10 novos israelenses liberados, haverá mais um dia de cessar-fogo.
    5. A Cruz Vermelha visitará os outros reféns israelenses.
    6. Durante o cessar-fogo, Israel interromperá inclusive as atividades aéreas de vigilância, exceto no norte da Faixa de Gaza, 6 horas ao dia.
    7. Será aberto um corredor humanitário do sul para o norte da Faixa de Gaza.
    8. A ajuda humanitária entrará em Gaza pelo Egito.
    Agora partamos para a análise do acordo junto à minha interpretação dos fatos.
    Por que o Hamas aceitou o acordo?
    Os palestinos liberados das prisões israelenses não são ativistas do alto escalão do Hamas. A principal motivação do Hamas não é a libertação dessas pessoas.
    O Hamas está interessado, principalmente, no cessar-fogo. É uma oportunidade de pressionar Israel para interromper os ataques de vez, e parar a guerra. Serão mostradas ao mundo imagens reais de Gaza destruída, corpos soterrados, catástrofe humanitária.
    Desde o início, o sequestro de mulheres e crianças (incluindo bebês) tinha este objetivo: comover a sociedade israelense para que esta pressione o governo em prol de um acordo. Funcionou. E o Hamas e outros grupos ainda mantêm muitos reféns para trocas futuras
    Os soldados israelenses, estes sim, são peças importantes para serem trocados por presos do alto escalão. Mas isso vai ficar pra depois. O Hamas quer o cessar-fogo temporário para tentar conseguir um cessar-fogo permanente. Agora tem a oportunidade na mão.
    E Israel?
    O governo ficou dividido, mas no fim só um partido votou contra. Mas o que Israel tem a ganhar?
    Primeiramente, salva as vidas dessas 50 pessoas. Diminui a pressão social e traz de volta parte dos reféns mais vulneráveis de Gaza.
    Israel também não liberou presos importantes (nenhum deles está envolvido em assassinatos), são todos mulheres e menores. Você pode ver (em hebraico) a lista dos 300 neste link, com nome, idade, residência, facção e acusação (ou pena).
    Todos os chefes dos serviços de segurança recomendaram aceitar o acordo, disseram nao ser prejudicial aos objetivos da guerra (derrubar o Hamas de Gaza). Então, por que a decisão demorou tantas horas para ser tomada? Por política, de mais baixo nível.
    Dois partidos e alguns ministros anunciaram que votariam contra a proposta, outros que estavam em dúvida. Em Israel, a direita (e até setores da esquerda) constantemente precisam provar para o eleitor que são fortes contra os inimigos, sobretudo pra sua base eleitoral.
    Um acordo com o Hamas que envolve um cessar-fogo significa, para a extrema direita, ceder aos terroristas. Eles não estão preocupados com os reféns. Esta semana, mesmo sabendo que não iria à votação, decidiram debater no parlamento o projeto de lei de pena de morte para terroristas. Isso tinha somente 1 objetivo: agradar a sua base. Eles sabem que eleições se aproximam, e estão se posicionando. Só que debater um projeto de lei desses, com 240 reféns em Gaza, é um escárnio
    As famílias dos reféns foram à reunião, e imploraram para que eles deixassem de debater o tema. Imaginem o que o Hamas pode fazer com os reféns caso Israel comece a executar seus membros. As famílias imaginam, e foram pro debate.
    Enfim, o mesmo aconteceu com o acordo de ontem. O partido Força Judaica, do psicopata Itamar Ben-Gvir, disse que não apoia o acordo porque não podem escolher reféns. Devem ser todos ou nenhum. Ou seja: nenhum. Não importa, que morram. Sacrifícios devem ser feitos.
    E eles tentaram pautar o debate, sabendo que outros partidos que compõem o governo (como o Likud de Netanyahu) podem perder eleitores num debate com uma retórica demagógica dessas. A ideia deles era marcar posição e empurrar o Likud pra "esquerda". E conseguiram.
    Ora, se Netanyahu está em plena campanha durante a guerra, é natural que alguns dos outros também estejam. E os reféns são uma peça de propaganda. Ontem serviu ao Ben Gvir, amanhã servirá a Netanyahu quando comecem a ser libertados. (20/22)
    Cada dia mais eu me convenço de que teremos eleições no meio da guerra, a situação está cada vez mais insustentável. Israel não concordará com um cessar-fogo permanente, e, ao mesmo tempo, o governo não tem uma espinha dorsal mínima pra atuar. É um desastre.
    Enfim, que dias melhores nos acompanhem.

     

     

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