Rebelião Pataxó
Oprimida e cansada de esperar a demarcação oficial, a etnia ocupa o território reivindicado no sul da Bahia
"A milícia está muito forte na região. A
gente não sabe quem é policial e quem
é pistoleiro. Muitos policiais têm vín-
culos com fazendeiros e donos de ho-
téis. Eles pegam informações dos indí-
genas e mandam direto para a mesa dos
fazendeiros e pousadeiros. Precisamos
da força nacional, autoridade competen-
te, sem vínculo com os poderosos”, re-
clama o cacique Valzinho, da aldeia Que-
ro Ver. Segundo ele, é comum circularem
caminhonetes com homens encapuza-
dos e armados, sem nenhum tipo de res-
trição. Vários fazendeiros entraram na
Justiça para desmontar os acampamen-
tos, sem êxito, pois o processo de demar-
cação está em curso e os juízes preferem
aguardar a conclusão do caso. Os indíge-
nas não vão se intimidar, garante Valzi-
nho. De acordo com cálculos do cacique,
80% da área de Barra Velha está ocupa-
da. “Enquanto não tivermos de volta o
nosso território, não vamos recuar. A au-
todemarcação é para isso. Se não sair de
um jeito, sai de outro.”
LEIA REPORTAGEM DE FA B Í O L A M E N D O N Ç A