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    segunda-feira, outubro 30, 2023

    Ministério de israel sugere remoção forçada de moradores de Gaza ao Egito

     



    LEONARDO SAKAMOTO

    Um documento do Ministério da Inteligência de Israel sugere uma realocação forçada dos mais de 2,2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza para a Península do Sinai, pertencente ao Egito, após uma hipotética derrubada do Hamas.

    Questionado pelo jornal Haaretz, um dos mais importantes jornais israelenses, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu minimizou o texto, afirmando que se trata de um "documento inicial" e que não está sendo considerado neste momento.

    "Este é um documento inicial do tipo que pode ser encontrado em dezenas de interações em todos os níveis do governo e dos serviços de segurança. A questão do 'dia seguinte' não foi discutida em nenhum fórum oficial em Israel, que agora está focado na eliminação das capacidades governamentais e militares do Hamas", afirmou ao jornal.

    A Associated Press diz que o governo israelense justificou o texto como um exercício hipotético. Mas foi o suficiente para colocar mais gasolina na fogueira.

    Datada de 13 de outubro, a proposta prevê a construção de acampamentos com tendas no Norte do Sinai e, depois, cidades permanentes separadas da fronteira com Israel e Gaza por uma "zona tampão" de alguns quilômetros para dificultar os palestinos de tentarem voltar. A proposta também traz outras alternativas que não passam pela realocação forçada dos palestinos: uma que permite a Autoridade Palestina, expulsa de Gaza pelo Hamas e que controla parcialmente a Cisjordânia, volte a chefiar o território, e outra em que Israel estabeleça um governo pelos residentes locais.

    Em todas as opções, Tel Aviv não pergunta aos palestinos o que querem para a própria vida. Tampouco aos egípcios. Não é de hoje que autoridades egípcias temem que Israel tente impor uma solução para a Faixa de Gaza que passe pela realocação em massa em direção ao seu território.

    Não à toa, o governo do Cairo se nega a abrir os portões para a entrada de refugiados palestinos. Desconfiam que, após a instalação de corredores humanitários sob a justificativa de proteger a população civil, Tel Aviv impeça o retorno das pessoas e instale assentamentos israelenses em Gaza. O que poderia levar a uma guerra regional.

    UOL

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