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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    segunda-feira, abril 24, 2023

    SEMPRE ESTEVE NO GIBI -

     

     Sempre esteve no gibi - Estadão

    SÉRGIO AUGUSTO 
     
    O que Ziraldo e Maurício de Souza fizeram pela alfabetização e educação de milhões de criancas não está - ou melhor, está justamente no gibi.
     
    Chegou a vez de um humorista na Academia A de Letras. Temos uma longa tradição humorística, e não faz sentido que em seu cenáculo a Academia não abrigue ainda um gozador profissional. Aparicio Torelly poderia ter inaugurado a galeria, mas duvido que o Barão de Itararé aceitasse a capitulação.
     
    Millôr e Verissimo sempre desprezaram a simbólica imortalidade ofertada pelo egrégio silogeu; Ziraldo, o candidato perfeito, abdicou de disputar o que quer que seja. Sobrou Jaguar, o favorito do eleitorado que não vota, porém suspeito de ser persona non grata na ABL desde quando, envergando um fardão de aluguel, ameaçou ovacionar, com ovos podres, a posse de Roberto Campos, 24 anos atrás. Levou afinal três ovos cozidos, e não resistiu à tentação de comê-los al fresco.
     
    Vai daí que sobrou para Mauricio de Sousa a cadeira nº 8, vagada por Cleonice Berardinelli em janeiro. O pai da Mônica, Cascão & cia não é um humorista, mas representa outra categoria negligenciada na ABL, a dos quadrinistas, a que também pertence Ziraldo, cuja Turma do Pererê antecedeu de uma década a da Mônica.
     
    O que Ziraldo e Mauricio fizeram pela alfabetização, educação e enriquecimento do imaginário de milhões de crianças não está — ou melhor, está justamente no gibi.
     
    Um senhor chamado James Akel, contudo, resolveu questionar esse truísmo ao contrapor sua candidatura à de Mauricio, por acreditar que quadrinhos só distraem, não educam as crianças, que a Academia é de letras, não de desenhos (pô! e as letras nos balõezinhos?), e por ter um projeto para revitalizá-la, sobre o qual não deu detalhes.
     
    Nada me motivou mais a aprender a ler que os gibis do imediato pós-guerra. E assim foi com brasileiros de todas as gerações.
     
    Somos um país de fanáticos por quadrinhos desde o começo do século passado, quando surgiu a revista Tico-Tico. Chiquinho foi o nosso Yellow Kid, o primeiro de nossos Meninos Maluquinhos.
     
    A primeira exposição internacional de comics do mundo foi montada aqui em 1951 por um quinteto paulistano liderado por Álvaro de Moya. Entre 1967 e 1969, mantive no Caderno B do Jornal do Brasil uma coluna semanal sobre quadrinhos, que o expert espanhol Luís Gasca consignou como a primeira do gênero na imprensa diária mundial. No primeiro governo Lula, a Biblioteca Nacional montou uma bela exposição de quadrinhos. Àquela altura, os preconceitos de antanho já se haviam dissipado.
     
    A maioria dos intelectuais que em 1945 assinaram um tolo manifesto contra os quadrinhos não demorou a arrepender-se. Menotti Del Picchia não foi o único signatário a fazer um mea culpa público. Não exijam tanto, no futuro, de James Akel. Já estará de bom tamanho se ele acrescentar ao menos um livro àquele sobre marketing no setor hoteleiro a que se resume sua ambiciosa contribuição às letras nacionais.
     
    ESTADÃO

     

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