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    domingo, abril 16, 2023

    Quadrinhos x Literatura

    DO RAIO LASER

    Sobre a questão quadrinhos x literatura: Logicamente a comunidade quadrinística está defendendo a ideia de as HQs são uma mídia autônoma e que não precisa “beijar a mão” da literatura para subir de status +

    Mesmo assim muitos reivindicam a presença do Mauricio de Sousa na ABL porque ele é formador de leitores, criador de um projeto transmídia muito bem sucedido, etc. Todas razões justas. +

    Agora a discussão a respeito de ser ou não literatura é sim interessante e complexa. Lembro do clássico livro “Teoria Literária” de Terry Eagleton em que ele basicamente passa 400 páginas argumentando para tornar evidente a ideia de que é impossível definir o que é literatura. +

    Afinal o tratado quase técnico sobre apicultura de Virgílio (em versos!), a carta de Pero Vaz de Caminha, sermões de Vieira e até a Bíblia podem ser considerados literatura. Porque literatura é uma instituição feita de acordos coletivos de ordem cultural inseridos na história. +

    Esses acordos são refeitos com os tempos. Dylan venceu o Nobel da literatura porque hoje em dia entende-se que ela é um fenômeno cultural cheio de fronteiras porosas, e não uma definição aristotélica estanque. +

    Estudando a história expandida desse “horizonte de eventos” da literatura, encontramos inúmeros exemplos da combinação entre imagens e palavras dentro do cânone literário: +

    Filactérios medievais, livros de Dickens que já eram publicados com ilustrações de Cruikshenk, Alice no país das maravilhas que na primeira edição já era ilustrado por John Tenniel, etc. +

    NÃO estou dizendo que essas coisas são HQs. Apenas que isso pouco importa. Os quadrinhos também possuem fronteiras muito porosas, e sua definição também é “impossível” (como diz Groensteen). +

    O que entendemos por quadrinhos também é uma construção e um acordo coletivo dentro de determinados parâmetros que variam pelo tempo e pelo espaço. +
     
    Logo, para mim quadrinhos são literatura? Bem, responderia que sim e não ao mesmo tempo, dependendo do conjunto de instrumentos de validação que estamos usando. +

    O que posso dizer é que sou a favor do abrirmos essas fronteiras estanques e categóricas para diferentes formas de expressão e que façamos um alargamento da ideia de intermedialidade, sem a busca de um específico para cada mídia +

    Logo, sim, por diversas razões, Maurício merece essa cadeira na ABL. Não que seja grande coisa. Merval Pereira também a ocupa . +

    Quanto à pergunta teórica, penso que, se a gente não fizer as perguntas certas, todas as respostas estarão erradas.

     

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