'Lulapalooza' deveria acontecer todo o ano.
"Quando Valesca Popozuda, mais uma mulher preta, emancipada, dessas tão empoderadas que não liga para o que homens pensam, cantou ́Beijinho no ombro´, já no final do festival, o verso ´tiro, porrada e bomba', já havia sido subvertido. Os tiros, porradas, e bombas prometidos pelos simpatizantes dos atos antidemocráticos e do terrorismo de extrema direita, já estavam, como a bandeira verde e amarela, recuperados por um povo que não quer odiar. Até os muitos policiais, muitos deles pretos, balançavam as batatas das pernas, querendo dançar. Eram quatro da manhã.
O Brasil, o país, quer amar. Brasília quer mandar beijinho no ombro para quem quer castrar suas potencialidades. No dia seguinte, o discurso de posse de Margareth Menezes, mulher preta, nova ministra da cultura, foi um beijinho no ombro para os que se desfazem da cultura brasileira. Mais tarde, o novo Ministro da Justiça, Flavio Dino, mandou beijinho no ombro para os que tentaram até hoje sabotar as investigações à respeito sobre os mandantes da morte da irmã da nova Ministra da Igualdade Racial. Marielle, irmã da Ministra Anielle. Beijinho no ombro e justiça, finalmente."
LEIA ARTIGO DE DODO AZEVEDO