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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

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    quarta-feira, janeiro 04, 2023

    A cultura está de volta ao poder



     

    Leo Aversa

    Hoje é o terceiro dia de 2023. Temos um novo governo, um novo presidente. Não faltou emoção e a faixa foi — finalmente — entregue pelo povo. Foi bonita a festa. Acho que vai dar certo. Pode ser que me arrependa desta frase mês que vem, depois do carnaval. Ou daqui a um ano, ao ler o noticiário de economia. Quem sabe? Pode ser que o Lula corresponda aos nossos sonhos, mas também pode ser que não. Só temos a certeza de que, com ele, teremos novas eleições daqui a quatro anos. A democracia sobreviveu à tempestade. Descobrimos o que importa e deixamos para trás um governo nefasto e sombrio. No terceiro dia de 2023, não nos faltam razões para comemorar o que está nas ruas, no ar.

    Não só: a partir de quinta teremos Chico Buarque em cartaz no Rio. Para festejar os novos tempos, os cariocas vão reencontrar no palco um dos símbolos da cultura nacional. Alguém que ajudou a fazer deste lugar uma cidade maravilhosa e do Brasil uma nação maior. Chico, como Caetano, Paulinho, Gil, Milton, Bethânia, Gal, Fernanda, Marieta e os veteranos da música, do teatro, do cinema e da literatura já tinham a experiência de ir contra a barbárie. Resistiram mais uma vez à tempestade. A Cultura está — finalmente — de volta ao Poder. A arte não é mais uma atividade desprezível ou criminosa. Os tempos, graças à luta de alguns, ao voto de muitos e à democracia, mudaram.

    Não foi pouca coisa.

    É hora de celebrar. Vamos nos permitir um pouco de deslumbramento e encanto, esquecer, com a ajuda das melodias que trazemos tatuadas, o ranço da truculência que nos foi imposta. Vamos lembrar dos estribilhos que tanto cantamos, para enterrar de vez a intolerância de quem odeia a diferença. Vamos usar as canções de métrica perfeita para superar o trauma dos cercadinhos de mentecaptos, dos gabinetes de ódio, da celebração suicida do preconceito e do rancor. Vamos reconstruir com os versos que vivem na nossa memória a alma nacional, essa mesma que nos dá conexão e identidade. Vamos, com a perfeição das rimas raras, retornar — finalmente — ao que um dia tivemos de melhor, ao Brasil genuíno e original. Um país é a sua cultura.

    Por quatro anos fomos submetidos à ignorância, à exaltação da estupidez e ao mau gosto. Suportamos a grosseria tosca do presidente, os delírios dos seus fanáticos e o exibicionismo vulgar de influencers farofeiros. Bolsonaro encorajou a violência e a intolerância, suas aliadas de primeira hora, e quis dizimar a arte, seu pior pesadelo. Tentou reduzir a Cultura a um bando de descerebrados reacionários, rebaixou o ministério a uma repartição e entregou o seu comando a vermes oportunistas. Quis fazer da miséria intelectual uma política de Estado e assim deixar a gente bonita, elegante e sincera falando de lado e olhando pro chão. Foi um fracasso. Não conseguiu acabar com a criatividade, muito menos com a inteligência. Jamais conseguiria. Aqui é Brasil.

    O horror — finalmente — acabou. É hora de voltar a ouvir Chico Buarque ao vivo, para assoviar com ele o amor, a liberdade e o respeito, para nos comover com a esperança, a alegria e a ilusão que estão nas ruas, no ar. Para nós, para todos.

    GLOBO 


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